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Como uma loja de instrumentos transformou Taguatinga em berço da música brasiliense

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A Alberto Teclados prova que varejistas podem se tornar agentes de mudança social quando alinham propósito, estratégia e execução

Em junho de 2025, 67 bateristas se reuniram na Praça do Relógio, em Taguatinga, para um espetáculo inédito. Tocando em sincronia, celebraram os 67 anos da região administrativa do Distrito Federal em um evento que mobilizou centenas de pessoas. Por trás da iniciativa estava a Alberto Teclados, uma loja de instrumentos musicais que há três décadas demonstra como o varejo pode transcender a simples comercialização e se tornar catalisador de transformação social.

O evento não foi um caso isolado. Representa a materialização de uma filosofia empresarial que, desde 2012, opera sob o projeto “Por um Mundo com Música”. A iniciativa evidencia como pequenas e médias empresas podem impactar significativamente suas comunidades quando adotam propósito claro e estratégias consistentes de engajamento social.

Aniversário de 67 anos de Taguatinga: Alberto Teclados reuniu 67 bateristas na Praça do Relógio

Do palco para o varejo: a origem de uma missão

A trajetória da Alberto Teclados começou em 1994, quando Alberto Costa, tecladista requisitado no cerimonial do Senado durante o governo Fernando Henrique Cardoso, alugou uma sala no edifício Taguacenter para ministrar aulas e apresentar seu trabalho. A demanda crescente forçou a expansão gradual até a aquisição de um terreno próprio, onde hoje opera um edifício de cinco andares com 340 metros quadrados.

“O projeto Por um Mundo com Música sempre existiu ao longo da história da empresa, mas está oficializado desde 2012″, explica Rissa Ramos Costa Venturini, diretora-geral da empresa. “Trabalhar with música é fascinante. As capacidades e qualidades que a música proporciona ao desenvolvimento humano são infinitas.”

Ao centro, Alberto Costa, Rissa e Leda Ramos
alberto teclados loja

A declaração reflete uma compreensão que vai além do óbvio. Enquanto a maioria dos varejistas de instrumentos musicais foca exclusivamente na venda, a Alberto Teclados identificou oportunidade de mercado na criação de ecossistema musical local. A estratégia provou-se acertada: a empresa é hoje reconhecida como a maior loja de instrumentos musicais de Brasília.

Estratégia baseada em dados e resultados mensuráveis

Os números demonstram o alcance das iniciativas. A empresa realiza aproximadamente 30 workshops anuais com artistas renomados como Cacau Santos, Carlos Bala, Felipe Alves e Josivaldo Santos. Cada evento inclui apresentações de abertura por músicos locais, criando vitrine para talentos regionais.

Zeus

O projeto Sessions Alberto Teclados, em parceria com a produtora Fusion, já produziu 24 vídeos com 12 bandas locais em qualidade HD/4K, com mixagem e masterização em estúdios profissionais. A iniciativa posiciona a loja como plataforma de divulgação para artistas brasilienses.

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A parceria com a Universidade de Brasília exemplifica o impacto educacional. Em colaboração com a Casio, a empresa doou mais de R$ 50 mil em pianos digitais para equipar uma sala que recebeu o nome “Laboratório de Teclados Alberto Costa“. O resultado foi transformador: o curso de música da UNB recebeu nota máxima na avaliação do Ministério da Educação.

Modelo de negócio: investimento programado em impacto social

A sustentabilidade das ações sociais da Alberto Teclados não depende de impulsos filantrópicos. A empresa destina percentual fixo do faturamento para ações comunitárias, processadas por equipe de cinco profissionais do nível estratégico que analisa pedidos segundo critérios objetivos: público-alvo, tipo de evento, orçamento e potencial de posicionamento da marca.

“Quando nos conectamos com o cliente, incentivamos compras recorrentes, aproximando assim a marca do consumidor”, detalha Rissa. “Além de atrair colaboradores que abraçam a causa, atividades como essas trazem reconhecimento e credibilidade para a marca, garantindo posicionamento no mercado.”

