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Como montar seu home studio – Capítulo III

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Chegou o momento de falar sobre as interfaces para nosso home studio, mas primeiro começamos com uma pequena história da gravação.

E aqui estamos para entender melhor o que é esse tal de home studio, do que se compõe, como funciona e para quê serve. Historiando um pouco, vamos entrar no túnel do tempo e voltar à época em que só havia um microfone disponível para gravar cantor e seus acompanhantes, toda a banda, ou mesmo uma orquestra inteira. E olhe que tem muita gente que mesmo nos dias de hoje começa com um microfone só…

Em se tratando de uma canção – poema musicado – o mais importante era quem cuidava do vocal, que ficava mais perto do microfone. Em seguida, por ordem de distância, vinham os instrumentos de som delicado e baixo volume, que por isso mesmo precisavam ser gravados mais de perto, e à medida que os instrumentos fossem mais cheios de volume, eram colocados mais à distância do microfone. Talvez isso explique porque os bateristas são seres algo distantes e solitários…

Todos eram gravados ao mesmo tempo. Então os ensaios eram primordiais, tanto os individuais como os coletivos. Gravar um show ao vivo era um exercício um tanto impossível, mas há registros destas proezas, certamente feita por um técnico audacioso. Vale lembrar que – por mais que alguns músicos ainda se oponham – ensaiar faz parte da produção musical, e não é uma etapa a ser realizada dentro do estúdio, o que ainda acontece com frequência.

Então foram se sucedendo as invenções, desde mais de um microfone, gravadores diversos desde os que gravavam no sulco de uma matriz de disco, gravadores de fita magnética, até chegar nas gravações digitais feitas com em fita magnética – como o DAT, Digital Audio Tape – até o uso dos discos rígidos dos computadores. O precursor do home studio talvez tenha sido o “porta studio”, um gravador de quatro canais do final do século passado.

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Este era um gravador de fita cassete, com controles para gravar 4 canais ao mesmo tempo, que depois podiam ser resumidos em um só canal, e a este se somavam os outros 3 para se regravar mais instrumentos e assim por diante. Um banda chamada The Beatles usou muito este recurso no seu começo. Então já não era necessário gravar todo mundo ao mesmo tempo, e começou a ficar mais fácil gravar de forma mais elaborada.

E A PLACA EMPLACOU

Zeus

placaA meta seguinte seria melhorar a qualidade das gravações, desde o uso de microfones mais sofisticados, até o armazenamento das gravações. E uma vez resolvidos estes problemas, começou-se a pensar na qualidade do som gravado. Pré-amplificadores, efeitos, e todo um caminho entre a captação do som e seu armazenamento e depois a reprodução. Tinha chegado o momento de se colocar algo entre o microfone a as caixas de som, que já tratamos nas outras edições.

Um simples amplificador, com seus estágios de pré-amplificação e potência, já era pouco. Ao mesmo tempo, os gravadores foram cedendo lugar a outras formas de armazenar o som, que começaram a ser guardados em discos rígidos, vários tipos de disquetes e outros dispositivos digitais. A informática e sua linguagem passou a dialogar com a eletrônica, e o tradutor desta conversa musical foi a interface, popularmente conhecida como “placa de som”.

A princípio era placas “espetadas” na placa principal dos computadores – as “placas-mãe” – com suas entradas e saídas para microfone, sinal de áudio, fones de ouvido ou dispositivos que amplificassem o som e o recebessem. Mais tarde, as placas começaram a ser externas, envoltas em vários tipos de estruturas em formatos diversos, e com a portabilidade podiam viajar com seus usuários, sem precisar levarem junto todo o computador.

Marcas e modelos começaram a procriar como coelhos. Linhas e séries com nomes criativos, desde os de ilhas do Caribe até nomes de espaçonaves, brigavam nas prateleiras das lojas de áudio e eletrônica. Os preços proibitivos começaram a dar lugar a modelos populares, e, até hoje, a questão principal era a quantidade de entradas e saídas que uma interface oferecia, além dos recursos os mais diversos que acompanhavam os produtos.

