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Economia em 2015: as variáveis que influenciam

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Serão tempos de cintos apertados e muita criatividade para ao menos manter os resultados conquistados, aguardando uma eventual melhoria a partir de 2016

Tenho escutado prognósticos sobre economia e politica, com consequências no mínimo desoladoras para as empresas. Vale salientar que há outras variáveis que podem trazer eventuais oportunidades em mercados de nicho, parcerias e reduções de custo, conhecidas como variáveis econômicas, sociais, demográficas, tecnológicas e ambientais. Irei explorá-las a seguir utilizando o varejo como fundo, porém aplicáveis e customizáveis a praticamente todos os segmentos e setores.

Variáveis econômicas: o varejo foi um dos setores que melhor aproveitou o crescimento da economia brasileira. A combinação: juros baixos, crédito fácil e pleno emprego fez com que as vendas do setor crescessem a taxas de tigres asiáticos em todas as categorias, incluindo bens de consumo duráveis. Hoje a situação se reverte com outra equação, esta maligna: juros em alta, crédito restrito, inadimplência e aumento na taxa de desemprego.

O segmento de bens de consumo duráveis será afetado mais duramente, face as explicações do parágrafo anterior. Quanto às demais categorias, poderá haver uma mudança para marcas próprias ou produtos de qualidade e preços inferiores. Não obstante valorizarem a qualidade, é melhor comprar uma marca mais em conta que abandonar a categoria conquistada. Aumentar o portfólio e promover as marcas próprias podem ser boas estratégias.

Variáveis sociais: a ascensão da Classe C foi outro impulsionador do varejo na ultima década, conjuntamente com a variável econômica. O cenário futuro aponta que esta classe terá maior dificuldade para ascender na pirâmide, o mesmo ocorrendo com os níveis inferiores. A diminuição na geração de empregos, aliada ao achatamento dos salários face as pressões inflacionária escasseará a chegada de novos clientes, tão bem recebidos na era Lula.

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Neste cenário o varejo deverá trabalhar em estratégias de fidelização e retenção da base atual de clientes, adotando a velha abordagem do armazém de bairro, conhecendo a fundo as preferências do seu consumidor. Adotar um modelo de customização em massa será cada vez mais crucial, personalizando e cultivando os relacionamentos. Utilizar as informações provenientes da rede e dos sistemas, o famoso Big Data, será fator crucial de diferenciação.

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Variáveis demográficas: as últimas pesquisas do IBGE corroboraram a importância dos idosos, das mulheres e dos solteiros na economia. Seja com mais tempo e dinheiro no bolso face a uma aposentadoria melhor planejada, assumindo o papel de provedor da casa antes destinado aos homens, ou vivendo bem em grandes cidades adotando a máxima antes só que mal acompanhado, estes nichos poderão ajudar o varejo a melhorar sua lucratividade.

Limitações na dieta face a problemas de saúde comuns a terceira idade podem gerar novos produtos, assim como soluções de alimentação mais práticas, entregas em domicilio e menores porções para mulheres e solteiros sem tempo. Em geral, produtos de nicho e que envolvam customização são melhor vendidos, significando margens mais atraentes. Adicionalmente, as lojas de bairro serão primordiais, principalmente nas grandes cidades.

Variáveis tecnológicas: utilizar-se da tecnologia pode ser um fator de diferenciação e conveniência: leitores e etiquetas de RFID que evitem as filas, códigos de barra nos carrinhos que somem as compras, aplicativos e pagamentos móveis que dispensem o uso de cartões de crédito são algumas possiblidades. Com o mercado em baixa, conseguir parcerias com fornecedores em troca de divulgação é uma estratégia viável e simpática.

Sob o prisma da redução de custos, o mesmo RFID poderá ajudar a controlar melhor os estoques, níveis de perda, programações de entrega e integração entre os fornecedores, melhorando a eficiência da cadeia de suprimentos. Tenho acompanhado que num primeiro nível todos os grandes jogadores já fizeram seus ajustes, porém para uma segunda rodada de redução de custos, investimentos serão necessários. E aqui tecnologia terá papel preponderante.

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Variáveis ambientais: não bastasse a eterna discussão sobre as amadas e odiadas sacolinhas plásticas, o varejo agora precisa preocupar-se com a falta de água, repetindo-se situação análoga ao racionamento de energia, ocorrido no segundo mandado de FHC. Certamente precisarão se ajustar a eventuais cortes no fornecimento do líquido, contratando carros pipas assim como faziam com geradores há uma década atrás.

O gestor inteligente saberá aproveitar o momento para conscientizar e reduzir o consumo de água e energia, diminuindo os custos fixos de sua operação. Investir em parcerias com fornecedores na criação de produtos sustentáveis pode também ser uma saída, uma vez que sustentabilidade é muito mais que pegada ecológica ou crédito de carbono, podendo ajudar os parceiros a reduzir seus custos, seja de matéria prima, frete ou descarte.

