Músico
Entrevista com Saulo Xakol, da Noturnall
Publicado
5 anos agoon
Membro da banda de metal progressivo Noturnall, o baixista Saulo “Xakol” Castilho conta sobre sua experiência e o trabalho do grupo musical nesta entrevista.
A Noturnall é uma banda brasileira de metal progressivo fundada em 2014. A formação atual conta com vocalista Thiago Bianchi (ex-Shaman), o guitarrista americano Mike Orlando (Adrenaline Mob), o baixista Saulo “Xakol” Castilho e Henrique Puccy na bateria.
Apesar de relativamente jovem, o conjunto já conta com três álbuns de estúdio e dois DVDs ao vivo na bagagem, realizou turnês internacionais, dividiu o palco com grandes nomes do metal como Mike Portnoy (Dream Theater, Flying Colors, Winery Dogs), Michael Kiske (Helloween), Russell Allen (Symphony X) e James LaBrie (Dream Theater) e tocou no prestigiado festival Rock In Rio (2015).
Além da competência técnica dos músicos, as performances intensas e o profissionalismo são importantes diferenciais que destacam a banda.
Para conhecer melhor o universo que cerca o grupo, conversamos com o baixista Saulo “Xakol” Castilho, que falou sobre a receptividade do público com relação ao trabalho do grupo, a experiência de gravar um DVD ao vivo na Rússia, contou como foi dividir o palco com Mike Portnoy, deu alguns detalhes sobre o vindouro álbum (“Cosmic Redemption”) que está em fase de produção e outros assuntos interessantes.
Apesar de contar com músicos experientes, a Noturnall é uma banda relativamente nova. A receptividade do público com relação ao trabalho da banda tem sido boa?

Com tudo isso, um fator determinante à boa receptividade do público ainda é o fato da Noturnall ter encontrado seu próprio estilo, seu próprio som, sua própria maneira de inovar, não só musicalmente, mas também na forma de pensar, apresentar o produto e proporcionar entretenimento, fazendo com que cada vez mais nosso público se converta em fãs engajados e fiéis.
Qual foi a sensação de excursionar ao lado do lendário baterista Mike Portnoy. Como vocês se conheceram?
A conexão inicial da Noturnall com o Mike Portnoy é o fato que o nosso guitarrista, o americano Mike Orlando, já havia tocado com Portnoy na banda Adrenaline Mob, cuja formação inicial era completada pelo vocalista Russell Allen (Symphony X) e pelo baixista John Moyer, da banda Disturbed, sendo esse último outra conexão essencial que nos possibilitou excursionar com o Disturbed pela Rússia e gravar nosso DVD lá.
É difícil descrever essa sensação, pois Mike Portnoy é um ídolo de todos nós, que já ouvimos e tocamos muito Dream Theater ao longo de nossas carreiras. Definitivamente é um cara que revolucionou e se tornou referência mundial no instrumento. A Noturnall já havia tido participações de grandes ícones do Heavy Metal mundial, como Michael Kiske, Russell Allen e James LaBrie, do próprio Dream Theater, mas com minha entrada recente na banda, para mim isso ainda era uma grande novidade.
Um fato pessoal interessante é que em 2013 eu viajei para São Paulo assistir um show do Adrenaline Mob e, naquela época, eu nunca acreditaria se me contassem que anos mais tarde eu estaria no palco junto com Mike Orlando e Mike Portnoy tocando aquelas mesmas músicas que incluímos no repertório da turnê da Noturnall.
O momento mais difícil para mim foi o primeiro ensaio, pois havia aquela sensação de estar sendo constantemente monitorado e avaliado por um dos maiores músicos do mundo, mas logo o clima foi ficando cada vez mais descontraído. Portnoy mostrou-se um grande ser humano, um grande amigo, alguém que faz o que faz por amor e que, depois de tantos anos de carreira, ainda se diverte tocando e excursionando.
Salvo engano, a Noturnall foi a primeira banda brasileira a gravar um DVD na Rússia (“Made In Russia”). Como foi a experiência de tocar e gravar por lá?
Foi uma experiência sensacional. Em alguns aspectos a Rússia parece outro mundo, enquanto em outros ela é muito semelhante ao Brasil. Nossos povos têm uma conexão grande, os russos nos acolheram muito bem e foram muito calorosos conosco, o que gerou uma atmosfera elétrica nos shows, que tiveram públicos superiores a dez mil pessoas cada. O público agitou muito e cantou junto nossas músicas.
