Lucas Caracik é luthier e responsável pelos projetos e construções da empresa que carrega seu sobrenome – a Caracik Guitars, sediada em São Paulo/SP.
Graduado em arquitetura pela Universidade de São Paulo (USP), aplica os conhecimentos adquiridos na academia para produzir guitarras multiescala com design exclusivo, valorizando o aspecto estético e a ergonomia. Além disso, toda a produção é feita de maneira artesanal, utilizando matéria-prima rigorosamente selecionada.
Ao longo da entrevista, ele nos contou um pouco sobre o início na luthieria, explicou em que consiste a guitarra multiescala, bem como os prós e contras deste modelo, dentre outros assuntos.
Conte-nos um pouco sobre como você iniciou na luthieria.
Lucas Caracik: Assim que voltei à cidade de São Paulo para cursar Arquitetura e Urbanismo na USP, me matriculei no curso de luthieria da B&H (uma das únicas opções que existia, naquele momento). Em 2009 para 2010 comecei o curso, depois me tornei monitor de construção de acústicos na mesma escola, onde auxiliava o professor Vicente Palma, orientando os alunos e preparando os materiais e aulas. Em 2012 abri minha primeira oficina, a PLG Luthieria, juntamente com os artesãos Paulo Cunha e Guilherme dos Reis. E, em 2013, logo após me formar Arquiteto Urbanista, fui à Araguari/MG participar da “10ª edição do curso de Construção de Violão”, ministrada pelos luthiers Luciano Borges e Robert O’Brien. Foi então, em 2014, que criei a Caracik Guitars, minha própria marca e meus próprios instrumentos, que venho desenvolvendo desde então.
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Como a graduação em arquitetura contribui no seu dia a dia como luthier?
Lucas Caracik: A minha formação em arquitetura é fundamental em meu trabalho e em meu dia a dia na oficina. Durante a faculdade estudei desenho e representação gráfica, história da arte, arte contemporânea, arte instalação e estética, além das disciplinas sobre acústica, estrutura e cálculo. Essa amálgama de humanismo e conhecimento técnico, creio eu, me permite uma abordagem bem criativa, mas coesa em termos de linguagem, quando desenho e construo um instrumento. Ao mesmo tempo em que busco ineditismo em minhas criações, quero que a marca Caracik seja perceptível através do desenho, acabamento e certas características em meus instrumentos. Além disso, essa formação ampla também já me permitiu trabalhar em projetos multidisciplinares como, por exemplo, o Nike Air Guitar (Sky Guitar). Em parceria com o Atelier Marko Brajovic, desenvolvemos um instrumento de quatro cordas (funcional) site-specific com mais de nove metros de comprimento para o Nike Air Max Day 2018, na Red Bull Station. Portanto, em termos de busca por uma linguagem formal e estética, a formação em arquitetura me oferece uma base imprescindível.
O que é uma guitarra multiescala? Quais são as principais diferenças de uma guitarra multiescala para uma guitarra comum?
Lucas Caracik: A guitarra multiescala é construída com um comprimento de escala para cada corda. Sendo comprimentos em ordem crescente da corda mais aguda para a mais grave. Denomina-se a multiescala a partir do comprimento de escala das cordas externas, ou seja, a mais aguda e a mais grave, por exemplo: 25,5″/27″ (multiescala comum em guitarras de sete cordas). Para facilitar o entendimento, a diferença entre a guitarra comum e a guitarra multiescala pode ser associada à diferença entre um piano vertical e um piano de cauda. No caso do piano de cauda e a guitarra multiescala os graves são mais vibrantes e o volume sonoro é equilibrado em toda a extensão do instrumento. Assim como no universo do piano, há também uma perceptível diferença estética entre os instrumentos. A guitarra multiescala apresenta os trastes na disposição comumente chamada “em leque” enquanto a guitarra comum apresenta os trastes paralelos.
Você poderia citar os prós e os contras da guitarra multiescala?
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Lucas Caracik: Prós: graves mais vibrantes;volume sonoro equilibrado em toda a extensão do instrumento; ataque mais estável, com menos desafinação, nas cordas mais graves; melhora na postura da mão ao tocar na posição clássica tradicional;maior equilíbrio de tensão entre as cordas resultando em menos esforços de torção – algo desejável em braços cada vez mais largos (caso das guitarras de alcance estendido).
Contras: necessidade de peças (captadores, pontes e tremolos) específicas, muitas vezes feitas sob medida para o instrumento e, por conseguinte, valor final do instrumento mais alto.
Quais são os diferenciais das guitarras Caracik?
