Apesar da pandemia pela COVID-19, a Martin Audio pretende transformar 2021 em um ano de comemoração devido ao seu 50º aniversário.
A Martin Audio, fundada pelo australiano Dave Martin em Covent Garden, Londres em 1971, tem prosperado consistentemente, apesar das reviravoltas das últimas cinco décadas.
A história da empresa é um triunfo para a manufatura, inovação e sustentabilidade britânicas com um histórico de desenvolvimento de engenharia que remonta aos fundamentos da indústria de touring.
Dom Harter, diretor executivo, comentou: “Embora estejamos cientes de que as restrições pela Covid permanecem em vigor, este é um marco que deve ser celebrado com estilo”.
Para não deixar passar em branco, a Martin Audio produziu um novo livro, que detalha sua história e está repleto de fotografias atraentes. Ele está disponível online e será impresso a partir de fevereiro. Um vídeo de celebração também está disponível online.
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2021 também deve ser um ano prolífico para a empresa, com muitos desenvolvimentos de produtos e software em andamento para continuar seu legado. Dom Harter acrescentou: “Houve muitos momentos destacados na fabricação da Martin Audio e queremos manter esse ímpeto. Esperamos sinceramente que não demore muito para comemorar tudo isso pessoalmente com nossos parceiros, clientes e amigos em todo o mundo.”
Sujeito a restrições, os planos provisórios serão hospedar uma grande festa em setembro para coincidir com a série “Open Days” da empresa para a qual todos os parceiros internacionais serão convidados.
Tecnologia, materiais e funções que estão transformando o equipamento do músico.
O mercado de acessórios musicais passa por um momento de transformação. Sem depender do lançamento de instrumentos “estrela”, a inovação se concentra em materiais avançados, sensores, conectividade, ergonomia e sustentabilidade. A seguir, apresentamos uma seleção curada de acessórios que representam essas tendências.
1) Cabos inteligentes com monitoramento de sinal
O que oferecem: sensores que detectam ruído, queda de sinal e problemas de impedância. Por que importa: reduz falhas ao vivo e facilita diagnósticos rápidos, essenciais em palcos profissionais e estúdios móveis.
2) Afinadores inteligentes com app e análise de vibração
O que oferecem: precisão superior, leitura por vibração, presets para diferentes instrumentos e funções de treinamento auditivo. Tendência: acessórios conectados que ensinam e acompanham a prática diária.
3) Correias premium com materiais sustentáveis e alívio de tensão
O que oferecem: couros veganos, fibras recicladas, gel ergonômico para o ombro e sistema anti-torção. Motivo da tendência: estética + consciência ambiental + ergonomia para sessões longas.
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4) Cases e gigbags ultraleves com materiais técnicos
O que oferecem: fibras compostas, espuma aeroespacial, resistência à umidade e impactos, peso reduzido. Segmento em alta: músicos viajantes, criadores móveis e turnês independentes.
5) Pedais e controladores miniaturizados
O que oferecem: footprint reduzido, alimentação USB-C, bypass silencioso, chips mais eficientes. Por que crescem: setups compactos, home studio e turnês com bagagem reduzida.
6) Peles e baquetas híbridas para bateristas
O que oferecem: madeiras tratadas, polímeros recicláveis, sensores opcionais para medir desgaste e técnica. Motivo: crescimento do estudo silencioso e da gravação caseira; foco em durabilidade.
7) Suportes dobráveis e hardware modular
O que oferecem: alumínio aeronáutico, mecanismos magnéticos ou de travamento rápido, estabilidade com peso mínimo. Contexto: o músico profissional valoriza agilidade, transporte e confiabilidade.
8) Protetores acústicos e controle de reverberação “portátil”
O que oferecem: painéis flexíveis, espumas de nova geração, tecidos reciclados, designs decorativos. Tendência: mais gravação caseira exige controle sonoro acessível e estético.
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9) Monitores in-ear personalizados com impressão 3D
O que oferecem: ergonomia exata, isolamento, drivers híbridos mais compactos. Mudança de paradigma: do “in-ear premium para turnês” ao “in-ear para criadores”.