Fora dos palcos enfrentamos muitos desafios. Um deles foi o idioma, pois era muito difícil encontrar alguém que falasse inglês por lá. Na questão logística também tivemos complicações, pois o segundo show da turnê foi na cidade de Ecaterimburgo, que fica na parte asiática da Rússia, a mais de dois mil quilômetros de São Petersburgo (sim, nossa turnê pela Rússia passou por dois continentes). Não havia como fazer esse trajeto por terra em tempo hábil, portanto dependíamos de um voo doméstico cheio de restrições e nesse voo alguns de nossos equipamentos acabaram sendo danificados. E, finalmente, ainda tivemos essa ideia de gravar um DVD por lá, mesmo enfrentando todas as adversidades, o que não foi fácil. Contamos com a ajuda de vários amigos e voluntários, fizemos na cara e na coragem mesmo, com soluções criativas, do “jeitinho brasileiro” no bom sentido da expressão. Ficamos muito satisfeitos com o resultado, conseguimos mostrar que para se ter um DVD de qualidade e padrão internacional não é necessário um investimento milionário.
Li que vocês estão preparando um novo álbum de estúdio. Em que pé está o processo? Você poderia nos contar um pouco sobre ele?
Sim, estamos no meio do processo de composição e gravação do próximo álbum da banda que se chamará “Cosmic Redemption”, cuja faixa título já pode ser conferida em sua versão ao vivo, pois faz parte do DVD “Made in Russia”. Outra música que já foi lançada em formato de single é a “Scream! For!! Me!!!”, que conta com a participação do Mike Portnoy e um videoclipe do qual também temos muito orgulho, com uma história bem interessante e uma cena real de capotamento. Quanto ao resto do álbum, estamos trabalhando em muitas ideias. Já chegamos a iniciar a composição de mais de 20 músicas, além de estarmos trabalhando em versões covers de músicas internacionais e até nacionais. Porém ainda não estamos satisfeitos. Estamos constantemente buscando criar novas ideias, aprimorar ideias antigas e selecionar apenas o que de absolutamente melhor surgir, para chegarmos a um produto final impecável. Além disso, posso adiantar que teremos participações muito especiais e surpreendentes.
A cena brasileira de heavy metal sempre revelou ótimas bandas ao longo dos anos. O que falta para conseguirmos ter um mercado nacional de metal mais consolidado?

Muita gente fala que o rock e a indústria tradicional da música estão morrendo. O rock talvez não esteja tão popular como já foi em outras épocas, mas ainda há muita gente que mantém sua chama acesa, e esses o fazem de maneira fervorosa. É um mercado de nicho cada vez mais específico. O Brasil já tem esse estigma de ser rotulado como o país do samba e do carnaval, onde o metal é marginalizado pelas grandes mídias. Mesmo assim, dezenas de bandas surgem todos os dias. A impressão que tenho é de que uma parcela muito significativa de quem consome o estilo também faz parte de uma banda, tentando vender seu próprio peixe. Isso gera uma oferta muito grande para uma demanda relativamente baixa.
As vendas de CDs estão cada vez mais restritas a colecionadores, já está até ficando difícil encontrar aparelhos para reproduzi-los, os serviços de streaming, que são o novo modelo comercial, remuneram muito mal os artistas, restando os shows ao vivo como principal fonte de renda, a qual foi extremamente afetada pela pandemia. Além disso, as novas gerações possuem uma tendência – também acelerada pela pandemia – de permanecerem cada vez mais em casa, comprando tudo online, trabalhando à distância, assistindo tudo pela internet. Muita gente prefere assistir a transmissão de alguém jogando um jogo do que propriamente jogá-lo. Da mesma maneira, muita gente prefere assistir bandas tocando pelo YouTube do que ir pessoalmente ao show.
Nesse cenário, apenas talento não basta. É preciso desenvolver e aprimorar cada vez mais estratégias criativas para conseguir se destacar na multidão e se manter vivo no mercado e também fazê-lo crescer tornando-o atrativo para um público maior.
Quais são os planos da banda para o futuro? Podemos esperar novidades para 2021?
Saulo “Xakol” Castilho: Em 2020 estávamos no meio de uma turnê pela Europa, que continuaria pela América do Sul, junto com a banda Sons of Apollo, mas que foi interrompida logo em seu início devido à pandemia. Ainda não sabemos se o mundo ou a indústria de shows e entretenimento voltará ao normal já em 2021, mas assim que isso ocorrer, pretendemos retomar essa turnê europeia, além de já termos programadas várias outras turnês, junto com outros grandes nomes, mas que por questões contratuais ainda não posso revelar. Além, é claro, do já mencionado novo álbum de estúdio.
