A venda de produtos falsificados ou contrabandeados em marketplaces, como o Mercado Livre, distorce a realidade de preços e compromete as marcas de instrumentos musicais e áudio.
Como se não bastasse o ponto comercial ter se alocado para o terreno virtual sob a marca Mercado Livre, a retórica do principal marketplace do Brasil beneficia quem vende e compra errado. Por conta disso, as principais importadoras e marcas estrangeiras no País estão em guerra fria com o Mercado Livre, o principal marketplace da América Latina.
Em 2017, a empresa lançou uma iniciativa para a redução dos processos judiciais. Parte desses processos proveio de grandes empresas como ProShows, Harman do Brasil, entre outras, lesadas pelo sistema de venda do Mercado Livre que, além dos produtos legais, abriga fruto de contrabando e produtos falsificados; e outra parte dos processos (em maior número), de consumidores lesados.
Apesar de desenvolver ações importantes como o Programa de Proteção à Propriedade Intelectual e dispor de um profissional para atender o segmento musical, os resultados do impacto desses cuidados operacionais do Mercado Livre se mostram ineficientes sob o ponto de vista de equilíbrio da competitividade.
O marketplace dispôs para grande parte das importadoras o acesso ao seu sistema PPPI (Programa de Proteção à Propriedade Intelectual), em que a empresa responsável pela importação legal de uma marca no Brasil pode identificar e, dependendo do acordo com o marketplace, baixar um a um os anúncios que infrinjam a propriedade intelectual, como produtos falsificados, por exemplo.
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As ações do Mercado Livre seriam ótimas se fossem entregues de forma completa. A presidência da Anafima (Associação Nacional do Indústria da Música) vem trabalhando para que o Mercado Livre entregue não somente as informações básicas sobre os vendedores de produtos ilegais, mas os dados de outras lojas correlatas a ele. “O Mercado Livre tem ciência de que muitos comerciantes de produtos ilegais agem em rede, em alguns casos familiar, com várias lojas conectadas sob o mesmo IP, endereço e até conta-corrente. Uma forma de monitorar corretamente seria entregar esses dados e deixar que as empresas tivessem acesso amplo para uma fiscalização mais efetiva. O Mercado Livre, entretanto, foge do assunto”, realça Daniel Neves, presidente da Anafima. De acordo com dados da associação, o prejuízo econômico no setor pelo contrabando e falsificação de produtos dentro da plataforma passa de 20 milhões de reais.
Para um diretor comercial ouvido pela Música & Mercado que preferiu manter seu nome em sigilo, “O Mercado Livre faz todas as ações possíveis desde que não impactem seu faturamento, ou seja, não resolve. Sem contar que há uma sutil coação na hora de oferecer acesso ao sistema do Programa de Proteção à Propriedade Intelectual, o que acontece desde que se abra a loja oficial dentro da plataforma”.
A importadora Habro Music sabe bem como é lidar com os produtos de procedência duvidosa que ingressam no mercado brasileiro. A empresa trabalha com importantes marcas de áudio e instrumentos musicais que muitas vezes tornam-se alvo do comércio clandestino.
Consumidores que compram por meio de canais ilegais sofrem com a falta de garantia e ausência de suporte técnico. “Em casos de produtos de alta tecnologia, para os quais o consumidor muitas vezes necessita de um suporte para configuração do equipamento e resolução de possíveis dúvidas, infelizmente não temos como oferecer ajuda, uma vez que não podemos nos responsabilizar por produtos cuja procedência não pode ser comprovada”, explica Alec Haiat, CEO da Habro Music.
“É muito comum as pessoas acharem que o contrabando existe porque o Mercado Livre existe, mas isso é um problema que existe há muito tempo”, explica Cybelle Fernandes, legal manager do Mercado Livre.
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Com certeza, o contrabando e a falsificação existem há centenas de anos, não se trata disso. O mercado necessita de um marketplace que seja realmente criterioso com a entrada de anúncios de produtos ilegais e sua repressão. E não de um que tenha uma parte significativa do seu modelo de negócio colaborando com a propagação de atividades ilícitas e causando prejuízo a mais de 2 mil lojas no segmento, mesmo que, no exercício de suas atividades, haja justificativa nas premissas do Marco Civil da Internet.
A Harrison Audio anunciou o lançamento do Harrison DeNoiser Plug-in, uma ferramenta de limpeza de diálogo e voz com latência zero, desenvolvida para engenheiros de pós-produção, broadcasters, técnicos de som ao vivo e criadores de conteúdo.
Reconhecida por seu papel histórico no som de Hollywood, a empresa traz para o ambiente das DAWs parte da tecnologia presente em suas consolas MPC, usadas em grandes produções cinematográficas.
Ao longo de mais de cinco décadas, a Harrison esteve por trás do som de franquias como Indiana Jones, Spider-Man, James Bond, Jurassic Park, Harry Potter, Bohemian Rhapsody e Ford v Ferrari. O novo plug-in busca aplicar esse padrão de processamento a tarefas cotidianas, como diálogos gravados em ambientes desafiadores, vozes com baixo nível de sinal ou registros comprometidos por ruído ambiente.