10) Ferramentas de manutenção digitalizada
O que oferecem: lubrificantes ecológicos, limpadores antimicrobianos, apps que orientam a calibragem, kits compactos para viagem. Razão: maior investimento em cuidado e longevidade do instrumento.
O que essas tendências significam para o mercado
O acessório musical é um componente estratégico do ecossistema criativo. Tecnologia, design e sustentabilidade se tornam vantagens competitivas reais.
Para fabricantes e lojas, apostar nesses desenvolvimentos significa falar a língua do novo músico: móvel, informado e exigente. E você, como está preparando o seu negócio?
A Martin Guitar apresentou o Project 91, uma coleção histórica que recria fielmente as 91 guitarras D-45 originais fabricadas entre 1933 e 1942, consideradas alguns dos modelos acústicos mais valiosos e emblemáticos já construídos.
Cada instrumento da nova série está diretamente vinculado, por número de série, a uma daquelas peças pre-war, estabelecendo uma conexão tangível com a era dourada da companhia.
A linha da Martin utiliza fundo e laterais em jacarandá brasileiro e replica detalhes essenciais, como perfis de braço vintage, sistemas de escoras forward ou rear-shifted e ornamentação completa no estilo 45.
Os primeiros quatro modelos já foram finalizados:
D-45 1933 Project 91-1: corpo de 12 trastes, headstock ranhurado com filetes em madrepérola, torch inlay e escoras em X esculpidas.
D-45 1934 Project 91-2: corpo de 12 trastes, headstock sólido com filetes em madrepérola e estética clássica C.F. Martin.
D-45S 1936 Project 91-3: corpo largo de 14 trastes, inlays estilo snowflake e escoras avançadas (forward-shifted).
D-45S 1936 Project 91-4: especificações equivalentes, também com design special wide body.
Cada guitarra inclui um certificado de autenticidade e um pôster com a imagem do instrumento original, disponível mediante registro.
Uma homenagem quase um século depois
Entre 1933 e 1942 foram construídas apenas 91 unidades da D-45 original. “Estamos nos aproximando dos 100 anos desde a primeira D-45”, afirma Jason Ahner, responsável pelo museu e arquivos. “O Project 91 busca recriar, com a maior fidelidade possível, como eram construídas nos anos 30 e início dos 40.”
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Chris Martin IV, chairman da empresa, destaca a relevância da iniciativa: “A 45 sempre representou o melhor do nosso trabalho. Recuperar aquelas 91 guitarras em um momento que considero outra era dourada para a Martin é algo emocionante.”
Detalhes que definem uma época
Algumas unidades do projeto incluirão particularidades históricas, como pestanas mais finas, tampas sombreadas, modelos para canhotos ou configurações incomuns de pickguards. Para Dick Boak, ex-diretor do museu e arquivos, a D-45 segue sendo uma obra-prima de detalhamento: “A quantidade de trabalho nas incrustações do corpo, braço e headstock as coloca em outra categoria.”
Os quatro primeiros modelos do Project 91 já estão disponíveis em distribuidores selecionados. Os demais serão construídos e lançados de forma sequencial nos próximos anos, replicando o som, a sensação e a estética de suas contrapartes históricas.
A música sempre fez parte da vida de Val Santos. Mas foi em um momento inesperado — e profundamente humano — que sua trajetória artística encontrou o caminho da musicoterapia.
Convidado para um simples show de voz e violão, Val chegou ao local e descobriu que o público era formado por pessoas neurodivergentes de um Núcleo Terapêutico. Em vez de apenas cantar, pediu um microfone, se aproximou e começou a fazer música com eles. Foi o início de uma experiência coletiva que mudaria sua carreira. “Aí nasceu a Vivência Musical”, lembra. “Eu percebi como a música conecta, inclui e liberta. E quis entender isso profundamente.”
Hoje, Val une técnica, sensibilidade e propósito para transformar vidas por meio da musicoterapia — da infância à terceira idade.
