Com 1.200 m2, nova unidade reúne loja, café, palco, showroom de iluminação, espaço de áudio profissional, e prepara escola de música e estúdio de ensaio.
A tradicional loja paulistana O Acústico, especializada em instrumentos musicais e acessórios, acaba de inaugurar um novo endereço no número 250 da Rua Maria Cândida, na zona norte de São Paulo. Mais do que uma mudança física, o espaço de 1.200 metros quadrados distribuídos em três andares marca o início de uma nova fase para a empresa, com a criação do que seus idealizadores chamam de “Ecossistema da Música”.
“O conceito é reunir tudo que envolve música em um só lugar. Um centro completo para músicos, estudantes, técnicos e apaixonados pela arte sonora e de iluminação”, explica Bruno Marcel, CEO da loja.
Estrutura setorizada, palco e cafeteria integrados
O térreo abriga a loja reformulada, agora com ambientes setorizados por categorias de produtos, e o Rock Café, um espaço com palco profissional montado com instrumentos, sistema de PA e iluminação, que servirá para pequenos shows, eventos, aniversários e ativações da cafeteria. “Queremos que o cliente vivencie a música ao entrar na loja”, resume Bruno.
No subsolo, há estacionamento para clientes. Já o primeiro andar é dedicado ao estoque do e-commerce, com logística otimizada para atender a crescente demanda online.
Escola de música, estúdio e oficinas em breve
O segundo andar será, até o final de 2025, a sede da futura Escola de Música e Artes. Estão previstas aulas de violão, guitarra, baixo, teclado, voz, bateria, percussão, musicalização infantil, e artes manuais para todas as idades, além de espaços multiuso para oficinas, palestras e cursos gratuitos. ”Um espaço multicultural onde vai rolar muita musica, arte e cultura.”
Publicidade
Referência em áudio e iluminação profissional
Um dos destaques do novo espaço é a área dedicada ao áudio profissional, em parceria com o engenheiro de som Kadu Melo, que assina uma linha de caixas de PA produzidas pela DB Tecnologia (RS). O sistema está instalado na loja e pode ser testado presencialmente por técnicos e músicos.
Já o setor de iluminação conta com o showroom da New Light, marca do iluminador Rodrigo Rocca (técnico do Alok), agora com sede física dentro da loja. A operação é gerida por Diego Berlanga (técnico de iluminação de Fábio Jr. , Gloria Groove e Luiza Posse) e Pancho Romero, nome respeitado na área de locações.
Um novo ponto de encontro para a cena musical
Com foco na experiência completa, o novo endereço de O Acústico se propõe a ir além da venda de instrumentos, apostando em conexão, formação e experimentação musical.
“Queremos que este espaço se torne uma referência em São Paulo e, quem sabe, até um ponto turístico para músicos de todo o Brasil. Pensamos em cada detalhe para que o cliente possa tocar, testar, conversar e aprender, tudo em um ambiente acolhedor que respira música”, conclui Bruno Marcel.
Estratégias inteligentes para instrumentos de alto valor e acessórios no próximo Black Friday.
Durante mais de uma década, a Black Friday se consolidou como o grande momento global de consumo. Porém, no mercado musical, o modelo de descontos massivos e genéricos começa a perder força. O público atual — mais informado, conectado e segmentado — já não reage da mesma forma a promoções amplas e sem estratégia.
Nesta Black Friday, lojas e marcas do setor mostram uma mudança clara: menos descontos indiscriminados e mais ofertas curadas, diferenciadas por categoria e focadas em valor real.
O comprador musical mudou
Consumidores de instrumentos e áudio já não se guiam apenas pelo preço:
Comparam modelos, versões e origem dos produtos
Valorizam garantia, assistência técnica e pós-venda
Priorizam condições de pagamento flexíveis em vez de grandes descontos
A lógica é simples: instrumento é investimento criativo, não compra impulsiva de consumo de massa.
Como criar processos que fidelizam o cliente após a venda de instrumentos e equipamentos de áudio.
Em um mercado de instrumentos e equipamentos de áudio cada vez mais competitivo, o relacionamento com o cliente não termina na venda. A experiência pós-venda e o suporte técnico são fatores determinantes para a fidelização — especialmente em segmentos que envolvem produtos de alto valor agregado, como mesas digitais, interfaces de áudio, amplificadores e sintetizadores.
Empresas que estruturam uma logística eficiente de assistência técnica reduzem custos, ampliam a confiança do consumidor e fortalecem a reputação da marca. A seguir, reunimos práticas adotadas por distribuidores, fabricantes e lojas especializadas que buscam transformar o pós-venda em diferencial competitivo.
Centralizar o atendimento e padronizar processos
O primeiro passo para melhorar o pós-venda é criar um canal único de atendimento técnico. Quando o cliente precisa buscar informações em múltiplos canais (telefone, e-mail, redes sociais), a percepção de desorganização aumenta.
Empresas como Yamaha e Roland, por exemplo, utilizam centros de serviço autorizados com cadastro integrado: o consumidor envia o número de série e recebe o status da análise em tempo real.
Boas práticas:
Publicidade
Implementar sistema de ticket único (CRM integrado).
Utilizar formulários online para abertura de chamados.
Treinar atendentes para coletar dados técnicos de forma padronizada (modelo, número de série, defeito relatado, data de compra).
Reduzir o tempo de diagnóstico e transporte
O tempo de deslocamento e avaliação técnica é um dos principais fatores de insatisfação no pós-venda.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Instrumentos Musicais (Abrafam, 2024), 60% das reclamações estão ligadas a prazos de conserto superiores a 30 dias.
