Com o lançamento de seu mais recente álbum, exploraremos o equipamento usado pelo Incubus
A banda estadunidense de rock Incubus lança seu oitavo álbum de estúdio, intitulado 8, este ano. Aproveitando a oportunidade, daremos um passeio pelos instrumentos e equipamentos que usam Brandon Boyd, Mike Einziger, José Pasillas, Chris Kilmore e Ben Kenney.
Brandon Boyd (voz)
Podemos vê-lo constantemente com o microfone dinâmico Super 55, igual ao SM7B, ambos da Shure. Para as gravações em estúdio normalmente usa um SM57 da Shure, um 251 da Telefunken ou um Neumann U47, embora o microfone Neumann 269 tenha sido utilizado para a gravação do single Adolescents.
Michael Aaron “Mike” Einziger (guitarra)
Conhecido como um inovador e entusiasta do uso de pedais de efeito para guitarra em concertos ao vivo, Mike também é um ávido compositor. Já escreveu seu primeiro concerto orquestral, a escala completa intitulada End.>vacuum.
Einziger é um multi-instrumentalista e, além da guitarra, tem tocado outros instrumentos como piano, pipa, mandolina, sintetizador analógico, Fender Rhodes, Wurlitzer, entre outros, durante as gravações com o Incubus e também em seus outros projetos. Em uma turnê recente, foi visto usando uma Gibson SG Junior com captadores P-90 modificada com um captador extra para o braço e um switch selector de captador. Em 2012, Mike mudou para as guitarras Albert Lee signature da Music Man e começou a usar cordas mais leves (diminuiu até 9 depois de ter usado 13 por muitos anos) devido à necessidade de encontrar uma guitarra mais ‘confortável’ para as turnês. Declarou que isso foi necessário desde que se submeteu a uma cirurgia devido à síndrome do túnel do carpo. Mike geralmente usa combos Trem-O-Verb 2/12 da Mesa/Boogie e Twin Reverb da Fender.
Benjamin Lee “Ben” Kenney, Sr. (baixo)
Kenney, que tocava guitarra para o grupo de hip-hop The Roots, toca ao redor de seis instrumentos diferentes, chegando a fazer duos de bateria com José Pasillas ao vivo. Focando um pouco mais nos seus baixos, Ben tem um equipamento composto por vários modelos Joe Osborn, um Skyline Bob Glaub vermelho, outro Shoreline Gold Skyline Hollowbody, um custom 44-94, Light Blue 44-94, Cherry Sunburst 55-94 com botões Gibson, um Fiesta Red 30”Jazz Bass (44-66), um 1975 Jazz Bass e um Jaguar Bass da Fender, além de um SG Bass da Gibson e um Hofner 500/1 “Beatle Bass”. Todos os seus baixos têm braço de palissandro.
Sua plataforma da Mesa/Boogie ao vivo consiste em um par de cabeçotes Big Block 750 e uma caixa Roadready de 8×10. No estúdio e para concertos solo, além de para pequenos concertos ao vivo com o Incubus, utiliza combos Mesa Walkabout 1×12 e caixas de extensão.
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José Antonio Pasillas II (bateria)
José, que declara nunca haver tido um treinamento formal em bateria, é endorser da DW e da Sabian, tendo um set composto por:
Bateria DW Drums: DW Collectors Series Clear Acrylic com hardware dourado composto por três rack toms (8×5, 10×5 e 12×6), dois floor toms (16×13 e 18×14), um bumbo de 20×20, edge snare de 13×6,5, Rocket Shells Carbon Fiber Snare 14×7 e dois Octoban (14×6 e 14,5×6).
Pratos Sabian: HHX Evolution Hi-Hats de 13”, HH Raw Bell Dry Ride de 21”, AAX Studio Crash de 20”, Prototype HHX Studio Crash de 20” (criado especialmente para ele), Vault Crash de 19”, AAX Mini Chinese de 14”, HHX Chinese de 18”, AAX Splash de 8”, AAX Splash de 10” e um HHX Evolution Splash de 12”.
