O Xkey da CME é um controlador Midi via USB, com 25 teclas. É altamente leve e portátil, com cerca de 600 gramas e apenas 16 milímetros de altura. Conheça mais.
Seu design elegante em alumínio escovado, sugere estarmos diante de um parente não muito distante de um Ipad ou de um MacBook da Apple. Suas teclas são sensitivas, com espaçamentos correspondentes às teclas de um piano real e ainda possuem o interessante recurso de aftertouch polifônico. Conta ainda com alguns botões estrategicamente posicionados, dedicados a funções especiais, como sustain, pitch bend e modulação, e não necessita de alimentação de energia, uma vez que a conexão USB se encarrega disso.
Plug & Play
À primeira vista os principais atributos que chamam a atenção no Xkey são seu ultra-moderno desenho industrial e portabilidade. Logo em seguida vem a curiosidade de sabermos como será a experiência de se tocar em teclas cuja sensação é idêntica a de qualquer teclado de notebook (o que o mercado denomina Chiclet keys).
Assim que se pluga o USB o Windows reconhece imediatamente um novo dispositivo e passa a baixar os drivers. Em questão de segundos o Xkey já está disponível para aplicações. Aliás, pode se baixar gratuitamente da CME duas versões do programa que acompanha o Xkey: uma mais simples com alguns poucos sons e ajustes, o que auxilia nas impressões iniciais e outra mais completa, que permite ajustes na sensibilidade e resposta das teclas, além de permitir se endereçar outras funções às mesmas. Vale ainda ressaltar que o Xkey, por ser apenas um controlador, não possui timbres próprios, ou seja, é sempre necessária a utilização de outros softwares para qualquer som seja produzido.
Não percebi problemas de latência ao tocar os timbres do software que acompanha o Xkey (de maneira simplificada, a latência pode ser definida como a diferencça de tempo entre o momento em que se pressiona uma tecla e seu resultado sonoro correspondente). Parti logo para alguns programas que usualmente utilizo em produção musical, como o ProTools e alguns instrumentos virtuais como o Pianoteq, Kontakt, Cakewalk Z3TA+2 e Arturia Minimoog V.
Todos estes instrumentos virtuais e DAWs (Digital Audio Workstations) permitem que se escolha a utilização dos drivers próprios do Windows (como por exemplo o DirectX) para endereçar Audio e Midi, ou então drivers de interfaces independentes, como a M-Audio Fast Track Pro, que também utilizei nestes testes. Ao utilizar as opções do próprio Windows pude perceber alguma latência em todos os softwares. Mas ao optar por uma interface dedicada (M-Audio neste caso), a latência desapareceu. Aí sim pude, finalmente, começar a tocar.
But How does it feel, man???
Apesar de as teclas terem 128 velocidades de sensitividade, em timbres mais percussivos, como um piano por exemplo, não é muito fácil se conseguir diversos resultados entre o pianíssimo e o fortíssimo. Talvez uns 3 ou 4 níveis, mas nada muito além disso. Leva um tempo até nos acostumarmos com a pouca profundidade das teclas e certamente é bem mais evidente se obter resultados melhores com timbres com maior tempo de ataque (menos percussivos), como um lead synth por exemplo. É aí que a brincadeira começa a ficar interessante.
Fica perfeitamente possível se divertir com um belo timbre de moog, um synth bass ou um belo pad, nas duas oitavas do Xkey. O botões laterais permitem um mudança rápida das oitavas, além do pitch bend, modulação e sustain. Não se comparam às tradicionais pitch bend and modulation wheels, nas quais o controle é muito mais preciso, mas aqui vale tudo em nome da portabilidade. A sensação é agradável com estes tipos de timbres, algo que lembraria talvez uma escaleta, mas com maiores possibilidades, dependendo do instrumento virtual utilizado.
O aftertouch é um recurso geralmente encontrado em teclados profissionais top de linha, e pode ser muito interessante em timbres mais eletrônicos (ele é ativado quando se faz uma pressão extra sobre uma tecla já pressionada, o que pode disparar funções como vibrato ou modular qualquer outro parâmetro). Ponto para o Xkey. Mas lembre-se que é mandatório que seu instrumento virtual tenha este recurso no timbre escolhido.
Outra possibilidade interessante para o Xkey é a de se trabalhar com algum DAW e, por exemplo, criar tracks de bateria, baixo, órgão, metais, cordas, etc. Desde que você possa editar suas entradas de sinal midi (quantização, velocidades, etc), é bem provável que chegará a resultados similares a controladores maiores.
O espaçamento entre as teclas realmente corresponde ao de um piano real, porém seu comprimento é cerca de 20% menor e praticamente sem profundidade alguma. Mas ainda considero mais agradável de tocar do que a vasta opção de teclados com mini-keys hoje disponíveis no mercado.
O barulho gerado ao se tocar as teclas não é nada desprezível, mesmo se você estiver usando fones de ouvido. Assim como em um teclado de notebook, quem estiver por perto certamente perceberá algo acontecendo, aquele tradicional e incessante click.
Conectividade
Além da conexão USB para notebooks (PCs ou Macs), o Xkey pode também se conectar a Ipads e Iphones. Mas para isso você precisará comprar um adaptador não incluso, chamado Lightning to USB Camera Adaptor for Ipad. O Xkey vem apenas com um cabo simples de USB, surpreendentemente laranja. Seria uma boa ideia a CME incluir um adaptador ou um cabo extra para Ipads e Iphones, uma vez que já existem diversos apps que poderiam ser controlados pelo Xkey, como o Garage Band, Sample Tank, Cubasis, Animoog, Novation Lauchkey, entre outros.
Há uma nova versão do Xkey recém lançada, o Xkey AIR, que opera via bluetooth, dispensa a utilização de cabos ou adaptadores e promete acrescer apenas 7 milisegundos de latência comparado aos melhores controladores do mercado, o que o fabricante sugere ser imperceptível.
Concorrência
Na mesma faixa de preço do Xkey existem várias outras alternativas de controladores midi compactos, como por exemplo o Korg microKey AIR 25, Arturia MiniLab, Novation Lauchkey Mini e Samson Graphite 25. Cada um deles com alguns encantos a mais ou a menos, mas todos levantam a bandeira da portabilidade e conveniência com orgulho e devito mérito.
Conclusão
Se sua produção musical está mais focada em pianos, pianos elétricos e timbres mais percussivos, você pode se frustrar um pouco e logo desejar trabalhar comum teclado maior e que simule melhor a experiência de um piano ou teclado de verdade. Mas o xKey pode perfeitamente funcionar como uma boa ferramenta de produção musical via DAWs. Tudo dependerá da maneira que você considera ideal para gravar suas tracks ou tocar seus instrumentos virtuais.
Se portabilidade é um ponto de honra na sua produção musical, você ficará feliz em poder levá-lo a qualquer lugar. E isso pode ser muito interessante, uma vez que a inspiração pode estar muito além das paredes do seu home studio.