Projeto SOM+EU, apoiado pela Alberto Teclados: aulas gratuitas para crianças da escola municipal Ana Lúcia Oliveira

O modelo revela sofisticação estratégica. A empresa não apenas investe em responsabilidade social, mas utiliza essas ações para construir diferenciação competitiva, fidelização de clientes e atração de talentos. Os projetos geram retorno em forma de reconhecimento público – a empresa recebeu moção honrosa do governo do Distrito Federal – e consolidação de marca.

Portfólio diversificado de impacto

As iniciativas da Alberto Teclados abrangem múltiplas frentes:

  • Educação Musical: Parceria com professor Renan Mariz no projeto SOM+EU oferece aulas gratuitas na escola municipal Ana Lúcia Oliveira. A empresa fornece instrumentos restaurados e assistência técnica.
  • Saúde: Apoio ao projeto Remédio Musical do Dr. Melodia, que já alcançou mais de 500 hospitais em 26 estados. A empresa doa instrumentos e oferece descontos para deficientes visuais beneficiados pelo projeto.
  • Cultura: O programa “Piano na Cidade” empresta piano digital da Casio para eventos sem fins lucrativos. Em 2019, 15 eventos foram beneficiados.
  • Eventos: Apoio regular ao Síncope de Bateria, ESax, encontros de clarinetistas e piano colaborativo na UNB. Patrocínio oficial da UMDEB, distribuindo mais de 3 mil brindes no último evento.
  • Infraestrutura: Espaço com palco e estrutura para 200 pessoas disponibilizado gratuitamente para professores realizarem audições de alunos.

Lições para o setor: além do produto, venda de propósito

A experiência da Alberto Teclados oferece diretrizes replicáveis para varejistas do setor musical:

Identifique o ecossistema: A empresa não vende apenas instrumentos, mas participa ativamente da cadeia de valor musical local, desde formação até performance.

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Mensure o impacto: Todas as iniciativas possuem métricas claras – número de workshops, pessoas beneficiadas, eventos apoiados, parcerias estabelecidas.

Institucionalize o propósito: O projeto social não depende de decisões ad hoc, mas opera com orçamento definido e processo estruturado de análise.

Conecte marca e missão: As ações sociais reforçam o posicionamento da empresa como especialista em música, não apenas vendedora de produtos.

Construa parcerias estratégicas: Relacionamentos com fabricantes como Casio, universidades e projetos sociais amplificam o alcance das iniciativas.

O futuro do varejo musical

O evento dos 67 bateristas em Taguatinga simboliza mais que celebração municipal. Representa a materialização de modelo de negócio que combina lucratividade com impacto social significativo. Em setor tradicionalmente focado em margens e volume, a Alberto Teclados demonstra que diferenciação sustentável emerge quando empresas assumem papel ativo na construção de comunidades.

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“Nossa missão é musicalizar o maior número de pessoas”, resume Alberto Costa, fundador da empresa. “É a música constante, ela faz parte da economia do universo. Nessa corrida existencial, fazer parte desse todo é ter vida irreversível.”

Para empresários do varejo musical, a mensagem é clara: em mercado saturado de produtos similares, a diferenciação real ocorre quando marcas se tornam indispensáveis não apenas como fornecedoras, mas como parceiras no desenvolvimento de comunidades musicais locais.

A trajetória de 32 anos da Alberto Teclados prova que propósito e performance financeira não são mutuamente excludentes. São, na verdade, complementares quando alinhados por estratégia consistente e execução disciplinada.

Mais informações: www.albertoteclados.com

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Lojista

Dicas para melhorar a logística de assistência técnica e pós-venda

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Como criar processos que fidelizam o cliente após a venda de instrumentos e equipamentos de áudio.

Em um mercado de instrumentos e equipamentos de áudio cada vez mais competitivo, o relacionamento com o cliente não termina na venda. A experiência pós-venda e o suporte técnico são fatores determinantes para a fidelização — especialmente em segmentos que envolvem produtos de alto valor agregado, como mesas digitais, interfaces de áudio, amplificadores e sintetizadores.

