Fábrica
Entrevista: Craigie e Debbie Zildjian, da Zildjian Cymbals
Publicado
10 anos agoon
Com uma herança de mais de 400 anos na fabricação de pratos, todos conhecemos a Zildjian. Hoje, a empresa está nas mãos das poderosas Craigie e Debbie para continuar com sua história de sucesso

O negócio vem mudando e também o faz a Zildjian para manter-se na sua posição de liderança no mercado de pratos. Internet, novos produtos, novos consumidores e estratégias renovadas são algumas questões que põem à prova essas inteligentes mulheres e seu capacitado staff de especialistas em cada área de trabalho.
Um dos pontos que a empresa está levando em consideração é a tendência da diminuição do espaço físico das casas e apartamentos onde os consumidores moram, o que leva à redução do número de baterias. Dessa forma, o departamento de R&D da empresa vem transitando entre lançamentos (e relançamentos) que incluem tecnologia, como o Gen16 ou pratos para estúdio que mantenham o som sem produzir um volume alto demais, como o Zildjian L80.
A renovação da empresa incluiu também a alteração de parte da sua equipe diretiva. Com a contratação de novos profissionais, a Zildjian tem trabalhado fortemente, mas sem alarde, para manter a proximidade com seu público-alvo, considerando a tecnologia como elemento de conexão.
Em entrevista exclusiva, Craigie e Debbie abrem suas mentes para descobrir o que as motiva para seguir inovando.
AS IRMÃS TÊM A PALAVRA

Debbie entrou na empresa em 1980 como diretora de segurança, focando em melhorar o ambiente de manufatura. Iniciou o programa de aprendizes da companhia para R&D e outras posições de artesanato importantes. Esteve envolvida ativamente na certificação de qualidade ISO 1001 em 1995 — a primeira vez que uma empresa na indústria de percussão a obteve.
Debbie também foi responsável pela operação da sala de fundição, onde o cobre e o estanho são combinados em um ritual de 380 anos de antiguidade para produzir a liga secreta da Zildjian. De fato foi a primeira vez que uma mulher se responsabiliza por esse processo. Agora, Debbie encabeça o departamento de recursos humanos, atua na equipe executiva da empresa e é vice-presidente e secretária corporativa da junta diretiva. Vamos descobrir mais sobre o pensamento que ambas trazem para a empresa.
Música & Mercado: Falemos sobre o futuro da empresa.

Outra coisa que ele nos ensinou era que tínhamos que seguir a música. Ele amava o jazz e costumava dizer: “Mesmo que não seja um tipo de música que é da sua preferência, tem de saber o que é que está acontecendo no mundo da música, saber que esse tipo de música é importante e tem que segui-lo”. Isso nos levou a fazer pratos para rock, heavy metal e todas as variações existentes. Temos que entender a música.
O outro modo de continuar com tudo isso é contratar pessoas que adotem e entendam todos esses tipos de música e que sejam de diferentes gerações, porque por natureza todos gostamos de diferentes estilos musicais. Se tivéssemos todos os funcionários da minha idade ou da idade da minha irmã, estaríamos perdendo muitos ritmos!
Música & Mercado: Mas como a Zildjian tem superado os desafios no mercado de percussão desde a crise global em 2008?
Craigie Zildjian: As mudanças econômicas no mundo inteiro certamente criaram desafios para todos, mas durante esse período aumentamos nosso investimento em desenvolvimento de novos produtos focando na inovação que pudesse satisfazer as necessidades do baterista. Também reforçamos nosso marketing de marca e nossas promoções, trabalhando junto a nossos dealers para adaptar-nos às condições de câmbio. Os mercados emergentes oferecem grande potencial de crescimento enquanto o “sonho do rock & roll” estiver vivo, como acontece em muitos países do mundo. O Brasil e a Rússia voltarão ao negócio em breve e, enquanto isso, precisamos continuar focando nossos esforços de crescimento em todos os países ao conectar-nos com bateristas de todos os níveis de habilidade de execução.
Música & Mercado: Marcas lendárias como Gibson e Marshall estão se reinventando, adicionando produtos lifestyle e valores com produtos paralelos ao seu negócio principal. Acham que esse modelo de negócio também pode ser aplicado na Zildjian?