Maiores informações sobre a Noturnall no site, Loja Oficial, Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e Spotify.
*Autor: Álvaro Silva, apaixonado por música, guitarra e luteria. Criador e editor do blog Guitarras Made In BraSil e do site Rotasongs. Contato: rotasongs@gmail.com.
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Instrumentos Musicais
A música que acolhe: O poder transformador da musicoterapia
Publicado
5 dias agoon
19/12/2025
A música sempre fez parte da vida de Val Santos. Mas foi em um momento inesperado — e profundamente humano — que sua trajetória artística encontrou o caminho da musicoterapia.
Convidado para um simples show de voz e violão, Val chegou ao local e descobriu que o público era formado por pessoas neurodivergentes de um Núcleo Terapêutico. Em vez de apenas cantar, pediu um microfone, se aproximou e começou a fazer música com eles.
Foi o início de uma experiência coletiva que mudaria sua carreira. “Aí nasceu a Vivência Musical”, lembra. “Eu percebi como a música conecta, inclui e liberta. E quis entender isso profundamente.”
Hoje, Val une técnica, sensibilidade e propósito para transformar vidas por meio da musicoterapia — da infância à terceira idade.
A infância como terreno fértil para a música
A musicoterapia tem um impacto profundo no desenvolvimento infantil, especialmente no campo cognitivo e emocional. Val explica que, para as crianças, a música é mais do que entretenimento: é um espaço seguro para sentir, experimentar e se expressar. “Ela ajuda na autorregulação emocional, reduz ansiedade e fortalece a autoestima. Quando a criança percebe que participa ativamente, que consegue acompanhar um ritmo ou inventar uma melodia, ela se sente capaz.”
Do ponto de vista cognitivo, os benefícios são igualmente impressionantes: concentração, memória, organização de pensamento e raciocínio sequencial.
Ele cita o grupo de atendimento do projeto Vivência Musical — a Mari, o Dudu e o David — que apresentam uma memória musical extraordinária. “Eu toco a melodia e eles identificam a música. Isso estimula intensamente o cérebro”, destaca.
No ambiente escolar, a música também se torna ferramenta de inclusão. Fazer música em grupo — seja com instrumentos, voz ou até percussão corporal — convida ao respeito, à escuta e ao trabalho coletivo. A diversidade se transforma em harmonia.
A terceira idade e o reencontro com a própria história
Entre idosos, principalmente aqueles com Alzheimer ou outras demências, a música ganha o papel de “cápsula do tempo”. “Ela acessa memórias que outras terapias não alcançam”, afirma Val. Uma canção pode resgatar lembranças afetivas, despertar emoções profundas e até retardar o declínio cognitivo.
A musicoterapia também reduz ansiedade, agitação e isolamento — problemas comuns em quadros de demência. No grupo, o ato de cantar ou tocar gera acolhimento e reconexão.
O repertório ideal é aquele que respeita a história sonora do paciente, conceito que os musicoterapeutas chamam de ISO — Identidade Sonora.
Para muitos idosos brasileiros, músicas das décadas de 1940 a 1960, serestas, boleros e sambas da velha guarda são portais para momentos felizes. Francisco Alves, Lupicínio Rodrigues, Orlando Silva e Pixinguinha são presenças constantes nas sessões.
Musicoterapia como ferramenta de inclusão
Seja em escolas, instituições ou comunidades, a musicoterapia ajuda a construir pontes. Para pessoas com deficiência, a música estimula comunicação, expressão, criatividade e socialização — mesmo quando a linguagem verbal não está disponível.
Para quem tem deficiências físicas ou neurológicas, a música também atua como recurso motor e cognitivo, apoiando a reabilitação.
Mas trabalhar com grupos tão diversos é desafiador. Val destaca diferenças etárias, barreiras de comunicação, conflitos, gostos musicais distintos e necessidades individuais muito específicas.
Ainda assim, a música abre caminhos: “É ela que vence o preconceito, que aproxima, que traduz emoções que não cabem em palavras.”
Os desafios da musicoterapia no Brasil
Apesar de ser uma prática integrativa reconhecida pelo Ministério da Saúde, a musicoterapia ainda luta por maior compreensão e visibilidade.
Entre os obstáculos apontados por Val estão:
- Falta de reconhecimento público: Ainda há confusão entre musicoterapeuta, professor de música e músicos que atuam em espaços de saúde. A sociedade nem sempre entende que a musicoterapia tem bases científicas e não é apenas recreação.