Espero que esteja um pouco mais animado, apesar do pessimismo que ronda a economia. Serão tempos de cintos apertados e muita criatividade para ao menos manter os resultados conquistados, aguardando uma eventual melhoria a partir de 2016. Enfim, esta é a primeira vez que não escuto de executivos e empresários a vontade de que o ano termine, em um ano que não deixará nada de saudades. Seja na economia, política ou futebol.


 

Marcos Morita – Mestre em administração de empresas e professor da FIA-USP e Universidade Mackenzie. Especialistas em estratégias empresariais, é palestrante e colunista. Há vinte anos atua como executivo em empresas multinacionais.  www.marcosmorita.com.br

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Estratégia Financeira no Setor de Instrumentos Musicais e Áudio Profissional

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O último trimestre do ano não só traz um aumento natural nas vendas, impulsionado por eventos como Black Friday, Cyber ​​Monday e Natal, como também a necessidade de estabelecer as bases para o planejamento estratégico para 2026.

No setor de instrumentos musicais e áudio profissional, onde a volatilidade do dólar, os custos logísticos e as tendências de consumo ditam o tom, avaliar com precisão os resultados financeiros e operacionais torna-se fundamental para mensurar a verdadeira lucratividade do negócio.

Essa análise não apenas valida o desempenho mensal, mas também identifica onde estamos dessincronizados e quais fatores estratégicos precisamos ajustar para garantir um crescimento sustentável.

Avaliação do Desempenho Financeiro

Um diagnóstico preciso exige ir além dos números brutos e analisar indicadores-chave adaptados ao setor:

  • Receita e lucratividade: Comparar as vendas de categorias críticas (caixas de som profissionais, controladores de DJ, guitarras, equipamentos de gravação) com as margens em comparação com períodos anteriores.
  • Estrutura de custos: Diferenciar custos fixos (aluguel de showroom, equipe de vendas, licenças de software) de custos variáveis ​​(importações, frete, marketing sazonal), identificando oportunidades de otimização.
  • Fluxo de caixa: Meça a liquidez necessária para financiar estoques que muitas vezes são pagos em dólar, mas vendidos a prazo ao cliente final.
  • Dívida: Avalie o ônus financeiro e o nível de alavancagem diante das flutuações da taxa de câmbio.

Ações Positivas e Áreas de Melhoria

Após a análise dos números, a pontuação revela o que funcionou e o que precisa de ajustes:

  • Ações bem-sucedidas: Campanhas digitais em mídias sociais, acordos com academias e distribuidoras de música e o boom do e-commerce de acessórios e peças de reposição.
  • Fraquezas operacionais: Estoques mal calibrados, com escassez, distribuição lenta nas regiões ou serviço de pós-venda fraco.
  • Tendências de Mercado: Crescimento da música urbana e demanda por equipamentos de home studio, além de consumidores mais sensíveis a preços devido à inflação e à queda do crédito ao consumidor.

Repensando Estratégias e um Plano de Ação

Com a pontuação claramente definida, o plano deve estabelecer diretrizes específicas:

  • Otimização de Custos: Negociar com fornecedores internacionais, consolidar importações e automatizar processos de estoque.
  • Expansão de Mercado: Abra novos canais em regiões, exporte para países vizinhos ou explore nichos como equipamentos para igrejas e eventos corporativos.
  • Fortalecimento Digital: Amplie o e-commerce com integração ERP-marketplace e aprimore campanhas segmentadas por tipo de músico.
  • Treinamento de Equipe: Treine a equipe de vendas em produtos de alta qualidade, fidelização de clientes e serviços de vendas cruzadas (por exemplo, aluguel + vendas).

Implementação e Monitoramento

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Toda orquestra precisa de um maestro e uma pontuação clara:

  • KPIs definidos: Margem bruta por categoria, giro de estoque, vendas online vs. físicas e índice de endividamento.
  • Revisão periódica: Reuniões trimestrais para avaliar o progresso e reajustar a estratégia de preços e estoque.
  • Feedback contínuo: Envolva toda a equipe, do depósito ao marketing digital, na busca por eficiência e inovação.

Uma revisão financeira de 2025 é uma oportunidade para ajustar os negócios antes de entrar em uma nova temporada. Com análises rigorosas, replicando o que gerou impacto positivo e corrigindo o desempenho desafinado, a indústria de instrumentos musicais e áudio profissional pode se projetar com maior força, transformando a volatilidade em harmonia financeira a longo prazo.

*Autor: Camilo Ramírez
Mestre em Administração de Empresas (MBA) pela Universidad del Desarrollo, Mestre em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Finanças Corporativas pela IEDE Business School Chile e Bacharel em Administração de Empresas e Administração Universitária pela Universidad de las Américas.
Sócio Sênior da Price Capital Spa.
E-mail: corporativo@pricecapital.cl
Visite: www.pricecapital.cl

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C. F. Martin & Co. nomeia Scott Gervais como Diretor de Operações

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A histórica fabricante de violões cria um cargo de COO para impulsionar a excelência operacional e sua próxima fase de crescimento.

