Audio Profissional
Como montar seu home studio – Capítulo XI
Publicado
7 anos agoon
Por
Saulo Wanderley
No capítulo anterior, começamos a falar nas Digital Audio Workstations, e hoje dedicaremos o texto para o Logic Pro.
Na edição passada abordamos um editor de partituras, o Sibelius. Quando a chamada Computer Music bombou, na década de 80 do século passado, tinha-se programas sequenciadores, programas gravadores de áudio e programas editores de partituras. Rapidamente os desenvolvedores tentaram reunir estas 3 funcionalidades – sequencer, gravador e editor de partituras – nas então denominadas DAWs – Digital Audio Workstations.
Uma das mais conhecidas e reconhecidas DAWs à disposição no mercado foi o Logic Pro, tem sua origem muito ligada aos editores de partitura, e na sua atual versão (10.4) mantém um bom editor de partituras e tablaturas, que usa o MIDI e o formato .xlr (padrão entre os editores de partituras e tablaturas), além de uma biblioteca de “bracinhos” de violão, guitarra e outros instrumentos de cordas, muito populares entre os músicos instrumentistas que usam estes instrumentos.
Algumas deficiências estão ainda presentes, como o importante recurso de transposição, que precisa se valer do MIDI no Logic Pro. Mas as qualidades superam de longe os defeitos, e se pensarmos na relação custo-benefício, nenhuma outra DAW reúne a quantidade de recursos da atual versão ao módico preço de 200 dólares. Mais ainda: o GarageBand, gratuito para os usuários Apple, interage com o Logic tanto no sistema operacional OS X como no iOS.Isso significa que um usuário de iPhone ou iPad pode começar um projeto no seu gadget, exportá-lo para o iCloud, e reabri-lo no Logic Pro para continuar o trabalho com mais recursos. Obviamente temos amantes de Bill Gates a dizer que o Mac é caro, sempre se esquecendo dos significativos valores que a Microsoft cobra por seus programas, e, na ponta do lápis, o valor de um PC rodando Windows com todos os seus apps se equipara ao de um Mac simples como o Mac Mini.
A HISTÓRIA DO LOGIC
A história do desenvolvimento do Logic Pro tal como o conhecemos hoje passa por uma grande metamorfose envolvendo sistemas operacionais ultrapassados, marcas de computadores hoje inimagináveis e hardware curioso. E, claro, pela eterna batalha entre a Apple e a Microsoft…
NA ESCURIDÃO DO DOS
Em 1988 chegou aos EUA, vindo da Alemanha, a versão 1.12 de um editor de partituras chamado Notator. Foi um grande evento para quem tentava fazer música eletrônica em computadores. O programa foi desenvolvido por uma empresa chamada C-LAB, mais tarde conhecida como Emagic, enquanto o software chamava-se Notator Logic (daí a origem do nome). A Digidesign era sua distribuidora nos EUA à época.
Houve também uma versão que o antecedeu um ano ou mais, chamada Creator, que era como o Notator sem o editor de partituras. O Creator ganhou comentários elogiosos nas revistas especializadas, mas quando o Notator chegou, rapidamente se tornou o programa adequado para lidar com o crescente número de arquivos MIDI profissionais. Até então os sequenciadores eram brutos e desajeitados ou de difícil navegação, com poucos ou nenhum gráfico, além de não usar o mouse.
O Notator era como um sonho tornado realidade em relação à facilidade de uso. Tinha telas limpas com exibição paperwhite (como o Mac, mas maior) e suas funções MIDI complexas eram não destrutivas. Era também relativamente caro: o Notator 1.12 tinha preço sugerido de US$ 649 e no início havia pouca concorrência na sua classe.
Enquanto várias empresas tiveram sequenciadores e pacotes de notação, nenhum era tão bem integrado como o Notator. O Atari ST tinha sequenciador e editor de partituras em parcerias com a Steinberg/Jones, Dr.T, Intelligent Music, Hybrid Arts e Sonus, mas eram programas separados. Apareceu o Performer da MOTU (US$ 495), que juntamente com o Vision, da Opcode, tinha interface gráfica.
