O fundador e presidente da empresa americana Fishman — designer e fabricante de pickups, amplificação e outros produtos para instrumentos acústicos e elétricos — conta sobre seu início na indústria e as tendências no segmento
Larry sempre teve um histórico relacionado à engenharia, à fabricação, a grandes máquinas e, logicamente, à música. Sendo guitarrista profissional desde os 10 anos, antes de começar a fabricar pickups sempre teve uma sensibilidade especial com os instrumentos, curioso por saber como se produzia o som dentro deles e como fazer para melhorá-lo, mas mantendo sua natureza.
Uma coisa que poucos sabem é que, já trabalhando na fabricação de captadores, um dos seus empreendimentos paralelos foi a criação da Parker Guitars, junto com Ken Parker, na década de 1980.
No início com a Parker Guitars, ele e o parceiro se associaram à Korg USA, empresa que se encarregava da distribuição no mundo inteiro e aportava capital. Anos depois, quando mudou a direção da Korg, lhes informaram que já não seguiriam trabalhando no setor de guitarras, e Larry e Ken continuaram sozinhos, com 100% das ações da companhia. Em sete anos, fabricaram por volta de 40 mil guitarras e baixos. Mas com guitarras caras e uma fábrica enorme a manter, o negócio deixou de ser rentável e decidiram vendê-la à US Music.
Isso deu mais tempo para o Larry trabalhar na Fishman, negócio que estava crescendo rapidamente em paralelo. “Eu trabalhava 80 horas por semana, mas tenho de reconhecer que a época na Parker Guitars trouxe grandes experiências, com guitarras maravilhosas, muitos músicos, prêmios e reconhecimento da indústria; inclusive há museus no país que continuam adquirindo os nossos instrumentos para suas coleções. Foi muito divertido”, lembrou Larry.
Música & Mercado: Quando você começou a exportar com a Fishman?
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Larry Fishman: Passamos a exportar imediatamente. Os primeiros produtos eram transdutores para contrabaixo e captadores para violino. Começamos a ir à feira NAMM só com esses dois produtos. Na segunda NAMM que visitamos, fui falar com um grande distribuidor da Suíça e outro da Alemanha que, naquele momento, distribuíam guitarras Takamine e Fender. Eles passaram a distribuir meus produtos e em pouco tempo recebia ligações do Reino Unido, da Espanha e de toda a Europa. Simplesmente o negócio começou a crescer e os nossos produtos começaram a ser vendidos em muitos varejistas.
Música & Mercado: Por quais dificuldades você passou para criar sua empresa?
Larry Fishman: Na verdade não tive nenhuma. Estava fazendo o que eu gostava. Sempre fui músico, tocava guitarra, mas também tinha um amor pela fabricação e a criação de coisas. Fazia motores para carros e motos quando era estudante, meu pai estava na indústria textil, sempre rodeado de máquinas grandes, e isso também chamava a minha atenção. Tinha uma base muito forte na fabricação e nas máquinas sobre a qual podia me apoiar, e amava desenhar e fabricar coisas com as mãos, então não houve nenhuma dificuldade real. Tivemos um começo muito afortunado quando passamos a fazer captadores para violão. A ideia de um violão amplificado era bastante nova na época. Nenhuma empresa americana estava fazendo isso, mas todas queriam porque viam que o mercado se estava desenvolvendo e estavam perdendo participação contra a Ovation e a Takamine, que tinham esses modelos.
Música & Mercado: Então foi assim como começou a ação nos Estados Unidos…
Larry Fishman: Isso. Minha relação comercial com os fabricantes de guitarras nos Estados Unidos começou muito naturalmente. O dono da Guild Guitars ligou para mim, disse que tinha ouvido sobre meus captadores para contrabaixo e violino e queria um para os violões da Guild. Pediram que criasse alguma coisa e eu disse que sim. Visitei a fábrica e quando saí já tinha um pedido de 500 peças! Isso realmente lançou a empresa e me tirou do porão de casa, onde havia algumas pessoas fazendo os captadores para contrabaixo e violino. Começamos a buscar um espaço industrial porque pensei que finalmente a coisa podia funcionar. O passo seguinte foi uma ligação da Martin Guitar dizendo que tinham visto o sistema das Guild e perguntando se queríamos fazer outro para eles, mas precisavam de um modelo diferente para seus violões standard.
Música & Mercado: Como você cria uma coisa diferente para distintas marcas sem que o instrumento perca seu som real?
