A TJG nasceu como locadora, mas pouco tempo depois voltou-se para o e-commerce, tendência que vem crescendo cada vez mais. Conheça aqui os planos da empresade SC.
Há cerca de nove anos, no final do primeiro semestre de 2012, nascia a TJG. Inicialmente a empresa oferecia para seus clientes locação de som e promoção de festas e eventos. Porém, no início de 2013, antes mesmo de completar um ano, Tiago Jacó Goedert, fundador e proprietário, percebeu a necessidade que o mercado tinha na aquisição de equipamentos de áudio e iluminação de qualidade, além de custo acessível. Em maio daquele ano nasceu o e-commerce TJG Som e Eventos. Quer saber mais? Veja a entrevista com Tiago a seguir.
M&M: A loja acabou de fazer 8 anos. Que mudanças você enxerga desde o começo até hoje?
Tivemos várias mudanças, desde a gestão administrativa até a de pessoas. Aos poucos fomos melhorando nosso sistema, integrando estoque com marketplaces e automatizando os processos. E estamos sempre ligados no mercado e inovando para melhor atender nossos clientes.
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M&M: Como foram os primeiros meses da pandemia para vocês?
Como para todas as empresas, a pandemia gerou grande incerteza e insegurança, mas, em nosso ramo, houve um aumento significativo nas vendas on-line e tínhamos recursos humanos alinhados a tecnologias e sistemas prontos para atender a demanda que aumentou.
M&M: Qual é a situação hoje?
Após o primeiro boom de vendas, nos quatro primeiros meses de pandemia, a situação se estabilizou. Mas as vendas de 2021 estão maiores, se comparadas com as de 2019 e 2020.
M&M: Com tudo fechado, diante do momento que estamos vivendo, as pessoas se aproximaram mais da música? A procura por instrumentos cresceu?
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As pessoas se aproximaram da música, sim, tanto que a venda de ukuleles teve um aumento de 50%, na média; violões, em torno de 30% e as interfaces digitais esgotaram. Como tivemos vários lockdowns, as pessoas ficaram ociosas em casa e começaram a colocar em prática o velho sonho de aprender a tocar um instrumento musical.
M&M: Que produtos podemos encontrar na sua loja?
Somos especialistas na comercialização de mesas de áudio, caixas de som, microfones, canhões de LED, máquinas de fumaça, violões e sintetizadores, ou seja, equipamentos de áudio e iluminação profissional, além de uma vasta linha de instrumentos musicais.
M&M: A tecnologia não para de evoluir nos setores musical, de áudio e de som. Desde que entraram no mercado, muita coisa mudou?
Mudou, sim. Começamos a vender equipamentos quando acontecia a transformação da era analógica para a digital, principalmente mesas de som e a parte de iluminação.
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M&M: Como você analisa o mercado atualmente?
Há muitas informações disponíveis na internet. Os clientes chegam até nós conhecendo o produto que querem, talvez com alguma dúvida específica. Por isso esse cenário exige que os vendedores tenham muito conhecimento técnico e consigam compreender qual a necessidade do cliente. Um dos nossos diferenciais é que a maior parte dos nossos colaboradores são músicos ou técnicos de som. Outra tendência são vendas nas redes sociais (Facebook, Instagram) e a mais atual, live streaming e-commerce.
M&M: Como você vê o futuro pós-pandemia?
Acredito que não será mais o mesmo. As pessoas estão migrando para o virtual. Não que o físico vai deixar de existir, mas o modelo híbrido será e já é tendência. A velocidade das informações será cada vez mais rápida e as pessoas exigirão mais agilidade em tudo, desde a compra até a entrega do produto.
Apesar das incertezas do mercado, a construção do planejamento estratégico da TJG nos permitiu estabelecer metas e objetivos em curto e longo prazo. Temos ótimas novidades — uma delas é a criação, em nossa sede, da sala Use Experience, que visa oferecer uma experiência única aos clientes no que diz respeito à sonorização de ambientes, que é a linha home. Na área do e-commerce, queremos ampliar a gama de produtos vendidos com um novo site, que será o TJG Shop, no qual teremos mais de 3 mil itens, entre eles, informática, games e ferramentas.
