O Live streaming é uma realidade. Nesta entrevista veremos algumas dicas para as – agora famosas – Lives e possíveis tendências do varejo pós-covid.
Tendência no varejo mundial, o live streaming tem se tornado cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros, sobretudo após a pandemia do Covid-19 mudar a relação entre os consumidores e as marcas. Nesse cenário, algumas empresas começaram a enxergar uma força ainda inexplorada de vendas, segundo Lyana Bittencourt, diretora executiva do Grupo Bittencourt, que oferece consultoria especializada no desenvolvimento, gestão e expansão de redes de negócios e franquias.
“Mais do que o ‘shift to online’ na forma de se comunicar e se posicionar, tivemos principalmente (e com a força de um tsunami) um ‘shift to online’ do consumo. O aspecto real time do live streaming traz inevitavelmente o aspecto real life, e no caso do varejo se traduz em vendas na loja estando aberta ou fechada”, complementa a especialista.
Veja mais sobre o modelo de “live streaming” e outras tendências do novo varejo nestas “5 Perguntas”.
Lyana Bittencourt do Grupo Bittencourt. Foto: Rafael Neddermeyer/ Criadores de Imagens
M&M: Como uma empresa pode usar o live streaming para promover o consumo ou as vendas?
Lyana: Algumas empresas começaram a ver no Live Streaming uma força ainda inexplorada de vendas. O modelo é basicamente uma transmissão ao vivo, em que um “vendedor” ou um “digital influencer” apresenta produtos e/ou serviços diretamente da loja a uma audiência que está altamente engajada, vendo a ação ao vivo e, assim, com o interesse ampliado e dedicado. O resultado quase sempre são mais e mais vendas.
Publicidade
M&M: Que características deve ter o live streaming para ter sucesso?
Lyana: A pessoalidade é importante, pois o objetivo é que seja uma conversa, um bate-papo em um tom extremamente pessoal, emocional, convincente. É como se um amigo te apresentasse um produto ou serviço novo para você experimentar. O fato de ser altamente pessoal faz com que você sinta como se estivesse presente e traz ainda mais realidade ao fato – se você vê ao vivo então é verdade! Os argumentos dos influencers ou de quem estiver apresentando o produto ou serviço são mais convincentes. E como ocorrem interações ao vivo entre quem apresenta e a audiência, é como se quem assiste fizesse parte da ação, pois se você está participando real time, você está construindo em conjunto e influenciando o processo.
M&M: O que as empresas/lojas devem ter em mente no momento de fazer o live streaming?
Lyana: Primeiro é importante ter uma audiência engajada. Não adianta abrir a live e não ter ninguém assistindo. Então existe um trabalho prévio de divulgação e engajamento que deve ser feito. Uma ação nas redes sociais, publicações prévias que chamem o público para participar, entre outros.
Além disso, também é preciso considerar o imprevisível. Como é ao vivo, algumas coisas podem acontecer como falha de conexão ou mesmo um produto que não funciona bem no momento da venda. Por isso é importante testar inúmeras vezes. Você pode ser surpreendido por uma demanda maior do que a que você estava esperando ou o contrário. O importante é testar o modelo e ir ajustando conforme for ganhando experiência. Esse modelo é possível, é viável e é bem aceito pelas pessoas.
Publicidade
M&M: Que outras ações estão usando o novo varejo?
Lyana: Nesse período de reclusão e lojas fechadas as empresas estão sendo bastante inventivas. Vou citar algumas ações:
Drive Thru para o varejo tradicional: Imagine um home center fechado justamente quando as pessoas estão em casa e disponíveis para fazer pequenos reparos e reformas e vários outros casos. A solução para algumas empresas foi a estruturação do modelo de Drive Thru, assim como vemos nas redes de fastfood, só que para qualquer produto que possa ser levado no carro. Alguns shoppings, inclusive, estão sendo aliados dos seus lojistas, permitindo a operação nos estacionamentos.
Cupons e Comissionamento: O fato de as equipes de vendas utilizarem – mesmo que sem o aval de alguns varejistas – suas contas pessoais de whatsapp para se relacionar com clientes acabou se tornando uma fortaleza para as marcas. Essa maneira informal de fazer o relacionamento acabou possibilitando que as equipes de vendas continuassem a vender e serem comissionadas por meio de vendas realizadas na loja online com a utilização de cupons de desconto. Uma super força extra para garantir a receita das lojas físicas e a comissão dos vendedores.
Bags e Malas com produtos na porta de casa: O porta a porta também passou a ser opção principalmente para o mercado de moda. Um revival para muitos varejistas que começaram com a revenda de peças diretamente na casa do consumidor. O envio de roupas, calcados e acessórios em malas, mochilas ou caixas para que o consumidor escolha no conforto de suas casas também passou a ser uma opção para ir onde o cliente estiver – e agora, em casa.
M&M: Por favor, fale sobre as tendências após a crise.
