Lojista de Curitiba foi preso, acusado de vender instrumentos musicais roubados.
A Polícia Civil prendeu o dono de uma loja de instrumentos musicais, no Centro de Curitiba, na terça-feira (19). O homem é suspeito de receptar e vender produtos furtados. Ao todo, foram apreendidos 14 baixos, sete guitarras, dois equalizadores e um processador de efeitos. O caso alerta o mercado sobre a compra de equipamentos usados sem nota fiscal.
Eduardo Mtanios Georgios, 47, proprietário do estabelecimento, que funciona há 18 anos em Curitiba. De acordo com reportagens do site da Massa News, e outras publicações nos sites da CBN, G1, Paraná Portal, Georgios já tinha passagem pela polícia pelo mesmo crime e confirmou aos policiais que comprava os instrumentos sem nota fiscal por preços mais baixos. Além disso, aceitava instrumentos como entrada na compra de outros produtos. Com isso, o preço repassado ao consumidor também era menor. Entre amigos, Eduardo Georgios comentou que adquiriu os produtos por meio de outros lojistas. Legalmente isto não o isenta da responsabilidade legal.
O caso foi escândalo no setor de instrumentos. Amigos e clientes saíram em defesa do lojista nas redes sociais, que possui um bom ranking nas avaliações do Google (4.4 estrelas). Para Vicente Gomes, proprietário da loja Casa da Música de Teresópolis, “Com o passar do tempo o lojista poderá provar sua completa inocência, contudo, o estrago foi feito. Já vi famílias e empresas sendo destruídas por conta de uma reportagem (leia) irresponsável.”
Comprar ou colocar produtos em consignação exige cuidados e a verificação da procedência é o principal.
Para um lojista do interior de São Paulo que preferiu não se identificar, “Se o vendedor do equipamento usado tem nota fiscal validando a procedência, tudo bem, caso negativo, não há negócio, pois o ônus fica todo para o lojista”. É sabido que a compra de usados ou consignação de produtos requer cuidados para evitar casos como este, desta reportagem. O mesmo risco vale para produtos falsificados.
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O delegado Reginaldo Salomão, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf). Para evitar comprar produtos ilícitos a orientação é sempre solicitar a nota fiscal. “Comprar objetos roubados ou furtados é um crime tão grave quanto o de roubo ou furto, pois são essas pessoas que alimentam esta prática”, alertou. Salomão explicou que quando o comprador não consegue comprovar a origem lícita do produto pode ser indiciado por receptação, o dano é maior se é um estabelecimento comercial.
Para o especialista em segurança pública e ex-oficial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Paulo Storani, mesmo não agindo de má-fé, vender ou consignar produtos roubados faz parte do ciclo criminoso. Basta perceber a diferença absurda de preço e do local onde está sendo vendido tal produto, que o consumidor tem uma noção clara se é ou não um material obtido através de crime. É a lógica do mercado. Quem compra um produto roubado, acaba financiando e estimulando o crime – explicou.
Caso de polícia
A polícia foi até o local depois que o dono de um baixo reconheceu o instrumento, que estava em exposição na loja, e fez uma denúncia. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o objeto tinha sido furtado em novembro de 2016, em Colombo. O aparelho foi devolvido ao dono.
Instrumentos musicais roubados podem ser resgatados
De acordo com o Delegado Pedro Felipe de Andrade, que cuida do caso, os instrumentos foram recolhidos e estão à disposição dos donos verdadeiros. “A gente quer que outras eventuais vítimas identifiquem seus instrumentos e venham à delegacia para fazer o registro e resgatá-lo”, comentou.
Na delegacia, o suspeito não quis falar. Ele vai responder pelo crime de receptação qualificada. A pena varia de dois a oito anos de prisão.
Colaboração Bruno Previdi e Elisa Rossato/Rede Massa
Com informações do site Massa News