Craigie Zildjian: Como a Zildjian é considerada uma das marcas de instrumentos musicais mais icônicas do mundo, certamente em percussão e música em geral, temos aumentado nosso foco nos produtos e na experiência de marca que promovam os valores da empresa pelo amor de criar música ou, mais importante, abraçar o papel que a música fornece ao criar prazer.
Música & Mercado: Com tantos pratos disponíveis no mercado hoje, o que a Zildjian está fazendo para ser a opção número 1?
Craigie Zildjian: A disponibilidade de tantas opções nos leva a trabalhar ainda mais duro para ser o prato de eleição. Inclusive com tantas opções, não vemos um foco em novas inovações e diferenciação. O objetivo da Zildjian é permanecer centrada em criar produtos da melhor qualidade na industria, responder às necessidades do mercado e inovar em som, materiais e acabamentos. Temos 393 anos de história na fabricação de pratos, um espectro mais amplo possível de bateristas jovens e prominentes, e somos a única marca de pratos feitos nos Estados Unidos. Temos uma equipe formidável no mundo inteiro, como também os melhores distribuidores.

Craigie Zildjian: Tamanhos maiores e mais finos e sons mais escuros têm passado a ser mais populares nos últimos anos, mas, como tudo, isso pode mudar rapidamente. Embora tenhamos uma fortaleza tremenda nas nossas linhas A e A Custom, nossos pratos K e K Custom têm sido mais populares que nunca no último ano. Também temos criado uma nova série de pratos de baixo volume chamados L80 que complementa nossos pratos Gen16 Buffed Bronze. Ambas as inovações se dirigem ao mercado emergente de “volume reduzido”, pois os bateristas e os professores estão mais conscientes que nunca sobre proteger sua audição.
Música & Mercado: Sempre é preciso manter a empresa atualizada. A tecnologia chegou e mudou tudo também no mundo musical. Foi por isso que lançaram uma nova geração de Gen16?
Debbie Zildjian: Sim, nos reinventamos de um modo ou outro. Foi muito “pioneiro” lançar um prato real que pudesse ser tocado eletronicamente. Durante anos pudemos ver que os músicos que estavam tocando baterias acústicas e eletrônicas não gostavam dos pratos, dava para perceber no modo como os tocavam, então percebemos que o mundo do eletrônico digital chegou para ficar. Não podemos estar sempre no mundo do acústico, então dissemos: “Deveríamos tentar encontrar uma maneira de desenvolver um prato que pudesse ser tocado com a música eletrônica digital”. Foi assim que começou o Gen16.
A primeira versão não foi perfeita, em parte devido à expectativa dos bateristas, que era extremamente alta; queriam tocar esses pratos e que soassem igual a qualquer outro prato Zildjian. Isso não era possível! Ainda não era possível… mas esse era nosso objetivo! Além disso, somos uma companhia acústica, então, para nós, passar ao eletrônico seria um grande passo.
Agora temos uma pessoa jovem no nosso staff, Mike Sutton, que está altamente envolvido no mundo digital. Ele pensa digitalmente e é o gerente de produtos para Gen16. Tem nos ajudado realmente a quebrar a barreira educativa, inclusive para nós mesmos, para entender como dar esse grande passo. Precisávamos de alguém que nos ajudasse com isso.

Música & Mercado: Isso é importante. Ter a alguém que ajude no desenvolvimento de produtos, mas também no desenvolvimento de vocês como profissionais.
Debbie Zildjian: Sim, leva tempo desenvolver um prato assim, como também desenvolver uma cultura ou uma mudança de pensamento. Várias vezes tem acontecido de criarmos pratos que estavam adiantados para sua época. Por exemplo, fomos os primeiros a fazer efeitos especiais com cortes como o prato Remix, que não era muito popular quando o apresentamos. De repente, há uns cinco ou dez anos, todos lançaram esse tipo de prato. Às vezes você pode ser innovador, mas não é sempre no momento correto. Também pode se sentir constrangido com tantas ideias, ideias que temos internamente por parte do nosso diretor de R&D ou dos bateristas que estão aqui, outras que vêm dos nossos artistas. Às vezes temos tantas ideias que é difícil decidir em qual focar.
