Músico
Entrevista com Fabio Zaganin
Publicado
5 anos agoon
Fabio Zaganin é baixista e educador musical, atualmente integra a banda ZFG MOB, desenvolve projeto solo, acompanha o bluesman André Christovam e administra os cursos “Estudos de Contrabaixo” e “FZ Online”.
Ao longo de mais de trinta anos de estrada e estúdios, participou de projetos de importantes músicos do cenário nacional e internacional como Marc Ford (ex-The Black Crowes e The Magpie Salute), Samuel Rosa (Skank), Edu Ardanuy (Dr. Sin), Kiko Loureiro (Angra e Megadeth), Wander Taffo, Heraldo do Monte, Hubert Sumlin (Howlin’ Wolf), Luís Carlini, dentre outros. Além disso, colaborou com inúmeras publicações musicais (Bass Player Brasil, Cover Baixo, BassInfo, On & Off e Neozine), lecionou no IB&T (Instituto de Baixo & Tecnologia), publicou livros e videoaulas dedicadas ao estudo do contrabaixo.
Durante o bate-papo ele nos contou um pouco sobre o início de sua trajetória, influências musicais, o disco solo “Rumble Fish” (lançado em 2011), o contrabaixo N.Zaganin Amanaîé, deu dicas, dentre outros assuntos.

Fabio Zaganin em ação. Foto por Marcelo Crelece
Como a música surgiu em sua vida? E sua história com o contrabaixo?
Fabio Zaganin: Através de familiares, amigos de escola, rádio e TV, tive a percepção do que realmente era música. Por volta dos 10 anos, com amigos de escola e meus primos, passei a conhecer, refinar e entender o que mais gostava musicalmente. Desde o início o grave sempre me chamou a atenção, inicialmente pensava que essa sonoridade era da bateria, mas passei a notar que notas mudavam de altura e tinham um timbre diferente, assim descobri o contrabaixo. Aos 15 anos ganhei do meu Pai meu primeiro instrumento e passei a tocar com meu primo, amigos de bairro e escola e entrei na primeira banda. A banda Annubis foi um grande laboratório, passando por fases como aprendizado: aprender a tocar e tirar as primeiras músicas, iniciação a composição e experimentar vários estilos musicais. Também foi a primeira vez que tive a experiência de tocar ao vivo e gravar em um estúdio profissional. Passei a estudar e tocar com o máximo de bandas e projetos possíveis, e a partir dos 20 anos, decidi seguir profissionalmente com música.
Quais são suas principais influências musicais?
Fabio Zaganin: Não tenho barreiras quanto as minhas influências. Teatro, cinema, literatura, esportes e o que der para “colocar no liquidificador” me influenciam e inspiram em atitudes e, consequentemente, na minha profissão. Dentro da música, instrumentistas e estilos variados me chamam a atenção pela originalidade, afinidade e atitude. A lista musical seria gigante, apenas para citar algumas referências: King Crimson, Led Zeppelin, Som Nosso de Cada Dia, Patrulha do Espaço, Frank Zappa, Hermeto Paschoal, Jaco Pastorius, Nico Assumpção, Stanley Clarke e Arthur Maia e por aí vai… O que mais me influencia musicalmente é uma ótima composição!
Em 2011 você lançou o disco instrumental “Rumble Fish” pela Tratore. Como foi a receptividade ao projeto? Em termos de mídia e público, fazer música instrumental no Brasil é um grande desafio?
Fabio Zaganin: “Rumble Fish” é o meu primeiro álbum solo e é independente, a Tratore faz a distribuição física e digital. Fiquei imensamente feliz com o resultado, esse álbum traduz o que sou, foi o início, e em breve teremos o segundo. Tive uma ótima receptividade no Brasil e no exterior e continuo recebendo o retorno desta obra. Como em qualquer seguimento artístico, o desafio é muito grande, pois falta apoio e divulgação, percebo que a cultura não é levada a sério como veículo de educação, aprendizado, autoconhecimento e crescimento coletivo e individual. Porém, para quem ama a arte, isso é um obstáculo, não um ponto final. Seguir em frente sempre!
Planeja lançar um novo disco solo com material inédito?
