Conheça o DeepMind da Behringer, marca distribuida no Brasil pela ProShows neste review feito pelo Thiago Pospichil Marques.
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Chegada há não muito tempo no mercado brasileiro, a linha DEEPMIND da Behringer trouxe consigo uma proposta bem objetiva que chamou a atenção no mundo inteiro: sintetizadores genuinamente analógicos, polifônicos, com diversos recursos digitais, timbres stereo com sonoridade imponente, design e acabamentos caprichados, ferramentas extras como Wi-Fi interno e software próprio para utilização sincronizada em outros dispositivos. Junte tudo isso a uma faixa de valor abaixo do que tradicionalmente é praticado com synths analógicos e podemos começar a falar aqui de uma revolução no mercado. Essa é a grande “cartada” da marca neste lançamento, que realmente vem sendo reconhecido mundialmente e preenche uma lacuna neste setor de instrumentos musicais. Sendo um equipamento de alta qualidade, mas com preço final muitíssimo mais atraente, a linha DEEPMIND tem se tornado para muitos músicos a grande chance de poder possuir um sintetizador analógico desde “calibre”.
A linha chegou ao país com dois modelos trazidos pela ProShows (Behringer Brasil):
DEEPMIND 12 – Com teclado de 49 teclas (4 oitavas), 12 vozes de polifonia com dois osciladores analógicos por voz. Efeitos internos com a tecnologia das renomadas TC ELECTRONIC e KLARK TEKNIK (incluindo Reverb, Chorus, Flanger, Phaser, Delay, multi-band Distortion, Noise Gate, entre outros, mais de 30 no total) permitindo programar até 4 FX diferentes simultaneamente. 2 LFO’s por voz com 7 tipos diferentes de formas de ondas. Filtro passa-baixa de 2/4 pólos, filtro passa-alto adicional. 3 geradores ADSR por voz, para controle de envelopes VCF, VCA e MOD. Arpeggiator / Sequencer de 32 passos com controle gate-time. 26 sliders para manipulação de todos os parâmetros essenciais em tempo real. Tela de LCD. Pitch bend e Modulation wheel com iluminação interna variável ao toque. Todos os parâmetros controláveis via Wi-Fi, editáveis através de aplicações para PC e tablets. Conexões USB, MIDI. Acabamento em metal, leds luminosos e painéis laterais de madeira.
DEEPMIND 12D – Versão DESKTOP do sintetizador, que pode ser utilizado diretamente com um teclado controlador (no meu caso, utilizo o UMX610 também da Behringer, com 5 oitavas). Pode ser usado também conectado a outros dispositivos, processando o sinal MIDI pré-gravado em uma track, por exemplo. Uma ótima opção para produtores musicais de qualquer estilo que costumam gravar ou sequenciar teclados em canais MIDI e precisam de bons timbres para o processamento final. Oferece os mesmos recursos disponíveis no Deepmind 12, porém não possui teclas e nem controles de pitch bend e mod wheel. Também conta com painel de LCD, acabamento em metal e painéis de madeira, mas esta versão acompanha suportes laterais que podem ser usados para fixação em racks.
Pude conhecer estes equipamentos durante o seu lançamento na NAMM Show 2017 em Anaheim, California. Confesso que já estava curioso desde a primeira notícia de que a Behringer traria um sintetizador analógico para o mercado. Ao chegar ao espaço da “Music Tribe” (A “Holding” responsável pela Behringer e outras importantes marcas do setor, como Midas, TC Electronic, TC Helicon, Klark Teknik, Bugera, Turbosound, Lab Gruppen, Tannoy e Lake) já se via que as atenções estavam voltadas para o synth. Uma grande quantidade de Deepminds disponíveis para o teste do público e a equipe da Behringer atenta e extremamente atenciosa para receber o feedback dos músicos e ver a reação das pessoas com seu recente lançamento, incluindo o time de engenheiros e desenvolvedores da Inglaterra que foram os responsáveis pelo projeto.
Além do “test-drive” tradicional de um novo teclado, a Behringer inovou bastante incorporando a tecnologia de realidade aumentada, proporcionando aos participantes da feira a oportunidade de experimentar uma nova forma de controle do sintetizador através de controles virtuais por meio de movimentos captados por um sensor V.R., instalado juntamente ao DEEPMIND. Um telão transmitindo a visão dos controles em tempo real chamava muito a atenção de todos que passavam pelo local e se deparavam com uma verdadeira novidade no meio musical. Após ter esta experiência nova com o controle por movimento e o dispositivo de Realidade Aumentada, pude entender bem o conceito do nome “DEEPMIND”: a sensação é de obter um novo sentido, quase como se o músico pudesse se integrar ao sintetizador, ou como se os controles estivessem instalados dentro da sua mente. Sei que talvez não faça muito sentido o meu relato, mas realmente é uma experiência sensorial e faz pensar bastante sobre novidades e possibilidades futuras da tecnologia na música.