- Questões com planos de saúde: Mesmo com avanços da ANS, há negativas de cobertura — especialmente em tratamentos para pessoas autistas. A burocracia e o custo privado das sessões também dificultam o acesso.
- Inserção limitada no SUS: Ainda que esteja prevista na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, a presença da musicoterapia no sistema público é pequena e desigual.
Uma mensagem de esperança
Para Val Santos, a musicoterapia é muito mais que uma técnica: é um encontro humano.
Sua mensagem final é clara e comovente: “Não desistam do tratamento. Investir em musicoterapia é investir no ser humano, em seu desenvolvimento e em seu bem-estar emocional. A música acolhe a todos, sem distinção. Ela não conhece preconceitos — ela convida à conexão e ao autoconhecimento.”
Em um mundo cheio de ruídos, a musicoterapia se torna esse espaço possível: onde cada som encontra significado, e cada pessoa encontra um lugar para ser ouvida.
Músico
Sou músico: como a inteligência artificial pode me ajudar?
Publicado
1 semana agoon
16/12/2025
A inteligência artificial está transformando a forma como compomos, produzimos, estudamos e gerenciamos a música.
Longe de substituir o artista, a IA tornou-se uma ferramenta poderosa que amplia a criatividade, otimiza processos e abre novas possibilidades para músicos de todos os níveis.
Se você é músico — intérprete, produtor, compositor ou professor — aqui explicamos como a IA pode ajudar você hoje.
- Compor mais rápido e explorar novas ideias
A IA não compõe por você, mas pode ser uma grande aliada quando você precisa de inspiração ou quer experimentar estilos pouco habituais.
Você pode usá-la para:
- Gerar progressões de acordes em diferentes gêneros.
- Criar linhas melódicas ou de baixo como ponto de partida.
- Sugerir estruturas para uma música.
- Explorar ideias quando estiver com bloqueio criativo.
Isso não substitui seu estilo pessoal, mas acelera a fase de descoberta.
- Melhorar sua produção sem ser um expert técnico
Muitos sistemas de IA ajudam em tarefas de áudio que antes exigiam anos de experiência:
- Masterização automática para demos.
- Assistentes de mixagem que sugerem EQ e compressão.
- Redução de ruído e limpeza de gravações.
- Afinação vocal mais natural.
Essas ferramentas não substituem um engenheiro de som profissional, mas permitem trabalhar melhor no home studio e preparar demos de alta qualidade.
- Praticar de maneira mais eficiente
A IA mudou a forma como músicos estudam e treinam:
- Aplicativos que detectam erros de ritmo e afinação.
- Sistemas que geram acompanhamentos personalizados.
- Plataformas que separam faixas (voz, baixo, bateria) de qualquer música para estudo.
- Ferramentas que ajustam velocidade sem alterar o tom.
O estudo se torna mais dinâmico, flexível e adaptado às suas necessidades.
- Criar conteúdo mais rápido para redes sociais
Hoje muitos músicos precisam manter uma presença digital ativa. A IA pode ajudar a:
- Escrever descrições ou roteiros para vídeos.
- Gerar ideias de conteúdo de acordo com seu estilo.
- Editar vídeos automaticamente.
- Criar imagens, capas ou identidade visual para seu projeto.
Em um ambiente em que o tempo é essencial, essas ferramentas agilizam a criação sem perder autenticidade.
- Entender melhor seu público e gerenciar sua carreira
Nem tudo é música: uma carreira profissional exige estratégia.
A IA pode analisar tendências, identificar públicos e até ajudar na logística:
- Escolher os melhores horários para postar.
- Analisar que tipo de conteúdo gera mais conexão.
- Prever crescimento nas plataformas.
- Ajudar no gerenciamento de turnês, calendários e finanças.
É como ter uma pequena equipe de marketing e gestão ao seu lado.
- Explorar novos sons e experimentações sonoras
A IA também permite criar sons impossíveis com instrumentos tradicionais:
- Sintetizadores baseados em IA.
- Efeitos que “aprendem” seu estilo e se adaptam.
- Bibliotecas que geram articulações realistas de cordas, metais ou vozes.
Isso amplia sua paleta sonora e permite inovar nas produções.
- Facilitar a colaboração com outros músicos
A IA pode:
- Transcrever ideias para enviá-las rapidamente.
- Criar demos para compartilhar com sua banda ou produtor.
- Traduzir letras mantendo o sentido original.
- Sincronizar projetos entre diferentes DAWs.
Colaborar nunca foi tão simples, inclusive à distância.
A IA vai substituir os músicos?
A resposta é clara: não.
