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Captador Sérgio Rosar Extreme Hot: review

Captador Sérgio Rosar Extreme Hot: Santo da casa e seu milagre

Lá de Floripa, Santa Catarina, isso mesmo, brazuca tupiniquim e suas variáveis geológicas, com bastante verde do mato e azul do mar, há um cara chamado Sérgio Rosar que acreditou ser possível fazer a química do litoral catarinense soar como a Califórnia. Duvida?

Se você é guitarrista já deve ter visto na internet aquele garoto sem os braços que arregaça tocando com os pés, o Jonathan Bastos, ou no mínimo já deve ter ouvido alguma música na rádio de algum cantor famoso embalado pelas harmonias de João Castilho, ou algum super solo virtuoso de Marcelo Barbosa.

Digamos que o ponto comum entre eles, além do talento impecável, são seus pickups, que dão um “leve empurrãozinho” no timbre de cada um.

Esses são alguns dos músicos que endossam a Sérgio Rosar, que é genuinamente brasileira e leva o nome do seu fundador. A empresa nasceu do sonho e da vontade do Sérgio em abrir seu próprio negócio, em um ramo que lhe desse o prazer de desenvolver produtos capazes de atender a demanda nacional, com a qualidade e o valor justo aos músicos brasileiros. Do sonho, estudo e muito suor nasceu a Sérgio Rosar Custom Pickups com seus timbres matadores.

Captando a essência

Sergio Rosar captadores

Sergio Rosar: Pelo preço de mercado, dificilmente se encontra um produto tão bem pensado e acabado, gerando confiança ao guitarrista na hora da compra.

Confesso que não dava muita atenção a marca, apesar de já conhecê-la, até usava em uma de minhas guitarras, um modelo de captador talvez mais ‘padrão’ da marca.

Certo dia fui tocar em um evento ao lado do guitarrista Guilherme Pereira, que me presenteou com um captador que prometia calor, coisa quente, aquela pimenta forte na boca, o Extreme Hot, novinho, lacrado na embalagem. Aceitei o presente (óbvio) muito feliz, mas na dúvida acabei guardando ele por uns 6 meses, até que um dia fui mexer em uma Tele pra um evento importante e aproveitei a deixa.

Na mudança de captador, pedi ao luthier que substituísse o original da ponte pelo Extreme Hot, e também que fizesse ligação em série, pois estava usando tensão 11 na guitarra e queria sentir se essa ligação ajudaria na tocabilidade do instrumento.

Você pode imaginar o resultado de uma ligação em série em um captador que, segundo a fabricante, é o produto de maior impedância e saída de sinal do seu mix de produtos. Pensa num captador empurrando o outro na mesma line. É muita pressão.

Captador Sérgio Rosar Extreme Hot: Extrema estabilidade e versatilidade

O captador Sérgio Rosar era exatamente o que prometia, capturou toda a essência do que eu esperava e valorizou a sonoridade do instrumento, além de muito volume e muita estabilidade.

Como mencionei, optei pela ligação em série nesse captador, pois queria sentir a pressão máxima dele. Esse tipo de ligação tende a ser menos aveludado, porém oferece mais ataque.

Nesse caso, apesar de ser alto ganho, o Extreme Hot é super controlado e estável, possuindo equilíbrio entre todas as frequências. Na prática ele não “berra” e também não gera as inconvenientes microfonias além das naturais e intencionais.

O grave do  captador Extreme Hot Sérgio Rosar tem um belo corpo, mas sem sobras. No geral percebi bastante médio, mas sem exageros, ideal pra solos bem definidos.

A grande versatilidade desse captador, são os 4 fios de conexão, proporcionando as ligações split, série e paralelo e o que mais for possível. Essas 3 ligações podem ser gerenciadas por uma mini chave seletora de 3 posições.

Muitos guitarristas não usam por não saberem que um cap desse modelo pode oferecer 3 diferentes timbres, excelente principalmente para quem é sideman ou músico de estúdio, pois nesse caso é possível extrair 3 variados timbres do mesmo captador.

Se você não sabe como funciona essas 3 ligações, rola mais ou menos assim:

  • Split utiliza apenas um captador (uma das duas bobinas), gerando uma sonoridade single (tipo strato).
  • Série vai utilizar os 2 captadores juntos, porém um empurrando o outro, gerando mais pressão e ataque.
  • Paralelo vai usar os dois lado a lado proporcionando menos pressão, porém maior estabilidade e cremosidade.

Imagine essas 3 opções no mesmo instrumento. Essa é uma grande vantagem e os músicos precisam estar mais atentos quanto a essas possibilidades e o Extreme Hot é um captador que atende bem em tudo.

