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Inserção mercadológica: A missão

Às vezes as mudanças são boas para seguir crescendo. Como funciona isso? Veja mais neste artigo!

MusicaeMercado

Uma das coisas mais prazerosas que podemos realizar é compartilhar conhecimento. Durante o ano de 2015 estive em sala de aula lecionando em um curso de pós-graduação em Music Business da Universidade Anhembi Morumbi — pertencente à Laureate International Universities, um grupo educacional que atua em inúmeros países das Américas, Europa, Oriente Médio, Ásia, Oceania e África. Ali, tive a oportunidade de lecionar para alunos que atuam nos mais diversos segmentos, com carreiras sólidas, que desejam se atualizar, como também jovens que querem se qualificar para enfrentar uma concorrência cada vez mais acirrada no mercado de trabalho. Por termos alguns empreendedores na turma, não foram raras as discussões sobre desafios mercadológicos, entre eles o de inserir um produto ou serviço no mercado.

A inserção mercadológica é tão abrangente e importante que deve ser estudada tanto por um jovem que deseja entrar no mercado de trabalho como por uma grande empresa que se prepara para oferecer um novo produto ou serviço em determinado segmento.

Antes de tudo, é importante lembrar que todo empreendimento possui riscos e, por essa razão, fazer uma análise de cenário — como tratado em artigos anteriores — é fundamental para minimizá-los e garantir maior segurança ao andamento do negócio. Acontece que, a exemplo do que acontece com jovens estudantes, o empreendedor pode investir em um tipo de negócio que não o satisfaça (seja financeiramente ou em termos de realização profissional mesmo), forçando-o a repensar a finalidade do seu negócio, reavaliar o cenário apresentado e observar as necessidades da potencial clientela para se reinserir mercadologicamente.

A mineradora que mudou de ‘profissão’!

Descobrir as razões pelas quais um negócio precisa mudar de rumo é mais difícil que compreender a razão de um estudante de engenharia civil abandonar o curso no quarto ano para cursar filosofia. De qualquer modo, fazer a leitura de que algo não está bem no seu negócio e persistir no erro pode ser mais oneroso do que optar pela mudança de horizontes, mesmo que isso signifique mudar a natureza do seu empreendimento e, é claro, do segmento.

Isso aconteceu com a Empresa de Mineração e Manufatura de Minnesota, fundada em 1902 na região dos Grandes Lagos, nos Estados Unidos, quando cinco homens de negócios resolveram explorar depósitos de minérios na região e descobriram que a atividade geraria pouco valor. Em 1905, transferiram a empresa para a cidade de Duluth a fim de concentrar esforços na fabricação de abrasivos. Cinco anos mais tarde, a empresa estava novamente de mudança para Saint Paul, capital do Estado de Minnesota, em um período marcado pela estratégia de atrair novos investidores para o negócio que mudava de maneira definitiva o seu foco. O marketing (em especial, na tarefa de conhecer a necessidade das pessoas para desenvolver novos produtos) e a inovação eram os fios condutores do negócio que transformou a empresa que hoje conhecemos como 3M.

Uma de suas primeiras grandes inovações foi o lançamento de uma lixa à prova d’água em 1920 e, a partir de então, a empresa sempre trouxe novos produtos que revolucionaram os mais diversos setores. Foram lançadas fitas adesivas, a linha Scotch, materiais refletivos Scotchlite, microfilme Dry-silver, bloco de recados adesivo Post-it, bem como produtos voltados para as áreas de farmácia, radiologia e energia, como os atuais projetos direcionados à energia renovável, por exemplo.
Pois é, repensar a natureza do seu negócio e buscar desbravar novos mercados possibilitou à 3M superar US$ 30 bilhões em vendas em 2013.

teslaUm carro andando sozinho: isso não vai dar certo! Será?

Um dos mais tradicionais mercados do mundo está mudando para uma direção muito parecida com a trilhada durante o surgimento dos computadores pessoais, que praticamente extinguiram as máquinas de escrever. Os automóveis elétricos já apontaram um período de transição que poucos parecem não ter compreendido, especialmente se avaliarmos a mudança da mentalidade do jovem consumidor, cada vez mais ‘ecoconsciente’, buscando um caminho sustentável, diferente das gerações anteriores. Foi pensando nas gerações Y e Z (em especial a última, nativa digital), que muitas empresas começaram a investir na pesquisa de automóveis elétricos, bem como nos chamados veículos autônomos.

Uma das queridinhas desse novo segmento é a Tesla Motors, fundada em 2003 na Califórnia. O seu nome é uma homenagem ao inventor Nikola Tesla. O mais curioso é que a empresa passou dez anos trabalhando duro e bem distante dos holofotes. Com a preocupação voltada, nos últimos anos, a uma melhor qualidade de vida, visando soluções com menor impacto ambiental e a busca de energia renovável em detrimento dos combustíveis fósseis, a marca — que se especializou em desenvolver automóveis elétricos de alta performance — começou a colher os seus primeiros frutos em 2013, quando passou a registrar lucro pela primeira vez em sua história. O resultado da companhia foi tão expressivo que fez as alemãs Audi e Porsche apresentarem carros conceitos luxuosos totalmente elétricos no Salão do Automóvel de Frankfurt em 2015. O mais curioso é que isso não foi o bastante para assustar os investidores da Tesla. Curiosamente, após a apresentação dos automóveis elétricos das duas marcas alemãs, as ações da norte-americana subiram quase 5% na semana. No ano, o incremento dos papéis da Tesla, listados na Nasdaq, já passa dos 17%.

Mais um produto Ching Ling!

Tradição e origem falam mais alto? Nem sempre! Prova disso é uma empresa chinesa fundada em 2010 que está dando um baile nas tradicionais fabricantes de produtos tecnológicos.

Para aqueles que não são muitos antenados no universo tecnológico, o nome Xiaomi soará estranho. Muitos erroneamente dirão se tratar de ‘mais um produto Ching Ling’.

Acontece que a ‘Apple chinesa’, como geralmente é chamada por seu grande apreço pelo design e a qualidade de seus produtos, é um fenômeno de vendas, idolatrada pelos seus usuários, desbancando na China gigantes como a Samsung e tornando-se a maior vendedora de smartphones daquele país utilizando exclusivamente a internet como meio de comercialização dos seus produtos. Agora no Brasil e liderada por Hugo Barra, ex-Google, a empresa se prepara para alçar voos maiores alicerçada pela qualidade associada ao preço altamente competitivo de seus produtos. A queridinha chinesa está tão em alta que foi lembrada pela revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) como a segunda companhia mais inteligente do mundo, perdendo apenas para a Tesla Motors.

Conclusão

Independentemente de qual seja a natureza da empresa, criando produtos inéditos, repensando o consumo ou replicando conceitos de outras empresas associando valores próprios, o desejo de satisfazer as necessidades das pessoas deve ser levado sempre em consideração, como nos casos apresentados. Empreender necessariamente significa se colocar a serviço das pessoas e exceder as suas expectativas. Sendo assim, o melhor caminho para ter um negócio próspero, minimizando os riscos, é ter confiança em sua capacidade, compreender os problemas dos clientes e desejar buscar as soluções para estes. A eficiência e a eficácia na entrega das soluções garantirão o sucesso do seu negócio.

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