A infância como terreno fértil para a música
A musicoterapia tem um impacto profundo no desenvolvimento infantil, especialmente no campo cognitivo e emocional. Val explica que, para as crianças, a música é mais do que entretenimento: é um espaço seguro para sentir, experimentar e se expressar. “Ela ajuda na autorregulação emocional, reduz ansiedade e fortalece a autoestima. Quando a criança percebe que participa ativamente, que consegue acompanhar um ritmo ou inventar uma melodia, ela se sente capaz.”
Do ponto de vista cognitivo, os benefícios são igualmente impressionantes: concentração, memória, organização de pensamento e raciocínio sequencial.
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Ele cita o grupo de atendimento do projeto Vivência Musical — a Mari, o Dudu e o David — que apresentam uma memória musical extraordinária. “Eu toco a melodia e eles identificam a música. Isso estimula intensamente o cérebro”, destaca.
No ambiente escolar, a música também se torna ferramenta de inclusão. Fazer música em grupo — seja com instrumentos, voz ou até percussão corporal — convida ao respeito, à escuta e ao trabalho coletivo. A diversidade se transforma em harmonia.
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A terceira idade e o reencontro com a própria história
Entre idosos, principalmente aqueles com Alzheimer ou outras demências, a música ganha o papel de “cápsula do tempo”. “Ela acessa memórias que outras terapias não alcançam”, afirma Val. Uma canção pode resgatar lembranças afetivas, despertar emoções profundas e até retardar o declínio cognitivo.
A musicoterapia também reduz ansiedade, agitação e isolamento — problemas comuns em quadros de demência. No grupo, o ato de cantar ou tocar gera acolhimento e reconexão.
O repertório ideal é aquele que respeita a história sonora do paciente, conceito que os musicoterapeutas chamam de ISO — Identidade Sonora.
Para muitos idosos brasileiros, músicas das décadas de 1940 a 1960, serestas, boleros e sambas da velha guarda são portais para momentos felizes. Francisco Alves, Lupicínio Rodrigues, Orlando Silva e Pixinguinha são presenças constantes nas sessões.
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Musicoterapia como ferramenta de inclusão
Seja em escolas, instituições ou comunidades, a musicoterapia ajuda a construir pontes. Para pessoas com deficiência, a música estimula comunicação, expressão, criatividade e socialização — mesmo quando a linguagem verbal não está disponível.
Para quem tem deficiências físicas ou neurológicas, a música também atua como recurso motor e cognitivo, apoiando a reabilitação.
Mas trabalhar com grupos tão diversos é desafiador. Val destaca diferenças etárias, barreiras de comunicação, conflitos, gostos musicais distintos e necessidades individuais muito específicas. Ainda assim, a música abre caminhos: “É ela que vence o preconceito, que aproxima, que traduz emoções que não cabem em palavras.”
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Os desafios da musicoterapia no Brasil
Apesar de ser uma prática integrativa reconhecida pelo Ministério da Saúde, a musicoterapia ainda luta por maior compreensão e visibilidade.
Entre os obstáculos apontados por Val estão:
Falta de reconhecimento público: Ainda há confusão entre musicoterapeuta, professor de música e músicos que atuam em espaços de saúde. A sociedade nem sempre entende que a musicoterapia tem bases científicas e não é apenas recreação.
Questões com planos de saúde: Mesmo com avanços da ANS, há negativas de cobertura — especialmente em tratamentos para pessoas autistas. A burocracia e o custo privado das sessões também dificultam o acesso.
Inserção limitada no SUS: Ainda que esteja prevista na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, a presença da musicoterapia no sistema público é pequena e desigual.
Uma mensagem de esperança
Para Val Santos, a musicoterapia é muito mais que uma técnica: é um encontro humano. Sua mensagem final é clara e comovente: “Não desistam do tratamento. Investir em musicoterapia é investir no ser humano, em seu desenvolvimento e em seu bem-estar emocional. A música acolhe a todos, sem distinção. Ela não conhece preconceitos — ela convida à conexão e ao autoconhecimento.”
Em um mundo cheio de ruídos, a musicoterapia se torna esse espaço possível: onde cada som encontra significado, e cada pessoa encontra um lugar para ser ouvida.