Larry Fishman: É algo que surge naturalmente em mim. Costumava pegar um instrumento, antes de me tornar fabricante de captadores, e o tocava durante dias, acusticamente. Colocava-o contra o meu ouvido, sentia o que estava vibrando, sentia a energia do instrumento e, como tenho um background em engenharia, fazia um tipo de análise empírica do que faz que o instrumento funcione e como capturar esse som sem interferir em suas tendências naturais. Os captadores são sempre um compromisso. Simplesmente tenho uma aproximação particular, escuto as coisas de uma forma única que deve ser o modo pelo qual muitas pessoas também o fazem, porque estamos vendendo muitos captadores, então devem estar de acordo comigo! Mas não houve nenhum estudo que me ajudasse. Apenas tive de apelar para a minha sensibilidade mecânica, minha sensibilidade como engenheiro, mas principalmente minha sensibilidade musical. O design de ferramentas musicais tem de ser uma interação que as faça mais expressivas para o músico, senão não serve.
Música & Mercado: Como você conseguiu contratar pessoas quando começou do zero?
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Larry Fishman: Isso foi fácil! Conhecia muitos músicos e a maioria estava sem trabalho. Então meus primeiros funcionários eram caras com que tinha tocado em alguma banda e que queriam fazer algum trabalho extra durante o dia. Quando você entrava na Fishman, sempre havia música ou alguém tocando, tínhamos jam sessions no horário do almoço, criávamos um ambiente confortável para que as pessoas que eu conhecia e que amavam a música fizessem coisas musicais. Foi bastante fácil começar desse modo. Ficou mais difícil quando as demandas passaram a ser mais altas e fiquei sem amigos músicos! Ainda hoje a empresa está lotada de músicos, pessoas que tocam todas as noites, que amam a música, que gravam, têm estúdios, são inspiradas por elas mesmas para fazer um bom trabalho. Trabalhei em muitos lugares antes de ser dono de uma empresa e lembro das coisas de que não gostava sobre trabalhar para outras pessoas, ser tratado de certo modo, e prometi a mim mesmo que nunca faria isso com meus funcionários, que se os forçasse, não iria valer a pena. Logicamente, sempre tivemos disciplina e expectativas sobre como fazer as coisas, mas acho que a parte importante é encontrar o talento real de cada colaborador, alentá-lo e agradecer-lhe por fazer sua parte todos os dias. É importante desenvolver um relacionamento com os funcionários. Tenho mais de cem pessoas trabalhando e são como parte da minha família.
Música & Mercado: Qual você acha que será o futuro dos captadores?
Larry Fishman: É difícil de predizer. Virão tecnologias que nunca antes imaginamos, e isso determinará o futuro. Toda melhoria em portabilidade e conectividade, em eliminar a necessidade de cabos e coisas dessa natureza virão naturalmente com o amadurecimento da tecnologia. O futuro dependerá dos avanços tecnológicos e do engenho dos designers.
Música & Mercado: Na Fishman, já estão fazendo alguma coisa revolucionária com o avanço da tecnologia?
Larry Fishman: Estamos. Temos desenvolvido sistemas de transmissão de áudio sem fio que são muito mais eficientes do que nunca foram antes. Temos um sistema que é livre de quedas (de sinal) que ainda não lançamos no mercado, sairá em pouco tempo, com características como 2,4 gHz, 130 pés em campo, full band com 32 bit, 20 a 20, latência extremamente baixa — menos de 4 milissegundos — e que operará por 12 horas com duas baterias AA. Isso não teria sido possível há quatro ou cinco anos se não fosse a acessibilidade atual às novas tecnologias e a ter bons engenheiros que pesquisem e as aproveitem ao máximo.
Realmente acho que os sistemas de captadores vão se tornar menores, mais eficientes em termos de energía, e que a revolução digital vai se tornar a regra, e não a exceção. Acho que com novas tecnologias poderemos fazer sistemas mais fáceis de usar e baixar o preço. Quando você observa quais são os problemas dos músicos, pensa no que a tendência deveria fazer para resolvê-los. A música fala por si só. Precisamos fazer ferramentas para os músicos que sejam acessíveis, muito fáceis de usar e vamos deixá-los tocar!.
A DiMarzio anunciou o lançamento do Colossal, um conjunto de captadores passivos projetado para baixos de cinco cordas, que promete maior faixa dinâmica e versatilidade sonora tanto em estúdio quanto ao vivo.
