Empreendedor que transformou o comércio musical na Lapa
No último dia 18 de dezembro, o setor de instrumentos musicais perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas: João Bevilacqua Sosigan, cujo espírito empreendedor impulsionou o comércio musical na Lapa desde a década de 1960.
Início de uma Jornada Musical
Em 1968, João fundou a Eletrônica Marajó, sua primeira empresa dedicada à fabricação de instrumentos musicais sob a marca Sonorous. Localizada na Lapa, a empresa rapidamente ganhou reconhecimento pela qualidade e inovação de seus produtos, atendendo à crescente demanda de músicos em busca de sonoridades diferenciadas.
Expansão e Diversificação
Demonstrando visão e paixão pelo universo musical, em 1972, João inaugurou a Itapoã Instrumentos Musicais, também situada na Lapa. A loja tornou-se um ponto de referência para músicos, oferecendo uma ampla variedade de instrumentos e acessórios. Sua capacidade de identificar as necessidades do mercado e atender aos anseios dos artistas consolidou sua reputação como um empreendedor à frente de seu tempo.
Pontos de Encontro para Músicos
A expansão dos negócios de João não parou por aí. Ele estabeleceu três lojas de instrumentos musicais que se tornaram verdadeiros centros de convergência para a comunidade musical paulistana. A Musical Bevinews, localizada na Rua do Seminário, e a Estação da Música, na Rua 12 de Outubro, ambas na Lapa, não eram apenas pontos de venda, mas espaços onde músicos de diferentes gerações se encontravam, trocavam experiências e compartilhavam sua paixão pela música.
Legado Duradouro
A trajetória de João Bevilacqua Sosigan é um testemunho de como a dedicação e o amor pela música podem transformar uma comunidade. Seu trabalho não apenas impulsionou o comércio de instrumentos musicais em São Paulo, mas também fomentou a cultura musical, inspirando e apoiando inúmeros artistas ao longo de décadas.
Sua partida deixa uma lacuna no cenário musical paulistano, mas seu legado continuará vivo nas melodias e harmonias que ajudou a construir. A comunidade musical de São Paulo e todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e trabalhar ao seu lado rendem homenagens a este grande visionário que dedicou sua vida a promover a arte e a cultura.
Alberto Batista, diretor da Deval Instrumentos Musicais, expressou seu pesar: “O mercado da música fica mais triste. Perdemos um grande diplomata do setor.”