Peles da Remo: Para os toms, conta com Emperor Clear Batter e ressonante Clear Ambassador; para o bumbo, tem um Powerstroke 3 Clear Batter e um ressonante Standard DW Head, enquanto que para o snare possui um Emperor Coated Batter e Coated Ambassador, mais o ressonante Ambassador.
Hardware: É formado por DW Three Sided Straight Drum Rack, PDSRC15V Rack Clamp x20, DWCP9700 Boom Arms x9, DWCP9300 Snare Stand x2, DWCP9100AL Pneumatic Airlift Throne x1, DWCP9000 Single Pedal x1, DWCP9900 DBL Tom Stand x1 e DWCP9500TB Hi Hat Stand x1.
Baquetas: Da Vater Percussion, com o modelo Vater 7A Wood.
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Chris Kilmore (DJ/teclados)
Chris se encarrega dos teclados, turntables e do teremim. No caso do órgão, toca um Nord C2 Combo. Também se destacam o Moog Voyager, um Rhodes da Fender, um piano Wurlitzer, um órgão Hammond B3 e o sintetizador MD4000D da Mellotron, entre outros.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas, preparou uma programação especial para celebrar o Dia Nacional dos Músicos, comemorado em 22 de novembro.
As atividades fazem parte do programa Biblioteca Viva e incluem as apresentações musicais “Os Livros e As Canções”, com Evandro Bene & Banda, e “Somos”, de Irmão Black e Fahntastica. Ao todo, serão sete apresentações gratuitas e abertas a todos os públicos nas bibliotecas municipais e no Bosque de Leitura Parque Lajeado.
A performance “Os Livros e As Canções”, que estreou no dia 13 na Biblioteca Roberto Santos, segue agora para mais seis unidades: José Mauro Vasconcelos (19/11, às 14h), Viriato Corrêa (25/11, às 14h), Álvares de Azevedo (26/11, às 14h), Cassiano Ricardo (27/11, às 14h), Mário Schenberg (28/11, às 14h) e Camila Cerqueira César (29/11, às 13h). A proposta reúne literatura e música em um repertório que transita da MPB ao rock, com canções inspiradas em obras literárias, como “Jubiabá”, de Jorge Amado; “Epitáfio”, dos Titãs; e “Caçador de Mim”, de Milton Nascimento.
Já “Somos” terá apresentação única no Bosque de Leitura Parque Lajeado, em 29 de novembro, às 14h. O espetáculo combina músicas autorais, poemas e intervenções performáticas para construir uma narrativa sobre existencialismo, ancestralidade, memória e afeto — uma reflexão sensível sobre o que significa “ser” e “estar” no mundo.
Oficinas e outras atrações musicais
Além dos shows, as bibliotecas também recebem atividades formativas. Na Biblioteca Álvares de Azevedo, todos os sábados — incluindo 21 e 28 de novembro — acontece uma oficina de pandeiro com Well Martins, sempre às 14h. Na Biblioteca Cassiano Ricardo, no dia 25 de novembro, das 9h às 10h30, será realizada uma oficina de jogos musicais, que apresenta noções de criação de games a partir do desenvolvimento de um jogo de ritmo simples.
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Na Biblioteca Alceu Amoroso Lima (Pinheiros), o público poderá acompanhar o “Encontro de Corais Maestro Danilo – Grupo Mosaico”, no dia 29 de novembro, das 12h às 13h30, com clássicos da MPB interpretados pelo grupo.
A importância do Dia dos Músicos
Celebrado em 22 de novembro, o Dia dos Músicos homenageia profissionais que dedicam a vida à arte sonora — instrumentistas, cantores, compositores, regentes, técnicos e todos os envolvidos na criação musical. A data está associada a Santa Cecília, padroeira dos músicos, e reconhece o papel fundamental da música na cultura brasileira e no cotidiano das pessoas, seja marcando momentos festivos, acolhendo emoções ou inspirando reflexões.