Estratégias recomendadas:
Criar estoques regionais de peças de reposição (SP, PR, PE, DF, por exemplo).
Utilizar transportadoras parceiras com coleta programada em lojas e pontos de revenda.
Automatizar a triagem inicial com vídeos ou fotos enviados pelo cliente antes do envio físico do produto.
Caso real:
A marca nacional Staner, no segmento de amplificadores e caixas ativas, reduziu em 35% o tempo médio de reparo após adotar um sistema de pré-diagnóstico remoto feito via WhatsApp corporativo, segundo dados divulgados na feira Conecta+ Música & Mercado 2024.
Mapear indicadores de performance (KPIs)
A qualidade do pós-venda precisa ser medida com dados.
Monitorar indicadores como tempo médio de reparo (TAT), índice de reincidência de defeitos, nível de satisfação do cliente (NPS) e custo logístico por chamado é fundamental para corrigir gargalos.
Exemplo de métrica:
Treinar e certificar assistências técnicas
Fabricantes que investem em treinamento e certificação periódica das assistências autorizadas garantem maior uniformidade nos serviços.
Cursos online e presenciais, manuais técnicos atualizados e acesso a esquemas elétricos são recursos que reduzem erros e melhoram a comunicação entre fábrica e oficina.
Transformar o pós-venda em canal de relacionamento
Mais do que reparar produtos, o pós-venda pode gerar novas oportunidades de venda e relacionamento.
Empresas que mantêm programas de manutenção preventiva, descontos em upgrades e extensão de garantia transformam um problema técnico em uma nova interação comercial.
Exemplo: Alguns distribuidores oferecem a chamada “garantia estendida educacional”, voltada a escolas e estúdios, que inclui revisões anuais com desconto progressivo. Esse tipo de política reforça o vínculo de longo prazo e reduz o churn de clientes corporativos.
Publicidade
Comunicação clara e rastreabilidade
A transparência é um diferencial competitivo. O cliente deve conseguir acompanhar o status do reparo e ter prazos definidos desde o início do processo.
Sistemas de rastreamento, envio automático de e-mails e relatórios padronizados ajudam a construir confiança.
Checklist de comunicação eficiente:
Envio automático de número de ordem de serviço.
Atualizações a cada etapa do processo (recebido, em reparo, finalizado, despachado).
Canal direto para dúvidas pós-entrega.
A logística de assistência técnica e o pós-venda não são custos, mas ferramentas de fidelização.
Em um mercado onde a reputação circula rapidamente entre músicos e técnicos de som, oferecer suporte ágil e transparente é tão importante quanto lançar um novo produto.
Fabricantes e distribuidores que estruturam processos de pós-venda bem definidos — com dados, prazos e comunicação clara — transformam a assistência técnica em um ativo estratégico.
Mini sintetizadores, interfaces de bolso e caixas de som com bateria refletem novas formas de consumo.
A preferência dos músicos por dispositivos compactos e fáceis de transportar está transformando a oferta de produtos no varejo musical. Mini sintetizadores, interfaces de áudio portáteis e caixas acústicas alimentadas por bateria consolidam-se como opções de alto desempenho que respondem à mobilidade, aos espaços reduzidos e às novas dinâmicas de produção musical.
Segundo um estudo recente da consultoria Music Trades, as vendas de equipamentos portáteis cresceram 18% em 2024no cenário global, impulsionadas por criadores independentes e músicos que buscam soluções práticas para gravar, ensaiar ou tocar ao vivo em ambientes não convencionais.
O que os clientes procuram?
Flexibilidade: dispositivos que possam ser usados tanto em casa quanto em pequenos palcos.
Autonomia: sistemas com bateria para apresentações de rua, parques ou eventos sem infraestrutura elétrica.
Conectividade: interfaces de bolso que se integrem facilmente a computadores, tablets ou smartphones.
O tecladista e produtor argentino Martín Rosales, que atua entre estúdios e turnês independentes, resume a tendência:
“Hoje preciso de um setup que caiba em uma mochila, com o qual eu possa compor em um hotel e, no dia seguinte, usar em um show acústico. Os equipamentos compactos deixaram de ser um recurso secundário — são o centro do meu trabalho.”
Como a loja pode se adaptar
Destacar áreas específicas: criar um espaço de “portabilidade”, onde o cliente possa testar mini sintetizadores, interfaces compactas e caixas de som portáteis em um mesmo ambiente.
Oferecer pacotes combinados: bundles que integrem um controlador pequeno, uma interface e uma caixa portátil para quem busca soluções completas de gravação ou performance.
Demonstrações ao vivo: microshows dentro da loja ou transmissões nas redes sociais que mostrem o desempenho real desses equipamentos.
Educação do cliente: produzir conteúdos com comparativos, tutoriais e guias práticos que reforcem que o tamanho reduzido não significa perda de qualidade.
Uma mudança no modelo de consumo
O avanço da urbanização, a limitação de espaço nas residências e a popularização de formatos como bedroom producersou buskers (músicos de rua) estão por trás dessa transformação. Os equipamentos compactos permitem que artistas mantenham um padrão profissional sem depender de grandes estruturas.
Para as lojas, incorporar essa tendência significa não apenas ampliar o portfólio, mas também alinhar-se a um público mais jovem e conectado, que valoriza tanto a praticidade quanto a agilidade na criação musical.