Mas lembre-se, é um captador de alto ganho, não espere tirar timbres clássicos de rock’n roll dos singles de baixo ganho, a menos que seu guitarrista favorito use a mesma configuração em um captador com alto nível de saída. Mesmo assim vai ter dar um incrível som de single, sem dúvidas.

CONFIRA OS DETALHES

  • Resistência DC ohms: 17,0 K
  • Indutância “Henry”: 11,38 H
  • Saída milivolts: 455
  • Fiação (condutores): 4
  • Magneto: Cerâmico

Avaliação Técnica Captador Sérgio Rosar Extreme Hot

Pontos positivos

  • O grande ponto positivo, além da qualidade sonora, é sem sombra de dúvidas o acabamento.
  • Pelo preço de mercado, dificilmente se encontra um produto tão bem pensado e acabado, gerando confiança ao guitarrista na hora da compra.

Pontos negativos

  • Diria que os pontos negativos não são exatamente do produto, mas da linha. A empresa ainda não possui captadores com cover, ou a capa de metal. Particularmente me parece que o som soa diferente, além da beleza visual clássica dos lipsticks tradicionais.
  • Outro ponto que poderia ser melhor é o marketing e a embalagem. Apesar de a embalagem permitir que o consumidor veja o produto, o que é muito bom, poderia melhorar a estética de entrega do produto, com mais luxo, sendo que outras empresas brasileiras já entregam seus captadores em latas personalizadas e melhor estofadas, além de que a atual aperta um pouco o produto contra a capa da embalagem. Mas me resguardo em dizer que esse pode muito bem ser uma opinião pessoal.

[toggles title=”Como escolher seus captadores”]

Existem vários elementos ou variáveis a se considerar na escolha de um pickup, como por exemplo: 1 –tipo de música ou estilo musical; 2 – pedais de efeito e amplificadores (o setup do guitarrista); 3 – tipo de construção e madeiras utilizadas no instrumento (corpo acústico, semi-acústico ou sólido) e finalmente o gosto pessoal do músico.

1 – Tipo de musica ou estilo musical – Cada estilo musical é ressaltado ou valorizado por características únicas no som do instrumento, como por exemplo: o estilo country music, que exige um som cristalino com bastante brilho, com ênfase em graves altamente percussivos e definidos com som metálico das cordas, uma característica que os americanos chamam de som “twang”. Os músicos que tocam o estilo blues, não precisam de tanta dinâmica sonora e geralmente procuram um som mais encorpado, com mais ênfase em médios para ressaltar o seu toque mais lento e expressivo. O estilo Jazz exige um som cheio com médios e pouca definição em graves e agudos. O estilo Rock exige instrumentos com som cheio e muitos médios e ainda saída de sinal alta, para facilitar a distorção do sinal e gerar boa definição no som, quando distorcido.

2- Pedais de Efeito e Amplificadores Pedais de efeito também podem alterar o sinal gerado por um instrumento e devem ser considerados na escolha do pickup. Geralmente o circuito eletrônico dos pedais torna-se um filtro de agudos e quando utilizados em excesso matam o brilho natural do instrumento. Nestes casos muitos músicos preferem pickups de baixa impedância, pois estes geram um sinal de áudio com bastante ênfase nos agudos, isto para equalizar o som após passar pelo filtro natural de agudos dos pedais de efeito.

Amplificadores de áudio têm personalidade sonora própria, ou seja, cada fabricante e modelo têm uma curva de freqüência específica que altera consideravelmente o som do instrumento, como exemplo podemos citar o som dos amplificadores Fender Black Face dos anos 60, que possuíam tensões de placa de válvulas bem altas e eram altamente dinâmicos e cristalinos, fazendo com que pickups de baixa impedância soassem “ásperos” e irritantes aos ouvidos, ao contrário destes, os amplificadores Fender da década de 50 tinham um som um pouco mais rico em médios e um pickup com uma bobina de alta impedância poderia matar completamente o brilho .

Outro exemplo é o som de Jimi Hendrix, é fato que ele optava por guitarras Fender do final dos 60, com pickups de bobinas com impedâncias baixas, em torno de 5,7K, que geram um som muito agudo, entretanto quando ele ligava os instrumentos a um amplificador Marshall, devido ao grande filtro de altas freqüências no circuito deste amplificador e a sua valorização da curva de médios, bem como a alta capacitância dos cabos de ligação da época, um som equalizado e agradável aos ouvidos surgia.

