
Imagine tocar no Lollapalooza com apenas uma guitarra e um cabo. Sem pedais, sem amplificador, sem nada além do instrumento. Impossível? Não mais.
Testamos as três guitarras smart mais vendidas do Brasil e descobrimos qual realmente entrega o que promete – e qual pode fazer você jogar dinheiro fora.
Por que este comparativo é diferente (e por que você deveria se importar)
Convidamos Thiago Ferreira, guitarrista profissional com 15 anos de experiência em palcos e estúdios, para testar sem filtros a Tagima SixMART, Michael GMS250 e Mooer GTRS. O resultado? Algumas surpresas que vão mudar sua decisão de compra.
Mas antes, a pergunta de R$ 7.000: por que comparar guitarras de R$ 1.400 com uma de R$ 6.000?
Porque elas prometem a mesma coisa – substituir seu setup tradicional – mas apenas uma realmente consegue. É a diferença entre comprar uma bicicleta motorizada e um carro elétrico. Ambos têm motor, mas só um te leva na estrada.

Os números que você precisa saber antes de qualquer decisão
Características | Tagima SixMART | Michael GMS250 | Mooer GTRS S800 |
Preço real (agosto/2025) | ~R$ 1.500 | ~R$ 1.400 | R$ 4.500-11.000 |
Efeitos integrados | 5 fixos | 5 com variações | 110-128 via app |
Simulação de amp | Não | Não | Sim (guitar sims + amps) |
App/Bluetooth | Não | Não | Sim (GTRS App) |
Gravação USB direto | Não (só P2) | Não (só P2) | Sim (USB-C OTG) |
Bateria | 2x pilhas AA | 2x pilhas AA | Recarregável Li-ion |
Autonomia | Não informada | Não informada | ~10 horas |
Saída para fones | Sim (P2) | Sim (P2) | Sim (P2) |
Bag incluída | Não | Não | Sim (gig bag) |
Footswitch | Não | Não | GWF4 opcional* |
Economia real em equipamentos | R$ 800 | R$ 1.000 | R$ 5.500-12.000 |
Tagima SixMART: a pioneira nacional tem mérito

O teste real: o que descobrimos quando o hype encontra a realidade
Junto com a Michael, a Tagima merece crédito por democratizar guitarras inteligentes no Brasil. Por R$ 1.500, você leva uma HSS com 5 efeitos integrados (overdrive, distortion, chorus, delay e reverb) que funciona com 2 pilhas AA comuns, com um design muito bom, bem acabada e head stock moderno.
O que Thiago Ferreira descobriu no teste: “Uma guitarra com pegada de instrumento para iniciantes, com praticidade de ter efeitos embutidos e facilidade para estudos com saída para fone na própria guitarra. Boa construção e acabamento com excelente custo x benefício.”
Mas ele também alertou: “Overdrive e distorção não permitem regulagem. O knob controla delay ou chorus, e no topo dele só o reverb. O chorus é mais utilizado e deveria ter ficado no lugar do reverb – faria mais sentido escolher delay ou reverb, com chorus independente. E não acompanha bag.”
Os detalhes técnicos que importam na SixMART:
- Configuração HSS com chave de 5 posições (versão Strato)
- Saída P2 para fones – estude sem incomodar
- Entrada aux P2 – toque junto com backing tracks
- Alimentação por 2 pilhas AA – fáceis de encontrar
- Sem simulação de amplificador – som “cru” precisa de amp
Michael GMS250: tecnologia brasileira que acerta

Diferenciais reais da GMS250:
- Sistema push-pull inteligente – desligado, não gasta bateria
- Reverb com duas variações (Room e Hall)
- Trastes extra-jumbo – facilitam bends e solos
- DSP integrado com processamento digital
Thiago observou que ambas são “guitarras irmãs” no conceito: “Para estudo e prática casual, tanto a Michael quanto a Tagima cumprem bem o papel. A escolha acaba sendo por detalhes – tipo reverb simples ou com variações.”
Mooer GTRS: quando “inteligente” significa algo completamente diferente