A C. F. Martin & Co., Inc. anunciou a nomeação de Scott Gervais como Diretor de Operações (COO). Com mais de duas décadas de liderança executiva em operações, manufatura, compras e gestão da cadeia de suprimentos, Gervais ocupou cargos de liderança na Polaris Marine e na Conn-Selmer, Inc., onde liderou e expandiu operações globais com melhorias mensuráveis ​​em segurança, qualidade, eficiência e satisfação do cliente.

Violonista acústico de longa data, Gervais enfatizou a conexão pessoal com sua nova função: “É uma verdadeira honra ingressar na C. F. Martin & Co., uma empresa que admiro desde que peguei em um violão pela primeira vez. A Martin sempre representou o auge da arte acústica para mim, e agora contribuir para seu legado é ao mesmo tempo gratificante e inspirador. Esta posição alinha minha carreira em operações com meu amor pela música.”

Da empresa, o Presidente do Conselho, Chris Martin IV, comemorou a chegada: “Estou muito feliz que Scott esteja se juntando à minha empresa familiar. Sua experiência e entusiasmo serão um trunfo para nossas equipes de fabricação e compras.”

Por sua vez, o Presidente e CEO Thomas Ripsam enfatizou que o COO é uma posição recém-criada com foco na excelência operacional: “É um componente crítico para possibilitar a próxima onda de crescimento e lidar com a crescente complexidade e custos do negócio. Estou confiante de que o talento e a experiência de Scott nos ajudarão a enfrentar com sucesso essas oportunidades e desafios.”

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Gervais é bacharel em administração de empresas pela Universidade Purdue e possui certificações profissionais como Lean Six Sigma Black Belt e Certified Supply Chain Professional. Com sua chegada, Martin busca fortalecer processos, eficiência e capacidade de resposta em um contexto de expansão e aumento da demanda global por seus instrumentos acústicos.

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Como adotar o “figital” na sua loja

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A experiência de compra mudou. Hoje, os consumidores não separam mais o digital do físico: esperam o melhor dos dois mundos.

Nesse contexto, o conceito “figital” — a integração entre os ambientes físico e digital — torna-se uma estratégia essencial para lojas de instrumentos musicais que desejam se manter competitivas.

Do balcão ao smartphone

Para muitas lojas, o primeiro passo rumo ao figital é construir um ambiente digital que complemente a experiência presencial. Ter um site atualizado, com catálogo, preços, disponibilidade e informações técnicas, é fundamental. Mas não basta estar online: é preciso garantir uma navegação rápida, compatibilidade com dispositivos móveis e canais de contato acessíveis.

Presença que conecta

As redes sociais permitem apresentar produtos, processos de luteria, unboxings, reviews e conteúdos educativos. Não se trata apenas de vender, mas de construir comunidade. Mostrar como soa um pedal, como ajustar uma guitarra ou montar uma bateria ao vivo gera proximidade e confiança.

O físico continua essencial

No universo figital, a loja física não desaparece — ela ganha protagonismo. Muitos clientes pesquisam online, mas querem experimentar o instrumento antes de comprar. Oferecer atendimentos personalizados, testes com especialistas ou experiências imersivas na loja pode ser um grande diferencial.

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Click & collect: o melhor dos dois mundos

Uma das práticas mais eficazes do figital é permitir que o cliente compre online e retire na loja. Essa opção acelera a venda, elimina custos de frete e atrai novos consumidores ao espaço físico. Além disso, abre espaço para vendas adicionais no momento da retirada.

Tecnologia a favor da música

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Implementar recursos como catálogos interativos em tablets, sistemas de estoque integrados entre a loja e o e-commerce, ou até QR codes nos instrumentos com acesso às fichas técnicas, são soluções simples que melhoram a experiência de compra.

Capacitação da equipe

A transformação não é apenas tecnológica. A equipe de vendas também precisa estar preparada para atuar em um ambiente híbrido. Saber responder dúvidas via WhatsApp, oferecer suporte nas redes sociais ou produzir conteúdos simples são habilidades cada vez mais valiosas.

Investir com inteligência

Adotar o figital não exige grandes investimentos iniciais. É possível começar com ações simples e eficazes: otimizar o perfil no Google, responder mensagens em redes sociais, integrar um sistema de vendas com controle de estoque ou criar vídeos curtos destacando os produtos da loja.

Adotar uma estratégia figital não é uma tendência passageira, mas uma resposta direta ao comportamento do consumidor atual. Para as lojas de instrumentos musicais, trata-se de transformar o ponto de venda em um ponto de encontro — onde o físico e o digital se complementam para criar experiências memoráveis.

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