Lucas Caracik: São guitarras autorais, feitas à mão, com a maior atenção e meticulosidade possível. São instrumentos projetados e construídos com o músico pós-moderno/contemporâneo em mente. A estética é exclusiva, as peças escolhidas são as melhores do mercado no segmento de alcance estendido. Os instrumentos podem ser ainda mais personalizados com adição de marchetaria (inlay), escolha de captadores e madeiras. Além disso, todas as guitarras Caracik são construídas com tampa magnética (sem parafusos) na parte elétrica, marcação lateral em Luminlay (fosforescente), trastes inox, acompanham hard bag Caracik, certificado de autenticidade e garantia vitalícia da construção.
Além da fabricação de guitarras, quais são os outros tipos de produtos e serviços oferecidos pela empresa?
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Lucas Caracik: Além da fabricação artesanal de guitarras ofereço cursos de luteria e acabamento, serviços de regulagem e manutenção de instrumentos. Também desenvolvo produtos e acessórios, vendidos através da loja virtual da oficina. Ofereço, além disso, consultoria para luthiers e fabricantes que pretendem desenhar, construir instrumentos e criar sua própria marca.
Você participou das últimas edições da Music Show Experience. Como foi a sua experiência neste evento?
Lucas Caracik: Participei da Music Show Experience em suas duas primeiras edições, 2018 e 2019. Aliás, lancei as guitarras Caracik, oficialmente, na feira em 2018! Estar em meio a outros fabricantes de instrumentos foi fundamental para me inserir no mercado e expor meu trabalho para o público interessado. A importância deste tipo de evento é capital para o setor.
*Autor: Álvaro Silva, apaixonado por música, guitarra e luteria. Criador do blog Guitarras Made In BraSil, espaço dedicado à divulgação dos trabalhos de profissionais brasileiros que produzem guitarras, contrabaixos e violões custom shop.
Nova série apresenta guitarras Stratocaster e Telecaster com visual retrô e recursos atualizados como captadores Pure Vintage, acabamento envelhecido e trastes de aço inox.
A Fender Musical Instruments Corporation anunciou o lançamento global da coleção “American Ultra Luxe Vintage”, que combina a essência da tradição Fender com o que há de mais refinado em construção e tecnologia sonora. Inspirada nos modelos American Ultra II, a nova linha traz edições especiais das lendárias Stratocaster e Telecaster, com referências visuais e técnicas das décadas de 1950 e 1960. Entre os destaques estão os captadores Pure Vintage, acabamento em laca nitrocelulósica envelhecida Heirloom, trastes de aço inoxidável e recursos eletrônicos modernos, como a chave S-1 Switching.
Tamanho histórico, desempenho contemporâneo
Os modelos incluem versões ’50s e ’60s da Stratocaster, uma edição HSS equipada com humbucker Haymaker, além das Telecaster ’50s e ’60s Custom. Todos são construídos com madeiras selecionadas, contornos esculpidos e braço quartersawn em formato “D” moderno, com bordas arredondadas Ultra e marcadores Luminlay. O hardware de performance inclui tremolo de dois pontos com selas de aço inoxidável, porca Graph Tech TUSQ e tarraxas com trava, garantindo afinação precisa e trocas de corda ágeis.
Estética vintage, ergonomia refinada
A série chega em cores clássicas como Butterscotch Blonde, 3-Color Sunburst, Ice Blue Metallic, Fiesta Red e Lake Placid Blue. Cada instrumento oferece acesso facilitado às casas agudas por meio do encaixe de braço rebaixado — um diferencial valorizado por músicos exigentes. “Com a linha American Ultra Luxe Vintage, redefinimos o equilíbrio entre legado e inovação”, afirmou Max Gutnik, Chief Product Officer da Fender. “É uma homenagem à nossa história com os padrões mais altos da fabricação moderna.”
Imagine tocar no Lollapalooza com apenas uma guitarra e um cabo. Sem pedais, sem amplificador, sem nada além do instrumento. Impossível? Não mais.
Testamos as três guitarras smart mais vendidas do Brasil e descobrimos qual realmente entrega o que promete – e qual pode fazer você jogar dinheiro fora.
Por que este comparativo é diferente (e por que você deveria se importar)
Convidamos Thiago Ferreira, guitarrista profissional com 15 anos de experiência em palcos e estúdios, para testar sem filtros a Tagima SixMART, Michael GMS250 e Mooer GTRS. O resultado? Algumas surpresas que vão mudar sua decisão de compra.
Mas antes, a pergunta de R$ 7.000: por que comparar guitarras de R$ 1.400 com uma de R$ 6.000?
