Conheça a 4Hands, um estúdio de design especializado na fabricação de cajones artesanais de alta qualidade.
Fundada em 2015, a 4Hands nasceu do sonho do músico e empresário Otávio Máximo de entregar instrumentos que fossem ao mesmo tempo muito bonitos, práticos e que tivessem alta qualidade sonora para o uso profissional.
Assim, Otávio resolveu focar um único tipo de instrumento: o cajón. “Durante cerca de 11 meses estudamos, desenvolvemos e refinamos o modelo inclinado Golden Colibri, cujo corpo, inspirado nas curvas do violão, introduziu um novo conceito de cajón no mercado brasileiro”, começou dizendo o fundador e CEO da 4Hands Percussions.
Durante os anos de 2016 e 2017, a empresa ficou completamente focada em desenvolver seus produtos. Principalmente em 2017, priorizou o desenvolvimento de cajones que atendessem à necessidade de músicos que buscam a presença marcante das frequências graves no cajón. Assim, sob a orientação do engenheiro de mixagem e masterização Flávio Libório, fizeram diversos laboratórios nos quais experimentaram inúmeros formatos de corpo, uso de diferentes tipos de madeira e várias aberturas da saída de som. Desse fino estudo surgiram dois novos modelos que compõem a linha de cajones retos/quadradinhos: o eletroacústico Camaleon e o eletroacústico Elephant.
Tão logo foram definidas as dimensões, tipos de madeira e acabamento dos novos modelos, passaram a montar a linha de produção e prepararam um estoque inicial para começar a distribuição pelo território nacional em janeiro de 2018.
Ao ritmo do cajón
Os cajones são feitos no Brasil, em uma unidade fabril própria que fica em Belo Horizonte, MG.
Todos os processos de produção são feitos nessa fábrica: desde o corte dos compensados até o envernizamento dos instrumentos finalizados. Atualmente, a capacidade produtiva da empresa é de 450-500 peças ao mês.
Atualmente, a 4Hands tem três modelos de cajones disponíveis:
1 – Cajón Acústico Golden Colibri (na foto com o Otávio): Foi o primeiro cajón desenvolvido. Com seu design inspirado no corpo do violão, o Golden Colibri é um cajón artesanal profissional rico em timbres. Sua sonoridade é o resultado da lapidação das mais nobres matérias-primas do mercado brasileiro: seu corpo é laminado em pau-ferro, as abas laterais são feitas com madeira maciça do ipê-tabaco e seus tampos são em marfim.
Todo Golden Colibri acompanha dois tipos de tampo frontal: um tampo fosco de marfim de 3 mm, que possui um som mais fechado, escuro, ideal para quem busca um grave mais redondo e um agudo mais contido; e um tampo brilhante de marfim de 3 mm, que possui um som mais aberto, cheio de harmônicos agudos e com o grave mais presente. Além disso, o som agudo slap pode ser facilmente explorado nas abas superiores do instrumento e seu tampo traseiro lembra um som de bongozinho de praia.
2 – Cajón Eletroacústico Camaleon: O Camaleon é um cajón eletroacústico muito versátil e com diversos recursos. Com menos decay que o Elephant Cajón, ele apresenta um excelente suporte de grave e pressão sonora, com frequências altas muito bem preenchidas. Ideal para aplicações em pop, MPB ou para uso em apresentações ao vivo e gravações em geral.
3 – Cajón Eletroacústico Elephant: Desenvolvido por meio de um cuidadoso laboratório que visou construir um cajón ideal para o público brasileiro, o Elephant é um cajon eletroacústico robusto, com bastante punch e grave bem presente. Ele também apresenta uma grande definição das frequências altas, o que possibilita um refinamento maior na sua captação. O Elephant é excelente para aplicações em pop, sertanejo, para quem busca uma substituição de bateria ou para quem faz uso do cajón como bumbo em percuteria.
Tanto o Elephant quanto o Camaleon vêm nas opções de acabamento do corpo em muiracatiara ou canela.
A 4Hands pesquisou e desenvolveu especialmente para as linhas Camaleon e Elephant um tampo em madeira nobre de marfim 2,7 mm, que apresenta características de deformidade, timbre e resistência ideais para as suas aplicações.
