Com diferentes acessórios para instrumentos musicais, a empresa foca cada vez mais no mercado local e em dar apoio aos seus representantes em todo o Brasil
José Ricardo, Sinésio Ianicelli, Daniel Ianicelli e Roberto Akutagawa
A Musical Paganini entrou no mercado brasileiro em julho de 2013 com o intuito de oferecer a músicos profissionais e amadores diferentes linhas de acessórios musicais de qualidade.
Atualmente disponibiliza acessórios para baixo, bombardino, cavaquinho, guitarra, trombone, trompete, tuba, ukulele, violino, viola, cello e, inclusive, uma linha de cordas própria com o nome MP Strings.
“Esses três anos têm sido de muito trabalho e dedicação de todos que estão comprometidos com o crescimento da nossa empresa, por isso a evolução da Musical Paganini tem estado dentro das nossas expectativas, tanto na parte estrutural quanto na comercial”, comentou José Ricardo, um dos diretores da empresa.
Mais produção
Hoje a empresa conta com um quadro de 20 funcionários, que cobrem a demanda na fabricação de cordas e acessórios. A Musical Paganini tem ainda capacidade e estrutura para, se necessário, aumentar sua produção, estando localizada na cidade de Guarulhos (SP) em uma área total de 300 m².
A empresa fabrica a maior parte dos seus produtos, mas sua linha também conta com uma pequena quantidade de itens importados, que na realidade foram introduzidos no início de suas atividades para poder oferecer aos clientes um mix maior de produtos. Daniel Ianicelli, diretor comercial da empresa, disse: “Hoje nosso foco principal é a fabricação. Estamos sempre procurando o desenvolvimento de novos produtos com qualidade e preços compatíveis com a nossa realidade”.
As cordas
Esses itens são fabricados artesanalmente por profissionais bem treinados e com grande experiência na fabricação de cordas, contando também com maquinário e matéria-prima de alta qualidade.
Publicidade
Duas das marcas de cordas da Musical Paganini já são conhecidas no mercado há décadas: a Passarinho, para violão, viola e cavaquinho, e a Paganini, linha clássica para violino, violoncelo e viola de arco.
Já quando a Musical Paganini foi fundada de forma independente, há três anos, lançou a nova marca MP para violão, cavaquinho, ukulele, guitarra e baixo elétrico, que vem se destacando e conquistando a cada dia mais espaço no mercado, principalmente pela qualidade dos encordoamentos.
Sobre seus produtos, José Ricardo destaca: “Sabemos que no Brasil o mercado de cordas, assim como o de cabos, é bem disputado e com uma grande variedade de marcas, por esse motivo utilizamos sempre o que há de melhor em matéria-prima. Fazemos isso com toda a nossa linha de acessórios, dessa forma conseguimos encontrar nosso espaço nesse competitivo mercado”.
Trabalhando com os representantes
Hoje a Musical Paganini conta com 19 representantes atuando em praticamente todo o território nacional. Recentemente, inclusive, acertaram a representação com Joiner Torrano para o Rio Grande do Sul, Luiz Antonio para o Rio de Janeiro, Edson Akira Hamada para São Paulo (capital) e Thyago Leite para o Estado de São Paulo.
“Este ano sentimos a necessidade de ampliar nosso trabalho junto aos representantes. Esse trabalho é basicamente o de prestigiar nossos clientes indo até eles e apresentar nossa linha de produtos, fortalecendo assim nosso relacionamento junto aos clientes e ao representante da região, tudo com a supervisão de nosso gerente comercial Roberto Akutagawa e do diretor comercial da empresa, Daniel Ianicelli. Os resultados obtidos com esse trabalho tem sido os melhores possíveis. Estamos conseguindo ampliar nosso mix de produtos nas lojas e também aumentar consideravelmente nossa carteira de clientes”, enfatizou José Ricardo.
Foco no mercado local
Para divulgar a empresa e seus produtos ainda mais, a Musical Paganini está investindo este ano principalmente em feiras e eventos. Já participaram, em abril, da Feira da Música do Interior em São Paulo, e simultaneamente de dois grandes eventos em setembro: a 33ª Expomusic e o 8º Encontro de Negócios, também em São Paulo, pois acreditam muito que “essa forma de trabalho venha gerar grandes negócios e projetar ainda mais o nome da nossa empresa no mercado da música”.
