Levantamento feito pelo Sebrae, em abril, revela diferentes dados sobre a situação que as empresas de eventos estão passando devido ao coronavírus. Conheça.
Necessário para a contenção do avanço do coronavírus, o isolamento social impactou severamente os negócios de eventos no país. Pesquisa do Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), realizada entre 14 e 22 de abril, mostra que a pandemia impactou 98% das empresas do segmento. Para driblar os efeitos da crise, 35% dos empresários ouvidos negociaram crédito para realizar os eventos cancelados futuramente. A maior parte das empresas colocou seus funcionários para trabalhar on-line, enquanto outras deram férias.
Segundo o levantamento, que ouviu 2.702 empresas, 98% delas foram impactadas pela pandemia do coronavírus – com uma média de 12 eventos cancelados por empresa. Mesmo diante desse cenário, 51% das empresas optaram pelo trabalho on-line e 33% deram férias aos trabalhadores, enquanto 43% dispensaram funcionários. De acordo com os entrevistados, 64% não pretendem fazer dispensas nos próximos três meses.
“O setor de eventos atua sempre em cadeia, são muitos fornecedores envolvidos. Assim, cada evento cancelado impacta pelo menos outras 10 empresas”, analisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “Ainda assim, os empresários se mantêm otimistas, pois quase 60% afirmaram que acreditam na retomada das atividades de imediato ou nos próximos seis meses”, completa Melles.
Entre as soluções encontradas para sobreviver ao momento está a renegociação de contratos e fornecedores (53%), corte de custos com insumos e matérias-primas (50%), redução de custos com as concessionárias de energia e água (20%). Conforme o estudo, 54% das empresas tomaram alguma medida em relação aos terceirizados. As principais foram a redução de horas e valores pagos e o cancelamento ou suspensão de contratos. “A pesquisa demonstra a visão do empresário que já está atuando para retomada e com foco no fortalecimento do turismo de negócios”, destaca a presidente da Abeoc, Fátima Facuri.
Adequação do modelo de negócio
Pela amostragem, 54% dos negócios tiveram redução do faturamento em março e 37% não receberam nada no período. Para o mês de abril, segundo o levantamento, a expectativa é de redução de faturamento para 79% das corporações, sendo que a maior preocupação delas, atualmente, é manter e adequar o modelo de negócio para continuar funcionando (48%), além de manter seus cliente atuais (43%).
Ainda a partir dos dados da pesquisa, 34% acham que levará de sete meses a um ano para retomar o negócio após a suspensão do isolamento. Outras 33% acreditam que levará menos de seis meses, sendo que 24% esperam retomar as atividades em patamares anteriores de imediato.“No momento que se busca soluções, a pesquisa do Sebrae em parceria com a Abeoc e aUbrafe abre espaço para um novo momento e novos negócios”, sintetiza o presidente executivo da Ubrafe, Armando Campos Mello.
Eventos e pequenos negócios
O II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil – 2013, realizado pelo Sebrae, revelou que o setor de Eventos representava 4,32% do PIB. O segmento é responsável por 7,5 milhões de empregos diretos, indiretos e terceirizados na economia nacional e contribui com R$ 48,69 bilhões de impostos. A participação dos pequenos negócios no setor de eventos somam 297.565 empresas, entre microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, e representam 95,4% do total de empresas do segmento.
Veja mais sobre a pesquisa
Sua empresa teve eventos impactados com a crise?
98% – Sim, tivemos impacto nos eventos nos quais atuamos
2% – Não, não tivemos impacto nos eventos nos quais atuamos
Quantos eventos foram cancelados?
Média: 12 eventos
Quantos eventos foram remarcados?
Média: 7 eventos
Em relação aos eventos que foram cancelados, sua empresa teve que:
16% – não havia recebido / não recebeu antecipação de pagamento
16% – outro
35% – negociou crédito para utilização futura
34% – devolveu recursos para o contratante ou algum fornecedor
Após o início do isolamento social foram tomadas medidas em relação aos funcionários da empresa?
79% – Sim, foi necessário tomar algumas medidas
21% – Não, não foi tomada nenhuma medida
Quais as medidas que a sua empresa adotou em relação aos funcionários?
51,6% – trabalho online
43,5% – dispensa de funcionários
33% – concessão de férias para os funcionários
23,6% – redução de carga horária de trabalho / salário
15,9% – outro
7,8% – rodízio de funcionários
Quantas pessoas já foram dispensadas?
Média de 6,7 pessoas
Quantas pessoas a empresa emprega atualmente (incluindo sócios)?
Média – 10 pessoas
A empresa prevê, nos próximos 3 meses, dispensar funcionários em função do Covid-19?
Sim – 64%
Não – 36%
Em caso de demissão:
Média – 7 pessoas
Qual a perspectiva de faturamento da empresa para o mês de abril de 2020, em função do Covid-19, em comparação com abril de 2019?
Reduzir de 76% a 100% – 62,5%
Reduzir de 51% a 75% – 9%
Reduzir de 26% a 50% – 4,5%
Reduzir em até 25% – 3,2%
Sem alteração – 8%
Aumento – 2,8
Qual é a sua maior preocupação nesse momento para manter seu negócio durante esse período?
Adequar o modelo de negócio da empresa para continuar funcionando – 47,8%
Manter os clientes atuais – 42,9%
Cortar custos – 40%
Acessar crédito – 35,6%
Adequar a empresa às normas sanitárias que o Governo poderá adotar após o isolamento – 15,3%
Outro – 8,7%
O que você tem feito durante esse período de paralisação visando à preparação da sua empresa para a retomada dos negócios?
Aprimoramento da gestão – 30,1%
Fortalecimento do relacionamento com o mercado – 25,2%
Qualificação da equipe para esse novo momento – 17,2%
Adoção de novas tecnologias – 15,5%
Preparação da empresa para adoção de ações sustentáveis – 12%
Informe enviado pelo Sebrae.