Empresas que estruturam uma logística eficiente de assistência técnica reduzem custos, ampliam a confiança do consumidor e fortalecem a reputação da marca. A seguir, reunimos práticas adotadas por distribuidores, fabricantes e lojas especializadas que buscam transformar o pós-venda em diferencial competitivo.

  1. Centralizar o atendimento e padronizar processos

O primeiro passo para melhorar o pós-venda é criar um canal único de atendimento técnico. Quando o cliente precisa buscar informações em múltiplos canais (telefone, e-mail, redes sociais), a percepção de desorganização aumenta.

Empresas como Yamaha e Roland, por exemplo, utilizam centros de serviço autorizados com cadastro integrado: o consumidor envia o número de série e recebe o status da análise em tempo real.

Boas práticas:

  • Implementar sistema de ticket único (CRM integrado).
  • Utilizar formulários online para abertura de chamados.
  • Treinar atendentes para coletar dados técnicos de forma padronizada (modelo, número de série, defeito relatado, data de compra).
  1. Reduzir o tempo de diagnóstico e transporte

O tempo de deslocamento e avaliação técnica é um dos principais fatores de insatisfação no pós-venda.


De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Instrumentos Musicais (Abrafam, 2024), 60% das reclamações estão ligadas a prazos de conserto superiores a 30 dias.

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Estratégias recomendadas:

  • Criar estoques regionais de peças de reposição (SP, PR, PE, DF, por exemplo).
  • Utilizar transportadoras parceiras com coleta programada em lojas e pontos de revenda.
  • Automatizar a triagem inicial com vídeos ou fotos enviados pelo cliente antes do envio físico do produto.

Caso real:

A marca nacional Staner, no segmento de amplificadores e caixas ativas, reduziu em 35% o tempo médio de reparo após adotar um sistema de pré-diagnóstico remoto feito via WhatsApp corporativo, segundo dados divulgados na feira Conecta+ Música & Mercado 2024.

  1. Mapear indicadores de performance (KPIs)
  • A qualidade do pós-venda precisa ser medida com dados.

  • Monitorar indicadores como tempo médio de reparo (TAT), índice de reincidência de defeitos, nível de satisfação do cliente (NPS) e custo logístico por chamado é fundamental para corrigir gargalos.

Exemplo de métrica:

  1. Treinar e certificar assistências técnicas
  • Fabricantes que investem em treinamento e certificação periódica das assistências autorizadas garantem maior uniformidade nos serviços.

  • Cursos online e presenciais, manuais técnicos atualizados e acesso a esquemas elétricos são recursos que reduzem erros e melhoram a comunicação entre fábrica e oficina.
  1. Transformar o pós-venda em canal de relacionamento

Mais do que reparar produtos, o pós-venda pode gerar novas oportunidades de venda e relacionamento.


Empresas que mantêm programas de manutenção preventiva, descontos em upgrades e extensão de garantia transformam um problema técnico em uma nova interação comercial.

Exemplo: Alguns distribuidores oferecem a chamada “garantia estendida educacional”, voltada a escolas e estúdios, que inclui revisões anuais com desconto progressivo. Esse tipo de política reforça o vínculo de longo prazo e reduz o churn de clientes corporativos.

  1. Comunicação clara e rastreabilidade

A transparência é um diferencial competitivo. O cliente deve conseguir acompanhar o status do reparo e ter prazos definidos desde o início do processo.


Sistemas de rastreamento, envio automático de e-mails e relatórios padronizados ajudam a construir confiança.

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Checklist de comunicação eficiente:

  • Envio automático de número de ordem de serviço.
  • Atualizações a cada etapa do processo (recebido, em reparo, finalizado, despachado).
  • Canal direto para dúvidas pós-entrega.

A logística de assistência técnica e o pós-venda não são custos, mas ferramentas de fidelização.


Em um mercado onde a reputação circula rapidamente entre músicos e técnicos de som, oferecer suporte ágil e transparente é tão importante quanto lançar um novo produto.

Fabricantes e distribuidores que estruturam processos de pós-venda bem definidos — com dados, prazos e comunicação clara — transformam a assistência técnica em um ativo estratégico.

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Lojista

Equipamentos compactos e portáteis ganham espaço nas lojas de música

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Mini sintetizadores, interfaces de bolso e caixas de som com bateria refletem novas formas de consumo.