Música & Mercado: Segundo seu ponto de vista, como a internet tem mudado o comportamento do consumidor? Há alguns anos, ouvia-se que “os músicos não comprariam on-line porque queriam ouvir o equipamento”. O que vocês acham disso?
Craigie Zildjian: Sempre haverá uma grande parte de consumidores que queira ouvir os pratos antes de adquiri-los, e sempre comprarão em um lojista “de tijolo e cimento”. Contudo, a internet está se tornando cada vez mais importante para os pratos, como também para as baquetas e acessórios. Achamos que as vendas baseadas em internet poderiam representar cerca de 20% do total em um curto período. Hoje, muitos websites oferecem envio gratuito ou inclusive devolução grátis, de modo que comprar um prato on-line acarreta um risco pequeno. Tendo dito isso, a maioria dos consumidores ainda quer a experiência pessoal de comprar em uma loja de música.
Debbie Zildjian: Temos de reconhecer que os bateristas estão comprando de um modo diferente. Antes você nunca pensaria que se poderia comprar um som por internet, mas agora as pessoas o fazem. De fato, as pessoas compram tudo pela internet. Coisas que você não pode cheirar, nem ouvir, nem sentir, mas acho que simplesmente foi uma evolução, e uma geração diferente de consumidores que pensa diferente. Alguns nem sequer se perguntam: “Por que tenho que ir até uma loja e ouvir como soam antes de comprá-los?”. Os bateristas sempre estão procurando algo novo e temos de nos manter no ritmo com coisas frescas.
Música & Mercado: Como a Zildjian tem se preparado para enfrentar essa nova geração de consumidores?
Craigie Zildjian: Adotamos seguir a evolução de como nossos clientes escolhem conhecer os pratos e adquiri-los ao melhorar nossa experiência on-line com conteúdo relevante e comprometer-nos mais com o marketing por redes sociais. Continuamos trabalhando com a maior lista de artistas de qualquer companhia de pratos, desde lendas icônicas até bateristas principiantes. Estamos procurando ativamente bateristas que sejam de mais influência entre a geração emergente. Sobretudo, continuamos com nossas crenças principais, ouvimos os bateristas e seguimos a música para ser recompensados.
Debbie Zildjian: Sempre manteremos a parte acústica porque somos líderes nesse segmento, essa é nossa herança. Mas, para seguir sendo viáveis no mundo musical de hoje, você tem de se adaptar e também crescer.
Música & Mercado: Que outras coisas o uso da internet tem mudado na Zildjian?

Música & Mercado: Já falando de um novo modo de distribuição, algumas empresas estão começando a comercializar diretamente aos consumidores. Acham que essa será uma tendência a seguir na Zildjian?
Debbie Zildjian: É uma coisa em que a gente tem de pensar e conversar muito, mas não é algo que gostaríamos de fazer neste momento, porque temos uma longa história e fortes associações com muitos distribuidores e dealers no mundo inteiro. Eles são os nossos olhos e ouvidos no mercado, são eles que têm uma relação direta com o consumidor. Esse é o modo pelo qual sempre dirigimos o nosso mercado, tendo um relacionamento direto e forte com eles e os lojistas, que ao mesmo tempo confiam nos fabricantes com que trabalham, como nós.
O que está acontecendo agora é que são eles que estão vendendo não só nas lojas físicas, mas também on-line, então, estão liderando o mercado. Estamos tentando descobrir como dar-lhes suporte em ambas as ações. Às vezes os ajudamos com seus sites, dando conteúdo a eles ou para as redes sociais, que é uma forma de associar-nos com eles.
Música & Mercado: Como trabalham com os acionistas para que estejam bem informados ao mesmo tempo que preparam a empresa e a família para o futuro?
Craigie Zildjian: A família Zildjian tem uma longa e orgulhosa herança, e está atuando no interesse da riqueza da empresa a longo prazo. Certamente Debbie e eu estamos extremamente ativas em todos os assuntos diários do negócio. Os outros membros da família que têm uma participação de propriedade são atualizados constantemente sobre a atuação e as estratégias de negócios principais por meio de comunicações estruturadas regulares, mas, com certeza, têm a maior confiança em nós duas e nos diretores talentosos e apaixonados que administram a empresa. O foco tem sido, e continuará sendo, fazer o correto para os bateristas de todo tipo, e dar suporte aos nossos distribuidores e dealers de todo o mundo.