Publicidade
O diretor da empresa finalizou dizendo: “Neste momento nosso foco principal está todo voltado ao mercado nacional. Ainda não temos nenhum plano de exportar nossos produtos, pois temos certeza de que vamos crescer muito nas vendas internas, assim como já vem acontecendo”.
Publicidade
Mini surdina compacta para trompete e para flugelhorn
Influencer declarou que a fabricante de pedais havia encerrado suas atividades.
A disseminação de informações falsas, popularmente conhecidas como fake news, é um dos maiores desafios da era digital. A desinformação não apenas afeta pessoas, mas também pode gerar danos significativos para empresas, setores produtivos e até comunidades inteiras. Recentemente, a fabricante de pedais Fuhrmann enfrentou um exemplo desse fenômeno, quando informações incorretas foram divulgadas por um influenciador digital.
Em um vídeo publicado por Leo Godinho (removido por violar os Termos de Serviço do YouTube), dois modelos antigos de pedais da Fuhrmann foram avaliados, mas o conteúdo incluiu afirmações incorretas sobre a empresa. Entre as declarações, Godinho afirmou que “fontes semi-oficiais” teriam confirmado o encerramento das atividades da Fuhrmann no Brasil, sugerindo ainda que a marca estaria operando exclusivamente por meio de vendas online e, possivelmente, descontinuaria até mesmo essa operação.
Ao buscar esclarecimentos, o CEO da Fuhrmann, Jorge Fuhrmann, classificou o caso como “extremamente preocupante” e lamentou o impacto da desinformação nas redes sociais. Ele assegurou que a empresa está, na verdade, em plena atividade e preparando lançamentos para 2025. “Não faria sentido algum investir no desenvolvimento de novos produtos para, depois, encerrar as atividades”, afirmou.
Investimentos em tecnologia e produção local
Publicidade
Com sede em Penápolis, interior de São Paulo, a Fuhrmann mantém sua operação em uma fábrica de 650 m², onde produz cerca de 800 pedais por mês. Segundo a empresa, ao longo de seus 18 anos de atuação, tem investido consistentemente na qualificação de colaboradores, em novas tecnologias e em maquinário avançado para aprimorar processos.
Os pedais da nova linha são mais compactos e eficientes, equipados com componentes SMDs (Surface-Mount Devices) que são montados automaticamente, trazendo inovação e modernidade aos produtos da marca. Jorge Fuhrmann destacou ainda que a empresa não possui planos de terceirizar sua produção.
Combate à desinformação
Como medida para evitar episódios similares no futuro, a Fuhrmann anunciou a criação de uma seção especial em seu site voltada à imprensa, influenciadores e ao público em geral. O objetivo é divulgar notas oficiais e esclarecer dúvidas sobre a empresa e seus produtos, combatendo possíveis boatos antes que eles se espalhem.
O episódio reforça a importância de verificar informações antes de compartilhá-las, especialmente em um ambiente digital onde rumores podem ganhar grandes proporções rapidamente.
A ressocialização de detentos no Brasil tem ganhado novas dimensões com projetos que unem capacitação profissional e arte.
Iniciativas como o Sons da Liberdade, no Acre, e o Baqueart, em Pernambuco, utilizam a fabricação de instrumentos musicais para proporcionar aos internos uma oportunidade de recomeçar suas vidas de maneira digna, oferecendo uma nova perspectiva de reintegração social e profissional. Além de promoverem o desenvolvimento de habilidades técnicas, esses projetos utilizam a música como ferramenta de transformação, criando oportunidades reais para os presos saírem do sistema penitenciário com novas chances no mercado de trabalho.
Sons da Liberdade: Detento trabalha na produção de um violão.
Sons da Liberdade, realizado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen)
No Acre, o projeto Sons da Liberdade, realizado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), se consolidou como uma referência nacional na ressocialização de detentos através da luthieria, a arte de fabricar instrumentos musicais. Desde maio de 2024, os reeducandos são capacitados a construir violões e guitarras de alta qualidade em uma oficina que proporciona 222 horas de aulas práticas e teóricas. O coordenador do projeto, Luiz da Mata, destaca que a iniciativa tem como objetivo oferecer aos detentos a chance de aprender uma nova profissão, preparando-os para o mercado de trabalho após o cumprimento de suas penas.