Pelo lado da notação para Mac, surgiu o Finale 1.0 (US$ 1.000!). Na plataforma PC vieram as primeiras versões do Cakewalk e do Master Tracks Pro 3.0 (US$ 395). Para a notação a Passport lançou o Score 2.0 (US$ 795) e o Copyist 1.5 por “apenas” US$ 395. Vejam que isso aconteceu antes do lançamento do Windows 3.1, com os PCs bombando no mercado. Até então esses programas rodavam na escuridão do DOS, em computadores com 640 Kb de RAM. O computador musical Yamaha C1 já tinha poderoso 1 Mb de RAM. O Notator de 1985 rodava apenas em um Atari ST com 1 Mb de RAM, surgindo depois a versão Mega ST com 2 Mb de RAM.
Várias opções começaram a pipocar, como um expansor chamado Export, com 3 saídas MIDI, e o Unitor-N, que possuía 2 MIDI IN e 2 MIDI OUT com sincronização SMPTE/EBU. O Notator chegou a incríveis 3 MIDI INs e 9 MIDI OUTs, com 144 canais MIDI. Um assombro!

O FIM DA ERA ATARI
O Notator 3.0 era composto por partes como o Notation Editor, um Event Editor, um Matrix Editor e o Hyperedit, um esquema multitarefas chamado Softlink, que se integrava com outros softwares na Library. Um dos programas que se dava bem com o Notator era o XoR da Dr. T’s. Com o Softlink podia-se selecionar um patch em um editor externo de patches enquanto um projeto estivesse rolando, e o Softlink o canalizava para a track. Já rolava Sysex. O editor/livraria da Emagic chamado Polyframe era muito usado em versões beta, sendo o precursor do SoundSurfer, que posteriormente também virou SoundDiver, lançado depois do Logic. O Notator era conhecido por ser um programa estável, sem muitos bugs, como o que às vezes parava as canções quando os buffers MIDI se entupiam e soltavam uma cacofonia de efeitos MIDI aleatórios. E ainda havia o bug do cursor do Atari, que fazia clique-clique-clique por algum tempo antes de travar a máquina. Mas o calcanhar de Aquiles do programa era sua exclusividade em rodar no Atari. Não que a máquina fosse ruim. Ainda hoje profissionais consideram o Atari’s MIDI Timing Engine muito bem integrado com suas portas MIDI, de modo superior às de Macs e PCs.
Enquanto isso, os programadores dissidentes do C-Lab’s formaram uma nova empresa, a Emagic, que nasceu em fóruns de discussão onde Gerhard Lengeling, Bob Hunt e outros da Emagic postavam. Esse pessoal garantiu aos usuários do Notator que não seriam deixados ao léu, lançando em 1993 o conceito de multiplataforma, que se chamaria Notator Logic. O “Notator” logo foi abandonado para o nascimento do Logic.
O hardware ainda era o Atari, para o qual foi lançada a versão 1.5 junto com a versão final do Notator (3.21). “Vá trabalhar com um sorriso” era o slogan do Logic. Muitos seguiram o mote mesmo considerando as noites em claro, a aprendizagem de uma nova e intensa arquitetura de sequenciador, com montes de cabos, saídas e entradas MIDI “re-roteáveis”, transformadores, arpegiadores, mixers, seletores de programas etc. Uma ideia incrível, não realizada por muitos sequenciadores mais modernos. Foi então que a plataforma Atari começou a ficar obsoleta – devido à popularidade do Windows e seus processadores 386 e 486, à alta resolução de gráficos coloridos e às possibilidades de áudio digital.

COMEÇA A GUERRA WIN X MAC
Durante um período movimentado de lançamentos de computadores e softwares, a Emagic levou o Notator Logic para o Mac. A versão 1.6 foi lançada no início de 1993, parecendo ser exatamente como a versão do Atari. Um ano depois, no inverno de 1994, foi lançada a versão 1.7 – projetada para o Mac System 7, requerendo 8Mb de RAM e no mínimo um Mac 68030. Um espetacular tamanho de HD com 600 Mb era o mínimo recomendado. Esse foi um evento marcante, com o áudio finalmente chegando ao Logic trazido pelos desenvolvedores da Sound Tools, que dariam origem ao Pro Tools. As principais placas de áudio para o Logic foram a AudioMedia I e II, SoundTools 2 e o novo Session 8 da Digidesign. Dependendo da placa escolhida, poderia ter de 4 a 16 canais de áudio.