Porque elas prometem a mesma coisa – substituir seu setup tradicional – mas apenas uma realmente consegue. É a diferença entre comprar uma bicicleta motorizada e um carro elétrico. Ambos têm motor, mas só um te leva na estrada.
Os números que você precisa saber antes de qualquer decisão
Características
Tagima SixMART
Michael GMS250
Mooer GTRS S800
Preço real (agosto/2025)
~R$ 1.500
~R$ 1.400
R$ 4.500-11.000
Efeitos integrados
5 fixos
5 com variações
110-128 via app
Simulação de amp
Não
Não
Sim (guitar sims + amps)
App/Bluetooth
Não
Não
Sim (GTRS App)
Gravação USB direto
Não (só P2)
Não (só P2)
Sim (USB-C OTG)
Bateria
2x pilhas AA
2x pilhas AA
Recarregável Li-ion
Autonomia
Não informada
Não informada
~10 horas
Saída para fones
Sim (P2)
Sim (P2)
Sim (P2)
Bag incluída
Não
Não
Sim (gig bag)
Footswitch
Não
Não
GWF4 opcional*
Economia real em equipamentos
R$ 800
R$ 1.000
R$ 5.500-12.000
*GWF4 vendido separadamente, mas incluído em alguns kits
Tagima SixMART: a pioneira nacional tem mérito
O teste real: o que descobrimos quando o hype encontra a realidade
Junto com a Michael, a Tagima merece crédito por democratizar guitarras inteligentes no Brasil. Por R$ 1.500, você leva uma HSS com 5 efeitos integrados (overdrive, distortion, chorus, delay e reverb) que funciona com 2 pilhas AA comuns, com um design muito bom, bem acabada e head stock moderno.
O que Thiago Ferreira descobriu no teste: “Uma guitarra com pegada de instrumento para iniciantes, com praticidade de ter efeitos embutidos e facilidade para estudos com saída para fone na própria guitarra. Boa construção e acabamento com excelente custo x benefício.”
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Mas ele também alertou: “Overdrive e distorção não permitem regulagem. O knob controla delay ou chorus, e no topo dele só o reverb. O chorus é mais utilizado e deveria ter ficado no lugar do reverb – faria mais sentido escolher delay ou reverb, com chorus independente. E não acompanha bag.”
Os detalhes técnicos que importam na SixMART:
Configuração HSS com chave de 5 posições (versão Strato)
Saída P2 para fones – estude sem incomodar
Entrada aux P2 – toque junto com backing tracks
Alimentação por 2 pilhas AA – fáceis de encontrar
Sem simulação de amplificador – som “cru” precisa de amp
Michael GMS250: tecnologia brasileira que acerta
Diferenciais reais da GMS250:
Sistema push-pull inteligente – desligado, não gasta bateria
Reverb com duas variações (Room e Hall)
Trastes extra-jumbo – facilitam bends e solos
DSP integrado com processamento digital
Thiago observou que ambas são “guitarras irmãs” no conceito: “Para estudo e prática casual, tanto a Michael quanto a Tagima cumprem bem o papel. A escolha acaba sendo por detalhes – tipo reverb simples ou com variações.”
Mooer GTRS: quando “inteligente” significa algo completamente diferente
Aqui a conversa muda de nível. A GTRS não é uma guitarra com efeitos – é um sistema completo de produção musical.
O que Thiago descobriu que muda tudo: “Uma verdadeira guitarra inteligente, com inúmeras possibilidades, inclusive uso profissional. Permite configuração e regulagem de TODOS os efeitos via app, além de recursos que transformam completamente a experiência.”
O que a GTRS realmente oferece (dados oficiais verificados):
Sistema GTRS Intelligent Process: • 110-128 efeitos editáveis via app (varia por firmware) • Guitar Simulation Mode – até 16 tipos de guitarra • Múltiplos amps e gabinetes simulados • Looper de 80 segundos para composição • 40 ritmos de bateria integrados • Gravação USB-C direto (OTG) para PC/smartphone
Praticidade real: • Bateria Li-ion 4000mAh recarregável via USB-C • ~10 horas de autonomia comprovada • Gig bag incluída (economia de R$ 150) • Footswitch GWF4 sem fio opcional (alguns kits incluem)
Thiago foi enfático: “Qualidade e regulagem dos efeitos, recursos do app, bateria recarregável, visual, acabamento e qualidade do hardware. Quando me perguntei sobre contras, a resposta foi clara: nenhum.”
A matemática brutal: quanto você realmente economiza (ou gasta)
Comprando uma guitarra smart da MichaelouTagima você economizaria em periféricos:
Comprando uma guitarra smart da Mooer GTRS você economizaria em periféricos
Para músicos: a verdade que ninguém te conta
Se você está começando agora: Tagima ou Michael resolvem. Por R$ 1.400-1.500, você tem tudo para praticar em casa. Mas prepare-se: em 6 meses você vai querer mais.
