Cidade na Dinamarca é a primeira a apresentar um show ao vivo para o público ver de dentro de um carro. Outros países europeus estão organizando projetos para entretenimento ao vivo.
Alguns dias atrás, vimos uma notícia interessante em diferentes sites informativos de todo o mundo. Era sobre um concerto peculiar realizado nos arredores de Aarhus, na Dinamarca, cidade onde, por coincidência, as renomadas fabricantes de iluminação SGM Light e Martin Professional têm seus escritórios.
O cantor local Mads Langer se apresentou em um evento estilo “drive-in” em um espaço grande o suficiente para receber 500 carros e poder assistir seu show ao vivo.
O evento foi anunciado seis dias antes e as 500 entradas foram vendidas automaticamente.
O show foi transmitido aos carros via rádio FM e o público pôde interagir com o artista por videoconferência no aplicativo Zoom.
Publicidade
O público respeitou todas as medidas impostas, principalmente as regras de distanciamento, e o evento foi um sucesso. O espaço continha a estrutura necessária que estamos acostumados a ver em um show: palco, áudio, instrumentos, vídeo e iluminação.
No dia seguinte, o palco foi adaptado para também funcionar como cinema, adotando a mesma modalidade de público dentro do carro.
Imagem do Instagram do cantor Mads Langer
Pensando bem, deste lado do mundo, sem dúvida, temos a estrutura necessária para implementar alguma coisa desse estilo. Temos grandes espaços em muitas cidades, que às vezes não são realmente utilizados, temos ótimas fornecedoras de equipamentos e serviços, temos profissionais capacitados, organizadores e promotores responsáveis. Só estaria faltando nos organizar para estabelecer o protocolo indicado para cada país e descobrir, talvez, se temos um público comprometido com o próximo que realmente respeitará as medidas de distanciamento e segurança que devem ser impostas.
Em outros países
Alguns dias antes, o primeiro ministro espanhol Pedro Sánchez havia anunciado a possibilidade de realizar eventos culturais em maio.
Publicidade
Aparentemente, o plano seria reativá-los em quatro etapas. A primeira é a atual, ou seja, sem atividade. A segunda começaria no dia 11 de maio, permitindo a realização de eventos em espaços fechados (em interiores) com a presença de apenas 30 pessoas. O governo permitiria que 200 pessoas participassem de eventos ao ar livre, seguindo regras de distanciamento social, além de que agora todos os espaços ao ar livre devem conter assentos, para que o público não fique de pé.
Na próxima etapa, os eventos em interiores poderiam reabrir para um terço de sua capacidade, com um máximo de 50 pessoas, enquanto os eventos ao ar livre teriam um máximo de 400. Além disso, cinemas e teatros também reabririam para um terço de sua capacidade.
A etapa final do projeto já começaria em junho, com a reabertura de casas noturnas e bares, para um terço de sua capacidade. Isto seria apenas um bom plano em países onde a taxa de contágio for controlada, é claro.
Em outros lugares, como no Reino Unido, todos os festivais e shows organizados para 2020 foram cancelados ou adiados, destacando que as restrições sociais poderiam ser mantidas naquele território até o final do ano.
Nos Estados Unidos, especialistas dizem que é “irrealista” pensar em organizar um evento massivo até pelo menos meados de 2021.
Publicidade
Apesar disso, por exemplo, no estado do Arkansas, o governador local autorizou as apresentações musicais a partir de 18 de maio, e a primeira já foi marcada: será a do cantor Travis McCready. Os participantes do show deverão respeitar uma distância de pelo menos um metro e meio entre cada assento e deverão usar máscaras ou protetores faciais. Além disso, sua temperatura corporal será medida, e a capacidade da sala será reduzida para aproximadamente 200 pessoas. O resultado? Saberemos em alguns dias.
No Brasil, o “Go Live Brasil – Juntos pelos Eventos” reuniu um grupo de especialistas em eventos e entretenimento ao vivo e está criando um protocolo para reativar a indústria, seguindo diferentes medidas recomendadas pela OMS. O projeto das ações que poderiam ser implementadas será publicado em breve.
