Entrevistamos Carlos (Carlinhos) Freitas, dono da Classic Master e um dos mais conceituados engenheiros de masterização no Brasil, reconhecido mundialmente pelo seu trabalho com diversos artistas.
O Classic Master é um dos estúdios de masterização mais importantes da América Latina. Inaugurado em 2001, o estúdio, que teve o projeto acústico das suas duas salas criados por Egidio Conde, tem realizado diversos trabalhos, tanto com cantores e bandas nacionais, bem como artistas e bandas internacionais. Carlinhos Freitas, como é conhecido no mercado, é detentor de vários prêmios, incluindo 26 Grammys. Conversamos com ele para saber um pouco da sua história, seus trabalhos e seus planos. Confira.
[toggles title=”Quem é Carlos Freitas”]Carlos Freitas é engenheiro de áudio há 33 anos e proprietário do estúdio de masterização Classic Master localizado em São Paulo. Estudou na Berklee School of Music e na Faculdade Casper Líbero.
Ao longo de sua carreira trabalhou com grandes artistas nacionais e internacionais, tais como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Toquinho, Tom Jobim, Milton Nascimento, João Gilberto, Roberto Carlos, Djavan, Ed Mota, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes, Luciana Souza, Céu, Ivete Sangalo, J-Quest, Titãs, Ira!, RPM, Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Zélia Duncan, Maria Rita, Lenine, Aline Barros, Bon Jovi, Alice in Chains, Seal, Prince, Guns n Roses, Simple Red, George Michael, Filarmonicas de NY , Leningrado, Moscou e Israel, OSESP entre tantos outros nomes.
Em 2016, participou das Olimpiadas do Rio de Janeiro masterizando todo o áudio utilizado na cerimónia de encerramento para a transmissão em televisão e também para a apresentação no Maracanã. Possui 8 indicações ao Grammy Latino na categoria “Engenharia de Audio” nos anos de 2006, 2009, 2011, 2012, 2013 e 2016 e diversos trabalhos indicados e premiados pelo Grammy e Grammy Latino e, nos anos de 2000, 2002 e 2011, recebeu o prêmio PA promovido por Otavio Brito de “Melhor Profissional de Masterização” e em 2016 e 2017, recebeu o prêmio “Profissionais da Música” na categoria melhor engenheiro de masterização.
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Astor Silva: Eu o conheci quando voce ainda estava ocupando uma sala na Cia. de Áudio e depois você mudou para seu endereço atual. Me fale um pouco mais sobre sua carreira e o Classic Master.
Carlos Freitas: A minha história no cenário musical teve inicio em 1983, quando comecei a trabalhar no Estúdio Transamérica, localizado na cidade de São Paulo, na época, um dos estúdios mais bem equipados e requisitados do Brasil, como assistente de estúdio e a partir de 1985, como eng. de gravação e mixagem , onde tive a oportunidade de gravar e mixar discos de artistas brasileiros como Capital Inicial, Titãs e RPM.
CD Gracias, de Omara Portuondo: um dos mais relevantes trabalhos para Carlos Freitas
Em 1988, fui convidado por Roberto Marques, gerente do Estúdio Transamérica na época, a montar a primeira unidade de gravação móvel do Brasil, a ARP Remote Recording, onde tive a oportunidade de gravar ao vivo artistas nacionais como João Gilberto, Tom Jobim, Marisa Monte, Ed Motta e Caetano Veloso, e também artistas internacionais como Bon Jovi, Alice in Chains, Seal, Simply Red e Nirvana em suas apresentações no Hollywood Rock e George Michael , Guns and Roses, Billy Idol e Prince em suas apresentações no Rock in Rio 2.
De 1994 até 2000, trabalhei também como eng. de PA em concertos da Filarmônica de New York, Saint Petesburgo, Moscou, Israel, e São Paulo e também no Free Jazz Festival e Heineken Festival.
Em 1994, após anos de experiência em estúdios de gravação e shows ao vivo, entrei para o mundo da masterização, fundando com o Ricardo Carvalheira, a Cia de Áudio , que era mais especializado em remasterizações e restaurações de discos antigos, onde eu remasterizei discos como o “Tecnicolor” dos Mutantes e Carmem Miranda e também lançamentos como o “Acustico MTV” dos Paralamas do Sucesso e “Na Pressão” do Lenine.
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Em 2000, montei o Classic Master com o foco em lançamentos, onde masterizei muitos CDs e DVDs de diversos artistas Brasileiros e do exterior e mais recentemente, o áudio para transmissão em TV da Cerimônia de Encerramento das Olimpíadas Rio 2016.
Astor Silva: Você ganhou muitos prêmios, incluindo vários Grammys ao longo da sua carreira. Quais destes prêmios teve um sabor diferente? Porquê?
