A Allen & Heath, reconhecida mundialmente pelo design e fabricação de mixers de áudio, acumula mais de 50 anos oferecendo soluções para diversos segmentos da indústria musical e de som profissional.
De mixers analógicos a sistemas digitais avançados, como a série dLive, a empresa consolidou-se como uma referência global em tecnologia de áudio. Em entrevista, Aldo Werner, gerente de vendas para a América Latina da Allen & Heath, compartilhou sua visão sobre o mercado regional, os desafios atuais e as estratégias da marca.
Tendências do mercado de mixers na América Latina e no Brasil
O mercado de mixers digitais continua em constante evolução, com um foco crescente na portabilidade e na demanda por soluções inovadoras. Werner destaca que a equipe de pesquisa e desenvolvimento (R&D) da Allen & Heath participa dos principais festivais de música do mundo para entender as necessidades dos engenheiros de som e desenvolver produtos que atendam a essas demandas. No Brasil, assim como em outros países da região, os consumidores estão sempre atentos às novidades do mercado. No entanto, diferentemente da Europa ou da América do Norte, os compradores latino-americanos geralmente esperam pelo desempenho dos produtos em outros mercados antes de adotá-los. Essa característica reflete, segundo Werner, um enfoque cuidadoso e estratégico no investimento em tecnologia.
Aldo Werner (Foto de : Cesar Araújo Fotografia)
Desempenho de vendas na região
Embora seja difícil determinar com precisão quais países lideram as vendas, Werner afirma que toda a América Latina apresentou um desempenho excepcional nos últimos dois anos, especialmente ao atender a demanda reprimida após a pandemia. “A América Latina teve uma performance espetacular,” destacou.
Desafios para o crescimento na América Latina
Entre os principais desafios para a expansão da Allen & Heath na região estão a instabilidade política, as flutuações do dólar e as crises climáticas. No Brasil, em particular, a volatilidade da moeda norte-americana representa um desafio significativo para empresas estrangeiras. Apesar dessas dificuldades, a marca conseguiu aumentar sua participação no mercado ano após ano. Werner ressalta que a percepção sobre a marca mudou significativamente: “Não somos mais uma empresa desconhecida. Agora, nossos produtos são reconhecidos e valorizados.”
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Estratégias e produtos para a América Latina
Embora os produtos da Allen & Heath sejam desenvolvidos para atender demandas globais, a marca intensificou seus esforços na região com eventos e treinamentos. Werner destaca que a empresa já realiza workshops e treinamentos em diferentes níveis, apoiados por uma equipe de especialistas qualificados. No Brasil, o distribuidor Audio Systems desempenha um papel fundamental ao oferecer capacitação contínua e participar ativamente de feiras e eventos locais.
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Impacto da pandemia e adaptações tecnológicas
A pandemia representou um divisor de águas para a Allen & Heath, que manteve a produção em suas fábricas enquanto outras empresas enfrentavam interrupções. Isso permitiu à marca atender à crescente demanda por equipamentos de áudio, impulsionada pelo aumento do conteúdo digital e da conectividade remota. Em termos de evolução tecnológica, a Allen & Heath se destaca por sua compatibilidade com protocolos digitais como Dante, MADI, AES e Waves, garantindo interoperabilidade com outras soluções disponíveis no mercado. “Se surgir outro protocolo tão popular quanto esses, iremos avaliá-lo com certeza,” afirma Werner.
Expectativas para o futuro
Nos próximos anos, o objetivo da Allen & Heath na América Latina é claro: trabalhar arduamente para continuar crescendo. A empresa seguirá fortalecendo sua presença por meio de uma combinação de inovação tecnológica, capacitação local e um relacionamento próximo com seus distribuidores e clientes. “Com foco na conectividade digital, portabilidade e soluções adaptadas às necessidades globais, a Allen & Heath está bem posicionada para continuar liderando o mercado de mixers de áudio na América Latina e além,” concluiu Werner.
A Harrison Audio anunciou o lançamento do Harrison DeNoiser Plug-in, uma ferramenta de limpeza de diálogo e voz com latência zero, desenvolvida para engenheiros de pós-produção, broadcasters, técnicos de som ao vivo e criadores de conteúdo.
Reconhecida por seu papel histórico no som de Hollywood, a empresa traz para o ambiente das DAWs parte da tecnologia presente em suas consolas MPC, usadas em grandes produções cinematográficas.
Ao longo de mais de cinco décadas, a Harrison esteve por trás do som de franquias como Indiana Jones, Spider-Man, James Bond, Jurassic Park, Harry Potter, Bohemian Rhapsody e Ford v Ferrari. O novo plug-in busca aplicar esse padrão de processamento a tarefas cotidianas, como diálogos gravados em ambientes desafiadores, vozes com baixo nível de sinal ou registros comprometidos por ruído ambiente.
O DeNoiser oferece redução de ruído rápida e transparente, preservando o timbre original da voz sem introduzir artefatos perceptíveis. Para isso, incorpora cinco faixas de denoise, quatro modos de relação sinal-ruído (SNR) e seis controles multibanda, que permitem ajustes precisos por frequência. Sua tela de espectro dinâmico exibe em tempo real o sinal de entrada, a impressão do ruído e a redução aplicada.