Música & Mercado: O que significa a Zildjian para vocês?
Debbie Zildjian: Tantas coisas! Penso primeiro em meus avós. É muito interessante quando vemos nas notícias o fluxo de imigração, as pessoas que vão para outros países. Realmente me faz pensar quão corajoso foi meu avô em reunir todas as suas coisas na Turquia, vir para a América e começar uma vida do zero. Essas são raízes muito emotivas e saber que é um negócio que começou há muito tempo em circunstâncias tão diferentes, e ver que tem progredido e tem se formado esse negócio maravilhoso, é ótimo. Outra coisa é quando vemos os bateristas que nos visitam, sejam crianças ou músicos mais experimentados, quanta alegria tocar tem trazido para suas vidas e o que isso representa para eles! É muito gratificante saber que fazemos algo que traz felicidade às pessoas. É uma sensação muito linda neste mundo atual tão difícil!.
Craigie Zildjian: Acho que falo por todos quando digo que estamos orgulhosos de ser a marca escolhida por bateristas em cada canto do mundo, e também de ser a única marca de pratos feitos nos Estados Unidos ao mesmo tempo que respeitamos os métodos do Velho Mundo na criação dos pratos mais finos. Estamos comprometidos em trabalhar de perto com os bateristas e educadores no mundo todo para fornecer os melhores instrumentos possíveis (pratos, pratos acústico-eletrônicos, baquetas) para clientes de todos os países.
Pride Music no Brasil
No Brasil, os pratos e acessórios Zildjian são distribuídos pela Pride Music desde o segundo semestre do ano 2000, após o encerramento das atividades do distribuidor anterior (CBP – Clave Brazil Percussion, que também distribuía Pearl e Remo).

Craigie Zildjian entre os diretores da Pride Music, Mauro Martins e Lucio Grossmann
Nesses 16 anos de relacionamento, Zildjian e Pride solidificaram, atualizaram e implementaram também no Brasil as bases e conceitos mercadológicos que sempre estiveram presentes na história da Zildjian: consolidação de sua identidade de marca, inovações em produtos e investimentos em artistas, eventos, propaganda e marketing. A relação entre os departamentos de marketing e vendas de ambas as empresas é habitual, colaborativa e produtiva em todos os aspectos.
No ano passado a marca realizou dois eventos de grande porte. O primeiro foi o Zildjian Day, em maio, no auditório da Unip, tradicional evento da marca que em 2015 apresentou John Tempesta, Alvaro Lopez e comemorou os 50 anos de carreira de Zé Eduardo Nazario. O segundo foi o Zildjian Camp, realizado em outubro na EM&T: um dia inteiro de workshops, treinamentos e debates com oito artistas da Zildjian Brazil — Giba Favery, Igor Willcox, Junior Vargas, Cláudio Infante, Jorge Gomes, Jean Dolabella, Marco da Costa e Christiano Galvão.
O Zildjian Team Brazil é composto de 37 bateristas, que abrangem todos os estilos e que se empenham na promoção e divulgação da marca e seus produtos, realizando shows, apresentações, workshops, vídeos e conteúdo para as redes sociais.
Esse trabalho e compromisso com a marca resulta em reflexo proporcional nas redes sociais e na participação de mercado em relação às demais marcas de pratos globais. No Facebook, os números de curtidas na página oficial da Zildjian é praticamente o mesmo alcançado pela soma das outras três marcas mais representativas que disputam espaço nas lojas e no coração e mente dos consumidores. Já o número de pessoas seguindo ou falando do assunto é infinitamente maior que isso.
O mesmo se reflete também em participação de mercado. Em 2015, de acordo com dados disponíveis no site da RFB, as importações da Zildjian representaram 34% de todo o volume (em dólares) de importação de pratos no Brasil, e este valor é 78% maior que a soma das importações das outras três marcas globais.
