Lojistas em Grupos de WhatsApp do setor manifestam-se contra fornecedores que praticam a venda direta
Neste domingo, dia 4 de julho, centenas de lojistas começaram a compartilhar uma nota de repúdio (datada do dia 5 de julho) contra venda direta de fornecedores.
A nota diz “Os lojistas brasileiros de instrumentos musicais, áudio profissional, iluminação e acessórios, manifestam TOTAL REPÚDIO aos fornecedores/fabricantes que realizam vendas diretas para clientes finais através de site próprio e/ou marketplace causando prejuízos consideráveis aos lojistas em geral” (SIC).
Em conversa com varejistas, a Música & Mercado apurou que a falta de política comercial de preços mínimos anunciados, além da prática da venda direta ao consumidor estão entrando em linha de choque com o varejo físico. Com a melhora logística e Estados ‘paraísos fiscais’, como Santa Catarina e Espirito Santo, por exemplo, a preocupação está no crescimento vertiginoso de poucos varejos e os demais, espalhados pelo interior do Brasil, servindo apenas como showroom para vendas virtuais alheias.
“Empresas tradicionais estão matando o comércio fisico com a venda direta. O lojista honesto está espremido. Nós servimos de vitrine para que eles (fornecedores ou suas lojas escondidas) vendam direto”, reclama o proprietário de uma loja em São Paulo que pediu para não ser identificado.
Já um lojista do Rio de Janeiro disse: “Há fornecedores com produtos exclusivos no site deles, mas não fornecem para as lojas”.
Dentro da nota de repúdio, o texto reforça: “Reiteramos a importância das lojas físicas, que através das vitrines e equipes de vendas, prestam milhares de atendimentos todos os dias, apresentando novidades, demonstrando o funcionamento dos produtos, esclarecendo dúvidas, enfim, promovendo ao cliente a experiência musical, imprescindível ao nosso mercado” (SIC).
Para o presidente da ANAFIMA – Associação Nacional da Indústria da Música, Daniel Neves, “A política comercial entre fornecedor e varejista necessita ser a mais transparente possível para evitar frustrações e desempenho de capital em produtos que não terão condição de giro”, explica.
Lojistas debatem boicote
Dentro dos grupos de WhatsApp a palavra mais citada tem sido ’boicote’ aos produtos e marcas que estão causando dano ao varejo. Uma lista com os fornecedores começou a circular.
“O modelo B2B2C é uma realidade em todo o planeta, mas cuidar das lojas é tarefa de todos nós. É no varejo físico que a emoção com o instrumento se conclui. Não podemos desidratar o comerciante, a hora é de reestabelecer a confiança”, finaliza Neves.