Fabio Zaganin: Sim, tenho muito material pré-produzido e selecionado para um segundo álbum instrumental dando sequência ao “Rumble Fish”, está no cronograma. Finalizei minha participação em inúmeros projetos didáticos, produções e como sideman que me consumiram alguns anos. No momento, consegui tempo e concretizei a confecção de um álbum 100% autoral. Este projeto está pronto e será lançado muito em breve, provavelmente no início do segundo semestre. Teremos a divulgação em canais oficiais do projeto e nos meus canais e site.
Você desenvolveu junto com seu irmão – o luthier Márcio Zaganin – o contrabaixo Amanaîé. Como foi esse processo de criação? Como você definiria esse instrumento?
Fábio Zaganin: Uma dádiva, honra e realização ter um instrumento feito por um profissional e artista incrível, e ter um vínculo familiar e de amor como irmão. Tive inúmeros baixos e sempre pensei em juntar tudo o que mais me satisfazia em um só. O Amanaîé nasceu em 1995, depois de muita pesquisa sobre madeiras e hardware, além de toda criatividade e know-how do meu irmão. Foram confeccionados dois baixos iniciais, um com trastes e outro sem trastes, ambos de 04 cordas (hoje estão adaptados para a afinação de um baixo picollo). Depois de 10 anos, em 2005, tivemos a versão de 06 cordas com a adição de algumas mudanças. Amanaîé é um instrumento completamente versátil. Você tem a possibilidade de timbres clássicos e sonoridade moderna com a tocabilidade muito fácil. Hoje está disponível na N. Zaganin nas versões de 04, 05 e 06 cordas, com e sem trastes.
Além do trabalho solo e com bandas, você atuou como session man para diversos artistas. Quais são as características essenciais para ser um bom session man?
Fabio Zaganin: Servir e ter atitude. Não sei se esta é a fórmula, mas o ponto primordial é servir a composição e a visão de quem você está trabalhando. Não posso abordar o conceito de uma obra de uma outra visão musical como se fosse somente o meu conceito. Preciso entender o que é necessário para aquela música e qual a visão do artista para o arranjo e abordagem. O segundo ponto que considero muito importante é entender a sua atitude. Isso quer dizer que somos pessoas/profissionais que convivemos durante muito tempo em estúdio, viagens, shows, refeições etc. Pensar no grupo, ser pontual, educado, ter seu equipamento funcionando e tocar certo é o teto mínimo.
Você coleciona contrabaixos? Tem algum modelo preferido?
Fabio Zaganin: Não coleciono. Durante a minha trajetória satisfiz minha vontade de ter e ser patrocinado por instrumentos incríveis e, consequentemente, ter instrumentos a mais do que o necessário. Hoje tenho o que é necessário e versátil para shows, gravações e aulas. Uso baixos elétricos e acústicos de 04, 05 e 06 cordas, com e sem trastes.
Quais conselhos você daria para quem está se enveredando pelo mundo do contrabaixo?
Fabio Zaganin: Estudar, se atualizar, entender que a música e o contrabaixo também necessitam de assistência e estudos periféricos como inglês, gravação, mídia, advocacia, treinamento físico e mental etc. Além disso, o entendimento que somos seres humanos, que precisamos nos divertir, passear, namorar, viajar e ler um bom livro sempre.
Como anda o planejamento para 2020? Alguma novidade programada?
Fabio Zaganin: Estamos passando por uma fase sem precedentes e proporções que ainda não conseguimos mensurar. Isso está mexendo com o emocional e financeiro do mundo. Tenho inúmeros projetos com banda, sideman, didáticos e como artista solo no forno, mas estou esperando um pouco para serem lançados. O primeiro será um álbum completo da minha nova banda com 10 músicas autorais. Tenho um método pronto e novas edições dos anteriores. Alguns singles de projetos diferentes que serão lançados em áudio e vídeo. Recentemente terminei a gravação do novo EP do André Christovam, que deverá ser lançado em breve, juntamente com turnê no segundo semestre. Além disso, continuo com o meu curso de aulas particulares “Estudos de Contrabaixo” e FZ Online.
Maiores informações no site, Facebook, YouTube, Instagram e Twitter do Fabio Zaganin.
*Autor: Álvaro Silva é apaixonado por música, guitarra e luteria. Criador do blog Guitarras Made In BraSil – espaço dedicado à divulgação dos trabalhos de profissionais brasileiros que produzem guitarras, contrabaixos e violões custom shop.