“Por tudo isso e pela excelente política de preços e marketing oferecida pela Zildjian, 100% dos pratos fabricados pela empresa estão disponíveis no Brasil, com garantia estendida de dois anos e com excelente relação em comparação aos preços vendidos em lojas nos Estados Unidos. Para o consumidor, o valor de um prato no Brasil é o mesmo que se fosse comprado via internet nos Estados Unidos, transportado para o Brasil de modo oficial e com recolhimento dos impostos incidentes ao consumidor final”, de acordo com os departamentos de vendas e marketing da Pride Music.


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Efeitos, Pedais e Acessórios
Fuhrmann rebate rumores sobre o fechamento da empresa
Publicado
1 ano agoon
26/11/2024
Influencer declarou que a fabricante de pedais havia encerrado suas atividades.
A disseminação de informações falsas, popularmente conhecidas como fake news, é um dos maiores desafios da era digital. A desinformação não apenas afeta pessoas, mas também pode gerar danos significativos para empresas, setores produtivos e até comunidades inteiras. Recentemente, a fabricante de pedais Fuhrmann enfrentou um exemplo desse fenômeno, quando informações incorretas foram divulgadas por um influenciador digital.
Em um vídeo publicado por Leo Godinho (removido por violar os Termos de Serviço do YouTube), dois modelos antigos de pedais da Fuhrmann foram avaliados, mas o conteúdo incluiu afirmações incorretas sobre a empresa. Entre as declarações, Godinho afirmou que “fontes semi-oficiais” teriam confirmado o encerramento das atividades da Fuhrmann no Brasil, sugerindo ainda que a marca estaria operando exclusivamente por meio de vendas online e, possivelmente, descontinuaria até mesmo essa operação.
Ao buscar esclarecimentos, o CEO da Fuhrmann, Jorge Fuhrmann, classificou o caso como “extremamente preocupante” e lamentou o impacto da desinformação nas redes sociais. Ele assegurou que a empresa está, na verdade, em plena atividade e preparando lançamentos para 2025. “Não faria sentido algum investir no desenvolvimento de novos produtos para, depois, encerrar as atividades”, afirmou.
Investimentos em tecnologia e produção local
Com sede em Penápolis, interior de São Paulo, a Fuhrmann mantém sua operação em uma fábrica de 650 m², onde produz cerca de 800 pedais por mês. Segundo a empresa, ao longo de seus 18 anos de atuação, tem investido consistentemente na qualificação de colaboradores, em novas tecnologias e em maquinário avançado para aprimorar processos.
Os pedais da nova linha são mais compactos e eficientes, equipados com componentes SMDs (Surface-Mount Devices) que são montados automaticamente, trazendo inovação e modernidade aos produtos da marca. Jorge Fuhrmann destacou ainda que a empresa não possui planos de terceirizar sua produção.
Combate à desinformação
Como medida para evitar episódios similares no futuro, a Fuhrmann anunciou a criação de uma seção especial em seu site voltada à imprensa, influenciadores e ao público em geral. O objetivo é divulgar notas oficiais e esclarecer dúvidas sobre a empresa e seus produtos, combatendo possíveis boatos antes que eles se espalhem.
O episódio reforça a importância de verificar informações antes de compartilhá-las, especialmente em um ambiente digital onde rumores podem ganhar grandes proporções rapidamente.

Cultura
Música transforma vidas de presos em projeto de ressocialização
Publicado
1 ano agoon
10/09/2024
A ressocialização de detentos no Brasil tem ganhado novas dimensões com projetos que unem capacitação profissional e arte.
Iniciativas como o Sons da Liberdade, no Acre, e o Baqueart, em Pernambuco, utilizam a fabricação de instrumentos musicais para proporcionar aos internos uma oportunidade de recomeçar suas vidas de maneira digna, oferecendo uma nova perspectiva de reintegração social e profissional. Além de promoverem o desenvolvimento de habilidades técnicas, esses projetos utilizam a música como ferramenta de transformação, criando oportunidades reais para os presos saírem do sistema penitenciário com novas chances no mercado de trabalho.