Carlos Freitas: Sim, ganhei 26 Grammys e 6 prêmios como melhor engenheiro de masterização do Brasil. Os Prêmios são importantes e é uma forma de reconhecimento e todos nós gostamos quando somos reconhecidos de alguma maneira pelo resultado do nosso trabalho. Mas o prêmio que mais me emocionou foi o grammy do CD “Gracias”, da cantora cubana do Buena Vista Social Club, Omara Portuondo.
AS: A paternidade agregou algo em seu trabalho? Digo, uma mudança na forma de ouvir, analisar ou produzir o seu trabalho?
CF: A Paternidade me tornou uma pessoa mais sensível e hoje tenho um cuidado muito especial em relação ao aspecto emocional contido nas canções.
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Clássico: Gravador Studer A de ½ polegada
AS: Quais equipamentos você possui em seu estúdio? Há algum que é mais especial? Porquê?
CF: Eu tenho equipamentos analógicos da Manley, Maselec e Dangerous e também tenho muitos softwares digitais como o Universal Audio, Izotope e Sonnox, porém o mais especial de todos é um gravador Studer A 807 de ½ polegada,que me acompanha desde a Cia de Áudio.
Masterizei discos importantes da minha carreira mixados em fitas de ½ polegada como “Manual Prático 2” e “Poptical” do Ed Motta, “Oxigênio” do Jota Quest e “Ventura” do Los Hermanos.
AS: Como você analisa a masterização no passado e qual sua visão hoje?
CF: A masterização de ontem era local, fisico e de álbuns, ou seja, o produtor levava as mixagens finalizadas em tapes analógicos para estudio de masterização e voltava para casa com um CD físico masterizado.
Hoje a masterização é global, virtual e de singles, onde o produtor envia pela internet a música em arquivo digital para ser masterizada e recebe pela própria internet a musica finalizada em arquivo digital para stream.
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AS: Quais são seu planos para o futuro?
CF: A 10 anos atrás eu comecei a investir na eMaster e fui conquistando clientes pelo mundo todo. Com isso, passei a investir mais no mercado Latino. Abrimos a Classic Master Latino América com um escritório em Bogotá no ano passado e agora no início de 2019, vou me mudar para os Estado Unidos, onde o mercado de música Latina é muito forte. O Classic Master vai continuar no Brasil, mas somente como um escritório, assim como em Bogotá, pois toda a produção será realizada em Miami.
Sistema ativo com subwoofer de 18”, design modular e foco em potência e clareza para aplicações móveis e fixas.
A BASSBOSS anunciou o lançamento do Sublim8, um sistema de coluna de som autoamplificado projetado para oferecer desempenho profissional de PA em um design portátil e discreto. Voltado para DJs móveis, bandas ao vivo, igrejas e casas de eventos, o modelo combina resposta de graves estendida, ampla cobertura e montagem rápida em um formato elegante.
Sistema de três vias com subwoofer integrado
Ao contrário dos sistemas de coluna convencionais baseados em conjuntos de pequenos transdutores, o Sublim8 utiliza uma arquitetura de três vias com:
Subwoofer de 18” de alta excursão
Dois drivers de médios de 8”
Driver de compressão de 3” para altas frequências
A caixa de madeira compensada de bétula foi projetada para estabilidade acústica e um sistema de som adequado para ambientes corporativos e instalações fixas.
Segundo a empresa, essa abordagem visa aproximar o desempenho de um sistema de reforço de som tradicional, com maior profundidade de graves e pressão sonora em comparação com as soluções de coluna típicas.
Cobertura uniforme e plano sonoro elevado
As seções de médios e agudos são posicionadas acima da plateia, promovendo inteligibilidade e dispersão homogênea em salas e espaços abertos. O guia de ondas proporciona 120° de cobertura horizontal e 20° de cobertura vertical, projetado para manter a consistência em toda a área de audição.
Operação simplificada e uso multifuncional
O sistema incorpora 4.000 W de amplificação Classe D com DSP integrado (2.400 W para graves, 800 W para médios e 800 W para agudos), resposta de frequência de 35 Hz a 19 kHz e SPL máximo de 133 dB. O design modular permite o ajuste de inclinação e altura da coluna, e um carrinho de transporte está incluído para montagem por uma única pessoa.
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Projetado para eventos internos e externos, o Sublim8 apresenta componentes resistentes à água, uma grade hidrofóbica e conectores de alimentação e sinal com classificação IP65. Ele também integra um ponto de montagem para luminárias, eliminando a necessidade de suportes auxiliares em aplicações móveis.
O lançamento oficial marca um novo capítulo para a marca britânica na América do Sul e reuniu mais de 3.000 pessoas em Mendoza.
A renomada empresa de sistemas de som Funktion-One anunciou oficialmente sua chegada à Argentina com um evento histórico realizado na Arena Maipú, em Mendoza. Mais de 3.000 pessoas se reuniram para experimentar em primeira mão a potência e a clareza do som característico da marca, em uma noite que culminou com uma apresentação do icônico DJ e produtor internacional Richie Hawtin.