Estratégias inteligentes para instrumentos de alto valor e acessórios no próximo Black Friday.
Durante mais de uma década, a Black Friday se consolidou como o grande momento global de consumo. Porém, no mercado musical, o modelo de descontos massivos e genéricos começa a perder força. O público atual — mais informado, conectado e segmentado — já não reage da mesma forma a promoções amplas e sem estratégia.
Nesta Black Friday, lojas e marcas do setor mostram uma mudança clara: menos descontos indiscriminados e mais ofertas curadas, diferenciadas por categoria e focadas em valor real.
O comprador musical mudou
Consumidores de instrumentos e áudio já não se guiam apenas pelo preço:
Comparam modelos, versões e origem dos produtos
Valorizam garantia, assistência técnica e pós-venda
Priorizam condições de pagamento flexíveis em vez de grandes descontos
A lógica é simples: instrumento é investimento criativo, não compra impulsiva de consumo de massa.
Como criar processos que fidelizam o cliente após a venda de instrumentos e equipamentos de áudio.
Em um mercado de instrumentos e equipamentos de áudio cada vez mais competitivo, o relacionamento com o cliente não termina na venda. A experiência pós-venda e o suporte técnico são fatores determinantes para a fidelização — especialmente em segmentos que envolvem produtos de alto valor agregado, como mesas digitais, interfaces de áudio, amplificadores e sintetizadores.
Empresas que estruturam uma logística eficiente de assistência técnica reduzem custos, ampliam a confiança do consumidor e fortalecem a reputação da marca. A seguir, reunimos práticas adotadas por distribuidores, fabricantes e lojas especializadas que buscam transformar o pós-venda em diferencial competitivo.
Centralizar o atendimento e padronizar processos
O primeiro passo para melhorar o pós-venda é criar um canal único de atendimento técnico. Quando o cliente precisa buscar informações em múltiplos canais (telefone, e-mail, redes sociais), a percepção de desorganização aumenta.
Empresas como Yamaha e Roland, por exemplo, utilizam centros de serviço autorizados com cadastro integrado: o consumidor envia o número de série e recebe o status da análise em tempo real.
Boas práticas:
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Implementar sistema de ticket único (CRM integrado).
Utilizar formulários online para abertura de chamados.
Treinar atendentes para coletar dados técnicos de forma padronizada (modelo, número de série, defeito relatado, data de compra).
Reduzir o tempo de diagnóstico e transporte
O tempo de deslocamento e avaliação técnica é um dos principais fatores de insatisfação no pós-venda.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Instrumentos Musicais (Abrafam, 2024), 60% das reclamações estão ligadas a prazos de conserto superiores a 30 dias.
Estratégias recomendadas:
Criar estoques regionais de peças de reposição (SP, PR, PE, DF, por exemplo).
Utilizar transportadoras parceiras com coleta programada em lojas e pontos de revenda.
Automatizar a triagem inicial com vídeos ou fotos enviados pelo cliente antes do envio físico do produto.
Caso real:
A marca nacional Staner, no segmento de amplificadores e caixas ativas, reduziu em 35% o tempo médio de reparo após adotar um sistema de pré-diagnóstico remoto feito via WhatsApp corporativo, segundo dados divulgados na feira Conecta+ Música & Mercado 2024.
Mapear indicadores de performance (KPIs)
A qualidade do pós-venda precisa ser medida com dados.
Monitorar indicadores como tempo médio de reparo (TAT), índice de reincidência de defeitos, nível de satisfação do cliente (NPS) e custo logístico por chamado é fundamental para corrigir gargalos.
Exemplo de métrica:
Treinar e certificar assistências técnicas
Fabricantes que investem em treinamento e certificação periódica das assistências autorizadas garantem maior uniformidade nos serviços.
Cursos online e presenciais, manuais técnicos atualizados e acesso a esquemas elétricos são recursos que reduzem erros e melhoram a comunicação entre fábrica e oficina.
