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O novo formato da AES Brasil Expo

Depois do cancelamento no ano passado, o evento foi realizado de 22 a 24 de maio no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, apresentando renovações para os participantes.

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Joel Brito, presidente da AES Brasil, conta sobre a experiência da feira e convenção deste ano e as mudanças que foram feitas para voltar a posicionar o evento como referência para os profissionais de áudio.

Captura de pantalla a lasM&M: Por que decidiram adiar a edição da expo no ano passado?

Joel: Os eventos da AES Brasil são reflexo do próprio mercado que ele representa. Com o agravamento da crise econômica que vem afetando o mercado desde 2016, optamos por não colocar os associados e empresas apoiadoras em uma situação de esforço financeiro e decidimos realizar somente o congresso, sem área de exposição, em novembro de 2017, na UFSC, em Florianópolis.

M&M: Que diferenças apresentou esta edição da AES Expo se comparada com os anos anteriores?

Joel: Para esta edição, o foco principal concentrou-se na programação técnica e na troca de experiências entre os técnicos e engenheiros, que sempre foram o cerne da AES, mesmo internacionalmente. A sociedade nasceu como um fórum para a evolução da tecnologia de áudio e uma forma de profissionais de diferentes verticais do mercado poderem trocar ideias e encontrar soluções fora da caixa para os desafios do seu dia a dia. Claro que as empresas do setor têm um papel fundamental em levar suas tendências e tecnologias para ter contato com este corpo qualificado, para que as pessoas possam conhecer e entender para onde o setor está levando o mercado e as empresas poderem colher um feedback precioso. Esse objetivo também foi trabalhado na parceria com as empresas para as visitas técnicas. A edição 2018 da convenção da AES representou o retorno a este espírito: menos show e mais qualificação de fato.

M&M: Você acha que o novo modelo está dando certo? 

Joel: Imputamos a edição 2018 da convenção como sucesso. Pesquisas de satisfação ainda estão sendo tabuladas, mas as preliminares indicam um alto grau de satisfação. As publicações em redes sociais também têm sido bastante favoráveis. Claro que há um momento de transição ainda acontecendo, mas tanto visitantes como empresas e palestrantes nos procuraram para passar um diagnóstico positivo, e, para nós, esse é o real objetivo: criar um evento que dê ao segmento as oportunidades que estão buscando.

M&M: Quantos expositores e visitantes estiveram no evento?

Joel: É importante destacar que neste novo conceito não classificamos as empresas como expositoras, mas sim como patrocinadoras da convenção. Ao todo foram 15 apoiadoras que puderam trocar suas experiências e demonstrar suas tecnologias a mais de 2.500 visitantes nos três dias de evento.

M&M: Que outros eventos paralelos houve?

Joel: Além da programação de palestras, treinamentos e workshops e o lounge dos patrocinadores, este ano realizamos quatro visitas técnicas e demos. A primeira delas foi a demonstração do novo sistema line array da Electro-Voice, que ocorreu no Bar Brahma. Em termos de visitas técnicas, foi realizada uma incursão até a sede do Facebook no Brasil para entender melhor os desafios do áudio instalado no mundo corporativo, e até o Santuário Mãe de Deus para ver de perto como funciona uma operação Captura de pantalla a lasde grande escala para o segmento religioso, incluindo sonorização para mais de 100 mil pessoas e transmissão ao vivo para TV e internet. Por fim, houve a visita até o Teatro Renault para conhecer os bastidores do espetáculo A Noviça Rebelde, como conteúdo complementar à palestra ministrada por Marcelo Claret, responsável pelo projeto de áudio da peça.

M&M: Como você vê o mercado de áudio brasileiro atualmente?

Joel: É preciso dividir o mercado de áudio em indústria e serviços. A indústria sofreu muito no biênio 2016-2017 devido, principalmente, à depressão econômica e à flutuação cambial. Essas empresas de áudio sobrevivem da comercialização de produtos importados, ou fabricados no Brasil com componentes importados, e que são bens duráveis, cuja atualização tecnológica por parte dos clientes acontece para expansão ou vantagem econômica, mais do que por obsolescência. Logo, houve uma grande queda no faturamento da indústria que só agora, em 2018, parece que começa a se recuperar por conta de uma demanda represada, visto que ainda falta estabilidade econômica e cambial ao País.

Já o setor de serviços não sofreu com demanda reduzida, pois a quantidade de eventos, shows e espetáculos continuou praticamente a mesma. Mas houve uma queda no valor cobrado pelos serviços, o que ocasionou retração e menos poder de investimento. Para 2018, ainda há tensão e incertezas, mas o ritmo de novas aquisições parece estar começando a aumentar, apostando em um crescimento da demanda no futuro próximo.

M&M: O que você acha do aparecimento de tantos eventos regionais que estão sendo realizados? Isso é bom para o mercado e as empresas participantes?

Joel: O Brasil é geográfica e demograficamente grande suficiente para que eventos regionais tenham um papel relevante. A AES Brasil mesmo organiza Encontros Regionais desde 2003, já tendo realizado mais de 20 e participado de diversos de terceiros. Sendo uma entidade que representa todos os segmentos de áudio, a AES Brasil vê sempre de forma positiva movimentos de mercado que buscam esforços educacionais, de capacitação ou mesmo networking. Da mesma forma, há, sim, uma preocupação com relação ao surgimento de eventos meramente comerciais quando estes se disfarçam de esforços educacionais. Há uma preocupação também quanto à proliferação de encontros que acontecem à revelia de uma qualidade real no conteúdo que se pressupõe, pois acabam trazendo desinformação aos profissionais. A AES apoia todos os esforços para o crescimento do mercado, desde que realizados de maneira ética e profissional.

M&M: Que outras mudanças ou novidades podemos esperar para a AES Expo no futuro?

Joel: Estamos no momento de aproximar a AES Brasil dos profissionais de áudio para além da academia. Queremos ser vistos como uma entidade unificadora do mercado, à qual técnicos, engenheiros e produtores possam recorrer para capacitação e representação, e com a qual as empresas do setor possam contar para ajudar a desenvolver o mercado. Devemos anunciar várias novidades nesses termos ainda este ano.

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