Sons da Liberdade, realizado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen)
No Acre, o projeto Sons da Liberdade, realizado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), se consolidou como uma referência nacional na ressocialização de detentos através da luthieria, a arte de fabricar instrumentos musicais. Desde maio de 2024, os reeducandos são capacitados a construir violões e guitarras de alta qualidade em uma oficina que proporciona 222 horas de aulas práticas e teóricas. O coordenador do projeto, Luiz da Mata, destaca que a iniciativa tem como objetivo oferecer aos detentos a chance de aprender uma nova profissão, preparando-os para o mercado de trabalho após o cumprimento de suas penas.
O reconhecimento da qualidade dos instrumentos fabricados pelos presos foi evidenciado durante a Expoacre 2024, onde os violões confeccionados na oficina chamaram a atenção de visitantes e músicos locais. “A madeira é de qualidade, e por ser feito por reeducandos, é algo muito interessante, muito gratificante”, comentou o músico Rafael Jones, que visitou o estande do Iapen durante o evento. Além do sucesso na Expoacre, o projeto Sons da Liberdade foi convidado para expor seus instrumentos na Conecta+ Música & Mercado, a maior feira de música da América Latina, um reconhecimento significativo da qualidade do trabalho realizado dentro do sistema penitenciário.
Jardel Costa, policial penal e instrutor de luthieria no Sons da Liberdade, enfatizou a satisfação dos detentos em ver seu trabalho sendo apreciado pela comunidade. “Eles têm ficado muito felizes, tanto com o instrumento pronto, quanto com o fruto do trabalho, também com as pessoas vindo ver o instrumento, tocar neles, ver que é um instrumento bom, de qualidade, que não perde em nada para um instrumento profissional”. Essa valorização do trabalho contribui diretamente para a autoestima dos reeducandos e reforça o potencial transformador da arte dentro do ambiente prisional.
Projeto Baqueart, no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA)
Paralelamente, em Pernambuco, o projeto Baqueart, no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), localizado em Canhotinho, também promove a reintegração social por meio da música. Desde agosto de 2024, os detentos participam de aulas teóricas e práticas de fabricação artesanal de instrumentos de percussão, como zabumbas, surdos e pandeiros. Segundo Paulo Paes, secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, o projeto busca oferecer uma formação técnica que permita aos internos sair do sistema penitenciário com condições de sustentar suas famílias e viver com dignidade.
Além da capacitação técnica, o projeto Baqueart se destaca pela abordagem ambientalmente sustentável, com a produção totalmente artesanal e manual, sem o uso de produtos químicos ou máquinas. Sérgio Reis, professor responsável pela formação dos internos, destacou a importância do método: “O processo é totalmente manual, respeitando o meio ambiente e ensinando uma nova forma de trabalho para os internos”.
A valorização do trabalho dos detentos no projeto Baqueart também é recompensada com remuneração e direito à remição de pena, conforme previsto na Lei de Execução Penal. “O Baqueart faz parte de uma transformação maior no sistema penitenciário de Pernambuco, onde trabalho, renda e educação são pilares fundamentais”, afirmou Alexandre Felipe, superintendente de Trabalho e Ressocialização. A iniciativa tem sido vista como um modelo a ser seguido, com planos de expansão para outras unidades prisionais no estado.
Essas iniciativas de luthieria dentro do sistema prisional não apenas promovem a capacitação técnica dos detentos, mas também oferecem um meio de abstração e reabilitação emocional por meio da música. Para Daniel Neves, presidente da ANAFIMA (Associação Nacional da Indústria da Música), os projetos têm uma importância multifacetada: “A fabricação de instrumentos musicais pelos detentos atua em dois parâmetros: a criação de um ofício e a abstração que o instrumento proporciona. Foi louvável a atitude das diretorias de ambos sistemas penitenciários que trouxeram estas atividades aos detentos”.
Ao capacitar os internos para uma nova profissão e permitir que eles utilizem a música como forma de expressão e superação, os projetos Sons da Liberdade e Baqueart demonstram o potencial transformador da arte dentro do sistema penitenciário. Essas iniciativas oferecem aos detentos uma oportunidade real de reescreverem suas histórias e de retornarem à sociedade com dignidade e novas perspectivas de vida.
Empresas
Giannini: quais os próximos passos da recuperação judicial da mais tradicional fábrica de violão do Brasil?