Corria o ano de 1995 e a guerra entre PCs com Windows e os Macs começava, com os processadores 386 e 486 suportando o Windows 3.0. As primeiras versões do Logic para PCs se mostravam muito distantes das versões para Mac, pois só trabalhavam com MIDI e não tão bem como os Atari. A Emagic oferecia versões crossgrade de Atari para Mac ou PC, as versões 2.0 e 2.2. Já no Mac, a refinada versão 2.5 já usava o Sound Manager da Apple em vez da placa da Digidesign, muito cara.
Eram os dias dos Mac Centris e Quadra, que custavam duas vezes mais do que um PC 486DX2. O Logic para Mac já tinha muitas características interessantes, como quantização de áudio, o Time Machine, Audio Energizer, Silencer e conversão Audio-MIDI e Audio-Score (partituras), que chegariam até a versão 7.0 do Logic.
No final de 1996 o Logic 2.5 migrou para o PC com os novos processadores Intel Pentium, uma configuração típica de P90 com 16 Mb de RAM, mais um HD rápido. A famosa placa Soundblaster AWE32 não segurava a onda e surgiram as da Turtle Beach, como a Tahiti, ou as da Digital Audio Lab. Não eram dias bons para gravar áudio em PCs. As encrencas para produzir com áudio variavam de bugs, com a implementação DAE nos PCs ao uso do Logic 2.5 no Atari para MIDI junto com um PC rodando Windows 3.1 para gravações de áudio multipistas sincronizadas com time code.
Com o lançamento do Windows 95 o áudio começou a ganhar espaço nos fóruns de discussão na internet, onde o tema eram as revoluções com software, hardware e drivers, com todo mundo querendo abandonar seus sistemas de áudio – muito caros para trabalhar em PCs. Mas a coisa não rolava. Foi quando a Emagic resolveu lançar sua própria placa de áudio, a AudioWerk 8, com 2 entradas e 8 saídas com S/PDIF.

BYE BYE WINDOWS
A placa AudioWerk 8 da Emagic soava muito bem nos Macs, mas deixava a desejar nos PCs. Surgiu então a Korg 1212 para Macs – e a versão 3.0 do Logic prometia a tão desejada integração entre MIDI e áudio. Com 11 efeitos, os embriões dos atuais plug-ins, entrava na briga com o seu rival Cubase e sua poderosa tecnologia VST. O Logic 3 tinha equalizador de 7 bandas, delay, flanger, chorus e reverb. Equalizadores e delay eram tão bons, que o Logic começou a ser usado em estúdios como sequenciador de áudio. A versão 3.5 incluía o Adaptive Mixer, crossfades não destrutivos e a possibilidade de usar plug-ins DX (em PCs) e VST.
O Logic 4.0 trouxe novos plug-ins com versões Platinum, Gold, Silver e MicroLogic. Os usuários de PCs podiam usar vários tipos de drivers, como PC AV, AW, ASIO, EASI e outros, se tivessem a versão Platinum. Isso incentivou o aparecimento de diversas placas de áudio, e as latências começaram a diminuir significativamente com a estabilização do Windows 98 com CPUs com 1 GHz e os plug-ins da Emagic, tais como compressor, Fat EQ, Overdrive, Bitcrusher, Auto Filter, Spectral Gate, En-Verb, Platinum Verb, Phaser, Tape Delay e o famoso EXS Sampler fazendo enorme sucesso no mercado.
O Logic 4.5 refinou ainda mais as experiências com opções para trabalhar com surround 5.1 e 7.1 e incorporando “input objects”, ou seja, o mixer de áudio podia conectar processadores externos e sintetizadores, tornando finalmente possível fazer mixagem sem um mixer em hardware, se houvesse entradas suficientes.