O sistema opera com zero amostras de latência, o que facilita seu uso em transmissões ao vivo, fluxos acelerados de pós-produção ou setups híbridos de estúdio. Além disso, conta com presets projetados para problemas comuns de voz e diálogo, entregando soluções rápidas em projetos com prazos apertados.
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Principais recursos
Processamento em tempo real com latência zero Cinco faixas de redução e quatro modos SNR Seis deslizadores multibanda para ajuste por frequência Limpeza transparente, sem artefatos Visualização em tempo real do espectro e da redução aplicada Presets para problemas recorrentes de voz e diálogo
Uma atualização do CDX14-3030 com melhorias em linearidade, durabilidade e resposta em altas frequências
A Celestion anunciou o CDX14-3035, um driver de compressão de alta frequência com saída de 1,4 polegada e diafragma de titânio em peça única. O novo modelo, parte da linha CDX14, substitui o CDX14-3030 e traz melhorias voltadas a maior potência, sensibilidade otimizada e flexibilidade para aplicações de reforço sonoro.
O CDX14-3035 eleva a potência nominal para 120 W AES e a potência contínua para 240 W, superando os valores de seu antecessor. O driver também oferece 108 dB de sensibilidade e um ponto mínimo de crossover de 800 Hz (12 dB/oct), ampliando seu campo de aplicações em relação ao modelo anterior. Segundo a empresa, seu desempenho em altas frequências é equivalente ao do CDX14-3045 — versão com ímã de neodímio —, mas em um formato com ímã de ferrita pensado para instalações fixas e sistemas de grande porte, onde custo e robustez são fatores decisivos.
O projeto utiliza um diafragma e suspensão de titânio em peça única, com geometria revisada para melhorar a linearidade do movimento. Um anel de fixação em polímero de alta temperatura ajuda a reduzir a distorção, enquanto a bobina móvel edgewound de 3 polegadas (75 mm), feita de alumínio revestido de cobre, foi projetada para suportar maiores demandas térmicas e mecânicas. O driver opera com impedância nominal de 8 ohms e possui saída de 35 mm / 1,4 polegada.
No lançamento, Ken Weller, Marketing Manager da Celestion, destacou que o modelo “oferece o desempenho de alta frequência característico da marca em um conjunto com ferrita voltado a soluções economicamente viáveis”, ressaltando a combinação de 108 dB de sensibilidade e 240 W contínuos como fatores essenciais para aplicações que exigem confiabilidade e alto nível de pressão sonora.
Uma nova ferramenta 3D para controlar o Logic Pro e moldar o som no espaço.
A Neumann anunciou o VIS – Virtual Immersive Studio, um aplicativo desenvolvido para o Apple Vision Pro que introduz uma abordagem tridimensional para a mixagem de áudio espacial. Com a ferramenta, a empresa inaugura uma nova etapa na produção imersiva ao permitir que criadores manipulem fontes sonoras como objetos visíveis em realidade aumentada.
O VIS substitui interfaces planas tradicionais por um ambiente 3D no qual é possível visualizar, mover e posicionar elementos sonoros por meio de gestos das mãos. A automação se torna uma ação física, e a mixagem passa a ter um caráter mais performático. Segundo a empresa, a intenção é permitir que o usuário “toque” o som e o molde de forma natural.
A aplicação se integra diretamente ao Logic Pro no Mac. Após o emparelhamento, o VIS aparece como um dispositivo dentro do software e pode ser exibido em uma tela virtual ajustável no Vision Pro. A baixa latência do sistema pass-through possibilita interagir com o equipamento físico do estúdio enquanto se trabalha em um espaço de mixagem virtual.
O VIS suporta monitoramento tanto por alto-falantes quanto por fones. Para fluxos móveis ou setups sem monitores físicos, inclui o RIME, plug-in proprietário da Neumann que processa áudio espacial em até 7.1.4. Combinado ao rastreamento avançado de cabeça do Vision Pro, o sistema oferece uma percepção espacial consistente, útil tanto em estúdios profissionais quanto em ambientes remotos.
Desenvolvido com base nas tecnologias AMBEO, o VIS incorpora algoritmos de acústica virtual projetados para criar uma sensação mais realista do espaço sonoro. Essa infraestrutura técnica torna a experiência imersiva mais precisa e acessível, reduzindo a complexidade comum dos fluxos de trabalho em áudio 3D.
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Principais recursos
Ambiente visual 3D para mixagens espaciais no Apple Vision Pro
Posicionamento de fontes sonoras por gestos
Integração completa com o Logic Pro no Mac
Visualização geral de todos os objetos de áudio
Rastreamento de cabeça com 3 graus de liberdade
Compatibilidade com monitoramento por alto-falantes ou fones via RIME
Com o VIS, a Neumann incorpora a computação espacial ao fluxo profissional de mixagem e oferece um sistema que combina hardware, software e gestos em um único ambiente. A empresa destaca que a tecnologia faz parte de uma estratégia mais ampla para impulsionar o uso de áudio imersivo e apoiar a evolução dos formatos tridimensionais.