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Opinião: Onde tocar é o dilema do músico

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Impostos, alvarás, taxas, regras, leis de zoneamento, fiscais corruptos, e a pergunta fica sendo: Quem quer abrir um barzinho ou casa de shows de pequeno porte?

Teria que haver um ar de insanidade nesses empreendedores… E graças a Deus alguns têm, e por amor, persistem.

Mas, além disso, há a autofagia da “ganância passada”, que levou a uma situação em que há culpabilidade do nicho desses empresários.

No passado havia muitos (e ainda há) que se queixam de pagamento aos músicos, de exploração. E curiosamente, agora, as casas de pequeno e médio porte desaparecem, portas fecham e oportunidades somem.

Onde está o erro?

Os donos de casa de shows e seus promoters agiram somente em causa própria, sem a observância real do mercado.

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Exigiram por décadas somente covers, e com isso não incentivaram a música autoral. E, na ausência de uma cena, as bandas perdem o atrativo, niveladas todas sob as mesmas regras. Nessa exigência tola, ainda esperavam que as bandas tivessem público, ou seja, a banda se sujeita às regras, ganha menos e leva o público para uma casa que não o cativa.

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Com falta de segurança pública, tem que haver um atrativo muito melhor do que covers e cerveja morna para tirar o público dos shoppings e do lar com streaming e TV a cabo.

Sem locais de pequeno e médio porte para música ao vivo, não há oportunidades de a música autoral gerar uma cena, e surge a dificuldade de formar-se um mercado futuro.

Estádios, casas de grande porte não têm função de entrada no mundo da música, e sim de ser o ponto aonde quem se consagrou leva seu público.

Por outro lado, os “barzinhos” que antes pouco colaboravam com uma cena autoral, agora se veem, de forma óbvia, com menos atrativos ao público descapitalizado dos dias atuais.

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O fator da vivência da experiência deveria ser o ponto a ser perseguido, em que ir a um show num bar causasse o prazer insubstituível da presencialidade.

Lembrando que nos anos 1970 e 1980 a experiência era do surgimento dessas cenas, e foi um momento muito bom para a música em geral. Isso durou até metade dos anos 1990, e de lá para cá, é ladeira abaixo.

A solução é criar leis que desonerem quem abre estabelecimentos com música ao vivo autoral, sem encargos e impedimentos excessivos, e, em contrapartida, fazer com que o preço do tal “couvert artístico” cobrado na entrada dê lucro real para a banda…

Dono de bar que acha que banda tem que levar público sempre, e que o bar não tem essa responsabilidade, deveria inverter o raciocínio, pensando: se só a banda tem obrigação de trazer público, o que a impede de fazer uma festa fechada alugando um buffet? A cerveja morna e o atendimento sem atrativos do bar?

Há uma necessidade de bom senso, visto que música é chamariz, é turismo, é dinheiro trocando de mãos e movimentando a economia.

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Músicos precisam de lugar para trabalhar na iniciativa privada. E, em condições favoráveis, montar um local para isso é um excelente negócio.

Músicos e bares têm de observar na música autoral ao vivo um estímulo único, pois a novidade, o lançamento, a presencialidade são premissas sedutoras, que podem levantar alguém de sua cadeira para sair de casa…

Mas o problema adicional é os bares enxergarem na manutenção do mercado musical algo que não lhes diz respeito, o que é um erro sem tamanho que os afunda num pântano em que entraram sozinhos.

A simbiose mercadológica não é percebida pelos empresários do nicho de bares e casas de pequeno porte.

Não há estabelecimentos que se mantenham sem atrativos, e a exclusividade da música autoral é uma saída tão interessante quanto a de um comedy club, onde a experiência é sempre nova e prazerosa.

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Eu me lembro, nos anos 1980, que quando saíamos eu e meus amigos, e víamos num bar um anúncio de banda que desconhecíamos, aí é que surgia a vontade de assistir, pois era algo novo. Precisamos despertar novamente esse ímpeto no público, que anseia por mais qualidade musical, mas não sabe onde procurar.

No mercado da música, sem oferta de novos produtos, ou mesmo de clássicos, não se gera o desejo do consumo. E música é produto, músico é produto; e bares e pequenas casas de show são lojas e vitrines…

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Estratégia Financeira no Setor de Instrumentos Musicais e Áudio Profissional

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O último trimestre do ano não só traz um aumento natural nas vendas, impulsionado por eventos como Black Friday, Cyber ​​Monday e Natal, como também a necessidade de estabelecer as bases para o planejamento estratégico para 2026.