A Emagic trocou seu velho dongle de segurança pelo XS key, que gerenciava as autorizações, aposentando o velho CD. No final da série de versões 4, foi lançado o Windows XP, que rodava o Logic 4.8 com um Update. Mas os usuários de Windows ainda experimentavam os tradicionais paus de transição entre as versões 3.1 para 95 e do 95 para 98. A versão 5 do Logic foi a última na plataforma PC e a Emagic lançava sua interface de áudio USB 1.1 com 24 bits, 2 entradas e 6 saídas e S/PDIF coaxial.
O USB era ainda uma criança, mas soava bem, sendo a transição parecida com a chegada das placas Audiowerk 8 da Emagic. Alguns usuários sem problemas com o bolso ousavam adquirir laptops Toshiba Satellite e passavam dias tentando fazê-los conversar com o Logic, rolando apenas 2 tracks de áudio. A Emagic ainda lançaria no final do século XX a placa EMI 6/2, com 6 entradas e 2 saídas.
LOGIC 5.0 – CUJOS ARQUIVOS O LOGIC PRO X AINDA ABRE…
A principal diferença entre o novo sistema de automação do Logic 5 e seus antecessores era a automação – que no 5 não era mais baseada em objetos, e sim em tracks, não sendo mais necessário estar em modo de hiperedição para fazer curvas do controlador. Era mais rápido fazer qualquer tipo de automação, seja volume simples e pan, ou complexas modulações de sintetizadores, ou ainda mais exótico, automatizar os parâmetros dos plug-ins VST.
Foram criadas novas ferramentas de masterização e os novos métodos de mixagem foram melhorados por novas ferramentas, que podiam ser totalmente automatizadas para finalizações em estéreo ou surround. O Stereo Spreader podia ser aplicado em qualquer pista estéreo para ampliar a imagem, mais ou menos como a aplicação de uma lente de câmera infinitamente variável para a mixagem. O que era uma imagem de frente em linha reta de repente se tornava um grande panorama. O De-esser limpava o que se sacudia nas altas frequências. O Limiter e o Adaptive Limiter forneciam som o mais alto possível sem distorcer na mix. Esse plug-in ia no final da cadeia e permitia que se obtivesse o volume máximo sem overs. Ele domava os picos acima do limiar escolhido, e o Adaptive Limiter adicionava uma coloração tipo analógica em sons vintage.
O Multipressor era um compressor completo multibanda onde não apenas era possível ajustar o ganho e todas as funções de compressor para cada banda, como até configurar pontos de crossover. Cada banda pode ser solada/mutada, mais fácil de configurar do que o Waves C4. O SubBass reforçava e ampliava o conteúdo de graves de um sinal de áudio na faixa de sub-harmônicos. O Denoiser removia ruídos indesejados em um sinal de áudio sem comprometer a qualidade do remanescente. Também podia ser usado como um filtro inédito quando mexia com altas frequências harmônicas.
Novos plug-ins e sintetizadores em software também entraram no pacote da versão 5. A Emagic anunciou na época que um Undo múltiplo fora testado e seria incluído no Logic 5.0. Durante anos os porta-vozes da Emagic no LUG (Logic User Group) disseram que esse recurso exigiria uma reescrita total de código do Logic, algo parecido com o que aconteceu recentemente entre as versões 9 e X (10). O novo recurso Undo seria implementado para a maioria das áreas do programa, exceto para as funções que envolviam a alteração (edição destrutiva) de arquivos de áudio. Você podia tentar algumas transformações exóticas de sequências MIDI, como escala de todas as notas para um novo valor de intervalo e, claro, ajustar a nova automação. Se ela não funcionasse, você podia voltar em seu trabalho, tornando-o mais musical e criativo.
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Audio Profissional
Palmer atualiza sua linha de controladores de monitor com a série MONICON
Publicado
5 dias agoon
15/12/2025
Quatro modelos analógicos redesenhados para um controle de escuta mais preciso em estúdios de todos os tamanhos.
A Palmer apresentou neste ano a série MONICON, uma nova geração de controladores de monitor analógicos que renova por completo uma família de produtos já consolidada em estúdios domésticos e profissionais.
Embora não seja um lançamento recente, a série já está disponível no mercado e se destaca pelo design modernizado, operação intuitiva e processamento totalmente analógico, sem latência ou conversão digital.