Para minha felicidade, fui um dos primeiros a ter o DEEPMIND 12 e o DEEPMIND 12D no Brasil e tenho utilizado estes dois equipamentos em todos os meus trabalhos em estúdio e no palco, então vou aproveitar o espaço e deixar minha impressão pessoal deste equipamento no trabalho do dia-a-dia.
Bem, o primeiro ponto é a qualidade do som. Eu sempre dediquei muito tempo em buscar timbres “robustos” com bastante presença e tive essa necessidade completamente suprida, e com ganho na sonoridade. Várias características me agradaram muito nesse aspecto, graves bem definidos, muito “punch”, enfim, sons grandiosos e com toda a versatilidade de um sintetizador analógico, podendo ser timbrado conforme o gosto e a criatividade do músico. Logo nas primeiras descrições do manual, a Behringer promete um ousado aviso de “insanely fat and authentic sounds” (“sons autênticos e insanamente robustos”, em uma tradução livre), o que conseguiram cumprir perfeitamente.
Outro aspecto importante é a união do “melhor de dois mundos” com os timbres analógicos e recursos digitais. Rapidamente é possível salvar os próprios timbres, presets, efeitos e classifica-los para acesso rápido durante uma gravação ou show ao–vivo. Na mesma semana que recebi os equipamentos já os utilizei tocando ao-vivo adaptando ao meu repertório muito facilmente.
Quando falamos de sintetizadores analógicos, geralmente acabamos relacionando de alguma forma com referências “vintage” e sons que remetem ao passado, entretanto vejo isso como um diferencial muito positivo por uma série de fatores. Se repararmos rapidamente em algumas das principais produções atuais vamos notar essa influência com toda a força, como na música de abertura de “Stranger Things” (série de grande sucesso do Netflix) e também toda a trilha sonora do filme “Blade Runner: 2049” (continuação do grande sucesso “Blade Runner” de 1982). Mas os sons clássicos de synths não se limitam ao gênero vintage: uma rápida ouvida em novas produções de música pop, rock, hip hop, indie, eletrônica (house, deep house, longe, dubstep) demonstram massiva presença do universo dos sintetizadores, com muita evidência e muita força (para a nossa alegria!). Sempre lembrando que cada parâmetro pode ser customizado em detalhes para criar diversos tipos de sonoridade, inclusive extremamente moderna, caso esta seja a necessidade do músico.
O acabamento é de muito bom gosto, as laterais de madeira são muito bonitas e os detalhes das luzes, leds e da oscilação luminosa nos controles de pitch bend e modulação são muito legais. Gostei muito do visual de como o meu setup está agora e tenho recebido comentários muito positivos de quem já viu meu novo equipamento completo ao-vivo. Atualmente estou utilizando o DEEPMIND 12 (49 teclas) do lado direito e o DEEPMIND 12D (Desktop) controlado por um teclado UMX610 (61 teclas) também da Behringer no lado esquerdo, tendo desta forma um synth de 4 oitavas e outro de 5 oitavas à minha disposição no palco.
O DEEPMIND 12 pesa pouco mais de 8kg, enquanto a versão 12D têm menos de 5kg. Com um design compacto, o transporte e manuseio deles é bem prático.
Nos últimos workshops que fiz, comentei que estes eram meus novos “reatores nucleares” de som, e realmente essa é a impressão que tenho da série DEEPMIND, maquinas poderosas à disposição da nossa música.
Ficou curioso para ver e ouvir um pouco do DEEPMIND? Deixo aqui alguns links dos trabalhos que tenho desenvolvido. Espero que goste. Um grande abraço!
Laçaminator – GranDense
Eye of The Tiger – Thiago Marques e Gustavo Cunha
Carry on Wayward Son – T. Marques e G. Cunha
Unboxing – DEEPMIND 12 e 12D
DEEPMIND SESSIONS – Série no soundcloud com músicas produzidas inteiramente com o Deepmind.
Para saber mais sobre o DEEPMIND 12 e o DEEPMIND 12D da Behringer, acesse: https://proshows.com.br/produtos/Behringer/Sintetizadores
*Thiago Marques é tecladista e produtor musical. Atuando integralmente como músico profissional há mais de uma década, seus trabalhos têm recebido destaque através da mídia especializada e redes sociais. É formado em Licenciatura em Música pelo Centro Universitário Metodista – IPA e possui também cursos ligados à Música e Tecnologia, destacando a especialização “Modern Musician” (Berklee/Coursera). Em alguns dos recentes feitos de sua carreira, foi finalista indicado ao prêmio Samsung E-Festival Instrumental e capa da Revista Keyboard Brasil na edição 43, além de tocar em importantes eventos como a “The NAMM Show” (California, USA.) e a “ExpoMusic” (São Paulo-SP). Juntamente com o baterista Ébano Santos, integra o duo instrumental “GranDense”. Thiago Marques é artista Behringer.
www.thiagomarques.net | www.facebook.com/thiagomrqs | www.instagram.com/mrqsthiago | www.youtube.com/thiagopospichilmarques | www.grandense.com.br
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Música & Mercado