TIPOS DE CONEXÃO

conexaoAs interfaces precisam ser ligadas ao computador e seus periféricos através de um cabo. E com este cabo e seus plugs apareceram diversas formas de enviar o sinal, os chamados protocolos. Cronologicamente eles aumentam sua velocidade, medida por Mbps – Megabytes por segundo – sendo os protocolos mais conhecidos os chamados USB (Universal Serial Bus) em suas versões 1 (12 Mbps), 2 (480 Mbps) e 3 (até 5 Gbps), Firewire (até 800 Mbps) e Thunderbolt (10 Gbps). Cada um deles tem seu plug exclusivo, que permite reconhecer pelo formato qual protocolo está em uso.

Mais recentemente tivemos o aparecimento de uma tecnologia que permite passar o sinal através de cabos de rede Ethernet – aqueles azuis usados para ligar modems – em alta velocidade e capazes de conduzir muitos canais simultaneamente. Para escolher a sua interface você terá que verificar quais entradas/saídas tem o seu computador. PCs rodando Windows geralmente usam USB e Macs usam USB, Firewire, e os mais recentes Thunderbolt. Adaptadores existem, mas não os recomendo.

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A maioria das interfaces mais acessíveis aos iniciantes usa o protocolo USB, aquele mesmo que liga sua impressora, HDs externos e outros itens ao computador, e há inclusive microfones razoáveis que se conectam via USB. A versão mais nova é a 3, então uma interface com USB 2 terá menor velocidade. Neste momento entramos em um polêmico assunto que é a obsolescência programada das interfaces, que atinge também outros itens de home studio, gerando reclamações dos usuários.

A interface precisa ser compatível com o sistema operacional que você está usando no computador. Entre as versões do Windows 7, 8 e 10 há muitas interfaces que funcionam ou não, o mesmo acontecendo entre os sistemas da Apple – OS X – 10.9, 10.10, 10.11, 10.12 e 10.13. O cidadão compra uma interface, o sistema operacional é atualizado, e o fabricante não tem o driver – pequeno aplicativo que faz funcionar a interface – atualizado. Ou pior: resolve não produzir mais o driver, e avisa explicitamente sua opção.

Para ficar em um só exemplo, a marca M-Audio sempre produziu boas interfaces USB e Firewire. Mas foi vendida para outros conglomerados empresariais por duas vezes, e estes resolveram descontinuar o desenvolvimento dos drivers, deixando os consumidores a ver navios, inclusive este que vos escreve neste momento. Outro caso clássico é a atualização dos sistemas da Apple, anuais, e que vão deixando os usuários em apuros principalmente quanto ao uso de interfaces. Os últimos Macs simplesmente aboliram as entradas Firewire de sua linha.

Para quem está começando, aconselharia as interfaces USB básicas, quase todas com apenas 2 canais de entrada, uma saída para a amplificação – monitores amplificados ou amplificadores e monitores passivos (ver Home Studio 2) – uma saída para fones de ouvido, algum tipo de pré-amplificador, circuito Phanton Power para microfones condensadores (ver Home Studio 1) e controles de volume de entrada e saída. Geralmente uma entrada é para microfone e a outra para um instrumento musical.

Isso não significa que você só poderá gravar voz e guitarra, por exemplo. Simultanemente sim, mas com o uso do programa de gravação – as chamadas DAWs, Digital Audio Workstations – poderão ser gravados inúmeros canais, sempre usando apenas uma entrada. Logo, interfaces mais simples ainda, com apenas uma entrada, também servirão. Há modelos bem baratos, que podem ser usados até que, naturalmente, você continue a equipar melhor o seu home studio. Consulte a parte do texto “O Que Temos No Mercado Nacional” com os preços.

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ÁUDIO & MIDI

audio midiOutra dúvida comum, é se você vai precisar de uma interface apenas de áudio, ou uma que também tenha entradas e saídas MIDI – Musical Instruments Digital Interface. Este é outro protocolo, criado nos anos 80, que permite o uso daqueles instrumentos virtuais, geralmente disparados por um teclado, e mais recentemente pelas guitarras e violões com captadores MIDI. Eu recomendo uma interface de áudio e MIDI, pois bons recursos de criação estarão disponíveis usando gravações MIDI em conjunto com os áudios gravados.