A preferência dos músicos por dispositivos compactos e fáceis de transportar está transformando a oferta de produtos no varejo musical. Mini sintetizadores, interfaces de áudio portáteis e caixas acústicas alimentadas por bateria consolidam-se como opções de alto desempenho que respondem à mobilidade, aos espaços reduzidos e às novas dinâmicas de produção musical.

Segundo um estudo recente da consultoria Music Trades, as vendas de equipamentos portáteis cresceram 18% em 2024no cenário global, impulsionadas por criadores independentes e músicos que buscam soluções práticas para gravar, ensaiar ou tocar ao vivo em ambientes não convencionais.

O que os clientes procuram?

  • Flexibilidade: dispositivos que possam ser usados tanto em casa quanto em pequenos palcos.

  • Autonomia: sistemas com bateria para apresentações de rua, parques ou eventos sem infraestrutura elétrica.

  • Conectividade: interfaces de bolso que se integrem facilmente a computadores, tablets ou smartphones.

O tecladista e produtor argentino Martín Rosales, que atua entre estúdios e turnês independentes, resume a tendência:

“Hoje preciso de um setup que caiba em uma mochila, com o qual eu possa compor em um hotel e, no dia seguinte, usar em um show acústico. Os equipamentos compactos deixaram de ser um recurso secundário — são o centro do meu trabalho.”

Como a loja pode se adaptar

  • Destacar áreas específicas: criar um espaço de “portabilidade”, onde o cliente possa testar mini sintetizadores, interfaces compactas e caixas de som portáteis em um mesmo ambiente.
  • Oferecer pacotes combinados: bundles que integrem um controlador pequeno, uma interface e uma caixa portátil para quem busca soluções completas de gravação ou performance.
  • Demonstrações ao vivo: microshows dentro da loja ou transmissões nas redes sociais que mostrem o desempenho real desses equipamentos.
  • Educação do cliente: produzir conteúdos com comparativos, tutoriais e guias práticos que reforcem que o tamanho reduzido não significa perda de qualidade.

Uma mudança no modelo de consumo

O avanço da urbanização, a limitação de espaço nas residências e a popularização de formatos como bedroom producersou buskers (músicos de rua) estão por trás dessa transformação. Os equipamentos compactos permitem que artistas mantenham um padrão profissional sem depender de grandes estruturas.

Para as lojas, incorporar essa tendência significa não apenas ampliar o portfólio, mas também alinhar-se a um público mais jovem e conectado, que valoriza tanto a praticidade quanto a agilidade na criação musical.

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Falece aos 73 anos, Jorge Menezes, fundador da Cheiro de Música: uma trajetória de pioneirismo no varejo musica

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Jorge Menezes

A comunidade de música e áudio profissional do Rio de Janeiro e entorno lamenta a perda de Jorge Menezes

Fundada em 1985, originalmente com uma loja de apenas 20 m² — atuando com rádios de pilha e aparelhos domésticos — a loja Cheiro de Música evoluiu sob a liderança de Jorge Menezes para se tornar uma referência no varejo de instrumentos musicais e áudio profissional. A empresa abriu filiais e conquistou o respeito de lojistas, músicos e técnicos.

Ele deixa três filhos, sete netos e sua esposa, além de um legado de empreendedorismo no setor musical. Há alguns anos, havia passado o comando da empresa para os filhos, garantindo a continuidade familiar do negócio.

Nascido em 1952, dedicou décadas à construção de uma marca que se tornou símbolo de tradição e confiança no mercado. O setor da música perde, neste momento, um empresário visionário cuja trajetória inspira gerações — e cujo impacto se estende para além da vitrine, alcançando profissionais e entusiastas de toda a cadeia musical.

Para o setor, a Cheiro de Música simboliza a transformação do varejo: partir de um tamanho modesto, apostar em diversificação, investir em expertise e marcas, e manter-se relevante ao longo das décadas. O falecimento marca não apenas a perda de um empresário, mas o encerramento de um ciclo que reflete o amadurecimento da cultura da distribuição e do varejo especializado no Brasil.

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