Voltada para músicos, produtores e engenheiros que buscam um controle confiável da monitoração — mesmo em espaços reduzidos — a linha é composta por quatro modelos: MONICON S, MONICON M, MONICON L e MONICON XL. Todos foram desenvolvidos do zero e são oferecidos em duas versões estéticas, com laterais na cor preta ou prateada, para combinar com o estilo de cada estúdio.
Quatro opções de acordo com a necessidade do usuário
- MONICON S: Controlador de volume passivo ultracompacto, com conectores RCA, knob de grande tamanho e botão Mono. É uma solução simples para mesas pequenas ou setups multimídia.
- MONICON M: Inclui funções de Mono, Atenuação e Mute, além de entradas e saídas versáteis (combo XLR/jack de 6,3 mm e minijack de 3,5 mm). Pensado para home studios que precisam de maior flexibilidade.
- MONICON L: Controlador ativo/passivo com três entradas estéreo — incluindo Bluetooth estéreo com controle de volume independente —, duas saídas estéreo e uma saída mono/sub. Conta ainda com saída de fones de ouvido com controle próprio, seletor de entrada/saída com LED de status e função PFL.
- MONICON XL: A opção mais completa para ambientes profissionais, com função de intercom, grande VU meter em LED, três saídas de monitoração e duas saídas de fones com controle de volume independente.


Monitoração clara e sem artifícios
Todos os modelos da série mantêm a filosofia da Palmer: caminho de sinal 100% analógico, sem latência e sem processos digitais. A nova interface facilita um uso rápido e preciso para mixagem, produção musical, streaming ou broadcast.
Segundo Viktor Wiesner, diretor sênior de produto em Pro Audio, esta geração nasce após anos de evolução no mercado: “Redesenhamos nossos controladores de monitor desde o início e os aperfeiçoamos ainda mais. Nossos clientes recebem quatro soluções sob medida para suas necessidades de monitoração, com máxima qualidade e a robustez que caracteriza a Palmer.”
palmer-germany.com
Audio Profissional
Interfaces de áudio para iniciantes e Home Studios: Guia básico e modelos destaque
Publicado
1 semana agoon
12/12/2025
No universo da produção musical caseira ou de projetos de podcast, uma interface de áudio é um dos componentes mais importantes.
Ela é a ponte entre microfones ou instrumentos e o computador, e determinará a qualidade do som que você grava e monitora. A seguir, explico o que considerar ao escolher uma interface, seus prós e contras e alguns modelos muito populares para começar.
Por que usar uma interface de áudio?
Melhor qualidade de som: Ao contrário das placas de som integradas à placa-mãe, interfaces externas oferecem pré-amplificadores dedicados, conversores AD/DA de maior qualidade e menos ruído.
Latência reduzida: Com drivers adequados (como ASIO no Windows), é possível gravar com atraso mínimo.
Entradas e saídas úteis: Permitem conectar microfones XLR, instrumentos, monitores de estúdio e fones de ouvido.
Alimentação phantom: Necessária para microfones condensadores, presente em muitas interfaces.
O que elas têm de bom e de ruim
Vantagens:
- Controle profissional sobre o ganho do microfone.
- Maior fidelidade nas gravações e no monitoramento.
- Opções de expansão para mais entradas/saídas conforme o estúdio cresce.
- Compatibilidade com softwares de produção (DAW).
Desvantagens:
- Custo: uma boa interface pode representar parte importante do orçamento.
- Curva de aprendizado: configurar ganho, sincronização e calibragem pode ser confuso no início.
- Requer conexão física (USB, Thunderbolt), o que reduz a mobilidade em comparação a soluções mais simples.
Modelos recomendados para iniciantes e home studios
Alguns modelos são especialmente populares entre quem está começando, por equilibrar preço, qualidade e facilidade de uso:
- Focusrite Scarlett 2i2: provavelmente a mais recomendada para iniciantes; inclui dois pré-amps, baixa latência e drivers estáveis.
- Focusrite Scarlett Solo: opção minimalista com uma entrada — ideal para gravar voz ou guitarra sem complicações.
- PreSonus AudioBox iTwo: duas entradas, construção robusta e boa compatibilidade com diversos DAWs.