Desembargador Francisco Djalma, presidente de Iapen e Jardel Costa, professor de luthieria, em visita à fábrica de instrumentos musicais. Foto: Zayra Amorim/Iapen
O reconhecimento da qualidade dos instrumentos fabricados pelos presos foi evidenciado durante a Expoacre 2024, onde os violões confeccionados na oficina chamaram a atenção de visitantes e músicos locais. “A madeira é de qualidade, e por ser feito por reeducandos, é algo muito interessante, muito gratificante”, comentou o músico Rafael Jones, que visitou o estande do Iapen durante o evento. Além do sucesso na Expoacre, o projeto Sons da Liberdade foi convidado para expor seus instrumentos na Conecta+ Música & Mercado, a maior feira de música da América Latina, um reconhecimento significativo da qualidade do trabalho realizado dentro do sistema penitenciário.
Jardel Costa, policial penal e instrutor de luthieria no Sons da Liberdade, enfatizou a satisfação dos detentos em ver seu trabalho sendo apreciado pela comunidade. “Eles têm ficado muito felizes, tanto com o instrumento pronto, quanto com o fruto do trabalho, também com as pessoas vindo ver o instrumento, tocar neles, ver que é um instrumento bom, de qualidade, que não perde em nada para um instrumento profissional”. Essa valorização do trabalho contribui diretamente para a autoestima dos reeducandos e reforça o potencial transformador da arte dentro do ambiente prisional.
Projeto Baqueart, no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA)
Paralelamente, em Pernambuco, o projeto Baqueart, no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), localizado em Canhotinho, também promove a reintegração social por meio da música. Desde agosto de 2024, os detentos participam de aulas teóricas e práticas de fabricação artesanal de instrumentos de percussão, como zabumbas, surdos e pandeiros. Segundo Paulo Paes, secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, o projeto busca oferecer uma formação técnica que permita aos internos sair do sistema penitenciário com condições de sustentar suas famílias e viver com dignidade.
Além da capacitação técnica, o projeto Baqueart se destaca pela abordagem ambientalmente sustentável, com a produção totalmente artesanal e manual, sem o uso de produtos químicos ou máquinas. Sérgio Reis, professor responsável pela formação dos internos, destacou a importância do método: “O processo é totalmente manual, respeitando o meio ambiente e ensinando uma nova forma de trabalho para os internos”.
Publicidade
A valorização do trabalho dos detentos no projeto Baqueart também é recompensada com remuneração e direito à remição de pena, conforme previsto na Lei de Execução Penal. “O Baqueart faz parte de uma transformação maior no sistema penitenciário de Pernambuco, onde trabalho, renda e educação são pilares fundamentais”, afirmou Alexandre Felipe, superintendente de Trabalho e Ressocialização. A iniciativa tem sido vista como um modelo a ser seguido, com planos de expansão para outras unidades prisionais no estado.
Essas iniciativas de luthieria dentro do sistema prisional não apenas promovem a capacitação técnica dos detentos, mas também oferecem um meio de abstração e reabilitação emocional por meio da música. Para Daniel Neves, presidente da ANAFIMA (Associação Nacional da Indústria da Música), os projetos têm uma importância multifacetada: “A fabricação de instrumentos musicais pelos detentos atua em dois parâmetros: a criação de um ofício e a abstração que o instrumento proporciona. Foi louvável a atitude das diretorias de ambos sistemas penitenciários que trouxeram estas atividades aos detentos”.
Ao capacitar os internos para uma nova profissão e permitir que eles utilizem a música como forma de expressão e superação, os projetos Sons da Liberdade e Baqueart demonstram o potencial transformador da arte dentro do sistema penitenciário. Essas iniciativas oferecem aos detentos uma oportunidade real de reescreverem suas histórias e de retornarem à sociedade com dignidade e novas perspectivas de vida.
Nesta última semana de julho, o jornal O Estado de São Paulo noticiou sobre o pedido de recuperação judicial da Giannini, a centenária fábrica brasileira de violões.