No setor de instrumentos musicais e áudio profissional, onde a volatilidade do dólar, os custos logísticos e as tendências de consumo ditam o tom, avaliar com precisão os resultados financeiros e operacionais torna-se fundamental para mensurar a verdadeira lucratividade do negócio.

Essa análise não apenas valida o desempenho mensal, mas também identifica onde estamos dessincronizados e quais fatores estratégicos precisamos ajustar para garantir um crescimento sustentável.

Avaliação do Desempenho Financeiro

Um diagnóstico preciso exige ir além dos números brutos e analisar indicadores-chave adaptados ao setor:

  • Receita e lucratividade: Comparar as vendas de categorias críticas (caixas de som profissionais, controladores de DJ, guitarras, equipamentos de gravação) com as margens em comparação com períodos anteriores.
  • Estrutura de custos: Diferenciar custos fixos (aluguel de showroom, equipe de vendas, licenças de software) de custos variáveis ​​(importações, frete, marketing sazonal), identificando oportunidades de otimização.
  • Fluxo de caixa: Meça a liquidez necessária para financiar estoques que muitas vezes são pagos em dólar, mas vendidos a prazo ao cliente final.
  • Dívida: Avalie o ônus financeiro e o nível de alavancagem diante das flutuações da taxa de câmbio.

Ações Positivas e Áreas de Melhoria

Após a análise dos números, a pontuação revela o que funcionou e o que precisa de ajustes:

  • Ações bem-sucedidas: Campanhas digitais em mídias sociais, acordos com academias e distribuidoras de música e o boom do e-commerce de acessórios e peças de reposição.
  • Fraquezas operacionais: Estoques mal calibrados, com escassez, distribuição lenta nas regiões ou serviço de pós-venda fraco.
  • Tendências de Mercado: Crescimento da música urbana e demanda por equipamentos de home studio, além de consumidores mais sensíveis a preços devido à inflação e à queda do crédito ao consumidor.

Repensando Estratégias e um Plano de Ação

Com a pontuação claramente definida, o plano deve estabelecer diretrizes específicas:

  • Otimização de Custos: Negociar com fornecedores internacionais, consolidar importações e automatizar processos de estoque.
  • Expansão de Mercado: Abra novos canais em regiões, exporte para países vizinhos ou explore nichos como equipamentos para igrejas e eventos corporativos.
  • Fortalecimento Digital: Amplie o e-commerce com integração ERP-marketplace e aprimore campanhas segmentadas por tipo de músico.
  • Treinamento de Equipe: Treine a equipe de vendas em produtos de alta qualidade, fidelização de clientes e serviços de vendas cruzadas (por exemplo, aluguel + vendas).

Implementação e Monitoramento

Toda orquestra precisa de um maestro e uma pontuação clara:

  • KPIs definidos: Margem bruta por categoria, giro de estoque, vendas online vs. físicas e índice de endividamento.
  • Revisão periódica: Reuniões trimestrais para avaliar o progresso e reajustar a estratégia de preços e estoque.
  • Feedback contínuo: Envolva toda a equipe, do depósito ao marketing digital, na busca por eficiência e inovação.

Uma revisão financeira de 2025 é uma oportunidade para ajustar os negócios antes de entrar em uma nova temporada. Com análises rigorosas, replicando o que gerou impacto positivo e corrigindo o desempenho desafinado, a indústria de instrumentos musicais e áudio profissional pode se projetar com maior força, transformando a volatilidade em harmonia financeira a longo prazo.

*Autor: Camilo Ramírez
Mestre em Administração de Empresas (MBA) pela Universidad del Desarrollo, Mestre em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Finanças Corporativas pela IEDE Business School Chile e Bacharel em Administração de Empresas e Administração Universitária pela Universidad de las Américas.
Sócio Sênior da Price Capital Spa.
E-mail: corporativo@pricecapital.cl
Visite: www.pricecapital.cl

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C. F. Martin & Co. nomeia Scott Gervais como Diretor de Operações

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A histórica fabricante de violões cria um cargo de COO para impulsionar a excelência operacional e sua próxima fase de crescimento.

