Dani Faria fala sobre a evolução, desafios e transformação necessárias na música urbana: “Estamos reféns de um sistema que não olha para esses gêneros”
Sócia da K2L Empresariamento Artístico e CEO do selo Urban Pop, Dani Faria é uma das figuras mais proeminentes no cenário empresarial artístico e tem como propósito elevar a música urbana no cenário musical brasileiro. Com anos de experiência, a empresária realizou uma reflexão da evolução e dos desafios que ainda permeiam a cena.
Recentemente, o cantor Djonga, lotou um dos maiores centros culturais do Rio de Janeiro e, nas palavras de Dani, trouxe para o palco um verdadeiro espetáculo, que incluiu conceito, cenografia e atuação. Ao analisar o show, ela ressalta a capacidade dos artistas brasileiros de proporcionar performances de nível internacional e destaca que esse é exemplo claro da transformação que a cena urbana necessita. No entanto, ela enfatiza como o incentivo financeiro pode ser uma grande barreira nesse processo.
“Sabe quando a gente quer se referir a algo muito foda e diz: tá gringo?! Pois é, a entrega dele foi gringa. E os nossos artistas tem total capacidade de entregar isso e muito mais pro público, mas temos que falar sobre o quão centralizado está o incentivo financeiro vindo de grandes marcas e o quanto a nossa cultura perde com isso”, diz.
Na visão da empresária, por mais que muitos artistas do cenário da música urbana tenham o desejo de trazer essa grande entrega, o atual sistema muitas vezes os deixa reféns de uma busca incessante por patrocínios, que ainda não enxergam esses gêneros com o olhar que deveriam. “Hoje, os artistas entregam tudo, investem absurdos e muitas vezes não tem retorno, porque a conta não fecha! Se gasta muito mais do que se ganha! e se a gente fala de conceito GRINGO, o retorno deveria ser gringo do mesmo jeito que é o investimento! Estamos reféns de um sistema que não olha para esses gêneros urbanos e principalmente pro rap nacional, e precisamos mesmo falar sobre isso”, afirma.
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Por fim, Dani revela que há, sim, uma deficiência por parte dos artistas para abraçarem estratégias de planejamentos que vão além do convencional. Contudo, ela argumenta que a transformação necessária vai muito além desses aspectos individuais e pesa muito na falta de visibilidade para o Trap, Rap, Funk, Hip-Hop e demais gêneros na cena. “Existem sim muitas coisas que devem ser feitas dentro de um planejamento de carreira para que as marcas olhem pros artistas, existe uma deficiência muito grande por parte dos artistas de entenderem que posicionamento é importante, que usar as redes sociais é importante, que ter uma assessoria de imprensa disseminando matérias relevantes e buscando relação com os grandes veículos formadores de opinião é extremamente importante, e que o mercado é um jogo que tem que saber jogar, mas o que eu tô trazendo vai além disso, é de fato mudar um sistema que ainda sim não olha pra cena urbana como deveria”, declara.
A Virgin Music Group ampliou sua parceria global com a GR6 Produtora e Gravadora, uma das maiores forças independentes da música urbana no Brasil, firmando um novo acordo válido pelos próximos dez anos.
A renovação foi destacada por veículos internacionais como Music Business Worldwide e Music Week, reforçando o peso estratégico da GR6 na expansão do funk e da música urbana brasileira no cenário global.
A colaboração entre as duas empresas teve início em 2020 e, desde então, contribuiu para impulsionar artistas, projetos e lançamentos da GR6 para além do mercado nacional. Fundada e presidida por Rodrigo Oliveira, a gravadora figura entre as dez maiores marcas independentes do Brasil segundo a IFPI, com um catálogo que inclui nomes como Perera DJ, Nilo, MC PH e DJay W. Em 2024, a GR6 conquistou um dos dez maiores hits do país com “Let’s Go 4”.
A nova fase da parceria chega com o lançamento de “GR6 Histórias”, compilação que reúne 60 faixas regravadas de sucessos do selo, produzida em coprodução com a KondZilla Produções. O projeto reúne artistas como MC Livinho, MC Davi, MC Don Juan, MC Kevinho e MC Neguinho do Kaxeta, revisitanto músicas que marcaram diferentes gerações e moldaram a identidade sonora das periferias brasileiras.
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Para Cris Garcia Falcão, Gerente-Geral da América Latina e Diretora de Artistas & Estratégia de Gravadora do Virgin Music Group, a GR6 tem papel decisivo na música urbana: “Rodrigo construiu uma das gravadoras independentes mais importantes e duradouras do Brasil, apoiando uma coleção de artistas singulares que tiveram enorme impacto na cultura musical no país e no mundo.”
O fundador da GR6, Rodrigo Oliveira, celebrou a renovação: “Cris Falcão e toda a equipe da Virgin Music têm sido parceiras incríveis nesses últimos cinco anos. Estamos animados para continuar criando oportunidades extraordinárias para artistas brasileiros no cenário global. O GR6 Histórias vai apresentar nosso repertório a uma nova comunidade mundial de fãs.”
A expansão da Virgin Music acompanha o movimento global do grupo, que recentemente firmou acordo com a plataforma africana MiPROMO e consolidou operações na África e no Vietnã. O alinhamento reforça o momento de ascensão da GR6 como símbolo da força criativa e econômica da música urbana brasileira no mundo.
Para celebrar seus 15 anos de sucesso no mercado da música globalmente, a ONErpm realizou uma série de jantares em diferentes capitais brasileiras, reunindo empresários, produtores e parceiros estratégicos.