Você pode, por exemplo, criar uma bateria, baixo e teclado MIDI, inserindo notas com o mouse ou usando o teclado comum de digitação do seu computador de mesa ou notebook, sem o uso de um teclado MIDI. Terá então uma espécie de “playback” para gravar seu violão ou outro instrumento real. Nos dias de hoje, a qualidade dos instrumentos virtuais é muito satisfatória, e muitos ouvintes espertos costumam ser enganados, tomando como real o que é virtual, até mesmo um saxofone tocado via guitarra MIDI.

Se reconhecem as interfaces com MIDI pelas entradas e saídas de forma redonda, com 5 furinhos, onde se conectam os cabos MIDI, com plugs de 5 pinos. Curiosamente, este tipo de conexão era usada nos antigos gravadores de fita cassete Philips para o áudio. Foi a contribuição da empresa para a criação do protocolo MIDI – em hardware e software – quando ela, Roland, e outras empresas se reuniram para a sua criação, deixando de lado a concorrência e beneficiando o usuário. Bons tempos que poderiam ter feito escola, mas…

Feita a escolha entre interface apenas de áudio ou também com MIDI, o que encarecerá um pouco esta última opção, resta saber a quantidade de entradas e saídas de que você vai precisar. Quanto mais entradas e saídas, mais cara a interface. Mas há uma grande quantidade de pequenas interfaces com 2, 4, 6 e 8 entradas e saídas, que podem ser uma opção para, desde o início, você ter possibilidades de gravar simultaneamente sua banda com qualidade. A partir de mais entradas e saídas, chegamos na praia das interfaces semi, ou profissionais.

Outro parâmetro de medição da qualidade das interfaces é a proporção bits / kHz (bits por kilohertz, ou 1.000 Hertz). Um CD tem 16 bits / 44 kHz, mas há interfaces que suportam 24 bits / 48 kHz, ou 24 bits / 96 kHz, ou 24 bits / 192 kHz. Vamos entrar neste assunto mais complexo em outras edições. Mas números maiores nem sempre indicam que o som estará melhor, ou ainda, se o seu ouvido vai perceber alguma diferença entre estes valores. Parta do princípio que uma interface de 24 bits / 96 kHz é uma ótima escolha.

O QUE TEMOS NO MERCADO NACIONAL

Muita gente começa a ideia de montar um home studio a partir de um tablet, ou mesmo um smartphone. E muita gente tem feito até gravações de trabalhos profissionais usando, por exemplo, um iPad, eu me incluo nessa turma. Então vamos enumerar 10 interfaces, de 1 a 8 canais, como sugestão para quem está começando. As primeiras são interfaces extremamente portáteis, cabem no bolso, têm uma qualidade de áudio e MIDI que nada deixa a desejar, e funcionam com iPhones e iPads, além de PCs e Macs.

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IRig Pro I/O

Resolução de 24 bits / 96 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, conexão lightning USB, 1 entrada / 1 saída, preço médio R$ 1.100 / áudio e MIDI (mini-DIN)

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IRig Pro DUO

Resolução de 24 bits / 96 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, conexão lightning USB, 2 entradas / 2 saídas, preço médio R$ 1.500 / áudio e MIDI (mini-DIN)

irig io

 

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Behringer UCA 202

Resolução de  24 bits / 48 kHz, USB, saída para fones de ouvido e saída ótica, 2 entradas / 2 saídas padrão plug RCA, preço médio de R$ 300 / só áudio

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behringer aca

 

 

 

 

 

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Behringer UMC 202 HD 

Resolução de até 24 bits / 192 kHz, Phanton Power, pré-amplificador Midas, USB, saída para fones de ouvido, 2 entradas / 2 saídas, preço médio de R$ 500 / só áudio

Behringer UMC HD

 

 

 

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Behringer UMC 204

Resolução de 24 bits / 96 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, USB, saída para fones de ouvido, 2 entradas / 2 saídas, preço médio de R$ 700 / áudio e MIDI