O conjunto é composto por captadores para as posições de braço e ponte, com um design humbucking totalmente blindado, o que contribui para a redução de ruídos e maior estabilidade em gravações e apresentações ao vivo. Sua carcaça, no formato soapbar (EMG40, 37,75 mm x 101,25 mm), integra ímãs de neodímio, que oferecem nível de saída e faixa dinâmica superiores em relação aos designs tradicionais.
O modelo também inclui um sistema de cabeamento rápido e uma base de circuito impresso de 0,093” que facilita a instalação. A configuração permite conexões em série, paralelo ou split coil, ampliando as possibilidades tímbricas sem a necessidade de processadores digitais adicionais.
Sonoridade e resposta
De acordo com a empresa, os Colossal oferecem uma resposta sensível tanto a toques suaves quanto a técnicas mais agressivas como slap ou palhetada. Os desenvolvedores destacam uma faixa média definida e com caráter, também adequada para afinações graves, juntamente com agudos presentes sem aspereza e graves profundos e controlados.
Para melhorar o equilíbrio geral, o captador da ponte foi projetado com um nível de saída mais alto que o do braço, o que permite melhor correspondência de volumes quando utilizados em conjunto.
Ergonomia e evolução do design
Seguindo a linha dos captadores Relentless, a DiMarzio eliminou as bordas retas das coberturas metálicas e adicionou uma curvatura na parte superior. Esse ajuste aproxima as bobinas das cordas centrais, melhorando o equilíbrio de saída e ampliando a faixa dinâmica.
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Disponibilidade
Os novos Colossal estarão disponíveis em três acabamentos: níquel, dourado e preto fosco, ampliando as opções estéticas para músicos e fabricantes.
DiMarzio apresentou dois novos produtos projetados para elevar o som dos guitarristas modernos: o set MuscleT para guitarras Telecaster e o SuperPAF Ceramic, uma versão de inspiração vintage dos clássicos humbuckers de cerâmica de alto ganho.
Set MuscleT Tele — Ponte e Braço
MuscleT Bridge: inspirada nos captadores dos anos 1960, ela mantém aquele som característico de médios e agudos nítidos, mas aumenta o ganho para maior sustentação, reduzindo a aspereza do som. Perfeito para quem procura um tom de Tele tradicional com projeção moderna.
MuscleT Neck: mantém a resposta dinâmica da Tele original, mas adiciona mais brilho e presença para acompanhar ritmos fortes e solos definidos. Equilibrado entre cordas e com mais volume em comparação aos modelos vintage.
Ambos os captadores são feitos à mão e testados individualmente na fábrica da DiMarzio em Nova York, garantindo qualidade e consistência em cada unidade.
Cerâmica SuperPAF
Esta nova versão combina a estética clássica dos captadores PAF com a renomada potência do Super Distortion original. Principais características:
Alto ganho ideal para amplificadores valvulados; Definido por médios proeminentes, graves potentes e agudos encorpados.
Versatilidade garantida: a fiação de 4 condutores permite modos divididos, em série ou em série-paralelo sem complicações.
Som icônico presente em gravações icônicas de guitarristas como Ace Frehley, Phil Collen e Paul Gilbert, da década de 1970 até hoje.
Tanto a precisão do MuscleT quanto a potência versátil do SuperPAF Ceramic oferecem possibilidades atraentes para uma variedade de estilos de execução e demandas no estúdio ou no palco.
A DiMarzio, em colaboração com o lendário baixista Billy Sheehan, inventou um novo formato e sensação para as capas dos captadores Precision Bass que melhoram a tocabilidade e o desempenho.
Usando a visão de Billy de formas de superfície em estilo rampa que minimizaram todas as arestas duras do corpo do captador, DiMarzio criou uma experiência de tocabilidade mais confortável. Indo um passo além, os parafusos de ajuste de altura foram realocados para que também fiquem abaixo da superfície do pickguard, eliminando o contato dos dedos.
Um subproduto deste design recentemente patenteado é um formato que permite que as bobinas gêmeas com cancelamento de zumbido sejam ajustadas mais próximas das cordas. Um benefício secundário disso é uma melhoria na dinâmica e no equilíbrio das cordas.
Para comemorar a nova patente, a DiMarzio está oferecendo um desconto de 20% nos captadores Relentless Middle, Relentless P, Relentless PJ Pair, Sixties P e Sixties PJ Pair por tempo limitado. Use o código RELENTLESS20 na finalização da compra em www.DiMarzio.com.