Se você já toca há algum tempo: Pule direto para a GTRS. A diferença de R$ 3.500 parece muito, mas você vai gastar isso em pedais de qualquer forma. Melhor investir uma vez só.
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Se você é profissional ou semi-profissional: Não perca tempo. A GTRS é a única das três guitarras que você pode levar para um estúdio ou palco e ter um ‘tudo em um’ realmente profissional. E sim, dá para tocar no Lollapalooza só com ela e um cabo.
Para lojistas: como vender cada uma (e quando)
Cliente com R$ 1.500 máximo: Mostre Tagima e Michael lado a lado. Argumento: “Com qualquer uma dessas, você sai tocando hoje mesmo. Ambas incluem 5 efeitos que custariam R$ 1.400 se comprados separadamente.”
Cliente que você visualiza o potencial musical
Demonstração ao vivo é crucial. Conecte a Mooer GTRS direto na mesa/interface e mostre a diferença de ter simulação de amp. Argumento: “A diferença de preço (R$ 3.500) você gastaria em pedais em 1 ano. Com a GTRS, você tem tudo isso mais gravação USB, 128 efeitos editáveis e nunca mais precisa comprar pedais.”
Cliente cético sobre guitarras digitais: Foque no hardware. Argumento: “Mesmo desligada, a GTRS é uma guitarra premium. Trastes de aço inox que duram 5x mais (modelo P800), madeiras selecionadas, ponte Wilkinson. É um instrumento que você usaria mesmo sem os efeitos.”
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O veredito final: não existe guitarra smart ruim, existe guitarra errada para seu momento
Tagima SixMART Compre se: Você nunca teve pedais, está começando, ou precisa de uma guitarra silenciosa para apartamento.
Não compre se: Você já tem pedais melhores ou pretende tocar ao vivo/gravar seriamente. Nota final: 7/10 para iniciantes, 4/10 para intermediários
Michael GMS250 Compre se: Você prefere produtos nacionais, gosta do sistema push-pull, ou já é fã da marca. Não compre se: Você já tem pedais melhores ou pretende tocar ao vivo/gravar seriamente. Nota final:7/10 para iniciantes, 4/10 para intermediários
Mooer GTRS Compre se: Você leva música a sério, grava, faz shows, ou simplesmente quer o melhor.
Não compre se: Seu orçamento máximo é R$ 2.000 e você não consegue parcelar.
Nota final: 9/10 para qualquer nível.
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A pergunta de 1 milhão: guitarras smart são o futuro?
Depois de testar as três, Thiago Ferreira resume: “Para iniciantes, Tagima e Michael são revoluções de acesso. Para profissionais, a GTRS é revolução de conceito. Em 5 anos, carregar pedais vai parecer tão antiquado quanto usar discman em 2025.”
O futuro já chegou. A questão não é SE você terá uma guitarra inteligente, mas QUAL você pode pagar agora. E com este guia, pelo menos você não vai errar na escolha.
Quer testar estas guitarras? Procure a loja de instrumentos mais próxima.
A Manson Meta Series MBM-2H ganha novos acabamentos, versões para canhotos e ferragens em preto.
A colaboração entre Matthew Bellamy (guitarrista do Muse), a Manson Guitar Works e o fabricante Cort apresenta novidades na premiada linha Manson Meta Series MBM-2, que agora inclui novas cores, opções para músicos canhotos e ferragens com acabamento preto. Um dos lançamentos mais aguardados é o retorno do acabamento Red Sparkle, um verniz brilhante com glitter que presta homenagem às guitarras “Santa” utilizadas por Bellamy em shows e gravações. Essa versão está disponível tanto com dois humbuckers de design Manson quanto com o sistema Sustainiac, que substitui o captador do braço por um sistema de sustain ativo com três modos de funcionamento contínuo. A linha também recebe um novo acabamento em Satin Olive Green, disponível nas mesmas configurações e também com versão para canhotos. Com essas adições, a série MBM-2H passa a contar com três opções de cor — incluindo o popular Satin Black —, duas configurações eletrônicas e modelos voltados para guitarristas canhotos. Os modelos mantêm as características que renderam prêmios como o Total Guitar 5/5 Platinum, Electric Guitar of the Year (MIA/Guitarist) e Guitarist Signature Guitar of the Year. Entre os destaques estão o braço com raio composto, o botão kill para efeitos do tipo stutter e o design elegante típico da Manson Guitar Works.