Evento gratuito encerra ciclo anual com showcases, debates, workshops e rodadas de negócios.
A última etapa da edição 2025 da FIMS – Feira Internacional da Música do Sul acontece de 11 a 13 de dezembro, em Foz do Iguaçu (PR). Gratuito e aberto ao público, o evento reúne artistas, produtores, selos, festivais, gestores culturais e representantes do mercado latino-americano para três dias de showcases, debates, workshops e encontros profissionais.
Criada em 2016, a FIMS se consolidou como um dos principais pontos de conexão da música no Brasil. A etapa em Foz encerra um ano marcado pela expansão territorial do projeto, que passou por Curitiba, São Paulo, Belém e Brasília por meio do circuito Drops FIMS, ampliando redes regionais e fortalecendo a circulação de artistas.
Programação destaca diversidade e integração latino-americana
A edição de Foz do Iguaçu ocupará diferentes espaços da cidade. Entre os confirmados estão Gilsons, Kaê Guajajara, Leminskanções, Sebastián Piracés (Francisco, el Hombre) e a cantora indígena Djuena Tikuna. A agenda formativa contará com profissionais como Dani Ribas (Instituto Abramus), Danieli Correa (UBC), Alice Ruiz, Roberta Martinelli, Evandro Okan, Tony Aiex (Tenho Mais Discos Que Amigos!) e Benjamin Taubkin.
Os painéis abordam temas centrais para a cadeia musical, como internacionalização de carreiras, divulgação no ambiente digital, direitos autorais, impactos da IA, festivais latino-americanos, políticas do Sul Global e o papel contínuo do rádio.
Publicidade
Também estão previstas rodadas de negócios, pitching e atividades de formação para quem busca profissionalizar sua atuação no setor.
Encontro para fortalecer redes e criar novas oportunidades
Para Téo Ruiz, diretor e idealizador da FIMS, o evento segue cumprindo seu papel de articulação: “A FIMS nasceu do desejo de unir quem faz, quem cria e quem viabiliza a música. Só com essa rede colaborativa é possível garantir um futuro mais justo, diverso e sustentável para o mercado musical.”
Com mais de 70 shows, cerca de 200 reuniões de negócios e mil participantes por edição, a FIMS figura hoje entre as conferências mais relevantes do setor no país. Duas vezes indicada ao Prêmio Profissionais da Música, atua como plataforma de desenvolvimento, visibilidade e aceleração de carreiras.
Compromisso com diversidade e inclusão
O evento mantém ações afirmativas para ampliar o acesso de jovens em situação de vulnerabilidade e garantir a participação de mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+ na curadoria, programação e produção.
A falta de demanda para uma nova área temática dentro da Light + Building 2026 precipita o fim do histórico salão alemão, enquanto a marca ganha força na Ásia.
A Prolight + Sound — durante anos considerada uma das feiras mais importantes do mundo nos setores de iluminação profissional, áudio, integração de sistemas e tecnologias para eventos — deixará de acontecer em Frankfurt. A organização confirmou que já não existem condições suficientes para manter uma edição local, encerrando assim sua trajetória no centro de exposições da cidade alemã.
Durante décadas, a feira foi referência global. Conectou fabricantes, distribuidores, engenheiros, designers de iluminação, técnicos de áudio, integradores e profissionais do entretenimento em um ponto de encontro essencial para lançamentos, networking e formação. Sua relevância nos anos 2000 e 2010 a consolidou como termômetro de tendências na Europa e vitrine obrigatória para marcas internacionais.
O que aconteceu?
Após semanas de conversas com expositores e uma análise detalhada sobre o futuro do evento, a Messe Frankfurt constatou que não havia demanda suficiente para criar, dentro da Light + Building 2026, uma área temática dedicada exclusivamente à Prolight + Sound. Essa alternativa havia sido proposta como forma de manter a presença do salão na cidade, mas não recebeu o apoio necessário para garantir uma oferta sólida e atrativa para empresas e visitantes.