Os encontros, nomeados de ONErpm Match aconteceram em Goiânia (10/09), Belo Horizonte (15/09), Salvador (22/09), Recife (23/09), Fortaleza (24/09), São Paulo (29/09) e Rio de Janeiro (01/10).
“É um orgulho enorme ver a ONErpm liderando o mercado e transformando a vida de tantos artistas. Nosso sucesso vem da união entre especialidade, metodologia e tecnologia e, claro, de trabalharmos com os melhores artistas e as melhores músicas. Estamos só começando: o futuro da música independente é agora, e nós seguimos no comando”, Arthur Fitzgibbon, presidente da ONErpm Brasil.
“A ONErpm sempre acreditou na força de estar próxima dos artistas, das cenas locais e dos parceiros estratégicos que movimentam a indústria. Celebrar 15 anos dessa forma reforça que não somos apenas parte do mercado — nós ajudamos a moldá-lo. Estar presente, ouvir e construir junto é o que nos permite crescer de forma sólida e duradoura em todas as regiões do país”, afirma André Agra, COO da ONErpm.
Com o objetivo de firmar novos negócios, os jantares além de celebrar a trajetória da empresa e apresentar novas soluções e tecnologias que estão sendo implementadas reforçaram o compromisso com a música independente em todo o país. Cada evento foi pensado para criar um espaço de troca e diálogo, aproximando ainda mais a ONErpm de profissionais da imprensa, música, agências e festivais que movimentam a cena musical brasileira da mesma maneira disruptiva que a empresa.
O coração da indústria musical bate de forma única em cada cidade. Para fechar negócios que realmente ressoam, precisamos ir além dos contratos e ouvir essas batidas. Estes jantares são a nossa forma de sentar à mesa – literalmente – com a cena local. Assim, conseguimos identificar demandas específicas, criar conexões valiosas e posicionar a ONErpm como o único parceiro presente e comprometido com o desenvolvimento musical de cada região”, compartilha Iasmine Amazonas, Head Global de Marketing Institucional na ONErpm.
Os jantares do ONErpm Match também serviram como espaço para apresentar cases de sucesso, a equipe de 250 pessoas no Brasil, compartilhar novos projetos e discutir as transformações do mercado musical. Em cada cidade, os encontros refletiram a diversidade cultural do país, além de aproximar os parceiros mais em sintonia com a ONErpm para firmarem novos negócios
Com presença em 32 países e 46 escritórios, a ONErpm se consolidou como uma plataforma global que vai além da distribuição digital, oferecendo marketing estratégico, serviços de publicação, soluções financeiras, tecnologia e inteligência de negócios. Ao longo dessa jornada, a empresa ajudou a impulsionar carreiras em diversos gêneros musicais, sempre com foco na autonomia e no empoderamento dos artistas independentes.
Essa série de jantares reforça o posicionamento da ONErpm como parceira estratégica dos artistas independentes, celebrando não apenas os 15 anos de história, mas também o impacto que a empresa tem na transformação da indústria musical.
A Deezer divulgou um estudo global inédito, realizado pela Ipsos, que revela um dado alarmante: 97% das pessoas não conseguem diferenciar músicas totalmente geradas por Inteligência Artificial das produzidas por artistas humanos.
A pesquisa envolveu 9 mil participantes em oito países, incluindo o Brasil, e investigou percepções sobre IA, direitos autorais e o futuro da criação musical. Estudo aponta urgência por transparência e remuneração justa.
O levantamento indica amplo apoio a políticas de identificação clara de faixas geradas por IA, preocupação com o uso indevido de material protegido e receio quanto ao impacto econômico sobre músicos e compositores. Segundo a Deezer, cerca de 50 mil faixas criadas integralmente por IA são carregadas diariamente, representando 34% de todos os envios feitos à plataforma.
“Os resultados mostram que as pessoas se importam com a música e desejam saber se estão ouvindo IA ou humanos. Também há um consenso de que modelos de IA não devem ser treinados com obras protegidas sem autorização”, afirmou Alexis Lanternier, CEO da Deezer. A plataforma é atualmente a única a detectar e rotular faixas 100% geradas por IA.
Principais conclusões globais
97% dos participantes erraram ao tentar identificar músicas de IA em teste cego.
71% ficaram surpresos e 52% relataram desconforto por não diferenciar as faixas.
80% defendem rotulagem clara para conteúdo gerado por IA.
73% querem saber quando uma plataforma recomenda faixas feitas por IA.
65% consideram inaceitável usar músicas protegidas para treinar IA.
70% acreditam que a IA ameaça a remuneração de artistas.
Apesar das preocupações, 66% ouviriam músicas geradas por IA por curiosidade.
Brasil: curiosidade elevada e forte adesão à IA
O país se destacou como um dos mais receptivos à tecnologia:
76% dos brasileiros demonstram curiosidade em relação à IA — o maior índice entre os oito países.
42% utilizam ferramentas de IA semanalmente ou mais.
62% acreditam que a IA pode ajudar a descobrir novas músicas.
59% veem papel importante da tecnologia na criação musical nos próximos dez anos.
Por outro lado, 60% temem perda de criatividade na produção musical e 65% enxergam risco à remuneração de artistas.
Assim como no cenário global, 97% não identificaram a diferença entre faixas humanas e músicas de IA no teste proposto.
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Transparência e ética seguem como prioridades
Os brasileiros apoiam amplamente a identificação de músicas geradas por IA (77%), e 67% consideram antiético usar material protegido para criar músicas sintéticas. Além disso, 64% acreditam que o pagamento por faixas de IA deve ser menor do que o destinado a obras humanas.
A pesquisa reforça que, diante da explosão de conteúdo sintético no streaming, o futuro da música depende de transparência, responsabilidade e políticas que garantam justiça aos criadores.