- Sonicake USB Interface: alternativa muito econômica para começar, ideal para projetos simples.
Outros modelos destacados segundo guias especializadas:
- Audient iD4 MkII: muito elogiada por seu pré-amp de alta qualidade e facilidade de uso.
- Universal Audio Volt 1 / Volt 2: indicada para quem busca um som mais “analógico”, com pré-amps que emulam válvulas.
- Behringer U-Phoria UMC22 / UMC204HD: opções acessíveis e com boas funcionalidades para orçamentos apertados.
- Tascam US-1×2: compacta, portátil e capaz o suficiente para gravações simples ou iniciar um home studio.

Dicas para escolher bem sua interface
- Defina seu uso principal: vai gravar apenas voz? instrumentos? vários ao mesmo tempo?
- Verifique a conectividade: USB atende à maioria, mas produções maiores podem exigir interfaces mais robustas.
- Revise a latência: se pretende gravar ouvindo efeitos em tempo real, é essencial ter drivers de baixa latência.
- Pense no futuro: se planeja expandir o estúdio, uma interface com mais entradas ou melhor conversão pode ser melhor investimento.
- Analise o software incluso: muitas interfaces acompanham DAWs ou plugins; vale conferir o que vem no pacote.
Para quem está começando na produção musical ou no podcasting, investir em uma boa interface de áudio faz uma grande diferença.
As opções de entrada são cada vez mais potentes, acessíveis e fáceis de usar. Escolhendo uma interface adequada às suas necessidades, você constrói uma base sólida para seu estúdio em casa.
Com um pouco de paciência e prática, você terá gravações de alta qualidade e a flexibilidade para evoluir seu setup conforme avança.
Audio Profissional
Projeto SOS Songs une IA e música para promover a saúde mental
Publicado
1 semana agoon
11/12/2025
A plataforma analisa playlists do Spotify e propõe pausas de reflexão a partir de padrões emocionais na escuta.
O SOS Songs, criado pela agência Binder e lançado no Brasil em setembro, já alcançou pessoas em nove países além do Brasil — Estados Unidos, França, Portugal, China, Alemanha, Chile, Arábia Saudita, Áustria e Canadá — conectando tecnologia, empatia e música como ferramentas de sensibilização e cuidado.
A iniciativa surge em um cenário desafiador: o Brasil lidera os índices de depressão na América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 11 milhões de brasileiros convivem com a doença, muitas vezes de forma silenciosa, expressa em isolamento social ou mudanças sutis de comportamento.
Como funciona a plataforma
O SOS Songs usa a música como espelho emocional e a inteligência artificial como forma de escuta ativa. O sistema identifica usuários que costumam ouvir com frequência músicas tristes ou de baixa energia — um padrão associado a momentos de sofrimento emocional.
Dentro do próprio Spotify, essas pessoas recebem um spot de áudio convidando à reflexão sobre o que suas escolhas musicais podem estar comunicando. Ao clicar no banner, o usuário é direcionado para um hotsite onde, após um login simples, sua playlist é analisada por um sistema inteligente.
A tecnologia avalia atributos como energia, dançabilidade e tonalidade para criar um retrato simbólico do “clima emocional” da lista. O objetivo não é diagnosticar, mas favorecer a autopercepção e estimular escolhas que promovam maior equilíbrio emocional.
Com a autorização do usuário, a plataforma sugere playlists personalizadas com músicas mais leves e otimistas, transformando o momento de escuta em uma oportunidade de pausa e autocuidado.
Muito além da análise: orientação e apoio
Além do acesso direto pelo site sossongs.com, ouvintes que estiverem imersos em repertórios mais densos ou melancólicos podem receber banners e mensagens de áudio dentro do Spotify sugerindo uma pausa para reflexão.
O projeto também direciona o público para canais de apoio emocional, como o Centro de Valorização da Vida (CVV)no Brasil, reforçando a importância da escuta ativa e da busca por ajuda profissional sempre que necessário.
Com seu alcance internacional crescente, o SOS Songs demonstra como música e tecnologia podem atuar juntas para promover diálogos mais amplos sobre saúde mental e construir ambientes digitais mais sensíveis e acolhedores.
Áudio
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