Com o preço do container de 40 pés estimado a quase 9 mil dólares em janeiro, o repasse do custo será inevitável
Desde o início da pandemia, com o aumento da demanda de produtos hospitalares, o preço do frete internacional disparou. Um aumento de até 300%, apenas para ilustrar, o presidente do instituto Mercosul, Aluizio Andreatta, explica que “o custo logístico da operação e o funcionamento da logística no mercado internacional impactam diretamente no custo das mercadorias para o consumidor final.
O preço normal de um container de 20 pés era $2.300. Hoje esse container está custando quase $6000 para vir da China para o Brasil”. Em outros casos, porém, o preço do container da China para o Brasil girava em torno de $1000.
Música & Mercado ouviu importadores como George Ibanez, da C.Ibañez, Alexandre Seabra, da Sonotec/Musimax, Raul del Trejo, da Staner/Eros, Mauricio Cunha, da Odery Drums/Odery Imports e Vladimir de Souza, da Proshows, e todos apontaram sobre os efeitos da alta constante do frente, desde o um reajuste de valores para equilibrar o preço até uma mudança de mix de produtos, priorizando produtos de maior valor agregado. Vale mencionar que o aumento também se aplica para fabricas nacionais que se utilizam de insumos importados.
Os efeitos da alta do custo logístico poderá ainda gerar um distanciamento entre importadores ocasionais, que traziam produtos por oportunidade, com os importadores regulares e de maior estrutura.
Muitos dos que foram ouvidos pela Música & Mercado, apostaram suas fichas em ampliar os carregamentos para a chegada no primeiro bimestre, até para evitar um ‘apagão’ de fornecimento, como ocorreu parcialmente em algumas categorias de produtos em 2020.
Para os importadores menores, o risco ainda é de uma quebra de fornecimento, com a importação suspensa até que o preço do frete se normalize. O problema é quando isto se dará e se isto ocorrerá na medida esperada.
Especialistas indicam que pico do aumento de preços do frete, especificamente da China, deverá permanecer até Março de 2021, entretanto, é esperado que o preço não retorne aos patamares anteriores.
De acordo com Patrick Burnson, Editor Executivo do site Suply Chain Management Review, ainda é muito cedo para chegar a conclusões exatas sobre as alterações nos fretes em 2021.
No entanto, analistas da indústria dizem que são óbvios os sinais de que as transportadoras ganharam poder de precificação e estão gerenciando a capacidade dos navios em seu benefício no mercado spot de transporte marítimo.