O avanço da tecnologia e das automatizações trouxeram diversos benefícios para o atendimento ao cliente. Entretanto, é na união do serviço automatizado com a humanização que as empresas podem encontrar o caminho ideal na busca pela satisfação do consumidor. Mas como dosar isso?
Antes de entrar nessa questão precisamos entender que a experiência do cliente está cada dia mais em evidência. Hoje, há no Brasil 134 milhões de usuários de internet e o celular é usado por 99% das pessoas conectadas no país, segundo o CGI – Comitê Gestor da Internet no Brasil. Ou seja, esse maior acesso à internet facilita a comunicação com milhares de pessoas em apenas um clique. Quando um consumidor tem uma má experiência, ele consegue compartilhar e expor sua opinião, rapidamente, para que outras pessoas tenham conhecimento.
No outro lado, a tecnologia também possibilita às empresas facilitar o contato para proporcionar uma experiência positiva ao consumidor, por meio do canal que ele se sinta mais confortável, seja pelas redes sociais, telefone, WhatsApp ou até mesmo via chat.
Mas, agora, voltamos ao nosso tema central. Ao contrário do que muitos imaginam, o atendimento pelos canais digitais não precisa e nem deve deixar de ser humanizado. Mesmo sendo muito útil para otimizar processos, abusar das automatizações pode fazer com que o atendimento perca a sensibilidade de um ser humano e também com que o cliente se sinta menos valorizado em algumas situações. Ao apostar totalmente em chatbots, a marca se distancia do cliente, reduzindo a chance de uma conexão mais genuína com ele.
Com a pandemia, o atendimento humano foi reduzido e as interações por meio de bots cresceram. Mas esse atendimento robotizado pode deixar a desejar em diversas ocasiões, por exemplo quando o consumidor faz uma compra e depois precisa uma troca ou um reembolso. Mas há formas positivas de usar o atendimento via robô, como por exemplo a BIA, assistente virtual com inteligência artificial do Bradesco, que passou, inclusive, a dar respostas assertivas a mensagens de assédio.
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Mas, apesar dos bots facilitarem as interações entre empresa e consumidor, as pessoas ainda preferem o atendimento humanizado. Um levantamento realizado pela McKinsey & Company mostrou que 70% da experiência de compra de um cliente se baseia na forma com que ele é tratado, algumas vezes o produto em si e seu preço ficam em segundo plano.
A solução
Então como dosar? Como saber até onde deve ir um atendimento por bot e quando iniciar o atendimento por pessoas? A solução pode ser o uso dos bots para triagem de atendimentos e de pessoas para o contato na resolução de problemas.
Leandro Scalise
Uma das principais evoluções que o atendimento robotizado trouxe para as empresas é o filtro que pré-direciona o atendimento para pessoas reais. Na perspectiva das empresas, essa robotização do pré-atendimento gera redução de custos, já na visão do cliente, os bots podem trazer economia de tempo, uma vez que um filtro automático pode levá-lo, diretamente, para um operador especializado no assunto em que precisa tratar.
Após este pré-atendimento, utilizar um atendente real, humano, é a melhor maneira de elevar o relacionamento da marca com clientes, resolvendo problemas e não apenas atendendo suas reclamações. Um dos principais benefícios é a melhora da reputação da marca e a fidelização dos clientes. Além disso, a fidelidade alcançada, junto à confiança do consumidor, resulta no crescimento da base de clientes ativos. Ou seja, quanto mais clientes satisfeitos, menos clientes deixando de comprar. Logo, é possível mantê-los por mais tempo, aumentando vendas e faturamento.
Os chatbots podem sim ser fortes aliados na estratégia de uma empresa, mas jamais substituirão o lado humano, uma vez que o atendimento realizado por pessoas tem como pilar principal colocar o cliente no centro da estratégia, estar mais próximo do consumidor, propor um diálogo fluido e realmente entender todas as suas necessidades.
*Autor: Leandro Scalise, sócio-fundador e CEO da RankMyAPP, e responsável pela gestão do portfólio de produtos da empresa, entre eles o Pulse Solution.
O último trimestre do ano não só traz um aumento natural nas vendas, impulsionado por eventos como Black Friday, Cyber Monday e Natal, como também a necessidade de estabelecer as bases para o planejamento estratégico para 2026.
