Empresários discutiram métodos e boas práticas para a sustentação dos varejos físico e on-line
11 de setembro – A Anafima – Associação Nacional da Indústria da Música convidou lojistas, fabricantes e importadores para a discussão de: 1) capacitação setorial por meio do Sebrae e Ciesp, compreendendo todos os atores do mercado da música; 2) padronização do conteúdo e formato das tabelas XML ou planilhas Excel, incluindo código EAN, a fim de facilitar a importação para os sistemas utilizados pelo varejo e boas práticas entre fornecedores e lojas físicas e on-line que preservem o futuro do negócio.
Empresas como Roland, Casio, Harman do Brasil, Michael, Vogga, a distribuidora Musical Express, loja X5, Mega Disconildo, Made in Brazil, Rozini, Habro Music, Sennheiser, Equipo, Oxedio Rode e IK Multimedia debruçaram sobre as tendências globais da coexistência entre os mercados on-line e físico e como as boas práticas podem ser benéficas ao setor.
O gerador de conflitos
Se o comércio on-line amplia a facilidade para a venda de contrabando, produtos falsificados etc., os marketplaces ‘legalizam’ o produto ao olhar do consumidor. Da mesma forma, a falta de uma estrutura política e comercial dos fornecedores leva o varejo ao canibalismo e à desestruturação do mercado. Nesse caso, é justo a responsabilidade ser generalizada para todas as lojas virtuais? Claro que não.
Paolo Guilherme, do Ovelha Negra, reforça: “Existem os contrabandistas, os fraudadores que trabalham com carga roubada, o grey market (contrabando), entre outros ilícitos e que ‘se plugaram’ em marketplaces grandes, vendendo produtos abaixo do meu preço de custo”.
Para o comprador Evandro Guilherme, da loja Mega Disconildo, do Rio de Janeiro, o fornecedor que não possui política específica para os comércios on-line e físico acaba sendo preterido. “Fornecedores que não dão margem (de lucro) acabam sendo banidos na hora das compras”, explicou o comprador. Essa mesma solução foi comumente citada em uma enquete realizada pela Música & Mercado com lojistas de todo o Brasil.
Pela natureza do negócio, lojas virtuais têm seus preços comparados instantaneamente por meios eletrônicos. Logo, competitividade em preço é parte essencial da estratégia. Mas engana-se quem pensa que o custo do varejo on-line é baixo. “Existe ainda o investimento do lado do e-commerce em trazer tráfego, manutenção do site, produção de conteúdo, entre outros custos e esforços para a experiência do cliente on-line”, comenta Paolo Guilherme, gerente de marketing da loja ovelhanegramusical.com.br. Isso sem contar o custo de logística, taxa de cartão de crédito, custo de devoluções etc.
O varejo físico sobreviverá ao digital?
Para as empresas participantes da reunião da Anafima, foram apontadas ideias para preservar a competitividade do varejo físico, sem detrimento do virtual. Como exemplo, políticas de venda diversificadas para cada eixo do varejo podem trazer equilíbrio aos preços para ambos os pontos de venda.
Outras ideias citadas foram as ações que atendam e promovam a experimentação nas lojas físicas ou linhas de produtos específicas para magazines on-line e físicos.
Soluções corretivas por parte dos fornecedores também entraram na pauta da discussão, entre elas, o corte do fornecimento para as lojas que descumprirem a política preestabelecida e o trabalho em conjunto para identificar revendedores (on-line ou não) de produtos contrabandeados e falsificados.
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Próximos passos
Após o compartilhamento de experiências, foi unânime o entendimento sobre as consequências danosas que o amadorismo e a falta de políticas de venda e compra têm causado ao negócio do áudio e instrumentos musicais no País.
O comprometimento da Anafima, suas empresas representadas, Sebrae e Ciesp para trabalhar neste processo é claro. Um grupo foi formado para trabalhar nesses temas e pré-acordada uma reunião após o período de feiras, em outubro.
A Anafima agora é uma entidade aberta para a filiação de lojistas. www.anafima.com.br