A reconhecida AES Expo mudou de mês e será realizada junto com a feira SET. Mas isso não é tudo: a seção brasileira da Associação de Engenharia de Áudio tem agora novo presidente
Sim, a AES Brasil anunciou uma parceria com a SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão) e em 2017 ambos os eventos — SET Expo e AES Brasil Expo — serão realizados em conjunto.
A data escolhida é de 21 a 24 de agosto e o encontro está marcado no Expo Center Norte, em São Paulo. Os organizadores adiantaram que a realização conjunta criará o principal evento de mídia e entretenimento audiovisual, com cerca de 200 expositores representando mais de 500 marcas nacionais e internacionais e um público esperado de 18 mil participantes.
A parceria entre a SET e a AES propiciará sessões conjuntas de conteúdo programático de interesse de ambos os públicos, inclusive em outros eventos realizados pelas duas entidades ao longo do ano.
Outra notícia importante da AES Brasil vem de sua gestão, que desde maio de 2016 conta com José Anselmo “Paulista” como presidente, reconhecido profissional no setor de áudio. Quer saber mais sobre as mudanças no evento e o que o novo presidente pensa sobre o mercado atual? Veja interessantes detalhes nesta entrevista com José Anselmo.
M&M: Como você está se adaptando à sua nova posição de presidente da AES Brasil?
J.A: Tem sido natural. Minha participação em outros cargos da diretoria em gestões anteriores e os trabalhos realizados nelas ajudam na transição para este cargo de maior responsabilidade. E o trabalho em equipe e as decisões sempre compartilhadas tornam essa adaptação muito fácil.
M&M: Como vê o mercado brasileiro?
J.A: A situação econômica do País atinge o nosso mercado como qualquer outro. Em outras crises houve até aumento de demanda nas áreas de entretenimento. Mas esta crise tem seu cerne fundamentalmente nos órgãos de governo e nas empresas públicas, o que impacta diretamente aquelas atividades que eram, de alguma maneira, alimentadas por dinheiro público ou dessas empresas públicas, ou atividades financiadas por projetos de renúncia fiscal. Havendo cortes nas empresas, diminuem os patrocínios. Mas com a implementação, por parte do governo, de medidas de retomada do crescimento, acredito que a tendência é de uma melhoria em geral.
M&M: Como foi 2016 para os eventos regionais da AES?
J.A: Em novembro realizamos o Encontro Regional no Rio de Janeiro com muito sucesso. Isso mostra que estamos no caminho certo, em continuar realizando esses encontros, levando a AES até seu público-alvo. O retorno por parte de profissionais e estudantes é muito positivo.
M&M: Que tendências observa no mercado?
J.A: Convergência de tecnologias é a tendência do momento. Os profissionais que pretendem entrar no mercado precisam cada vez mais se preparar para isso. A necessidade de qualificação profissional é hoje uma condição primordial. No passado essa exigência era muito menor. Atualmente, o profissional que não se mantiver atualizado perderá oportunidades de bons trabalhos.
M&M: O que você acha que vai acontecer com o mercado em 2017?
J.A: A economia brasileira promete um ano melhor que 2016, com o governo tomando as medidas necessárias para a retomada do crescimento. Com as expectativas futuras do mercado em geral mais positivas, acredito que as empresas tenham aumento de demanda de trabalho.
M&M: Falando em 2017, como nasceu a ideia da parceria entre AES e SET para a próxima edição da AES Brasil Expo?
J.A: Ao longo dos 20 anos de existência da AES Brasil, em diversas ocasiões surgiu a questão de uma possível parceria com outros eventos. Na medida em que no início tratávamos exclusivamente de áudio e hoje temos a presença de diversas outras tecnologias de entretenimento (iluminação, estruturas, energia, vídeo), esta questão de parcerias ficou mais fácil, sendo a principal delas com a Expomusic.
Com isso em mente, abrimos negociações com este e também com outros eventos e, por fim, encontramos um parceiro efetivo na SET. O acordo evoluiu satisfatoriamente para ambas as associações, culminando no lançamento recente de nosso evento para 2017. Coincidentemente, após tomarmos essa decisão, a AES nos Estados Unidos anunciou que a expo de Nova York vai compartilhar o mesmo espaço da NAB (equivalente da feira da SET naquele país) em 2017, o que corrobora que fizemos uma escolha coerente.
M&M: Que vantagens você acha que isso vai trazer para o evento?
J.A: Essa escolha foi pautada em diversos fatores, mas majoritariamente por conta do perfil de visitantes. O público da Convenção Nacional da AES é formado por profissionais das áreas de eventos (áudio, vídeo e iluminação), estúdios (gravação musical e ensaios), igrejas e instalações (áudio, iluminação e vídeo). Um público qualificado que garante a experiência de trafegar pelos corredores da AES em um excelente exercício de networking e negócios.
A SET Expo também atrai um público profissional e qualificado, em que os mercados de produção audiovisual, radiodifusão e novas mídias possuem grande representação. Graças a isso, encontramos uma enorme sinergia para os profissionais e para as empresas. Quando preterimos a Expomusic pela SET foi justamente por causa do público.
Também optamos pela parceria com a SET porque ambas são sociedades de engenharia que compartilham a missão de foco na qualificação do profissional. Profissionais capacitados, munidos de informações tecnicamente corretas, defendem plenamente a escolha e a utilização de equipamentos necessários à realização de seus trabalhos.
M&M: Por que decidiram passar o evento para agosto (data da SET) e não continuar em maio?
J.A: Primordialmente por questão de agenda dos centros de convenções. O local onde a AES Brasil realizou seu evento nos últimos anos não comporta o tamanho dos dois eventos e os locais com o tamanho necessário não tinham data disponível em maio, assim a data teve de ser remanejada. Já tivemos, em outras edições, o evento em meses diferentes por necessidades específicas e o setor absorveu bem. Caso seja necessário, em 2018 estudaremos outro período do ano.
M&M: Então, o que podemos esperar da AES Brasil Expo em 2017?
J.A: A ideia é manter a unidade e a identidade do evento da AES Brasil, entendendo a demanda para que os expositores estejam juntos. O público da SET agregará um valor inestimável ao nosso evento, principalmente a nossos parceiros expositores. A união com a SET cria o maior evento técnico da área na América Latina e a sinergia de público e mercado é grande, o que trará grandes avanços para todos nós. Não temos dúvida de que boa parte de nossos expositores terão novos segmentos para desenvolver. Em termos de conteúdo, teremos atividades que criarão interação e abrirão mercado para os profissionais do nosso setor, o que também valorizará o evento. O nosso evento será melhor, maior e mais representativo, com uma expectativa de público superior a 15 mil profissionais.
M&M: Que planos você tem para a AES como novo presidente?
J.A: Em primeiro lugar, aumentar o número de associados e buscar, por meio dos encontros regionais, da participação em outros eventos e de outras ações, levar aos profissionais de áudio atualização, conhecimentos e informação de novas tecnologias para melhorar cada vez mais o seu desempenho. É propósito da diretoria instalar a Comissão de Educação da AES Brasil para orientar os estudantes e os interessados em aprender sobre o áudio as melhores opções de educação profissional na área, além de colaborar com as instituições de ensino na elaboração de currículos e eventos de aprendizado.
M&M: Que outros projetos a AES tem para o Brasil em 2017?
J.A: Vamos dar prosseguimento ao trabalho na Comissão de Audiovisual da ABNT, fornecendo assim nossa contribuição para a criação de novas normas que deverão reger nosso mercado. E, além dos nossos, devemos também participar de eventos regionais da SET e da Sobrac.