Essas linhas possuem nas suas laterais e na parte superior detalhes ergonômicos que proporcionam maior conforto para o toque do músico.
Além disso, as duas linhas contam com um sistema espanhol de quatro cordas reguláveis, composto por dois jogos de duas cordas cada. Com sutis ajustes nos parafusos inferiores, é possível tensionar ou soltar as cordas internas, o que permite deixar o instrumento com mais ou menos repique das cordas.
Como são feitos?
O processo de produção dos cajones é cheio de detalhes, mas Otávio falou resumidamente a respeito: “O primeiro passo para termos um produto final de qualidade é a escolha da matéria-prima, iniciando pelos compensados e pelos laminados. Ou seja, encontramos fornecedores de solidez e que apresentam metodologia e controles rígidos na sua cadeia produtiva. Assim, conseguimos assegurar a qualidade na ponta”.
O mesmo vale para as madeiras maciças que compõem as abas do modelo Golden Colibri. As madeiras não podem trincar, conter buracos e devem estar bem secas para que não haja deformidade e empeno no produto finalizado.
A próxima etapa são os diversos tipos de cortes: inicialmente cortam o compensado em pedaços quadrados e retangulares, a seguir fazem cortes inclinados, riscam e passam nas máquinas mais pesadas (como a tupia).
Depois vêm a silkagem do logotipo e do slogan. A seguir realizam encaixes e colagem das partes e aparam as arestas com lixadeiras manuais. Após os acabamentos em lixa, direcionam os produtos à cabine de pintura, onde serão finalizados com aplicação de verniz PU. Então, finalizam com a colocação dos pezinhos de sustentação.
Mas o que é importante ter em conta na fabricação de um cajón? Otávio respondeu: “A missão da 4Hands é ‘oferecer beleza, praticidade e alta qualidade sonora’, portanto, para nós esses são os aspectos a serem observados. Oferecemos beleza por meio da escolha das madeiras, combinação das cores entre elas, design dos produtos e muito refinamento nos acabamentos”.
Otávio continua: “Oferecemos praticidade por meio do sistema de afinação das cordas; pela facilidade em trocar os tampos (menos de 10 minutos) no modelo Golden Colibri; entregando conforto com as entradas ergonômicas dos modelos Camaleon e Elephant; desenvolvendo uma caixa que facilite o transporte de nossos produtos”.
“Oferecemos alta qualidade sonora por meio do desenvolvimento dos tampos com materiais específicos para cada um dos produtos; pelo sistema de afinação das cordas, que além da praticidade, permite ao músico encontrar o tipo de som que mais lhe agrada; entregando cajones que possuem as frequências graves e agudas muito bem definidas e diferenciadas entre si, claras de se ouvir e fáceis de se tocar”, enfatizou.
Mercado particular
O mercado de cajones vem se desenvolvendo muito no Brasil nos últimos anos, e tanto empresas quanto músicos estão voltando seus olhos a ele. “Sinto que a tendência é profissionalizarmos ainda mais o mercado de cajones no Brasil, elevando a qualidade dos produtos e regulando os preços médios de venda, principalmente pela internet. Isso deveria ser feito por meio de acordos transparentes com o retailers, para que não haja uma oscilação muito grande entre os preços nas lojas. Assim, os lojistas podem focar questões mais importantes, como oferecer uma experiência de compra mais agradável ao usuário”, disse Otávio.
Cabe destacar que, recentemente, o músico Luiz Guello gravou com Armandinho do Cavaquinho, utilizando o Golden Colibri, a música “Santa Morena”, de Jacob do Bandolim. “Isso nos elucida como o cajón dialoga com muitos estilos musicais, seja pop, MPB, reggae, sertanejo ou gospel.
O cajón é um produto que ainda vem se popularizando no Brasil. Suas características sonoras e aplicabilidades são muito vastas e de grande aceitação.”
“Da mesma forma que um guitarrista amador almeja a aquisição de uma guitarra de maior qualidade, assim é com o cajón. Os percussionistas vão fazendo upgrades, buscando um cajón de melhor qualidade. Nesse momento, a oportunidade de venda de produtos mais refinados se apresenta”, destacou.