No setor de instrumentos musicais e áudio profissional, onde a volatilidade do dólar, os custos logísticos e as tendências de consumo ditam o tom, avaliar com precisão os resultados financeiros e operacionais torna-se fundamental para mensurar a verdadeira lucratividade do negócio.
Essa análise não apenas valida o desempenho mensal, mas também identifica onde estamos dessincronizados e quais fatores estratégicos precisamos ajustar para garantir um crescimento sustentável.
Avaliação do Desempenho Financeiro
Um diagnóstico preciso exige ir além dos números brutos e analisar indicadores-chave adaptados ao setor:
Receita e lucratividade: Comparar as vendas de categorias críticas (caixas de som profissionais, controladores de DJ, guitarras, equipamentos de gravação) com as margens em comparação com períodos anteriores.
Estrutura de custos: Diferenciar custos fixos (aluguel de showroom, equipe de vendas, licenças de software) de custos variáveis (importações, frete, marketing sazonal), identificando oportunidades de otimização.
Fluxo de caixa: Meça a liquidez necessária para financiar estoques que muitas vezes são pagos em dólar, mas vendidos a prazo ao cliente final.
Dívida: Avalie o ônus financeiro e o nível de alavancagem diante das flutuações da taxa de câmbio.
Ações Positivas e Áreas de Melhoria
Após a análise dos números, a pontuação revela o que funcionou e o que precisa de ajustes:
Ações bem-sucedidas: Campanhas digitais em mídias sociais, acordos com academias e distribuidoras de música e o boom do e-commerce de acessórios e peças de reposição.
Fraquezas operacionais: Estoques mal calibrados, com escassez, distribuição lenta nas regiões ou serviço de pós-venda fraco.
Tendências de Mercado: Crescimento da música urbana e demanda por equipamentos de home studio, além de consumidores mais sensíveis a preços devido à inflação e à queda do crédito ao consumidor.
Repensando Estratégias e um Plano de Ação
Com a pontuação claramente definida, o plano deve estabelecer diretrizes específicas:
Otimização de Custos: Negociar com fornecedores internacionais, consolidar importações e automatizar processos de estoque.
Expansão de Mercado: Abra novos canais em regiões, exporte para países vizinhos ou explore nichos como equipamentos para igrejas e eventos corporativos.
Fortalecimento Digital: Amplie o e-commerce com integração ERP-marketplace e aprimore campanhas segmentadas por tipo de músico.
Treinamento de Equipe: Treine a equipe de vendas em produtos de alta qualidade, fidelização de clientes e serviços de vendas cruzadas (por exemplo, aluguel + vendas).
Implementação e Monitoramento
Toda orquestra precisa de um maestro e uma pontuação clara:
KPIs definidos: Margem bruta por categoria, giro de estoque, vendas online vs. físicas e índice de endividamento.
Revisão periódica: Reuniões trimestrais para avaliar o progresso e reajustar a estratégia de preços e estoque.
Feedback contínuo: Envolva toda a equipe, do depósito ao marketing digital, na busca por eficiência e inovação.
Uma revisão financeira de 2025 é uma oportunidade para ajustar os negócios antes de entrar em uma nova temporada. Com análises rigorosas, replicando o que gerou impacto positivo e corrigindo o desempenho desafinado, a indústria de instrumentos musicais e áudio profissional pode se projetar com maior força, transformando a volatilidade em harmonia financeira a longo prazo.
*Autor: Camilo Ramírez Mestre em Administração de Empresas (MBA) pela Universidad del Desarrollo, Mestre em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Finanças Corporativas pela IEDE Business School Chile e Bacharel em Administração de Empresas e Administração Universitária pela Universidad de las Américas. Sócio Sênior da Price Capital Spa. E-mail: corporativo@pricecapital.cl Visite: www.pricecapital.cl
A histórica fabricante de violões cria um cargo de COO para impulsionar a excelência operacional e sua próxima fase de crescimento.
A C. F. Martin & Co., Inc. anunciou a nomeação de Scott Gervais como Diretor de Operações (COO). Com mais de duas décadas de liderança executiva em operações, manufatura, compras e gestão da cadeia de suprimentos, Gervais ocupou cargos de liderança na Polaris Marine e na Conn-Selmer, Inc., onde liderou e expandiu operações globais com melhorias mensuráveis em segurança, qualidade, eficiência e satisfação do cliente.