Behringer UMC

 

 

 

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Focusrite Solo

Resolução de até 24 bits / 192 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, USB, saída para fones de ouvido, 1 entrada / 1 saída, preço médio de R$ 850 / só áudio

Focusrite Solo

 

 

 

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Focusrite Scarlett 2i2 

Resolução de até 24 bits / 192 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, USB, saída para fones de ouvido, 2 entradas / 2 saídas, preço médio de R$ 1.000 / só áudio

Focusrite Scarlett i

 

 

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Focusrite Scarlett 2i4

Resolução de até 24 bits / 192 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, USB, saída para fones de ouvido, 2 entradas / 2 saídas, preço médio de R$ 1.300 /  áudio e MIDI

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Focusrite Scarlett i

 

 

 

 

 

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Focusrite Scarlett 18i8

Resolução de até 24 bits / 192 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, USB, saída para fones de ouvido, 4 entradas / 4 saídas, preço médio de R$ 2.500 / áudio e MIDI

Focusrite Scarlett i

 

 

 

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Roland UA 1010 Octa Capture

Resolução de até 24 bits / 192 kHz, Phanton Power, pré-amplificador, USB, saída para fones de ouvido, 8 entradas / 8 saídas, preço médio de R$ 3.700 / áudio e MIDI

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Roland UA Octa Capture

 

 

 

 

2 EM 1, 3 EM 1

be finalAtento à expansão dos home studios, o mercado sempre procura oferecer produtos simplificados, desde a invenção dos famosos aparelhos de som “3 em um”, que reproduzem rádio, discos e fitas. Hoje já temos interfaces embutidas em mixers – pequenas mesas de som – também muito usados nos home studios. Recentemente os mixers pequenos, ou mesmo os grandes, passaram a ser encontrados também no formato de software, até mesmo em telas de toque. Para o amor ou o ódio dos técnicos de som que adoram girar botões ou puxar faders.

Por módicos R$ 400 (preço médio), a Behringer oferece um pequeno mixer equipado com interface USB, 5 entradas – sendo 4 com plugs RCA e uma P10/XLR – saídas para fones e/ou headsets (mic e fone separados) e ajuste de ganho: Xenyx 302 USB. É uma opção para quem vai trabalhar com podcasts, ou mesmo para economizar algum no início da montagem do primeiro home studio, com uma qualidade compatível com o custo-benefício.

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yamaha finalE por R$ 1.300 (preço médio), a Yamaha oferece um belo mixer de 10 canais, com efeitos FX, e uma interface USB de 24 bits / 192 kHz com 2 entradas e 2 saídas, 4 entradas de áudio com pré-amplificadores. Se tiver algum amigo voltando da Europa, peça para ele lhe trazer um mixer/interface/controlador MIDI K-Mix, da Keith Mc Millen, que é o 3 em 1 do momento na Inglaterra, onde custa apenas US$ 579, reunindo entradas e saídas de áudio e MIDI espertas (foto da abertura da matéria).

A interface é o coração do seu home studio. Por ela são bombeados os sinais de entrada e saída dos sinais de áudio e MIDI, os fazendo chegar de suas origens aos seus destinos, com pressão adequada, mas também sujeita a variações inadequadas, se o operador abusar da alimentação, excesso de sedentarismo, etc.

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Palmer atualiza sua linha de controladores de monitor com a série MONICON

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Quatro modelos analógicos redesenhados para um controle de escuta mais preciso em estúdios de todos os tamanhos.

A Palmer apresentou neste ano a série MONICON, uma nova geração de controladores de monitor analógicos que renova por completo uma família de produtos já consolidada em estúdios domésticos e profissionais.

Embora não seja um lançamento recente, a série já está disponível no mercado e se destaca pelo design modernizado, operação intuitiva e processamento totalmente analógico, sem latência ou conversão digital.