A Giannini, fabricante de instrumentos musicais com mais de 100 anos de história, entrou em recuperação judicial. Nos autos do processo, a empresa atribuiu a crise à pandemia de covid-19, seguida de uma política de restrição a crédito por parte dos bancos, que levou a marca a acumular dívidas acima de R$ 15,8 milhões.
De acordo com dados do Serasa Experian, pedidos de recuperação judicial aumentaram 71% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Especialistas apontam que o controle da inflação e do câmbio, a queda dos juros e a geração de empregos são fundamentais para interromper a tendência de endividamento.
Giannini solicita Recuperação Judicial
No processo, a Bacelar Advogados representou a empresa perante o Juiz de Direito de uma das Varas Regionais de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 4ª e 10ª RAJ do Estado de São Paulo, elaborando um pedido liminar para a manutenção das atividades empresariais e requerendo a Recuperação Judicial da empresa.
O Juiz de Direito, Dr. José Guilherme Di Rienzo Marrey, nomeou a empresa Brasil Expert Análise Empresarial de Insolvência Ltda para realizar trabalhos técnicos preliminares na Giannini. Isso inclui verificar as condições reais de funcionamento da empresa, visitar a sede e filiais, certificar a regularidade das atividades, verificar a documentação apresentada e identificar interconexões e confusões entre ativos ou passivos das devedoras, além de detectar indícios de fraude e confirmar se os principais estabelecimentos estão na área de competência do juízo.
Publicidade
Relatório Preliminar
A empresa Brasil Expert realizou a perícia preliminar e relatou: “Após uma minuciosa análise da documentação apresentada pela Requerente, acrescida da diligência realizada, conclui-se que a solicitação de recuperação judicial está fundamentada em uma crise econômico-financeira real e substancial. Não foram identificados indícios de que a Requerente esteja utilizando o instituto da recuperação judicial de forma fraudulenta.”
O relatório continua: “O exame dos documentos e das informações financeiras revela uma queda no endividamento de curto prazo da Requerente, de R$ 39,73 milhões, no período entre dezembro de 2021 e maio de 2024. Já o endividamento de longo prazo apresentou um aumento significativo de R$ 395,92 milhões. Este crescimento no passivo reforça a evidência de uma crise financeira genuína e não uma manobra para uso indevido da recuperação judicial.”
Advogado Antonio Migliori Filho publicou o pedido de Liminar em seu Linkedin.
Mercado se solidariza
O mercado da música se solidarizou com a Giannini. Roberto Guariglia, diretor da marca Contemporânea de percussão brasileira, manifestou-se em um grupo de fabricantes de instrumentos musicais: “Estamos na torcida para que vocês vençam mais este obstáculo que muitas indústrias brasileiras enfrentam. Que a presença da Giannini continue importante no cenário musical mundial!” Em outros grupos, as mensagens de solidariedade não pararam de chegar.
Em mensagem para a Música & Mercado, a ANAFIMA – Associação Nacional da Indústria da Música declarou: “O ambiente de negócios no Brasil tem suas intempéries e a Giannini é uma das raras empresas a ultrapassar 115 anos no país. Torcemos pela sua administração e fazemos votos para que o setor se reúna para proporcionar sustentação à empresa.”
Próximos Passos
Com o pedido de recuperação judicial deferido, a cobrança de dívidas fica suspensa por 180 dias, e um plano de reestruturação deve ser apresentado.
Publicidade
Publicação da Decisão:
A decisão será publicada no Diário Oficial e os credores serão notificados.
Nomeação do Administrador Judicial:
Um administrador judicial será nomeado para supervisionar o processo.
Apresentação do Plano de Recuperação:
A Giannini deve apresentar um plano detalhado em 60 dias.
Assembleia Geral de Credores:
Os credores discutirão e votarão o plano de recuperação judicial.
Implementação do Plano:
Após aprovação, o plano será implementado e supervisionado pelo administrador judicial.
Monitoramento e Cumprimento:
A empresa deve cumprir todas as condições e prazos estabelecidos.
Encerramento do Processo:
Se o plano for bem-sucedido, o juiz encerrará o processo de recuperação judicial.