Violonista acústico de longa data, Gervais enfatizou a conexão pessoal com sua nova função: “É uma verdadeira honra ingressar na C. F. Martin & Co., uma empresa que admiro desde que peguei em um violão pela primeira vez. A Martin sempre representou o auge da arte acústica para mim, e agora contribuir para seu legado é ao mesmo tempo gratificante e inspirador. Esta posição alinha minha carreira em operações com meu amor pela música.”
Da empresa, o Presidente do Conselho, Chris Martin IV, comemorou a chegada: “Estou muito feliz que Scott esteja se juntando à minha empresa familiar. Sua experiência e entusiasmo serão um trunfo para nossas equipes de fabricação e compras.”
Por sua vez, o Presidente e CEO Thomas Ripsam enfatizou que o COO é uma posição recém-criada com foco na excelência operacional: “É um componente crítico para possibilitar a próxima onda de crescimento e lidar com a crescente complexidade e custos do negócio. Estou confiante de que o talento e a experiência de Scott nos ajudarão a enfrentar com sucesso essas oportunidades e desafios.”
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Gervais é bacharel em administração de empresas pela Universidade Purdue e possui certificações profissionais como Lean Six Sigma Black Belt e Certified Supply Chain Professional. Com sua chegada, Martin busca fortalecer processos, eficiência e capacidade de resposta em um contexto de expansão e aumento da demanda global por seus instrumentos acústicos.
A experiência de compra mudou. Hoje, os consumidores não separam mais o digital do físico: esperam o melhor dos dois mundos.
Nesse contexto, o conceito “figital” — a integração entre os ambientes físico e digital — torna-se uma estratégia essencial para lojas de instrumentos musicais que desejam se manter competitivas.
Do balcão ao smartphone
Para muitas lojas, o primeiro passo rumo ao figital é construir um ambiente digital que complemente a experiência presencial. Ter um site atualizado, com catálogo, preços, disponibilidade e informações técnicas, é fundamental. Mas não basta estar online: é preciso garantir uma navegação rápida, compatibilidade com dispositivos móveis e canais de contato acessíveis.
Presença que conecta
As redes sociais permitem apresentar produtos, processos de luteria, unboxings, reviews e conteúdos educativos. Não se trata apenas de vender, mas de construir comunidade. Mostrar como soa um pedal, como ajustar uma guitarra ou montar uma bateria ao vivo gera proximidade e confiança.
O físico continua essencial
No universo figital, a loja física não desaparece — ela ganha protagonismo. Muitos clientes pesquisam online, mas querem experimentar o instrumento antes de comprar. Oferecer atendimentos personalizados, testes com especialistas ou experiências imersivas na loja pode ser um grande diferencial.
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Click & collect: o melhor dos dois mundos
Uma das práticas mais eficazes do figital é permitir que o cliente compre online e retire na loja. Essa opção acelera a venda, elimina custos de frete e atrai novos consumidores ao espaço físico. Além disso, abre espaço para vendas adicionais no momento da retirada.
Tecnologia a favor da música
Implementar recursos como catálogos interativos em tablets, sistemas de estoque integrados entre a loja e o e-commerce, ou até QR codes nos instrumentos com acesso às fichas técnicas, são soluções simples que melhoram a experiência de compra.
Capacitação da equipe
A transformação não é apenas tecnológica. A equipe de vendas também precisa estar preparada para atuar em um ambiente híbrido. Saber responder dúvidas via WhatsApp, oferecer suporte nas redes sociais ou produzir conteúdos simples são habilidades cada vez mais valiosas.
Investir com inteligência
Adotar o figital não exige grandes investimentos iniciais. É possível começar com ações simples e eficazes: otimizar o perfil no Google, responder mensagens em redes sociais, integrar um sistema de vendas com controle de estoque ou criar vídeos curtos destacando os produtos da loja.
Adotar uma estratégia figital não é uma tendência passageira, mas uma resposta direta ao comportamento do consumidor atual. Para as lojas de instrumentos musicais, trata-se de transformar o ponto de venda em um ponto de encontro — onde o físico e o digital se complementam para criar experiências memoráveis.