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O mercado de guitarras vive um momento de expansão, com novos fabricantes, modelos especializados e uma demanda crescente tanto de músicos profissionais quanto de entusiastas avançados.
Nesse cenário, uma pergunta segue presente em estúdios, fóruns e lojas: vale mais a pena investir em uma guitarra boutique ou escolher um modelo de uma grande marca?
Não existe resposta única. Cada opção oferece benefícios e limitações — e entender esses pontos ajuda a tomar uma decisão mais informada, alinhada ao som desejado, ao orçamento e ao propósito musical.
O que define uma guitarra boutique
As guitarras boutique, geralmente fabricadas por luthiers ou oficinas especializadas, se caracterizam por:
- Produção limitada
- Construção manual e materiais selecionados
- Alto nível de personalização (madeiras, perfil do braço, eletrônica, ferragens)
- Identidade estética diferenciada
Seu principal atrativo está na sensação personalizada, no detalhamento artesanal e na possibilidade de obter um instrumento único.
Vantagens
- Qualidade de construção extremamente alta
- Seleção rigorosa de materiais e componentes
- Som exclusivo e bem definido
- Ergonomia e ajustes feitos para o músico
- Relacionamento direto com o luthier (suporte, manutenção, personalização)
Desvantagens
- Preço significativamente mais alto
- Valor de revenda menos previsível
- Prazos de entrega longos
- Variação entre unidades (não há duas guitarras idênticas)
Grandes marcas: tradição, escala e consistência
Fabricantes como Fender, Gibson, Ibanez, PRS ou Yamaha representam o padrão global de produção industrial.
Vantagens
- Consistência entre unidades
- Garantia e suporte global
- Ampla disponibilidade em lojas
- Valor de revenda mais estável
- Catálogos diversificados (iniciante ao premium)
Desvantagens
- Menor possibilidade de personalização
- Algumas séries sacrificam detalhes para atender altos volumes
- Seleção de materiais baseada em escala e logística
- Risco de pagar mais pela marca, especialmente nas linhas superiores
Oportunidades em 2026: por que essa escolha importa mais agora
O setor musical vive um encontro entre tradição e inovação:
- Home studio: cresce a demanda por guitarras silenciosas, com humbuckers noiseless ou configurações versáteis.
- Palcos pequenos: instrumentos mais leves são cada vez mais procurados.
- Música independente: muitos artistas buscam identidade sonora própria — favorecendo guitarras boutique.
- Produção global: marcas consolidadas lançam linhas premium feitas em lotes menores, reduzindo a distância para o trabalho artesanal.
Ao mesmo tempo, luthiers latino-americanos e espanhóis ganham relevância internacional, oferecendo alta qualidade a preços competitivos.
Como escolher de acordo com seu perfil
- Músico profissional de estúdio / turnê
Ideal: grandes marcas ou boutique de alta estabilidade. É essencial ter confiabilidade, fácil reposição e consistência entre instrumentos.
- Produtor ou criador de conteúdo
Ideal: guitarras versáteis com eletrônica moderna. Grandes marcas costumam oferecer mais opções plug-and-play.
- Artista em busca de estética e sonoridade próprias
Ideal: boutique. Instrumentos únicos, com personalidade e ampla personalização.
- Orçamento limitado
Ideal: linha média de grandes marcas. Melhor custo-benefício e menor risco.
- Colecionador ou entusiasta avançado
Ideal: boutique ou séries especiais das grandes marcas. Instrumentos com valor emocional, estético e histórico.
Depende de você
Não se trata de “qual é melhor”, mas de qual opção responde à sua música, às suas necessidades e ao seu investimento possível.
As guitarras boutique oferecem exclusividade, artesanato e identidade sonora única.
As grandes marcas garantem consistência, disponibilidade e estabilidade no mercado.
Em um cenário cada vez mais diverso, a melhor escolha é aquela que equilibra emoção, funcionalidade e propósito musical.
E você — prefere uma peça artesanal única ou um clássico testado em todos os palcos?
Músico
São Paulo: Dia dos Músicos é celebrado nas bibliotecas públicas municipais
Publicado
1 semana agoon
19/11/2025
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas, preparou uma programação especial para celebrar o Dia Nacional dos Músicos, comemorado em 22 de novembro.