A programação completa das bibliotecas, bosques e pontos de leitura está disponível no site oficial do Sistema Municipal de Bibliotecas e nas redes sociais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Música também nos Centros Culturais e Casas de Cultura
A comemoração não se restringe às bibliotecas. Outros equipamentos culturais municipais também recebem apresentações gratuitas. Nos Centros Culturais, o destaque é a festa Flash Balanço, no Centro Cultural Grajaú, em 22 de novembro, às 18h, celebrando hits das décadas de 70, 80 e 90. No mesmo dia e horário, o Centro Cultural da Juventude recebe o show de Celsinho Mody, enquanto a Vila Itororó apresenta Rahessa, às 19h. Já o Centro Cultural Olido recebe o Coral USP, às 16h.
Nas Casas de Cultura, o público poderá assistir ao Grupo Afro Babalotim, no feriado de 20 de novembro, às 15h, na Casa de Cultura Raul Seixas. O projeto “Raízes Negras” também ocorre no Dia da Consciência Negra, às 14h, na Casa de Cultura Hip Hop Leste.
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A agenda completa dessas e de outras atividades culturais pode ser consultada no portal SP Mais Cultura.
A nova fronteira do áudio: do estéreo ao espaço tridimensional.
Durante décadas, o estéreo definiu a forma como ouvimos música. Mas, nos últimos anos, os formatos imersivos, como Dolby Atmos e Sony 360 Reality Audio, vêm transformando a maneira como artistas, engenheiros e selos produzem e distribuem suas obras.
Hoje, gravar em 3D já não é uma curiosidade tecnológica — é uma oportunidade real de expansão criativa e comercial. E você, o que pensa sobre isso?
O que é o áudio imersivo
Diferente do estéreo tradicional — limitado a dois canais —, formatos como Dolby Atmos ou Sony 360 criam um ambiente tridimensional em que cada instrumento, voz ou efeito pode ser posicionado em um espaço virtual com altura, profundidade e movimento.
O resultado é uma experiência mais envolvente, que transmite a sensação de estar “dentro” da mixagem, ideal para fones de ouvido, soundbars e sistemas multicanal.
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Ambos os sistemas operam sob princípios semelhantes, mas com diferenças importantes:
Dolby Atmos Music: utiliza um sistema baseado em objetos de áudio, permitindo posicionar até 128 fontes em um ambiente 3D. É compatível com plataformas como Apple Music, Amazon Music e TIDAL.
Sony 360 Reality Audio: trabalha com esferas sonoras pré-definidas que envolvem o ouvinte. Está disponível em serviços como Deezer, TIDAL e outras plataformas que utilizam o codec MPEG-H.
Por que os artistas estão apostando nesses formatos
Diferenciação artística: a mixagem imersiva permite redescobrir arranjos e oferecer uma experiência completamente nova ao ouvinte.
Vantagem competitiva: os serviços de streaming priorizam conteúdos em Dolby Atmos ou Sony 360, oferecendo maior visibilidade em playlists e seções de destaque.
Valor agregado para catálogos existentes: muitos selos estão remasterizando álbuns clássicos em formatos imersivos, prolongando seu ciclo comercial.
Mercado em expansão: estudos como o da Futuresource preveem que o áudio imersivo crescerá mais de 20% ao ano até 2030, impulsionado pela adoção de fones inteligentes e plataformas 3D.
Como produzir em Dolby Atmos ou Sony 360
Preparação da sessão Antes da mixagem, é necessário organizar as faixas em stems ou grupos lógicos (bateria, baixo, vozes, efeitos). Isso facilita a atribuição de objetos e posições no espaço.
Softwares e plugins necessários
Dolby Atmos: trabalha-se dentro de uma DAW compatível (Pro Tools, Logic Pro, Nuendo, Reaper) com o Dolby Atmos Renderer e o plugin Production Suite. Sony 360: utiliza o 360 WalkMix Creator, software disponível para DAWs como Logic ou Pro Tools, que permite posicionar cada fonte sonora no campo esférico.
Monitoração e exportação Embora o processo possa ser feito com fones binaurais, os melhores resultados são obtidos com um sistema multicanal (7.1.4). A exportação final gera um arquivo ADM BWF (Dolby) ou 360RA (Sony), contendo tanto o áudio quanto os metadados espaciais.
Distribuição digital Atualmente, distribuidores como DistroKid, CD Baby e The Orchard já permitem o envio de músicas imersivas para plataformas compatíveis. É fundamental verificar se o serviço de streaming suporta o formato escolhido (Dolby Atmos, 360RA ou ambos).
