A Hering virou SHG! Muitas estão sendo as mudanças. Com o novo nome e proprietário vem também nova linha de produção e estratégias.
Sabe a Hering? Agora chama-se SHG Gaitas. Mas não se trata de uma simples troca de nome, não. A empresa tem um novo proprietário, que trouxe uma troca de parque fabril e de processos.
“A SHG é uma empresa completamente independente da Hering. O sr. Horst Schreiber comprou as máquinas que fazem as peças e montou a SHG”, explicou Carol Schreiber, CEO da SHG Indústria e Comércio Atacadista e Varejista de Instrumentos Musicais Eireli — ou simplesmente SHG.
A administração também é diferente, com CNPJ diferente, e não existe vínculo algum com o ex-proprietário. “É uma empresa nova, contudo, com uma história de quase 100 anos. O nome Hering é pessoa jurídica, com o qual decidimos continuar temporariamente para iniciar todo o processo de troca e os clientes terem um tempo para assimilar a futura mudança”, comentou.
O nome SHG e sua qualidade
O surgimento da nova marca veio da junção das iniciais no nome e sobrenome do proprietário da empresa Horst Schreiber e dos instrumentos produzidos pela fábrica, sendo assim: S-Schreiber, H-Horst, G-Gaitas.
“O mais importante é que a SHG Gaitas representa a qualidade na fabricação e distribuição de gaitas de boca, tanto no Brasil como para o mundo. Representa o início de uma nova história”, destacou Carol.
Isso traz mais do que um novo nome, pois, com o conhecimento do atual proprietário de mais de 27 anos na ferramentaria da antiga Gaitas Hering, os produtos tiveram significativas mudanças já desde o primeiro mês de fabricação.
Carol conta: “O sr. Schreiber preza impreterivelmente a qualidade, o cuidado com a peça. Então, a primeira mudança foi na qualidade da materia-prima. Ainda estamos trabalhando para desenvolver a melhor palheta (que é a alma da gaita, onde sai o som) com materia-prima de altíssima qualidade. A segunda mudança é que todas as máquinas foram automatizadas, reguladas e agora contam com manutenção periódica para não haver erros de fabricação”.
Os produtos
Os modelos continuam sendo os mesmos, apenas duas peças foram reestilizadas. No mais, todas continuam na linha de fabricação.
“Embora a administração seja completamente diferente da antiga Hering, não poderíamos deixar de fora as pessoas que deram a vida por tantos anos pela antiga Hering, então contratamos todos os funcionários que estavam ativos em 2016 na empresa”, disse. “Desse modo, as peças ainda são feitas por pessoas que estão na fábrica há muito tempo, produzindo-as com todo o carinho.”
Toda a linha de produtos continua igual, com os mesmos nomes, modelos, afinações e matéria-prima. A única mudança é na qualidade dos produtos.
Estratégias dentro e fora
Atualmente a SHG está localizada em Blumenau, no bairro Itoupava Central, em um galpão de 800 m2 onde trabalham 15 funcionários, internos e externos.
Toda a fabricação das peças é feita de forma manual, por isso a importância de funcionários antigos. “Um motivo é pelo respeito, e o outro é pelo conhecimento que eles têm.”
Um grupo seleto de representantes que está dando suporte em várias partes do País se encarrega de informar aos lojistas e clientes sobre toda a mudança. Mas a empresa também está utilizando as mídias sociais para ajudar a chegar ao consumidor final.
“Temos ao nosso lado também o coordenador da Orquestra Harmônicas de Curitiba, Benevides Chireia, e vários músicos, como Márcio Scialis, Rodrigo Brasileiro, Geison Cezare, Aluisio Becher e tantos outros que nos ajudam a divulgar essa mudança”, explicou Carol.
A estratégia comercial da empresa também está sendo mudada. “Mas de forma gradativa, até porque temos de consolidar que a marca é sinônimo de qualidade. Nosso objetivo não é ter vendedores, e sim bons representantes da marca. Pessoas que estejam comprometidas a modificar a história da gaita de boca no País.”
Antes e depois
A empresa passou por dois problemas grandes assim que a SHG foi constituida. Um foi a qualidade inferior dos produtos antigos e o outro, a existência de um único distribuidor dos produtos. “Assim que conseguimos desatar esses entraves, os clientes aos poucos foram entendendo a mudança”, disse a CEO. “Digamos que 2018 foi um ano de adaptação, tendo contato com os clientes nacionais e internacionais, conseguindo melhorar consideravelmente a qualidade das peças e estreitando a relação entre consumidor final e empresa.”
Já para 2019 a equipe prevê um ano de muita mudança e coisas novas. A SHG planeja participar em mais feiras de negócios (nacionais e internacionais), lançar novas gaitas em parceria com músicos, lançar peças com outros materiais e cores, para os colecionadores, e também uma gaita mais barata, “no entanto, com muita qualidade, que é prioridade para a empresa e o proprietário”, concluiu Carol.