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Mitos e verdades sobre amplificadores valvulados – Parte 2

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Watts, decibéis, volume, timbre, atenuação e saturação de power serão os temas desta segunda parte. Vamos lá!

Hoje falaremos um pouco sobre watts, decibéis, volume e o quanto essas variáveis influem na qualidade do timbre. Enquanto algumas questões abordadas aqui se aplicam mais aos valvulados, outras delas são mais amplas e se aplicam aos transistorizados também, inclusive qualquer sistema de áudio em geral.

Watt é uma grandeza física muito usada para dar a idéia de quanto um amplificador pode falar alto. Mas ao mesmo tempo é uma grandeza ingrata  porque não informa de maneira absoluta mas sim relativa… Complicado? Nem tanto! Watt é potência elétrica, não é potência sonora. O chuveiro elétrico gera watts, a lâmpada gera watts, até a potência de um carro ou de um avião pode ser expressa em watts, isso é energia mas apesar de nos dar uma idéia de volume sonoro ainda falta informação para nós guitarristas.

Impossível não falar sobre esse tema e não citar um mínimo de conceitos de matemática e física.Você escolheu ser guitarrista exatamente pra poder fugir das ciências exatas, amigo? Pois então se prepare: não existe fuga, existe conhecimento e quanto mais abrangente melhor. Não se restrinja!

Acontece que nossos ouvidos ouvem decibéis, não ouvem watts. O decibel é a grandeza que expressa volume sonoro. A tecnologia sempre caminha transformando a menor quantidade de watts na maior quantidade de decibéis possível. Isso requer otimização, aumentar o rendimento das partes envolvidas, um falante de maior sensibilidade, um circuito com menos perdas e principalmente entender que o sinal da guitarra é complexo, ele tem inúmeros harmônicos que compõem o seu espectro de freqüências e determinam a sua energia. O sinal com maior energia vai gerar mais decibéis na mesma potência e vai soar mais alto para nossos ouvidos, amplificadores mais modernos rendem mais decibéis com os “mesmos watts” de outrora.

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E por falar em ouvidos, o fechamento do elo, a parte mais importante de tudo, com sua curva logarítmica de resposta (olha a matemática aí de novo!) que complica um pouco o entendimento, eles são os responsáveis por fazer um amplificador de 5W soar apenas com metade da sensação sonora de um amplificador de 50W nas mesmas condições… nossos ouvidos que apresentam baixa sensibilidade a baixas freqüências em baixos volumes também explicam o porquê da existência da função Loudness nos sistemas de som e porquê a guitarra fica magra, xoxa num baixo volume, perde o peso dos graves, fica sem graça, pedindo para aumentar o volume. Não culpe o seu amplificador por isso, e muito menos pelo fato dele ser valvulado, esse efeito é comum a qualquer sistema sonoro. Já tentou ouvir ACDC em volume baixo? Onde está o peso da bateria? E o baixo onde está? Sumiram! Aumente o volume e sinta a enorme diferença, agora os ouvidos percebem as freqüências baixas que antes eles tinham muito mais dificuldade de perceber mas que estavam lá com certeza!

A saturação

D-One

E muitos guitarristas vão perguntar: Mas e a saturação? Ela não fica sempre melhor num volume mais alto? E a famosa saturação de Power, santo graal da amplificação valvulada?

Posso dizer por mim mesmo e por milhares de guitarristas com os quais já convivi. Não existe nesse mundo guitarrista que por opção ou por gosto próprios passe a tocar em volume baixo. Ponto. Tocar alto é muito legal, muito mais legal do que se imagina ,ainda mais quando existe aquela pitada de preocupação e a emoção de ser despejado do prédio a qualquer momento ou de que os vizinhos chamem a polícia… sentir as notas com mais clareza num volume alto é uma das melhores sensações que a guitarra pode fornecer. Não adianta culpar o amplificador dizendo que ele só fica legal alto, que precisa saturar o Power porque só a saturação do Power e etc. etc. etc. Novamente é o nosso ouvido quem manda nesse assunto, o amplificador transistor não vai render igual no volume baixo também e o cd do ACDC a mesma coisa, os graves desaparecem a baixos volumes.