Voltada para músicos, produtores e engenheiros que buscam um controle confiável da monitoração — mesmo em espaços reduzidos — a linha é composta por quatro modelos: MONICON S, MONICON M, MONICON L e MONICON XL. Todos foram desenvolvidos do zero e são oferecidos em duas versões estéticas, com laterais na cor preta ou prateada, para combinar com o estilo de cada estúdio.

Quatro opções de acordo com a necessidade do usuário

  • MONICON S: Controlador de volume passivo ultracompacto, com conectores RCA, knob de grande tamanho e botão Mono. É uma solução simples para mesas pequenas ou setups multimídia.
  • MONICON M: Inclui funções de Mono, Atenuação e Mute, além de entradas e saídas versáteis (combo XLR/jack de 6,3 mm e minijack de 3,5 mm). Pensado para home studios que precisam de maior flexibilidade.
  • MONICON L: Controlador ativo/passivo com três entradas estéreo — incluindo Bluetooth estéreo com controle de volume independente —, duas saídas estéreo e uma saída mono/sub. Conta ainda com saída de fones de ouvido com controle próprio, seletor de entrada/saída com LED de status e função PFL.
  • MONICON XL: A opção mais completa para ambientes profissionais, com função de intercom, grande VU meter em LED, três saídas de monitoração e duas saídas de fones com controle de volume independente.

Monitoração clara e sem artifícios

Todos os modelos da série mantêm a filosofia da Palmer: caminho de sinal 100% analógico, sem latência e sem processos digitais. A nova interface facilita um uso rápido e preciso para mixagem, produção musical, streaming ou broadcast.

Segundo Viktor Wiesner, diretor sênior de produto em Pro Audio, esta geração nasce após anos de evolução no mercado: “Redesenhamos nossos controladores de monitor desde o início e os aperfeiçoamos ainda mais. Nossos clientes recebem quatro soluções sob medida para suas necessidades de monitoração, com máxima qualidade e a robustez que caracteriza a Palmer.”

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Interfaces de áudio para iniciantes e Home Studios: Guia básico e modelos destaque

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No universo da produção musical caseira ou de projetos de podcast, uma interface de áudio é um dos componentes mais importantes.

Ela é a ponte entre microfones ou instrumentos e o computador, e determinará a qualidade do som que você grava e monitora. A seguir, explico o que considerar ao escolher uma interface, seus prós e contras e alguns modelos muito populares para começar.

Por que usar uma interface de áudio?

Melhor qualidade de som: Ao contrário das placas de som integradas à placa-mãe, interfaces externas oferecem pré-amplificadores dedicados, conversores AD/DA de maior qualidade e menos ruído.

Latência reduzida: Com drivers adequados (como ASIO no Windows), é possível gravar com atraso mínimo.

Entradas e saídas úteis: Permitem conectar microfones XLR, instrumentos, monitores de estúdio e fones de ouvido.

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Alimentação phantom: Necessária para microfones condensadores, presente em muitas interfaces.

O que elas têm de bom e de ruim

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Vantagens:

  • Controle profissional sobre o ganho do microfone.
  • Maior fidelidade nas gravações e no monitoramento.
  • Opções de expansão para mais entradas/saídas conforme o estúdio cresce.
  • Compatibilidade com softwares de produção (DAW).

Desvantagens:

  • Custo: uma boa interface pode representar parte importante do orçamento.
  • Curva de aprendizado: configurar ganho, sincronização e calibragem pode ser confuso no início.
  • Requer conexão física (USB, Thunderbolt), o que reduz a mobilidade em comparação a soluções mais simples.

Modelos recomendados para iniciantes e home studios

Alguns modelos são especialmente populares entre quem está começando, por equilibrar preço, qualidade e facilidade de uso:

  • Focusrite Scarlett 2i2: provavelmente a mais recomendada para iniciantes; inclui dois pré-amps, baixa latência e drivers estáveis.
  • Focusrite Scarlett Solo: opção minimalista com uma entrada — ideal para gravar voz ou guitarra sem complicações.
  • PreSonus AudioBox iTwo: duas entradas, construção robusta e boa compatibilidade com diversos DAWs.
  • Sonicake USB Interface: alternativa muito econômica para começar, ideal para projetos simples.