Publicado
1 ano agoon
27/07/2024Por
Redação
Nesta última semana de julho, o jornal O Estado de São Paulo noticiou sobre o pedido de recuperação judicial da Giannini, a centenária fábrica brasileira de violões.
A Giannini, fabricante de instrumentos musicais com mais de 100 anos de história, entrou em recuperação judicial. Nos autos do processo, a empresa atribuiu a crise à pandemia de covid-19, seguida de uma política de restrição a crédito por parte dos bancos, que levou a marca a acumular dívidas acima de R$ 15,8 milhões.
De acordo com dados do Serasa Experian, pedidos de recuperação judicial aumentaram 71% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Especialistas apontam que o controle da inflação e do câmbio, a queda dos juros e a geração de empregos são fundamentais para interromper a tendência de endividamento.
Giannini solicita Recuperação Judicial
No processo, a Bacelar Advogados representou a empresa perante o Juiz de Direito de uma das Varas Regionais de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 4ª e 10ª RAJ do Estado de São Paulo, elaborando um pedido liminar para a manutenção das atividades empresariais e requerendo a Recuperação Judicial da empresa.
O Juiz de Direito, Dr. José Guilherme Di Rienzo Marrey, nomeou a empresa Brasil Expert Análise Empresarial de Insolvência Ltda para realizar trabalhos técnicos preliminares na Giannini. Isso inclui verificar as condições reais de funcionamento da empresa, visitar a sede e filiais, certificar a regularidade das atividades, verificar a documentação apresentada e identificar interconexões e confusões entre ativos ou passivos das devedoras, além de detectar indícios de fraude e confirmar se os principais estabelecimentos estão na área de competência do juízo.
Relatório Preliminar
A empresa Brasil Expert realizou a perícia preliminar e relatou: “Após uma minuciosa análise da documentação apresentada pela Requerente, acrescida da diligência realizada, conclui-se que a solicitação de recuperação judicial está fundamentada em uma crise econômico-financeira real e substancial. Não foram identificados indícios de que a Requerente esteja utilizando o instituto da recuperação judicial de forma fraudulenta.”
O relatório continua: “O exame dos documentos e das informações financeiras revela uma queda no endividamento de curto prazo da Requerente, de R$ 39,73 milhões, no período entre dezembro de 2021 e maio de 2024. Já o endividamento de longo prazo apresentou um aumento significativo de R$ 395,92 milhões. Este crescimento no passivo reforça a evidência de uma crise financeira genuína e não uma manobra para uso indevido da recuperação judicial.”
Mercado se solidariza
O mercado da música se solidarizou com a Giannini. Roberto Guariglia, diretor da marca Contemporânea de percussão brasileira, manifestou-se em um grupo de fabricantes de instrumentos musicais: “Estamos na torcida para que vocês vençam mais este obstáculo que muitas indústrias brasileiras enfrentam. Que a presença da Giannini continue importante no cenário musical mundial!” Em outros grupos, as mensagens de solidariedade não pararam de chegar.
Em mensagem para a Música & Mercado, a ANAFIMA – Associação Nacional da Indústria da Música declarou: “O ambiente de negócios no Brasil tem suas intempéries e a Giannini é uma das raras empresas a ultrapassar 115 anos no país. Torcemos pela sua administração e fazemos votos para que o setor se reúna para proporcionar sustentação à empresa.”
Próximos Passos
Com o pedido de recuperação judicial deferido, a cobrança de dívidas fica suspensa por 180 dias, e um plano de reestruturação deve ser apresentado.
- Publicação da Decisão:
- A decisão será publicada no Diário Oficial e os credores serão notificados.
- Nomeação do Administrador Judicial:
- Um administrador judicial será nomeado para supervisionar o processo.
- Apresentação do Plano de Recuperação:
- A Giannini deve apresentar um plano detalhado em 60 dias.
- Assembleia Geral de Credores:
- Os credores discutirão e votarão o plano de recuperação judicial.
- Implementação do Plano:
- Após aprovação, o plano será implementado e supervisionado pelo administrador judicial.
- Monitoramento e Cumprimento:
- A empresa deve cumprir todas as condições e prazos estabelecidos.
- Encerramento do Processo:
- Se o plano for bem-sucedido, o juiz encerrará o processo de recuperação judicial.
Áudio
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