Um equívoco muito comum é achar que um atenuador de potência pode resolver a questão do timbre magro em volume baixo. Isso é um engano. O atenuador pode mudar a forma da saturação incluindo a que vem das válvulas de saída, do Power, mas de forma alguma o som que era magro antes deixará de ser. Os falantes vão continuar emitindo o mesmo timbre no volume baixo da mesma forma. Se era magro antes do atenuador, será magro da mesma forma depois. Isso sem contar o desgaste causado ao valvulado a médio e longo prazo mas isso é assunto para outra matéria.

Saturação de Power é praticamente um caso à parte. Muito difícil de ser distinguida mas com certeza ela existe, porém nunca aparece sozinha. A saturação no valvulado acontece em cascata. O circuito de pré precisa estar com volume alto para gerar sinal suficiente, trazendo uma boa dose de distorção na maioria dos aparelhos, para a partir daí saturar as etapas seguintes até chegar nas válvulas de potência, o que ocorre em maior ou menor grau de acordo com o projeto do amplificador. Saturar o Power é apenas uma condição mas nunca a única necessária pra fazer o valvulado render o máximo do seu timbre. Isso é muito simples de se provar na prática com um valvulado limpo estilo modelos de 50W da década de 50  tocados em baixo e alto volume. O peso do som não depende da distorção estar presente ou não porque o Power satura muito menos no amplificador limpo e o comportamento em volume baixo e som xoxo acontece também.

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Esse texto de forma alguma tem a intenção de encerrar este assunto, pelo contrário, ele mostra uma síntese do que ocorre na prática e eu me mostro sempre aberto a opiniões complementares e discordantes de quem quer que seja. O importante é trazermos as questões para serem discutidas e não tratar qualquer tipo de abrangência de determinado assunto como verdade absoluta .

No próximo texto vamos falar de polarização de válvulas (bias), qual  a importância e quais resultados podem ser obtidos. Até a próxima!

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Marshall reinventa o som clássico com novos amplificadores e pedais

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Uma evolução ousada dos modelos mais icônicos da Marshall em três lançamentos recentes.

A Marshall revelou sua mais recente inovação em amplificadores e pedais, combinando o legado de seu som clássico com recursos modernos. Os novos pedais das séries Modified, Studio 900 e Overdrive marcam uma evolução na engenharia de timbre, adaptando-se às necessidades dos músicos contemporâneos.

Série Modified: Clássico reinventado

A série Modified reinventa dois amplificadores lendários com uma abordagem moderna. O Modified de 1959 homenageia o icônico “Plexi”, mantendo seu tom cru e clássico, mas com versatilidade adicional. O JCM800 Modified, por sua vez, reforça seu som característico de rock e metal com modificações inspiradas na rica cultura de amplificadores modificados da Marshall.

Studio 900: O retorno do JCM900

O Studio 900 revive a essência do JCM900 dos anos 90 em um formato compacto, ideal para uso em estúdio e em casa. Oferece a potência e a precisão características da Marshall, proporcionando um timbre autêntico mesmo em volumes mais baixos.

Pedais da série Overdrive: timbre icônico em um pedal

A nova série de pedais Overdrive condensa a essência dos amplificadores Marshall em um formato compacto. Inspirados na história da marca, esses pedais oferecem o timbre Marshall em sua versão mais portátil, ideal para quem busca versatilidade sem abrir mão da qualidade.

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Aguilar comemora 30 anos com coleção especial

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Em seu 30º aniversário, a Aguilar presta homenagem a três décadas de excelência em design e som com o lançamento da exclusiva coleção 30th Anniversary.