Considerações práticas
Mix vs. Master: o processo de masterização em Dolby Atmos ou 360RA exige ferramentas específicas para preservar o alcance dinâmico e a imagem espacial.
Compatibilidade: toda mixagem imersiva deve ter uma versão estéreo alternativa, garantindo reprodução universal.
Educação técnica: a curva de aprendizado é moderada, mas cresce a oferta de cursos e certificações da Dolby e da Sony para engenheiros e produtores.
Casos e perspectivas
Artistas como Billie Eilish, Rosalía, Dua Lipa e Coldplay já lançaram versões em Atmos de seus álbuns, com excelentes resultados nas plataformas.
Na América Latina, estúdios como o Abbey Road Institute São Paulo e o Artico Studios (México) já oferecem serviços certificados em Dolby Atmos Music, refletindo uma adoção crescente na região.
O futuro soa em 3D
Adotar formatos como Dolby Atmos ou Sony 360 já não é exclusividade de grandes estúdios, mas uma ferramenta acessível capaz de elevar a qualidade e a projeção de qualquer projeto musical.
A chave está em compreender seu potencial narrativo e técnico: explorar o espaço, o movimento e a profundidade como parte da linguagem sonora.
Em um mercado saturado de lançamentos, a imersão pode ser o novo diferencial competitivo.
Direitos dos artistas, inovação tecnológica e o desafio da autenticidade no setor musical.
A tecnologia de clonagem de vozes e de geração de vocais por inteligência artificial está cada vez mais presente no universo musical. Softwares permitem imitar timbres, inflexões e estilos vocais de cantores, ou criar vozes totalmente novas a partir de poucos minutos de áudio.
Esse avanço abre possibilidades criativas, mas também levanta questões éticas e jurídicas significativas — especialmente quando a voz de um artista é utilizada sem consentimento ou quando o uso gera confusão sobre autoria. Neste artigo, analisamos o tema sob três perspectivas cruciais: o consentimento e os direitos do intérprete; a autenticidade e valor artístico; e os desdobramentos legais e regulatórios no Brasil e internacionalmente.
Consentimento e direitos dos artistas
Um dos pilares éticos do uso de vozes clonadas na música é o consentimento informado. A voz humana é uma característica profundamente individual — um traço identitário que conecta o artista ao público. Portanto, quando uma voz é clonada ou alterada sem a autorização do titular, emergem riscos éticos e legais. Por exemplo:
O direito de publicidade (“right of publicity”) protege a utilização comercial da voz, imagem ou nome de uma pessoa reconhecida.
A tecnologia de clonagem vocal já foi utilizada em cenários fraudulentos: foi documentado que vozes falsas criadas por IA enganaram sistemas de segurança bancária.
Há registro de que as leis de direitos autorais nem sempre acompanham o avanço da IA — por exemplo, o relatório da United States Copyright Office aponta lacunas quanto à proteção de vozes clonadas no setor musical.
Caso real
O single “Heart on My Sleeve” (2023) utilizou vozes produzidas por IA no estilo dos artistas Drake e The Weeknd. O uso culminou em ação pela gravadora Universal Music Group por suposta violação de direitos autorais.
Para respeitar os artistas e evitar exploração indevida, é fundamental que haja contratos específicos quando se utiliza voz clonada ou gerada por IA — com cláusulas que estabeleçam quem autoriza, em que contexto, e de que forma os ganhos e responsabilidades serão divididos.
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Autenticidade, valor artístico e impacto no público
Além dos direitos legais, há um debate ético maior: qual o valor da voz humana quando ela pode ser “clonada”? Será que o público percebe ou aceita essa substituição? E o que isso significa para o vínculo emocional entre cantor e ouvinte? Algumas considerações importantes:
A autenticidade vocal influencia a percepção de “artista real” e “performance genuína”. Ferramentas de IA tendem a replicar estilos, mas podem falhar em capturar nuances emocionais ou contextuais que o intérprete humano traz.
Há risco de diluição do valor artístico se vozes imitadas se tornarem comuns: obras produzidas em massa com vozes clonadas podem reduzir a distinção de “quem canta” e “quem foi ouvido”.