As atividades fazem parte do programa Biblioteca Viva e incluem as apresentações musicais “Os Livros e As Canções”, com Evandro Bene & Banda, e “Somos”, de Irmão Black e Fahntastica. Ao todo, serão sete apresentações gratuitas e abertas a todos os públicos nas bibliotecas municipais e no Bosque de Leitura Parque Lajeado.
A performance “Os Livros e As Canções”, que estreou no dia 13 na Biblioteca Roberto Santos, segue agora para mais seis unidades: José Mauro Vasconcelos (19/11, às 14h), Viriato Corrêa (25/11, às 14h), Álvares de Azevedo (26/11, às 14h), Cassiano Ricardo (27/11, às 14h), Mário Schenberg (28/11, às 14h) e Camila Cerqueira César (29/11, às 13h). A proposta reúne literatura e música em um repertório que transita da MPB ao rock, com canções inspiradas em obras literárias, como “Jubiabá”, de Jorge Amado; “Epitáfio”, dos Titãs; e “Caçador de Mim”, de Milton Nascimento.
Já “Somos” terá apresentação única no Bosque de Leitura Parque Lajeado, em 29 de novembro, às 14h. O espetáculo combina músicas autorais, poemas e intervenções performáticas para construir uma narrativa sobre existencialismo, ancestralidade, memória e afeto — uma reflexão sensível sobre o que significa “ser” e “estar” no mundo.
Oficinas e outras atrações musicais
Além dos shows, as bibliotecas também recebem atividades formativas. Na Biblioteca Álvares de Azevedo, todos os sábados — incluindo 21 e 28 de novembro — acontece uma oficina de pandeiro com Well Martins, sempre às 14h. Na Biblioteca Cassiano Ricardo, no dia 25 de novembro, das 9h às 10h30, será realizada uma oficina de jogos musicais, que apresenta noções de criação de games a partir do desenvolvimento de um jogo de ritmo simples.
Na Biblioteca Alceu Amoroso Lima (Pinheiros), o público poderá acompanhar o “Encontro de Corais Maestro Danilo – Grupo Mosaico”, no dia 29 de novembro, das 12h às 13h30, com clássicos da MPB interpretados pelo grupo.
A importância do Dia dos Músicos
Celebrado em 22 de novembro, o Dia dos Músicos homenageia profissionais que dedicam a vida à arte sonora — instrumentistas, cantores, compositores, regentes, técnicos e todos os envolvidos na criação musical. A data está associada a Santa Cecília, padroeira dos músicos, e reconhece o papel fundamental da música na cultura brasileira e no cotidiano das pessoas, seja marcando momentos festivos, acolhendo emoções ou inspirando reflexões.
A programação completa das bibliotecas, bosques e pontos de leitura está disponível no site oficial do Sistema Municipal de Bibliotecas e nas redes sociais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Música também nos Centros Culturais e Casas de Cultura
A comemoração não se restringe às bibliotecas. Outros equipamentos culturais municipais também recebem apresentações gratuitas. Nos Centros Culturais, o destaque é a festa Flash Balanço, no Centro Cultural Grajaú, em 22 de novembro, às 18h, celebrando hits das décadas de 70, 80 e 90. No mesmo dia e horário, o Centro Cultural da Juventude recebe o show de Celsinho Mody, enquanto a Vila Itororó apresenta Rahessa, às 19h. Já o Centro Cultural Olido recebe o Coral USP, às 16h.
Nas Casas de Cultura, o público poderá assistir ao Grupo Afro Babalotim, no feriado de 20 de novembro, às 15h, na Casa de Cultura Raul Seixas. O projeto “Raízes Negras” também ocorre no Dia da Consciência Negra, às 14h, na Casa de Cultura Hip Hop Leste.
A agenda completa dessas e de outras atividades culturais pode ser consultada no portal SP Mais Cultura.
Músico
Como usar formatos como Dolby Atmos e Sony 360 para lançar música imersiva
Publicado
1 semana agoon
19/11/2025
A nova fronteira do áudio: do estéreo ao espaço tridimensional.
Durante décadas, o estéreo definiu a forma como ouvimos música. Mas, nos últimos anos, os formatos imersivos, como Dolby Atmos e Sony 360 Reality Audio, vêm transformando a maneira como artistas, engenheiros e selos produzem e distribuem suas obras.
Hoje, gravar em 3D já não é uma curiosidade tecnológica — é uma oportunidade real de expansão criativa e comercial. E você, o que pensa sobre isso?