3- O tipo de construção e as madeiras utilizadas no instrumento – De forma geral as guitarras de corpo acústico tendem a ter um som mais encorpado, já as guitarras de corpo sólido, além de gerarem na maioria das vezes um som mais agudo, este apresenta também bastante dinâmica e ataque.

Como podemos notar o tema é extenso e altamente complexo, devido ás inúmeras variáveis técnicas, entretanto tudo isto passa a ser subjetivo e relativamente intangível, pois no fim de tudo depende somente do gosto e do tipo de som desejado pelo músico.

Então você deve se perguntar o que deseja alterar no som do seu instrumento!

Você gostaria de deixar o som do seu instrumento mais agudo e brilhante com graves percursivos e definidos?  Então você está procurando pickups de baixa impedância.

Você está procurando um som rico em médios com graves encorpados e arrastados para um som jazz ou para utilizar em uma boa distorção? Então você está procurando pickups de alta impedância.

As madeiras utilizadas na construção de instrumentos podem auxiliar nesta busca conforme segue:

1º Madeiras do braço do instrumento “Neck” Se você tiver um instrumento com braço de escala clara como Mapple ou Pau Marfim, você terá uma guitarra bem cristalina e com um som, na maioria das vezes, bem transparente. Guitarras com escalas escuras como Jacarandá da Bahia, filtram bastante os agudos e deixam o instrumento com ênfase em médios, mas existem exceções, como as escalas escuras de Ébano e Pau Ferro, que são na maioria das vezes bem brilhantes.

Você já deve estar se perguntando por que eu sempre escrevo “na maioria das vezes”,

Isto ocorre porque, cada madeira utilizada no seu instrumento vêm de árvores distintas, que foram cortadas em épocas diferentes do seu ciclo de vida e em estações do ano também diferentes, para complicar ainda mais, as partes mais próximas do centro do tronco da árvore são mais densas e facilitam a propagação de freqüências agudas, portanto instrumento que vieram da mesma árvore podem soar bem diferentes entre si. Outros fatores são: a forma de corte e alinhamento das fibras destas madeiras; o tipo secagem, se foi natural ou em estufa, e o tempo de secagem de cada madeira. Tudo isto torna cada instrumento único, e com sonoridades nem sempre previsível.

2ª Madeiras do corpo do instrumento “body”De forma geral as madeiras de corpos mais densas e pesadas facilitam a propagação de agudos e geram mais ênfase nesta freqüência, já as madeiras mais leves tendem a abafar a propagação de agudos devido a sua baixa densidade, mas existem exceções como no caso do Mogno e do Freijó.

O peso destas madeiras é muito semelhante na grande maioria dos casos, sendo que o Freijó apresenta um som bem transparente, agudo e definido, mas o Mogno, apesar de ser até um pouco mais pesado, não propaga bem os agudos, pois outros fatores como alinhamento das fibras e abertura dos poros, bem como a quantidade de óleo natural no interior da madeira, alteram consideravelmente o som gerado.

Portanto, madeiras menos densas e leves como Swamp Ash e Marupá, exigem geralmente pickups de baixa impedância para equalizar o som do instrumento.

Madeiras com densidades mais altas como Hard Ash e Freijó exigem geralmente pickups com impedâncias mais elevadas que no caso anterior.

Madeiras intermediárias como é o caso do Alder Americano estão na coluna do meio e o músico poderá optar tanto por pickups de alta como de baixa impedância, dependendo do seu gosto pessoal.

Cordialmente

Sergio Rosar

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[toggles title=”História da Sergio Rosar Pickups”]

COMO SURGIU A SÉRGIO ROSAR PICKUPS

A Sérgio Rosar Pickups surgiu de uma forte vontade de realizar um grande sonho pessoal.

Na verdade um sonho comum à maioria das pessoas, o de constituir uma empresa e trabalhar numa área que gere pura satisfação.

Após anos trabalhando em diversas áreas distintas, sendo como gerente regional de multinacional, sócio de empresa no ramo automotivo, etc…, e atualmente sendo professor de disciplinas de administração de empresas de faculdades particulares em Florianópolis – SC, senti que era o momento de empreender e constituir a minha própria empresa.

Como um Administrador e Mestre em engenharia, pode entender de captadores?

Tudo iniciou aos 10 anos de idade, quando comecei a me envolver com aulas de música ao ganhar o primeiro instrumento musical de meu pai, o interesse foi crescendo gradativamente, e aos 15 anos freqüentando um curso técnico de eletrotécnica na Escola Técnica Federal de Santa Catarina, já montava circuitos eletrônicos de áudio, como pedais de efeitos e amplificadores para as minhas guitarras.