A IA pode gerar padrões e sons, mas não possui intenção, emoção nem contexto cultural. Os músicos que souberem integrar essas ferramentas terão vantagem: mais tempo para criar, mais clareza nos processos e maior capacidade de competir em um mercado saturado.
A IA é apenas mais um instrumento. A criatividade continua sendo sua.
A IA não veio tirar seu arte — veio potencializá-lo
Se você é músico, a inteligência artificial pode ajudar você a ser mais produtivo, mais criativo e mais estratégico.
Da composição à produção e ao gerenciamento da carreira, essas ferramentas ampliam suas possibilidades, não as limitam.
O futuro da música não será “IA vs. músicos”, mas músicos que usam IA para levar sua arte ainda mais longe.
Audio Profissional
Interfaces de áudio para iniciantes e Home Studios: Guia básico e modelos destaque
Publicado
2 semanas agoon
12/12/2025
No universo da produção musical caseira ou de projetos de podcast, uma interface de áudio é um dos componentes mais importantes.
Ela é a ponte entre microfones ou instrumentos e o computador, e determinará a qualidade do som que você grava e monitora. A seguir, explico o que considerar ao escolher uma interface, seus prós e contras e alguns modelos muito populares para começar.
Por que usar uma interface de áudio?
Melhor qualidade de som: Ao contrário das placas de som integradas à placa-mãe, interfaces externas oferecem pré-amplificadores dedicados, conversores AD/DA de maior qualidade e menos ruído.
Latência reduzida: Com drivers adequados (como ASIO no Windows), é possível gravar com atraso mínimo.
Entradas e saídas úteis: Permitem conectar microfones XLR, instrumentos, monitores de estúdio e fones de ouvido.
Alimentação phantom: Necessária para microfones condensadores, presente em muitas interfaces.
O que elas têm de bom e de ruim
Vantagens:
- Controle profissional sobre o ganho do microfone.
- Maior fidelidade nas gravações e no monitoramento.
- Opções de expansão para mais entradas/saídas conforme o estúdio cresce.
- Compatibilidade com softwares de produção (DAW).
Desvantagens:
- Custo: uma boa interface pode representar parte importante do orçamento.
- Curva de aprendizado: configurar ganho, sincronização e calibragem pode ser confuso no início.
- Requer conexão física (USB, Thunderbolt), o que reduz a mobilidade em comparação a soluções mais simples.
Modelos recomendados para iniciantes e home studios
Alguns modelos são especialmente populares entre quem está começando, por equilibrar preço, qualidade e facilidade de uso:
- Focusrite Scarlett 2i2: provavelmente a mais recomendada para iniciantes; inclui dois pré-amps, baixa latência e drivers estáveis.
- Focusrite Scarlett Solo: opção minimalista com uma entrada — ideal para gravar voz ou guitarra sem complicações.
- PreSonus AudioBox iTwo: duas entradas, construção robusta e boa compatibilidade com diversos DAWs.
- Sonicake USB Interface: alternativa muito econômica para começar, ideal para projetos simples.
Outros modelos destacados segundo guias especializadas:
- Audient iD4 MkII: muito elogiada por seu pré-amp de alta qualidade e facilidade de uso.
- Universal Audio Volt 1 / Volt 2: indicada para quem busca um som mais “analógico”, com pré-amps que emulam válvulas.
- Behringer U-Phoria UMC22 / UMC204HD: opções acessíveis e com boas funcionalidades para orçamentos apertados.
- Tascam US-1×2: compacta, portátil e capaz o suficiente para gravações simples ou iniciar um home studio.

Dicas para escolher bem sua interface
- Defina seu uso principal: vai gravar apenas voz? instrumentos? vários ao mesmo tempo?
- Verifique a conectividade: USB atende à maioria, mas produções maiores podem exigir interfaces mais robustas.
- Revise a latência: se pretende gravar ouvindo efeitos em tempo real, é essencial ter drivers de baixa latência.
- Pense no futuro: se planeja expandir o estúdio, uma interface com mais entradas ou melhor conversão pode ser melhor investimento.
- Analise o software incluso: muitas interfaces acompanham DAWs ou plugins; vale conferir o que vem no pacote.
Para quem está começando na produção musical ou no podcasting, investir em uma boa interface de áudio faz uma grande diferença.
As opções de entrada são cada vez mais potentes, acessíveis e fáceis de usar. Escolhendo uma interface adequada às suas necessidades, você constrói uma base sólida para seu estúdio em casa.
Com um pouco de paciência e prática, você terá gravações de alta qualidade e a flexibilidade para evoluir seu setup conforme avança.
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