Lyana: É difícil falar sobre tendências quando ainda não sabemos em que mundo vamos desembarcar pós Covid-19, mas algumas coisas já conseguimos sentir principalmente quanto ao comportamento do consumidor. Um possível medo de consumir e gastar suas reservas, mais ponderação em relação ao custo de produtos e serviços e com isso, mais abertura a testar novas marcas.
Também teremos, infelizmente, o fechamento de empresas que não conseguiram se estruturar durante a crise ou ainda a fusão de empresas concorrentes que podem se unir para se fortalecerem e saírem mais relevantes pra o consumidor.
Tanto empresas quanto o consumidor estarão mais digitalizados e isso significa que se antes a dúvida era entre online ou físico, agora vai além. Físico com entrega direta, on-line por voz, live commerce, streaming, marketplaces, redes sociais, apps e uma profusão de universos que habitam na nuvem e que passarão a estar de vez no radar e na realidade da vida das empresas e das pessoas.
Publicidade
Ainda vamos ter que esperar para confirmar até onde os impactos do covid-19 vão atingir a vida das pessoas e das empresas, mas parece, que muita coisa vai ser diferente.
O último trimestre do ano não só traz um aumento natural nas vendas, impulsionado por eventos como Black Friday, Cyber Monday e Natal, como também a necessidade de estabelecer as bases para o planejamento estratégico para 2026.
No setor de instrumentos musicais e áudio profissional, onde a volatilidade do dólar, os custos logísticos e as tendências de consumo ditam o tom, avaliar com precisão os resultados financeiros e operacionais torna-se fundamental para mensurar a verdadeira lucratividade do negócio.
Essa análise não apenas valida o desempenho mensal, mas também identifica onde estamos dessincronizados e quais fatores estratégicos precisamos ajustar para garantir um crescimento sustentável.
Avaliação do Desempenho Financeiro
Um diagnóstico preciso exige ir além dos números brutos e analisar indicadores-chave adaptados ao setor:
Receita e lucratividade: Comparar as vendas de categorias críticas (caixas de som profissionais, controladores de DJ, guitarras, equipamentos de gravação) com as margens em comparação com períodos anteriores.
Estrutura de custos: Diferenciar custos fixos (aluguel de showroom, equipe de vendas, licenças de software) de custos variáveis (importações, frete, marketing sazonal), identificando oportunidades de otimização.
Fluxo de caixa: Meça a liquidez necessária para financiar estoques que muitas vezes são pagos em dólar, mas vendidos a prazo ao cliente final.
Dívida: Avalie o ônus financeiro e o nível de alavancagem diante das flutuações da taxa de câmbio.
Ações Positivas e Áreas de Melhoria
Após a análise dos números, a pontuação revela o que funcionou e o que precisa de ajustes:
Ações bem-sucedidas: Campanhas digitais em mídias sociais, acordos com academias e distribuidoras de música e o boom do e-commerce de acessórios e peças de reposição.
Fraquezas operacionais: Estoques mal calibrados, com escassez, distribuição lenta nas regiões ou serviço de pós-venda fraco.
Tendências de Mercado: Crescimento da música urbana e demanda por equipamentos de home studio, além de consumidores mais sensíveis a preços devido à inflação e à queda do crédito ao consumidor.
Repensando Estratégias e um Plano de Ação
Com a pontuação claramente definida, o plano deve estabelecer diretrizes específicas:
Otimização de Custos: Negociar com fornecedores internacionais, consolidar importações e automatizar processos de estoque.
Expansão de Mercado: Abra novos canais em regiões, exporte para países vizinhos ou explore nichos como equipamentos para igrejas e eventos corporativos.
Fortalecimento Digital: Amplie o e-commerce com integração ERP-marketplace e aprimore campanhas segmentadas por tipo de músico.
Treinamento de Equipe: Treine a equipe de vendas em produtos de alta qualidade, fidelização de clientes e serviços de vendas cruzadas (por exemplo, aluguel + vendas).
Implementação e Monitoramento
Toda orquestra precisa de um maestro e uma pontuação clara:
KPIs definidos: Margem bruta por categoria, giro de estoque, vendas online vs. físicas e índice de endividamento.
Revisão periódica: Reuniões trimestrais para avaliar o progresso e reajustar a estratégia de preços e estoque.
Feedback contínuo: Envolva toda a equipe, do depósito ao marketing digital, na busca por eficiência e inovação.
Uma revisão financeira de 2025 é uma oportunidade para ajustar os negócios antes de entrar em uma nova temporada. Com análises rigorosas, replicando o que gerou impacto positivo e corrigindo o desempenho desafinado, a indústria de instrumentos musicais e áudio profissional pode se projetar com maior força, transformando a volatilidade em harmonia financeira a longo prazo.