Diante dessa falta de respaldo, a organização tomou a decisão — considerada “difícil” — de não realizar mais a Prolight + Sound em Frankfurt.
Publicidade
Integração a outras feiras e novos caminhos
Alguns dos expositores convidados a participar da área temática já optaram por se apresentar diretamente nos segmentos tradicionais da Light + Building, onde poderão se conectar principalmente com escritórios de arquitetura, designers de iluminação, especialistas em tecnologia predial, instaladores elétricos e profissionais de facility management.
Mesmo com o encerramento em Frankfurt, a Prolight + Sound segue no portfólio internacional da Messe Frankfurt. A marca continua crescendo na Ásia e prepara novas edições, entre elas:
Prolight + Sound Guangzhou, que recentemente reuniu mais de 2.200 expositores e 110.000 visitantes, consolidando-se como uma das feiras mais dinâmicas do setor. Prolight + Sound Bangkok, que realizará sua edição inaugural em 2026, ampliando a presença da marca no Sudeste Asiático.
Um encerramento simbólico e um futuro redirecionado
O anúncio marca o fim de uma era para a indústria europeia do espetáculo e do entretenimento técnico. Para várias gerações de profissionais, a Prolight + Sound Frankfurt foi um ponto de encontro fundamental, onde foram apresentadas tecnologias que moldaram padrões globais em áudio, iluminação, rigging, laser, staging e soluções AV.
A organização agradeceu a colaboração da imprensa, expositores e visitantes ao longo dos anos e reforçou que continuará recebendo a comunidade em seus eventos internacionais.
Publicidade
A marca se despede de Frankfurt, mas segue adiante em mercados onde o setor audiovisual mantém um ritmo de expansão mais acelerado.
O DJ brasileiro estabelece recorde latino-americano e amplia a presença do país na cena eletrônica global.
O DJ e produtor brasileiro Alok protagonizou uma das performances mais marcantes do Tomorrowland Brasil ao utilizar mais de mil drones coreografados sobre o mainstage LIFE. A apresentação estabeleceu um novo recorde latino-americano para shows musicais ao vivo com uso de drones e consolidou o artista como uma das figuras centrais do festival.
No fim de setembro, um teaser divulgado nos canais oficiais do Tomorrowland em parceria com Alok já antecipava a dimensão do projeto. A relação do artista com o festival vem se fortalecendo a cada edição, marcada por espetáculos que combinam tecnologia, narrativa visual e música. Em 2023, Alok já havia surpreendido o público ao integrar 600 drones, fogos de artifício, lasers e iluminação em seu show no Parque Maeda — apresentação que lhe rendeu o prêmio de Melhor Performance de 2024 no Electronic Dance Music Awards (EDMAs).
A produção mais recente expandiu esse conceito. O espetáculo foi desenvolvido em colaboração entre a equipe criativa de Alok e a produção do Tomorrowland, com o objetivo de ampliar as possibilidades de experiências imersivas em grandes eventos. O uso de mais de mil drones aumentou o impacto visual da apresentação e reforçou a tendência de integrar arte, luz e tecnologia no entretenimento ao vivo.
Durante sua atuação no Tomorrowland Bélgica, Alok destacou que o festival representa mais do que cenografia e efeitos especiais, simbolizando uma energia compartilhada que ultrapassa fronteiras e limitações técnicas.
A trajetória do artista no festival também reforça seu papel como representante da música eletrônica brasileira no cenário internacional. Sua presença contínua contribui para posicionar o Brasil como um polo criativo relevante e demonstra como a música pode conectar públicos, culturas e diferentes visões de mundo.
Com esta performance histórica no Tomorrowland Brasil, Alok não apenas apresentou um set, mas expandiu os parâmetros de produção e inovação do setor, reafirmando a força da união entre criação artística e tecnologia de ponta.