Transformar o pós-venda em canal de relacionamento
Mais do que reparar produtos, o pós-venda pode gerar novas oportunidades de venda e relacionamento.
Empresas que mantêm programas de manutenção preventiva, descontos em upgrades e extensão de garantia transformam um problema técnico em uma nova interação comercial.
Exemplo: Alguns distribuidores oferecem a chamada “garantia estendida educacional”, voltada a escolas e estúdios, que inclui revisões anuais com desconto progressivo. Esse tipo de política reforça o vínculo de longo prazo e reduz o churn de clientes corporativos.
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Comunicação clara e rastreabilidade
A transparência é um diferencial competitivo. O cliente deve conseguir acompanhar o status do reparo e ter prazos definidos desde o início do processo.
Sistemas de rastreamento, envio automático de e-mails e relatórios padronizados ajudam a construir confiança.
Checklist de comunicação eficiente:
Envio automático de número de ordem de serviço.
Atualizações a cada etapa do processo (recebido, em reparo, finalizado, despachado).
Canal direto para dúvidas pós-entrega.
A logística de assistência técnica e o pós-venda não são custos, mas ferramentas de fidelização.
Em um mercado onde a reputação circula rapidamente entre músicos e técnicos de som, oferecer suporte ágil e transparente é tão importante quanto lançar um novo produto.
Fabricantes e distribuidores que estruturam processos de pós-venda bem definidos — com dados, prazos e comunicação clara — transformam a assistência técnica em um ativo estratégico.
Mini sintetizadores, interfaces de bolso e caixas de som com bateria refletem novas formas de consumo.
A preferência dos músicos por dispositivos compactos e fáceis de transportar está transformando a oferta de produtos no varejo musical. Mini sintetizadores, interfaces de áudio portáteis e caixas acústicas alimentadas por bateria consolidam-se como opções de alto desempenho que respondem à mobilidade, aos espaços reduzidos e às novas dinâmicas de produção musical.
Segundo um estudo recente da consultoria Music Trades, as vendas de equipamentos portáteis cresceram 18% em 2024no cenário global, impulsionadas por criadores independentes e músicos que buscam soluções práticas para gravar, ensaiar ou tocar ao vivo em ambientes não convencionais.
O que os clientes procuram?
Flexibilidade: dispositivos que possam ser usados tanto em casa quanto em pequenos palcos.
Autonomia: sistemas com bateria para apresentações de rua, parques ou eventos sem infraestrutura elétrica.
Conectividade: interfaces de bolso que se integrem facilmente a computadores, tablets ou smartphones.
O tecladista e produtor argentino Martín Rosales, que atua entre estúdios e turnês independentes, resume a tendência:
“Hoje preciso de um setup que caiba em uma mochila, com o qual eu possa compor em um hotel e, no dia seguinte, usar em um show acústico. Os equipamentos compactos deixaram de ser um recurso secundário — são o centro do meu trabalho.”
Como a loja pode se adaptar
Destacar áreas específicas: criar um espaço de “portabilidade”, onde o cliente possa testar mini sintetizadores, interfaces compactas e caixas de som portáteis em um mesmo ambiente.
Oferecer pacotes combinados: bundles que integrem um controlador pequeno, uma interface e uma caixa portátil para quem busca soluções completas de gravação ou performance.
Demonstrações ao vivo: microshows dentro da loja ou transmissões nas redes sociais que mostrem o desempenho real desses equipamentos.
Educação do cliente: produzir conteúdos com comparativos, tutoriais e guias práticos que reforcem que o tamanho reduzido não significa perda de qualidade.
Uma mudança no modelo de consumo
O avanço da urbanização, a limitação de espaço nas residências e a popularização de formatos como bedroom producersou buskers (músicos de rua) estão por trás dessa transformação. Os equipamentos compactos permitem que artistas mantenham um padrão profissional sem depender de grandes estruturas.
Para as lojas, incorporar essa tendência significa não apenas ampliar o portfólio, mas também alinhar-se a um público mais jovem e conectado, que valoriza tanto a praticidade quanto a agilidade na criação musical.