A Audio-Technica realizou diferentes mudanças na sua equipe na América Latina. Uma delas vem da contratação de Alexandro de Azevedo para cuidar do Brasil.
Alexandro trabalhou para várias empresas de áudio na sua carreira, mais recentemente na Bose, como gerente para a América do Sul. Agora começa uma nova fase na Audio-Technica, na qual vai se encarregar do mercado brasileiro, como Head de Vendas e Desenvolvimento de Mercado.
M&M: Para onde vai a Audio-Technica no mercado brasileiro?
Alexandro: A Audio-Technica tem uma ampla variedade de produtos, desde toca-discos, agulhas, microfones, fones de ouvido e mais, tanto para consumo como para pro. Estamos fazendo alguns ajustes na operação no Brasil, mesmo durante a pandemia, o que não é fácil, mas a empresa vislumbrou um bom mercado no nosso país e temos que estar preparados para o pós-pandemia. Essa visão de negócio, característica japonesa de planejamento, para mim é fantástica. Estamos nos reorganizando no Brasil e temos um distribuidor para o mercado consumer que vem fazendo um trabalho junto com as plataformas on-line, como Amazon, Mercado Livre e outras. Estamos buscando estar um pouco mais presentes nessas plataformas de forma institucional também. Por outro lado, estamos nos reestruturando no segmento pro e buscando um novo parceiro para essa divisão profissional.
M&M: Em que área do pro a Audio-Technica atua hoje?
Alexandro: Temos microfones pro para shows, microfones para instalação (microfones de teto, para reuniões, modelos com ou sem Dante, linha sem fio) e uma linha de microfones prosumer que inclusive tem versões USB que, neste momento de pandemia, vêm sendo muito usadas, tanto no mercado de consumo massivo quanto no profissional. Mas efetivamente hoje os microfones estão muito voltados para a parte de pro, um mercado que está sendo bastante impactado pela pandemia. Temos também uma linha de fones Pro para músicos que é muito reconhecida. Temos também uma linha de consumo bem completa, com microfones mais acessíveis, para streaming, por exemplo, e uma ampla linha de fones, desde headphones mais simples com fio até os sem fio com cancelamento de ruído. Também tem a reconhecida linha de toca-discos, cápsulas e agulhas, com os quais a empresa começou sua história.
M&M: Recentemente, muitas empresas decidiram montar um escritório próprio no Brasil. Essa é uma possibilidade para a Audio-Technica?
Alexandro: Ainda é um pouco cedo para falar sobre isso, pois comecei a trabalhar na empresa há pouco mais de dois meses. É importante destacar que a Audio-Technica não está só reestruturando a operação no Brasil, mas também no resto da América Latina. A empresa abriu uma filial na região, baseada em Buenos Aires, com uma equipe de quatro pessoas. Temos outra equipe baseada na Colômbia que se encarrega dos Países Andinos e da América Central. A Audio-Technica Estados Unidos continua atendendo México e Caribe, e até março deste ano também se encarregava do Brasil, que agora faz parte da Audio-Technica América Latina. Entre todos, falamos muito sobre o mercado e não descartaria a possibilidade. Não acho impossível ter uma Audio-Technica Brasil, faz parte das análises que estão sendo feitas. Vemos que há marcas concorrentes que fizeram isso e estão tendo sucesso.
M&M: Você passou por diferentes empresas grandes com culturas diversas: brasileira, americana, agora japonesa. Como vê essa diferença cultural da administração, do pensamento de negócio global?
Alexandro: Essa é uma das coisas que me chamou a atenção na Audio-Technica, essas nuances de cultura que você tem que balancear na sua carreira e nos negócios. A gestão hoje está baseada em Buenos Aires e nos reportamos a Richard Garrido, que é membro do board da Audio-Technica e foi presidente da Audio-Technica Europa. Ele tem uma visão europeia, mas passou muitos anos se reportando ao Japão e como membro do conselho no país, então ele passa muito dessa filosofia de planejamento japonesa, da preocupação com os detalhes, com o futuro, de fazer as coisas com os pés no chão. Quando falei com ele, ele disse que era um momento difícil por conta da pandemia, mas que a empresa queria estar preparada para o pós-Covid, ou seja, não quer esperar passar para se preparar, mas quer estar pronto agora. É muito bacana ter uma empresa que aposta em um momento de crise.
M&M: Qual é a expectativa da Audio-Technica em termos de recuperação do mercado?
Alexandro: Achamos que em setembro ou outubro o mercado vai se normalizar, mas esse cenário está sendo revisado a cada semana ou a cada 15 dias. Vemos resultados positivos do mercado diante do vírus, tanto na Ásia e Japão, onde está baseado nosso HQ e algumas fábricas, quanto na Europa, onde temos várias operações também. Começamos a sentir uma evolução, pois o mercado já começa a reagir, a vida começa a retomar aos poucos. Ainda há muito a percorrer, pois até se fala sobre uma segunda onda, mas estamos sentindo certa reação positiva do mercado. De todas as formas a empresa vem trabalhando com foco em setembro ou outubro, se essa tendência continuar.
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