O DeNoiser oferece redução de ruído rápida e transparente, preservando o timbre original da voz sem introduzir artefatos perceptíveis. Para isso, incorpora cinco faixas de denoise, quatro modos de relação sinal-ruído (SNR) e seis controles multibanda, que permitem ajustes precisos por frequência. Sua tela de espectro dinâmico exibe em tempo real o sinal de entrada, a impressão do ruído e a redução aplicada.
O sistema opera com zero amostras de latência, o que facilita seu uso em transmissões ao vivo, fluxos acelerados de pós-produção ou setups híbridos de estúdio. Além disso, conta com presets projetados para problemas comuns de voz e diálogo, entregando soluções rápidas em projetos com prazos apertados.
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Principais recursos
Processamento em tempo real com latência zero Cinco faixas de redução e quatro modos SNR Seis deslizadores multibanda para ajuste por frequência Limpeza transparente, sem artefatos Visualização em tempo real do espectro e da redução aplicada Presets para problemas recorrentes de voz e diálogo
Uma atualização do CDX14-3030 com melhorias em linearidade, durabilidade e resposta em altas frequências
A Celestion anunciou o CDX14-3035, um driver de compressão de alta frequência com saída de 1,4 polegada e diafragma de titânio em peça única. O novo modelo, parte da linha CDX14, substitui o CDX14-3030 e traz melhorias voltadas a maior potência, sensibilidade otimizada e flexibilidade para aplicações de reforço sonoro.
O CDX14-3035 eleva a potência nominal para 120 W AES e a potência contínua para 240 W, superando os valores de seu antecessor. O driver também oferece 108 dB de sensibilidade e um ponto mínimo de crossover de 800 Hz (12 dB/oct), ampliando seu campo de aplicações em relação ao modelo anterior. Segundo a empresa, seu desempenho em altas frequências é equivalente ao do CDX14-3045 — versão com ímã de neodímio —, mas em um formato com ímã de ferrita pensado para instalações fixas e sistemas de grande porte, onde custo e robustez são fatores decisivos.
O projeto utiliza um diafragma e suspensão de titânio em peça única, com geometria revisada para melhorar a linearidade do movimento. Um anel de fixação em polímero de alta temperatura ajuda a reduzir a distorção, enquanto a bobina móvel edgewound de 3 polegadas (75 mm), feita de alumínio revestido de cobre, foi projetada para suportar maiores demandas térmicas e mecânicas. O driver opera com impedância nominal de 8 ohms e possui saída de 35 mm / 1,4 polegada.
No lançamento, Ken Weller, Marketing Manager da Celestion, destacou que o modelo “oferece o desempenho de alta frequência característico da marca em um conjunto com ferrita voltado a soluções economicamente viáveis”, ressaltando a combinação de 108 dB de sensibilidade e 240 W contínuos como fatores essenciais para aplicações que exigem confiabilidade e alto nível de pressão sonora.
Uma nova ferramenta 3D para controlar o Logic Pro e moldar o som no espaço.
A Neumann anunciou o VIS – Virtual Immersive Studio, um aplicativo desenvolvido para o Apple Vision Pro que introduz uma abordagem tridimensional para a mixagem de áudio espacial. Com a ferramenta, a empresa inaugura uma nova etapa na produção imersiva ao permitir que criadores manipulem fontes sonoras como objetos visíveis em realidade aumentada.
O VIS substitui interfaces planas tradicionais por um ambiente 3D no qual é possível visualizar, mover e posicionar elementos sonoros por meio de gestos das mãos. A automação se torna uma ação física, e a mixagem passa a ter um caráter mais performático. Segundo a empresa, a intenção é permitir que o usuário “toque” o som e o molde de forma natural.
A aplicação se integra diretamente ao Logic Pro no Mac. Após o emparelhamento, o VIS aparece como um dispositivo dentro do software e pode ser exibido em uma tela virtual ajustável no Vision Pro. A baixa latência do sistema pass-through possibilita interagir com o equipamento físico do estúdio enquanto se trabalha em um espaço de mixagem virtual.
O VIS suporta monitoramento tanto por alto-falantes quanto por fones. Para fluxos móveis ou setups sem monitores físicos, inclui o RIME, plug-in proprietário da Neumann que processa áudio espacial em até 7.1.4. Combinado ao rastreamento avançado de cabeça do Vision Pro, o sistema oferece uma percepção espacial consistente, útil tanto em estúdios profissionais quanto em ambientes remotos.
Desenvolvido com base nas tecnologias AMBEO, o VIS incorpora algoritmos de acústica virtual projetados para criar uma sensação mais realista do espaço sonoro. Essa infraestrutura técnica torna a experiência imersiva mais precisa e acessível, reduzindo a complexidade comum dos fluxos de trabalho em áudio 3D.
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Principais recursos
Ambiente visual 3D para mixagens espaciais no Apple Vision Pro
Posicionamento de fontes sonoras por gestos
Integração completa com o Logic Pro no Mac
Visualização geral de todos os objetos de áudio
Rastreamento de cabeça com 3 graus de liberdade
Compatibilidade com monitoramento por alto-falantes ou fones via RIME
Com o VIS, a Neumann incorpora a computação espacial ao fluxo profissional de mixagem e oferece um sistema que combina hardware, software e gestos em um único ambiente. A empresa destaca que a tecnologia faz parte de uma estratégia mais ampla para impulsionar o uso de áudio imersivo e apoiar a evolução dos formatos tridimensionais.