Após trabalhar em várias empresas na área técnica de robótica e automação industrial, desenvolvendo circuitos digitais, com o passar do tempo o curso superior de Administração de Empresas, título obtido na Universidade Federal de Santa Catarina, foi me afastando profissionalmente desta área técnica, entretanto a música e a eletrônica nunca saíram da minha vida. Como hobbista, projetei e executei inúmeros circuitos eletrônicos na área de áudio, isto foi uma força maior que me impulsionava diariamente.

Já há alguns anos, comecei a bobinar o meu primeiro captador eletromagnético, em uma bobinadeira manual que projetei e construí, para rebobinar um transformador de saída de válvulas, de um amplificador LANEY VC50 britânico que havia adquirido, isto por achar o som dele um tanto áspero em relação aos modelos Fenders que já possuía, um Super 60 do final dos anos 80, e um Blues Delux do final dos 90.

Os resultados iniciais das primeiras bobinagens dos captadores foram muito interessantes e comecei a me envolver gradativamente em pesquisas aprofundadas sobre este universo da captação, buscando o conhecimento necessário para dominar todas as variáveis dos circuitos eletromagnéticos. Até este momento, sempre procurei chegar nos meus projetos o mais próximo possível do som gerado pelos famosos captadores fender e Gibson do final dos anos 50 e início dos 60, respeitados até hoje por suas características de fidelidade, preservando a personalidade do som do instrumento.  

Após mostrar algumas das minhas bobinagens para alguns amigos Luthiers da região da grande Florianópolis, fui gradativamente sendo solicitado, devido a qualidade dos captadores, a restaurar alguns modelos vintage e até a criar algumas bobinas que não eram encontradas no mercado nacional, como por exemplo os filter trons da Gretsch e Trisonic da Burns britânica (utilizado pelo Brian May do Queen), como isto me gerava uma grande satisfação, utilizava as horas livres aos finais de semana para esta tarefa.

Estando estabelecido na vida profissional como administrador de empresas e professor, e tendo em vista o bom domínio técnico e principalmente a grande satisfação que tive nos resultados obtidos dos primeiros protótipos, comecei a estudar gradativamente, e com bastante cautela, o mercado nacional e os produtos ofertados neste segmento, com a finalidade de abrir uma pequena empresa para fornecer produtos nesta área. Encontrei um mercado dividido entre produtos de baixa qualidade provenientes da China, representados por empresas nacionais, e produtos de alta qualidade provenientes basicamente dos EUA, mas com um preço muito elevado.

O mercado Brasileiro encontra-se com poucas opções em captadores de alta qualidade fabricados inteiramente no Brasil, portanto neste segmento de produtos de qualidade, as marcas dos grandes fabricantes internacionais americanos reinam absolutas na mente dos músicos.

O problema no Brasil é que os músicos tem que pagar, injustamente, preços muito altos por estes produtos importados de alta qualidade, devido aos impostos elevados, e custas dos trâmites alfandegários.

Porque preços injustos ao consumidor? Porque os consumidores brasileiros tem de pagar pela incompetência da indústria nacional, em não ser capaz de lhes fornecer um produto de classe e qualidades internacionais, com preços competitivos. O fato é que o consumidor brasileiro paga nos produtos internacionais no mínimo o dobro do preço que pagaria num produto similar feito no Brasil. Apesar de algumas partes dos captadores terem de ser importadas, como por exemplo os núcleos de ALNICO, pois não são fabricados no Brasil, importar insumos paga menos impostos do que produtos acabados.

Alguns pequenos e novos fabricantes nacionais já começaram gradativamente a mudar este paradigma comercial, tentando aumentar a qualidade dos seus produtos sem aumentar os seus preços.

Estes fatores me levaram a pesquisar ainda mais a viabilidade do negócio e parcerias no fornecimento internacional de peças e nacionalização de outras.

Após intensivos estudos comerciais e técnicos, a Sergio Rosar Custom Pickups nasce com a finalidade de atender a você, músico Brasileiro exigente, que espera ter em mãos um produto da mais alta qualidade com o melhor custo benefício possível (Preço versus Qualidade). A gama de produtos ainda é singela, mas irá crescer mês a mês e de forma consistente até atender todas as demandas dos nossos consumidores.

O maior desafio, da Sergio Rosar Custom Pickups, é quebrar a resistência dos músicos brasileiros aos produtos fabricados no Brasil, resistência criada ao longo dos anos de fornecimento de produtos de baixa qualidade. Um grande desafio, que tenho a convicção será vencido gradativamente por um trabalho sério e competente.

*fonte: site Sergio Rosar

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