Um lançamento com apoio global
O evento reuniu executivos importantes da rede internacional e regional da Funktion-One, ressaltando a importância estratégica do mercado argentino. Participantes:
Andrés Zaina, Diretor da Funktion-One Argentina e Brasil
Joaquín Baeza, CEO da Funktion-One América do Sul
Diego Fernández, Head de Pro Show Argentina e Gerente de Operações da Funktion-One Argentina
Andrew Low, Diretor de Vendas da Funktion-One
Os executivos enfatizaram a missão de consolidar a presença da marca no país e seu compromisso com a excelência em som profissional.
“Estamos muito animados”, afirmou Andrew Low. “Esta é uma grande oportunidade para oferecer som extraordinário para a indústria do entretenimento na Argentina, respaldado por mais de 30 anos de experiência em eventos e sistemas instalados.”
Experiência, filosofia e expansão
O CEO Regional, Joaquín Baeza, destacou a visão artística e técnica que guia a marca: “Nosso objetivo é que as pessoas desfrutem da música e que os artistas transmitam sua mensagem da melhor maneira possível. Não vendemos apenas caixas de som: projetamos experiências sonoras excepcionais.”
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De Mendoza, Andrés Zaina celebrou a confiança depositada neles pela matriz britânica: “É uma honra que Tony Andrews e a equipe da Funktion-One no Reino Unido nos tenham confiado a representação de uma marca tão respeitada.”
Olhando para o futuro, Diego Fernández delineou os planos de expansão no país: “Impulsionaremos o crescimento com uma rede nacional de locação, instalações em clubes e casas de shows, e alianças estratégicas que expandirão a família Funktion-One por toda a região.”
Richie Hawtin, um show de encerramento espetacular
O lendário DJ e produtor Richie Hawtin foi a atração principal do dia com um set repleto de energia e precisão sonora. Durante o evento, ele reafirmou sua ligação com a marca: “A Funktion-One faz parte da ascensão da música eletrônica e do techno desde o início. Seu som tem uma clareza única e um grave que você realmente sente. É incrível vê-los se expandindo para um mercado de techno tão importante e merecedor como a Argentina.”
Com esta apresentação oficial, a Funktion-One consolida seu compromisso com a América do Sul, dando o primeiro passo para expandir sua presença em clubes, festivais e projetos de instalações por toda a Argentina.
Improvisação, um grande elenco e um ambiente de radiofrequência complexo marcam o desafio sonoro de La Oficina, que chega ao Prime Video em 2026. Sealtiel Alatriste documenta a série com sistemas Lectrosonics
A adaptação mexicana de The Office, intitulada La Oficina, exigiu uma solução de som de alta precisão para enfrentar um dos maiores desafios da produção: capturar diálogos improvisados de um grande elenco em um ambiente de radiofrequência particularmente difícil. O responsável foi o técnico de som de locação Sealtiel Alatriste, que implementou um sistema Lectrosonics Digital Hybrid Wireless para garantir estabilidade e clareza durante as filmagens.
A série, que chegará ao Prime Video em janeiro de 2026, mantém o formato de falso documentário das versões britânica e americana. O estilo envolve a captura de reações espontâneas e conversas paralelas em tempo real, o que exigiu configurações constantes de microfone para os 16 atores principais.
“Desde o início, me disseram que todo o elenco estaria microfonado o tempo todo devido à improvisação”, explica Alatriste. “No México, o ambiente de radiofrequência é instável; gerenciar tantos transmissores ativos simultaneamente poderia ser um cenário complicado.”
Preparação técnica e planejamento antecipado
Ao contrário do que é comum na televisão mexicana, a equipe de som teve tempo para planejar com o departamento de arte:
Seis antenas foram escondidas no cenário usando elementos cenográficos.
A distância entre os transmissores e as antenas foi otimizada.
Uma análise completa do espectro de radiofrequência foi realizada usando o Lectrosonics Wireless Designer.
O resultado permitiu trabalhar sem alterações de frequência durante a gravação.
Equipamentos utilizados
Para a gravação, Alatriste utilizou:
8 transmissores SMWB e 6 SMV
Conexões HMa e HM para operação do microfone boom
UM400A como backup diário
Receptores SRc, SRA e UCR411A
“Os UCR411A ainda estão funcionando perfeitamente e eu os uso sempre que posso”, comenta. A abordagem também incluiu trabalhar em estreita colaboração com a equipe de figurino para ocultar rapidamente os microfones de lapela e garantir uma gravação estável, mesmo em transmissões ao vivo sem monitoramento.
Estreia e futuro
The Office estreará em janeiro de 2026 no Prime Video, com mais temporadas em desenvolvimento. A produção, apoiada por uma das principais empresas audiovisuais do México, busca adaptar o humor e o ritmo das versões anteriores ao mundo corporativo latino-americano, mantendo o design de som como um elemento-chave para a autenticidade da narrativa.