Plataforma de modelagem vocal possibilita artistas licenciados a criarem uma nova fonte de receita recorrente; cada artista precisaria de 3 milhões de streamings no Spotify para faturar o mesmo valor.
A Moises é um aplicativo com mais de 45 milhões de usuários e líder em criação musical com IA, que nasceu com a missão de democratizar a produção de músicas e ser um apoio para artistas e produtores do mundo todo. No final de 2023, a empresa lançou o Voice Studio, solução que permite transformar a voz de uma gravação vocal original para espelhar o timbre de um dos Modelos de Voz de Inteligência Artificial da plataforma. As vozes utilizadas pela Moises são de artistas reais, que licenciaram seus próprios modelos de voz como uma nova oportunidade para os vocalistas gerarem receita. Seis meses depois do lançamento, os resultados da ferramenta são satisfatórios, tanto para a empresa quanto para os cantores.
No total, foram mais de 50 mil vozes processadas no Voice Studio. No primeiro ano da solução, os executivos da Moises projetam que irão distribuir mais de 500 mil reais para os artistas envolvidos. “Atualmente, já processamos o equivalente a 120 anos de áudio. São mais de 63 milhões de minutos processados por mês e mais de 2 milhões de minutos por dia. Para ter noção do crescimento, apenas seis meses atrás contabilizávamos 1 milhão de minutos por dia. É um crescimento estável, fruto de ferramentas inteligentes como o Voice Studio”, explica Eddie Hsu, COO da Moises.
O projeto começou com 11 vozes, e está recebendo 39 novas vozes neste mês de abril, totalizando 50 artistas parceiros. Algumas dessas gravações, inclusive, foram feitas no icônico Abbey Road Studios, em Londres, conhecido por ter sido utilizado pelos The Beatles para a gravação de 190 das suas 210 músicas, entre elas All You Need Is Love, Here Comes the Sun e o álbum Yellow Submarine. Alguns dos cantores envolvidos chegaram a receber até U$4,010 em vendas nesses primeiros meses, cerca de 20 mil reais. Como comparação, um artista precisaria conquistar mais de 3 milhões de streamings no Spotify para faturar uma quantia parecida (simulação feita pelo site SoundCampaign).
“O Voice Studio representa uma nova forma de monetização para cantores, muito mais lucrativa e focada nos direitos deles. Sabemos que as redes sociais popularizaram a chamada ‘clonagem’ vocal, de maneira amadora e sem consentimento dos artistas. Porém, nosso objetivo é fazer uma negociação justa para os dois lados, com contratos bem definidos”, afirma Eddie.
O Voice Studio é pioneiro em uma nova tendência de mercado para modelagem de voz com IA. Algumas de suas aplicações possíveis são: Produtores que apresentam músicas à gravadoras, artistas ou outros podem acessar uma variedade de vozes – alterando a tonalidade, timbre e tipo de voz – para transmitir melhor sua visão criativa para suas faixas a possíveis colaboradores.
Empresas de produção de vídeo e áudio com pouco tempo para criar demos para clientes podem produzir e entregar o conteúdo rapidamente, prototipando e produzindo demos já em alta qualidade. As mesmas podem utilizar o Voice Studio para encontrar uma voz que tenha o “melhor fit” para a marca de seus clientes. Dessa forma, a contratação de profissionais de locução pode ser melhor planejada e programada.
É possível também empregar a plataforma para criar modelos customizados a partir da voz do artista original, assegurando uma qualidade de estúdio mesmo para vozes gravadas em shows ao vivo, gravações de vídeo externas ou usando o microfone do celular. Assim, pós-produções e ADRs, processos que antes necessitavam de regravações e a presença física de artistas, são agora acelerados e otimizados com a IA.
“Muitos artistas não figuram necessariamente nos rankings das plataformas de streaming; no entanto, possuem timbres vocais únicos com um potencial imenso. Desenvolvemos um novo modelo de negócio que auxilia essa categoria de artistas a ampliar seu alcance para uma audiência composta por produtores e criadores interessados em refinar e ressaltar belas vozes”, conclui Eddie.