Por outro lado, a tecnologia oferece oportunidades para experimentação — por exemplo, revive-se timbres de cantores falecidos (com autorização), ou criam-se colaborações “póstumas”. O problema ético aparece quando não há transparência sobre o uso de IA.
Caso real
O debate sobre “song covers” com vozes geradas por IA inclui a reflexão de comunidades online: “Não há como fazer cumprir qualquer lei que exija que o consentimento da pessoa imitada seja obtido antes que uma representação digital dela seja criada por inteligência artificial.”
Do ponto de vista jornalístico e de mercado, é importante que metais de credibilidade (por exemplo, selos, plataformas de streaming) indiquem quando uma voz foi gerada ou clonada por IA. A transparência preserva a relação de confiança com o ouvinte e evita erosão da arte vocal como diferencial competitivo.
Panorama jurídico e regulatório
No âmbito do direito, o uso de vozes clonadas ou deepfakes na música atravessa múltiplas frentes: direitos autorais, direito de imagem/voz, contratos, licenciamento de IA. Alguns marcos relevantes:
Um estudo apontou que o uso de tecnologias de clonagem vocal pode violar os direitos autorais tanto na fase de treinamento de IA (input) quanto na de produção de conteúdo (output).
A lei americana do estado do Tennessee, chamada ELVIS Act (Ensuring Likeness, Image and Voice Security), é um dos primeiros marcos para proteger vozes clonadas sem autorização.
Plataformas da música apontam que é necessário negociar licenças específicas para uso de vozes geradas por IA ou clonadas — sob pena de remoção ou sanções.
Panorama no Brasil e América Latina
Embora existam princípios gerais de direito autoral, direito de imagem e voz, a regulação específica sobre clonagem de voz por IA em música ainda está em formação. Revistas especializadas sugerem que o setor deve antecipar cláusulas contratuais que tratem de: autorização para IA, licenciamento da voz, divisão de receita, direito moral do artista, e indicação clara ao público.
Para o mercado latino-americano, inclusive o brasileiro, há urgência em:
Adaptar contratos de gravação e edição para contemplar voz gerada por IA.
Educar artistas, produtores e selos sobre riscos e obrigações.
Acompanhar o desenvolvimento regulatório em outros países para aplicar boas práticas.
Diretrizes para o uso ético na música
Com base nas análises acima, segue um conjunto de diretrizes práticas — úteis para profissionais da música, selos, produtores e jornalistas — para navegar de forma ética o uso de vozes clonadas ou deepfakes:
Obter consentimento claro e por escrito do titular da voz, especificando os usos permitidos (álbum, streaming, comercialização) e se será usada IA para modificá-la/cloná-la. Transparência para o público: indicar nos créditos ou metadados quando a voz foi criada ou clonada por IA. Negociar participação nos royalties, caso a voz clonada tenha caráter comercial. Verificar licenciamento da tecnologia de IA: direito de uso, exclusividade, responsabilidades. Preservar o valor artístico: evitar que substituições de intérpretes humanos por vozes clonadas erosionem a identidade do artista. Atualizar contratos e políticas internas dos selos para considerar o cenário IA — inclusive cláusulas de “uso futuro” da voz. Monitorar a jurisprudência e regulação: entender como leis locais e internacionais estão evoluindo. Educar o público e a imprensa sobre o que é “voz clonada” — para evitar confusões e manter a confiança na produção musical.
O avanço das vozes clonadas e dos deepfakes abre uma nova fronteira na produção musical: por um lado, uma promessa de inovação; por outro, um conjunto de desafios éticos, artísticos e legais. Como aponta o site Kits.AI: “Uma das questões éticas mais fundamentais… é o consentimento. A voz é um dos atributos mais verdadeiramente únicos de um indivíduo.”
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Para o setor musical — e para publicações especializadas como a Música & Mercado — torna-se fundamental não apenas acompanhar as inovações técnicas, mas também liderar o debate sobre como mantê-las alinhadas aos direitos dos artistas, à autenticidade da arte e à confiança do público. Em última instância, o sucesso dessas tecnologias dependerá da combinação entre criatividade, ética e clareza jurídica.