A C. F. Martin & Co., Inc. anunciou a nomeação de Scott Gervais como Diretor de Operações (COO). Com mais de duas décadas de liderança executiva em operações, manufatura, compras e gestão da cadeia de suprimentos, Gervais ocupou cargos de liderança na Polaris Marine e na Conn-Selmer, Inc., onde liderou e expandiu operações globais com melhorias mensuráveis ​​em segurança, qualidade, eficiência e satisfação do cliente.

Violonista acústico de longa data, Gervais enfatizou a conexão pessoal com sua nova função: “É uma verdadeira honra ingressar na C. F. Martin & Co., uma empresa que admiro desde que peguei em um violão pela primeira vez. A Martin sempre representou o auge da arte acústica para mim, e agora contribuir para seu legado é ao mesmo tempo gratificante e inspirador. Esta posição alinha minha carreira em operações com meu amor pela música.”

Da empresa, o Presidente do Conselho, Chris Martin IV, comemorou a chegada: “Estou muito feliz que Scott esteja se juntando à minha empresa familiar. Sua experiência e entusiasmo serão um trunfo para nossas equipes de fabricação e compras.”

Por sua vez, o Presidente e CEO Thomas Ripsam enfatizou que o COO é uma posição recém-criada com foco na excelência operacional: “É um componente crítico para possibilitar a próxima onda de crescimento e lidar com a crescente complexidade e custos do negócio. Estou confiante de que o talento e a experiência de Scott nos ajudarão a enfrentar com sucesso essas oportunidades e desafios.”

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Gervais é bacharel em administração de empresas pela Universidade Purdue e possui certificações profissionais como Lean Six Sigma Black Belt e Certified Supply Chain Professional. Com sua chegada, Martin busca fortalecer processos, eficiência e capacidade de resposta em um contexto de expansão e aumento da demanda global por seus instrumentos acústicos.

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Como adotar o “figital” na sua loja

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A experiência de compra mudou. Hoje, os consumidores não separam mais o digital do físico: esperam o melhor dos dois mundos.

Nesse contexto, o conceito “figital” — a integração entre os ambientes físico e digital — torna-se uma estratégia essencial para lojas de instrumentos musicais que desejam se manter competitivas.

Do balcão ao smartphone

Para muitas lojas, o primeiro passo rumo ao figital é construir um ambiente digital que complemente a experiência presencial. Ter um site atualizado, com catálogo, preços, disponibilidade e informações técnicas, é fundamental. Mas não basta estar online: é preciso garantir uma navegação rápida, compatibilidade com dispositivos móveis e canais de contato acessíveis.

Presença que conecta

As redes sociais permitem apresentar produtos, processos de luteria, unboxings, reviews e conteúdos educativos. Não se trata apenas de vender, mas de construir comunidade. Mostrar como soa um pedal, como ajustar uma guitarra ou montar uma bateria ao vivo gera proximidade e confiança.

O físico continua essencial

No universo figital, a loja física não desaparece — ela ganha protagonismo. Muitos clientes pesquisam online, mas querem experimentar o instrumento antes de comprar. Oferecer atendimentos personalizados, testes com especialistas ou experiências imersivas na loja pode ser um grande diferencial.

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Click & collect: o melhor dos dois mundos

Uma das práticas mais eficazes do figital é permitir que o cliente compre online e retire na loja. Essa opção acelera a venda, elimina custos de frete e atrai novos consumidores ao espaço físico. Além disso, abre espaço para vendas adicionais no momento da retirada.

Tecnologia a favor da música

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Implementar recursos como catálogos interativos em tablets, sistemas de estoque integrados entre a loja e o e-commerce, ou até QR codes nos instrumentos com acesso às fichas técnicas, são soluções simples que melhoram a experiência de compra.

Capacitação da equipe

A transformação não é apenas tecnológica. A equipe de vendas também precisa estar preparada para atuar em um ambiente híbrido. Saber responder dúvidas via WhatsApp, oferecer suporte nas redes sociais ou produzir conteúdos simples são habilidades cada vez mais valiosas.

Investir com inteligência

Adotar o figital não exige grandes investimentos iniciais. É possível começar com ações simples e eficazes: otimizar o perfil no Google, responder mensagens em redes sociais, integrar um sistema de vendas com controle de estoque ou criar vídeos curtos destacando os produtos da loja.

Adotar uma estratégia figital não é uma tendência passageira, mas uma resposta direta ao comportamento do consumidor atual. Para as lojas de instrumentos musicais, trata-se de transformar o ponto de venda em um ponto de encontro — onde o físico e o digital se complementam para criar experiências memoráveis.

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