Esta coleção limitada da Aguilar inclui os amplificadores AG 500 e TH 500, juntamente com o gabinete SL 112, combinando design com tema de pérola e desempenho atemporal que reflete o legado da marca em amplificação de graves.
Os modelos de aniversário apresentam acabamentos dourados e perolados e um logotipo comemorativo, enquanto a caixa do SL 112 se distingue por tolex perolado, cantos dourados e uma placa comemorativa especial. Além da estética marcante, esses produtos oferecem o som característico que faz da Aguilar referência mundial em baixistas há três décadas.
O gerente da marca Aguilar, Jordan Cortese, disse que a coleção representa tanto sua história quanto sua visão para o futuro: “Queríamos criar algo verdadeiramente memorável para nossos fãs, uma homenagem ao nosso legado e à evolução da amplificação de graves.”

Mais um lançamento: o pedal DB316

Além da coleção comemorativa, a Aguilar expande sua linha de produtos com o lançamento do pedal DB316 Mid EQ, um pedal compacto projetado para ajustar e realçar com precisão os tons médios. Inspirado na série Tone Hammer, este pedal é ideal tanto para baixos passivos quanto para aqueles com pré-amplificadores de banda dupla, permitindo que os músicos personalizem seu som de forma rápida e eficiente.
O DB316 vem com um micro design que se encaixa perfeitamente em qualquer pedalboard, seja como um equalizador permanente ou como uma opção para alternar rapidamente perfis tonais. De acordo com Cortese, o pedal foi projetado com flexibilidade e simplicidade em mente: “Queríamos dar aos baixistas um controle preciso dos médios sem ocupar muito espaço em seus equipamentos”.



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Descubra 5 lançamentos de Ashdown para 2025

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A Ashdown Engineering inicia 2025 com uma série de lançamentos projetados para atender às necessidades de músicos profissionais e amadores.

De amplificadores compactos a acessórios com design exclusivo, aqui estão os cinco lançamentos de destaque da Ashdown para o início do ano.

1-SO-1200 com Shavo Odadjian

O SO-1200, um cabeçote de baixo de 1200 watts, é o resultado de uma colaboração entre Ashdown e o baixista do System of a Down, Shavo Odadjian. Projetado e construído manualmente no Reino Unido, este amplificador proporciona clareza e resposta de graves nítida. Sua potência o torna ideal tanto para grandes palcos quanto para gravações em estúdio, e seu design reflete o estilo ousado de Odadjian.

2-Studio-4: Som compacto para o músico em movimento

O Studio-4 é um amplificador combinado de baixo alimentado por bateria de 3 W equipado com um alto-falante de 4 polegadas. Este modelo portátil foi projetado para fornecer tons ricos e ressonantes em qualquer lugar, seja para sessões de prática em casa ou improvisações ao ar livre. Seu tamanho compacto e qualidade de som fazem dele uma ferramenta essencial para músicos em movimento.

3-Micro-Killer: O pequeno amplificador para guitarristas

Projetado para guitarristas que buscam portabilidade sem comprometer o timbre, o Micro-Killer combina um alto-falante de 3 polegadas com um equalizador personalizável. Ideal para ensaios, apresentações de rua ou apresentações intimistas, este amplificador alimentado por bateria se destaca pela versatilidade e robustez. Dan Gooday, diretor administrativo da Ashdown, descreve isso como o resultado de mais de 25 anos de experiência, reunidos em um formato compacto, mas poderoso.

4-Geladeiras Ashdown: Estilo e funcionalidade para seu espaço

Os refrigeradores Ashdown trazem o design icônico dos amplificadores ABM e Tweed para o mundo dos eletrodomésticos. Essas geladeiras não apenas mantêm suas bebidas geladas, mas também acrescentam um toque de estilo único à sua casa, estúdio ou ônibus de turismo. Disponíveis nos acabamentos ABM e Tweed, eles combinam estética clássica com funcionalidade moderna, tornando-se um tema de conversa para qualquer espaço.

5-RB-800: Potência e flexibilidade para baixistas modernos

Benson

Criado em colaboração com Rex Brown do Pantera, o RB-800 é um cabeçote de baixo de 800 watts que oferece versatilidade tonal e design robusto. Com recursos como o Sub Harmonic Generator, um simulador de gabinete analógico e controle de compressão, este amplificador é ideal tanto para palcos modernos quanto para estúdios de gravação. Seu foco nas necessidades dos baixistas de hoje o torna uma boa ferramenta para profissionais.

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