*Autor: Camilo Ramírez Mestre em Administração de Empresas (MBA) pela Universidad del Desarrollo, Mestre em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Finanças Corporativas pela IEDE Business School Chile e Bacharel em Administração de Empresas e Administração Universitária pela Universidad de las Américas. Sócio Sênior da Price Capital Spa. E-mail: corporativo@pricecapital.cl Visite: www.pricecapital.cl
A histórica fabricante de violões cria um cargo de COO para impulsionar a excelência operacional e sua próxima fase de crescimento.
A C. F. Martin & Co., Inc. anunciou a nomeação de Scott Gervais como Diretor de Operações (COO). Com mais de duas décadas de liderança executiva em operações, manufatura, compras e gestão da cadeia de suprimentos, Gervais ocupou cargos de liderança na Polaris Marine e na Conn-Selmer, Inc., onde liderou e expandiu operações globais com melhorias mensuráveis em segurança, qualidade, eficiência e satisfação do cliente.
Violonista acústico de longa data, Gervais enfatizou a conexão pessoal com sua nova função: “É uma verdadeira honra ingressar na C. F. Martin & Co., uma empresa que admiro desde que peguei em um violão pela primeira vez. A Martin sempre representou o auge da arte acústica para mim, e agora contribuir para seu legado é ao mesmo tempo gratificante e inspirador. Esta posição alinha minha carreira em operações com meu amor pela música.”
Da empresa, o Presidente do Conselho, Chris Martin IV, comemorou a chegada: “Estou muito feliz que Scott esteja se juntando à minha empresa familiar. Sua experiência e entusiasmo serão um trunfo para nossas equipes de fabricação e compras.”
Por sua vez, o Presidente e CEO Thomas Ripsam enfatizou que o COO é uma posição recém-criada com foco na excelência operacional: “É um componente crítico para possibilitar a próxima onda de crescimento e lidar com a crescente complexidade e custos do negócio. Estou confiante de que o talento e a experiência de Scott nos ajudarão a enfrentar com sucesso essas oportunidades e desafios.”
Publicidade
Gervais é bacharel em administração de empresas pela Universidade Purdue e possui certificações profissionais como Lean Six Sigma Black Belt e Certified Supply Chain Professional. Com sua chegada, Martin busca fortalecer processos, eficiência e capacidade de resposta em um contexto de expansão e aumento da demanda global por seus instrumentos acústicos.
A experiência de compra mudou. Hoje, os consumidores não separam mais o digital do físico: esperam o melhor dos dois mundos.
Nesse contexto, o conceito “figital” — a integração entre os ambientes físico e digital — torna-se uma estratégia essencial para lojas de instrumentos musicais que desejam se manter competitivas.
Do balcão ao smartphone
Para muitas lojas, o primeiro passo rumo ao figital é construir um ambiente digital que complemente a experiência presencial. Ter um site atualizado, com catálogo, preços, disponibilidade e informações técnicas, é fundamental. Mas não basta estar online: é preciso garantir uma navegação rápida, compatibilidade com dispositivos móveis e canais de contato acessíveis.
Presença que conecta
As redes sociais permitem apresentar produtos, processos de luteria, unboxings, reviews e conteúdos educativos. Não se trata apenas de vender, mas de construir comunidade. Mostrar como soa um pedal, como ajustar uma guitarra ou montar uma bateria ao vivo gera proximidade e confiança.
O físico continua essencial
No universo figital, a loja física não desaparece — ela ganha protagonismo. Muitos clientes pesquisam online, mas querem experimentar o instrumento antes de comprar. Oferecer atendimentos personalizados, testes com especialistas ou experiências imersivas na loja pode ser um grande diferencial.
Publicidade
Click & collect: o melhor dos dois mundos
Uma das práticas mais eficazes do figital é permitir que o cliente compre online e retire na loja. Essa opção acelera a venda, elimina custos de frete e atrai novos consumidores ao espaço físico. Além disso, abre espaço para vendas adicionais no momento da retirada.
Tecnologia a favor da música
Implementar recursos como catálogos interativos em tablets, sistemas de estoque integrados entre a loja e o e-commerce, ou até QR codes nos instrumentos com acesso às fichas técnicas, são soluções simples que melhoram a experiência de compra.
Capacitação da equipe
A transformação não é apenas tecnológica. A equipe de vendas também precisa estar preparada para atuar em um ambiente híbrido. Saber responder dúvidas via WhatsApp, oferecer suporte nas redes sociais ou produzir conteúdos simples são habilidades cada vez mais valiosas.
Investir com inteligência
Adotar o figital não exige grandes investimentos iniciais. É possível começar com ações simples e eficazes: otimizar o perfil no Google, responder mensagens em redes sociais, integrar um sistema de vendas com controle de estoque ou criar vídeos curtos destacando os produtos da loja.
Adotar uma estratégia figital não é uma tendência passageira, mas uma resposta direta ao comportamento do consumidor atual. Para as lojas de instrumentos musicais, trata-se de transformar o ponto de venda em um ponto de encontro — onde o físico e o digital se complementam para criar experiências memoráveis.