Depois de aplicativos de aulas, estúdios virtuais, chegou a hora da composição virtual, feita por inteligência artificial. Músicos irão perder seus empregos para as máquinas? Saiba mais aqui.
Muito se tem discutido sobre a ‘substituição’ dos serviços prestados pelo ser humano para as máquina. Agricultura, fábricas, entre outros. parece que tudo foi afetado pela tecnologia e chegou a hora da composição. Será?
Muitas pessoas podem não considerar a música como uma forma de comunicação, mas Paul Cohen, pesquisador de inteligência articial e chefe do projeto Communicating with Computers, acha que a música compartilha muitas qualidades com a palavra falada e escrita.
Uma empresa de Nova York desenvolveu um sistema de inteligência artificial capaz de compor músicas originais. Chamado Amper, o sistema foi criado por Drew Silverstein, Sam Estes e Michael Hobe, três compositores de trilhas de jogos, filmes e programas de TV.
Silverstein explica que o Amper foi criado para trabalhar em conjunto com os seres humanos. Através de uma interface simples, fácil de ser entendida até por quem não conhece nada sobre composição, primeiro é preciso escolher o gênero, o estilo e definir o tempo de duração da composição.
“O sistema não vai substituir os compositores humanos, mas deve ajudar a criar a próxima geração da música”, explica Silverstein, ressaltando que a trilha não tem nenhum tipo de restrição de direitos autorais.
É possível testar o Amper aqui.
Composições enganam especialistas
Muito bem, você pode pensar: “Ah, eu nunca cairia nesta. Nada pode substituir a sensibilidade humana”, de fato, também acreditamos nisto, mas cada dia as ressalvas aparecem. Quando Peter Russell, um musicologista, ouviu pela primeira vez a música feita por IA, ele ficou agradavelmente surpreso. Era uma “deliciosa peça de música de câmara”, ele escreveu, reminiscente de peças francesas escritas no início do século XX. “Depois de repetidas audiências, eu fiquei gostando.”
O que Russell não sabia era que a partitura intitulada Hello World tinha sido composta muito mais recentemente por um computador chamado Iamus. Outros ouvintes em testes cegos foram igualmente enganados. (Por que não ouvi-lo você mesmo enquanto lê este artigo?)
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Iamus é a criação do cientista da computação Francisco Vico e seus colaboradores na Universidade de Málaga, na Espanha. Ele também tem um irmão mais novo, chamado Melomics109, que compõe música “popular”.
Você poderia se perguntar qual a razão dos compositores sérios se envolverem em música feita por um algoritmo de computador. Mas alguns já estão levando as idéias do Iamus muito a sério. Em 2012, um CD mostrando as composições do Iamus apresentou performances de alguns dos principais músicos do mundo, incluindo a London Symphony Orchestra. Um dos outros músicos a aparecer na gravação foi Gustavo Diaz-Jerez, compositor e pianista de concertos do Centro Superior de Música do País Vasco, na Espanha, que usou o Iamus para escrever uma ópera estreada em 2013.
O que o jazz tem a ver com o raciocínio militar e a inteligência artificial (IA)?
Com a ajuda da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA), a inteligência artificial (IA) está vindo para seus saxofones e pianos, também. O músico de jazz e cientista de computação Kelland Thomas está construindo um programa de AI que pode aprender a tocar jazz e jam com o melhor deles, sob um projeto financiado pelo DARPA que visa melhorar a forma como nos comunicamos com os computadores.
“Um músico de jazz improvisa, dadas certas estruturas e certas restrições e certas diretrizes básicas com as quais os músicos estão trabalhando”, disse Thomas ao Tech Insider. “Nosso sistema vai ser um sistema de improvisação. Então, sim, ele será capaz de fazer uma jam.”
Thomas e sua equipe estão construindo um banco de dados de milhares de performances musicais transcritas pelos melhores improvisadores de jazz, incluindo Louis Armstrong, Miles Davis e Charlie Parker. Então, usando técnicas de aprendizagem de máquina, eles “treinam” o sistema de IA com esta base de dados.
Primeiro passo para entender o que poderia ser motivações reais da DARPA por trás deste projeto é perguntar, por que jazz? Por que não ensinar o computador para tocar música clássica ou reggae?
A resposta parece ser a improvisação. Jazz requer ajustes espontâneos, em tempo real, em resposta a padrões de mudança de comportamento. Pense que isto pode ser semelhante a um nevoeiro encontrada por generais militares numa zona de conflito ou guerra, onde a improvisação é muitas vezes o fator determinante para alcançar a vitória.
É uma experiência de pensamento interessante perguntar se os grandes comandantes militares do passado, como Patton e Zhukov tinham mais em comum com os músicos de jazz do que com os mestres de xadrez.
Analisando amplamente, podemos compreender que não é somente o interesse artístico que está por de trás do interesse do desenvolvimento da inteligência artificial na música. Mas sem dúvida, as composições trilha branca devem cair no campo dos commodities.
E você? O que acha da revolução tecnológica que permeia o meio educacional e artístico? Deixe sua opinião.
Com informações do Extremetech / The Next Web / BBC /