Outros modelos destacados segundo guias especializadas:

  • Audient iD4 MkII: muito elogiada por seu pré-amp de alta qualidade e facilidade de uso.
  • Universal Audio Volt 1 / Volt 2: indicada para quem busca um som mais “analógico”, com pré-amps que emulam válvulas.
  • Behringer U-Phoria UMC22 / UMC204HD: opções acessíveis e com boas funcionalidades para orçamentos apertados.
  • Tascam US-1×2: compacta, portátil e capaz o suficiente para gravações simples ou iniciar um home studio.

Dicas para escolher bem sua interface

  • Defina seu uso principal: vai gravar apenas voz? instrumentos? vários ao mesmo tempo?
  • Verifique a conectividade: USB atende à maioria, mas produções maiores podem exigir interfaces mais robustas.
  • Revise a latência: se pretende gravar ouvindo efeitos em tempo real, é essencial ter drivers de baixa latência.
  • Pense no futuro: se planeja expandir o estúdio, uma interface com mais entradas ou melhor conversão pode ser melhor investimento.
  • Analise o software incluso: muitas interfaces acompanham DAWs ou plugins; vale conferir o que vem no pacote.

Para quem está começando na produção musical ou no podcasting, investir em uma boa interface de áudio faz uma grande diferença.

As opções de entrada são cada vez mais potentes, acessíveis e fáceis de usar. Escolhendo uma interface adequada às suas necessidades, você constrói uma base sólida para seu estúdio em casa.

Com um pouco de paciência e prática, você terá gravações de alta qualidade e a flexibilidade para evoluir seu setup conforme avança.

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Projeto SOS Songs une IA e música para promover a saúde mental

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A plataforma analisa playlists do Spotify e propõe pausas de reflexão a partir de padrões emocionais na escuta.

O SOS Songs, criado pela agência Binder e lançado no Brasil em setembro, já alcançou pessoas em nove países além do Brasil — Estados Unidos, França, Portugal, China, Alemanha, Chile, Arábia Saudita, Áustria e Canadá — conectando tecnologia, empatia e música como ferramentas de sensibilização e cuidado.

A iniciativa surge em um cenário desafiador: o Brasil lidera os índices de depressão na América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 11 milhões de brasileiros convivem com a doença, muitas vezes de forma silenciosa, expressa em isolamento social ou mudanças sutis de comportamento.

Como funciona a plataforma

O SOS Songs usa a música como espelho emocional e a inteligência artificial como forma de escuta ativa. O sistema identifica usuários que costumam ouvir com frequência músicas tristes ou de baixa energia — um padrão associado a momentos de sofrimento emocional.

Dentro do próprio Spotify, essas pessoas recebem um spot de áudio convidando à reflexão sobre o que suas escolhas musicais podem estar comunicando. Ao clicar no banner, o usuário é direcionado para um hotsite onde, após um login simples, sua playlist é analisada por um sistema inteligente.

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A tecnologia avalia atributos como energia, dançabilidade e tonalidade para criar um retrato simbólico do “clima emocional” da lista. O objetivo não é diagnosticar, mas favorecer a autopercepção e estimular escolhas que promovam maior equilíbrio emocional.

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Com a autorização do usuário, a plataforma sugere playlists personalizadas com músicas mais leves e otimistas, transformando o momento de escuta em uma oportunidade de pausa e autocuidado.

Muito além da análise: orientação e apoio

Além do acesso direto pelo site sossongs.com, ouvintes que estiverem imersos em repertórios mais densos ou melancólicos podem receber banners e mensagens de áudio dentro do Spotify sugerindo uma pausa para reflexão.

O projeto também direciona o público para canais de apoio emocional, como o Centro de Valorização da Vida (CVV)no Brasil, reforçando a importância da escuta ativa e da busca por ajuda profissional sempre que necessário.

Com seu alcance internacional crescente, o SOS Songs demonstra como música e tecnologia podem atuar juntas para promover diálogos mais amplos sobre saúde mental e construir ambientes digitais mais sensíveis e acolhedores.

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Zeus

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