Todos os dias encontramos Fake News no que vemos e ouvimos. Falta de informação? Preguiça de procurar a verdade? Acreditamos em tudo? O que temos que fazer?
Começo o texto pela conclusão e resposta, antes dos porquês. Fake News é o tipo de “estória “, boato, maledicência, calúnia, difamação e até controle social, que ganha força de acordo com a afinidade de quem a recebe em relação a ideia relatada, ou a falta de interesse em estudo e averiguação de quem a ela é exposto, e em geral serve como desconstrução social de alguém ou algo, ou promoção de alguém, ou alguma instituição, ideia ou valor.
Vamos aos porquês…
A “mídia tradicional humana”, se considerarmos mídia verdadeiramente todo meio de passar informação, desde o aparecimento do homem, historicamente nunca se manteve isenta de lado, e ao se estudar histórias, há discordâncias latentes em averiguação de fatos, narrativas, e seus efeitos, e com o implemento da tecnologia, tudo se tornou mais imediato, e se por um lado as narrativas ganharam amplitude, a sua multiplicidade ganhou força, portanto deu voz à quem tinha motivos para questioná-las, mas também para quem nem sabia o que estava “falando”, mas por exposição pessoal queria estar no debate.
Nisso, a tecnologia deu visibilidade a todos, e possibilidade de trotes, bullying, e depreciação, bem como para que perseguições “politicamente corretas”, atingissem o mesmo objetivo ditatorial, que é calar as opiniões discordantes de uma ideologia ou narrativa, ou não é verdade que dependendo da visibilidade, postar um bife mal passado pode ser “ofensivo”à veganos?
A linha tênue da mentira instituída , e a realidade “exagerada”se tornou inclusive termo para alguns militantes ideológicos, que nomearam as ocorrências como”verdade fluída” , para evitar afirmar que aquilo era mentira.
A Imprensa tradicional mente com desenvoltura, às vezes apenas dando metade da narrativa, para convencer de sua opinião militante, mas tem chegado a criar coloridas “verdades fluídas” em horário nobre, e em manchetes jornalísticas.
Governos e instituições mentem, ou espalham desinformação proposital, e cria-se a verdade distorcida, como uma cortina de fumaça. Surge a mentira sarcástica, a mentira ideológica, a mentira do despistamento, e a mentira da arapuca.
As informações mais básicas passaram a ser questionadas por bolhas sociais de pseudo verdades, onde a terra é plana, oca, dominada por seres transmorfos de um logradouro qualquer espaço temporal.
Ter razão ficou mais importante do que ter entendimento.
Estar “certo” é mais importante do que ter certeza?
Ai criam Fake News sobre verdades, para que estas pareçam Fake News, criando narrativas dentro de narrativas.
Às vezes o absurdo da verdade é tão difícil de acreditar, que vira “desmentido” pela mentira.
A roupa nova do Rei às vezes é o velho uniforme do Réu, ou ainda o novo esquife do infiel, de acordo com a multiplicidade de opiniões.
Surge também a condescendência opinativa, onde parece permitido dizer que 6 é 9, ou vice e versa, mas existe sim uma coerência de ponto de vista necessária , ou o mundo fica de ponta cabeça, só para manutenção de uma opinião.
O certo é certo, e o errado é errado, e falar isso parece até desnecessário, mas infelizmente não é…
Toda mentira tem uma causa, que em geral abrange 3 motivos, o primeiro para isenção de culpa, inclusive em oportunidade, transferindo a outrem, o segundo para tirar vantagem, seja pessoal, moral, ou material, em detrimento de alguém ou algo, e o terceiro para conduzir a erro de julgamento, desconstruindo a verdade, ou desacreditando-a para manipulação social.
Não há receitas para se prevenir de uma mentira a não ser tendo interesse pelo estudo, e acúmulo de conhecimentos, e mesmo assim em peneira cuidadosa das fontes.
Hoje em dia, criaram até os chamados “mocumentary”, ou documentário “de zoeira”, de narrativa falsa, e sites que praticam Fake News propositado, para “humor”, como se houvesse graça nisso.
A natureza mentirosa do ser humano, não é falha na origem, mas surge no buscar culpas e isenções, ao invés de admissões de erro e mudanças por livre arbítrio.
Mas é difícil desistir de estar certo, e por isso o erro da invenção cognitiva chamada de Fake News, que é apenas a velha mentira de sempre…