O que é o áudio imersivo
Diferente do estéreo tradicional — limitado a dois canais —, formatos como Dolby Atmos ou Sony 360 criam um ambiente tridimensional em que cada instrumento, voz ou efeito pode ser posicionado em um espaço virtual com altura, profundidade e movimento.
O resultado é uma experiência mais envolvente, que transmite a sensação de estar “dentro” da mixagem, ideal para fones de ouvido, soundbars e sistemas multicanal.
Ambos os sistemas operam sob princípios semelhantes, mas com diferenças importantes:
- Dolby Atmos Music: utiliza um sistema baseado em objetos de áudio, permitindo posicionar até 128 fontes em um ambiente 3D. É compatível com plataformas como Apple Music, Amazon Music e TIDAL.
- Sony 360 Reality Audio: trabalha com esferas sonoras pré-definidas que envolvem o ouvinte. Está disponível em serviços como Deezer, TIDAL e outras plataformas que utilizam o codec MPEG-H.
Por que os artistas estão apostando nesses formatos
- Diferenciação artística: a mixagem imersiva permite redescobrir arranjos e oferecer uma experiência completamente nova ao ouvinte.
- Vantagem competitiva: os serviços de streaming priorizam conteúdos em Dolby Atmos ou Sony 360, oferecendo maior visibilidade em playlists e seções de destaque.
- Valor agregado para catálogos existentes: muitos selos estão remasterizando álbuns clássicos em formatos imersivos, prolongando seu ciclo comercial.
- Mercado em expansão: estudos como o da Futuresource preveem que o áudio imersivo crescerá mais de 20% ao ano até 2030, impulsionado pela adoção de fones inteligentes e plataformas 3D.
Como produzir em Dolby Atmos ou Sony 360
- Preparação da sessão
Antes da mixagem, é necessário organizar as faixas em stems ou grupos lógicos (bateria, baixo, vozes, efeitos). Isso facilita a atribuição de objetos e posições no espaço. - Softwares e plugins necessários
Dolby Atmos: trabalha-se dentro de uma DAW compatível (Pro Tools, Logic Pro, Nuendo, Reaper) com o Dolby Atmos Renderer e o plugin Production Suite.
Sony 360: utiliza o 360 WalkMix Creator, software disponível para DAWs como Logic ou Pro Tools, que permite posicionar cada fonte sonora no campo esférico.
- Monitoração e exportação
Embora o processo possa ser feito com fones binaurais, os melhores resultados são obtidos com um sistema multicanal (7.1.4).
A exportação final gera um arquivo ADM BWF (Dolby) ou 360RA (Sony), contendo tanto o áudio quanto os metadados espaciais. - Distribuição digital
Atualmente, distribuidores como DistroKid, CD Baby e The Orchard já permitem o envio de músicas imersivas para plataformas compatíveis.
É fundamental verificar se o serviço de streaming suporta o formato escolhido (Dolby Atmos, 360RA ou ambos).
Considerações práticas
- Mix vs. Master: o processo de masterização em Dolby Atmos ou 360RA exige ferramentas específicas para preservar o alcance dinâmico e a imagem espacial.
- Compatibilidade: toda mixagem imersiva deve ter uma versão estéreo alternativa, garantindo reprodução universal.
- Educação técnica: a curva de aprendizado é moderada, mas cresce a oferta de cursos e certificações da Dolby e da Sony para engenheiros e produtores.
Casos e perspectivas
Artistas como Billie Eilish, Rosalía, Dua Lipa e Coldplay já lançaram versões em Atmos de seus álbuns, com excelentes resultados nas plataformas.
Na América Latina, estúdios como o Abbey Road Institute São Paulo e o Artico Studios (México) já oferecem serviços certificados em Dolby Atmos Music, refletindo uma adoção crescente na região.
O futuro soa em 3D
Adotar formatos como Dolby Atmos ou Sony 360 já não é exclusividade de grandes estúdios, mas uma ferramenta acessível capaz de elevar a qualidade e a projeção de qualquer projeto musical.
A chave está em compreender seu potencial narrativo e técnico: explorar o espaço, o movimento e a profundidade como parte da linguagem sonora.
Em um mercado saturado de lançamentos, a imersão pode ser o novo diferencial competitivo.
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