Aqui a conversa muda de nível. A GTRS não é uma guitarra com efeitos – é um sistema completo de produção musical.
O que Thiago descobriu que muda tudo: “Uma verdadeira guitarra inteligente, com inúmeras possibilidades, inclusive uso profissional. Permite configuração e regulagem de TODOS os efeitos via app, além de recursos que transformam completamente a experiência.”
O que a GTRS realmente oferece (dados oficiais verificados):
- Sistema GTRS Intelligent Process:
• 110-128 efeitos editáveis via app (varia por firmware)
• Guitar Simulation Mode – até 16 tipos de guitarra
• Múltiplos amps e gabinetes simulados
• Looper de 80 segundos para composição
• 40 ritmos de bateria integrados
• Gravação USB-C direto (OTG) para PC/smartphone - Hardware diferenciado por série:
• S800 Standard: Trastes nickel silver, tarraxas padrão, madeiras selecionadas
• P800 Professional: Trastes aço inox, locking tuners, ponte Wilkinson, singles hum-canceling SCN-1 - Praticidade real:
• Bateria Li-ion 4000mAh recarregável via USB-C
• ~10 horas de autonomia comprovada
• Gig bag incluída (economia de R$ 150)
• Footswitch GWF4 sem fio opcional (alguns kits incluem)
Thiago foi enfático: “Qualidade e regulagem dos efeitos, recursos do app, bateria recarregável, visual, acabamento e qualidade do hardware. Quando me perguntei sobre contras, a resposta foi clara: nenhum.”
A matemática brutal: quanto você realmente economiza (ou gasta)
Comprando uma guitarra smart da Michael ou Tagima você economizaria em periféricos:

Comprando uma guitarra smart da Mooer GTRS você economizaria em periféricos

Para músicos: a verdade que ninguém te conta
Se você está começando agora:
Tagima ou Michael resolvem. Por R$ 1.400-1.500, você tem tudo para praticar em casa. Mas prepare-se: em 6 meses você vai querer mais.
Se você já toca há algum tempo:
Pule direto para a GTRS. A diferença de R$ 3.500 parece muito, mas você vai gastar isso em pedais de qualquer forma. Melhor investir uma vez só.
Se você é profissional ou semi-profissional:
Não perca tempo. A GTRS é a única das três guitarras que você pode levar para um estúdio ou palco e ter um ‘tudo em um’ realmente profissional. E sim, dá para tocar no Lollapalooza só com ela e um cabo.
Para lojistas: como vender cada uma (e quando)
Cliente com R$ 1.500 máximo:
Mostre Tagima e Michael lado a lado. Argumento: “Com qualquer uma dessas, você sai tocando hoje mesmo. Ambas incluem 5 efeitos que custariam R$ 1.400 se comprados separadamente.”
Cliente que você visualiza o potencial musical
Demonstração ao vivo é crucial. Conecte a Mooer GTRS direto na mesa/interface e mostre a diferença de ter simulação de amp. Argumento: “A diferença de preço (R$ 3.500) você gastaria em pedais em 1 ano. Com a GTRS, você tem tudo isso mais gravação USB, 128 efeitos editáveis e nunca mais precisa comprar pedais.”
Cliente cético sobre guitarras digitais:
Foque no hardware. Argumento: “Mesmo desligada, a GTRS é uma guitarra premium. Trastes de aço inox que duram 5x mais (modelo P800), madeiras selecionadas, ponte Wilkinson. É um instrumento que você usaria mesmo sem os efeitos.”

O veredito final: não existe guitarra smart ruim, existe guitarra errada para seu momento
Tagima SixMART
Compre se: Você nunca teve pedais, está começando, ou precisa de uma guitarra silenciosa para apartamento.
Não compre se: Você já tem pedais melhores ou pretende tocar ao vivo/gravar seriamente. Nota final: 7/10 para iniciantes, 4/10 para intermediários
Michael GMS250
Compre se: Você prefere produtos nacionais, gosta do sistema push-pull, ou já é fã da marca. Não compre se: Você já tem pedais melhores ou pretende tocar ao vivo/gravar seriamente. Nota final: 7/10 para iniciantes, 4/10 para intermediários
Mooer GTRS
Compre se: Você leva música a sério, grava, faz shows, ou simplesmente quer o melhor.
Não compre se: Seu orçamento máximo é R$ 2.000 e você não consegue parcelar.
Nota final: 9/10 para qualquer nível.
A pergunta de 1 milhão: guitarras smart são o futuro?
Depois de testar as três, Thiago Ferreira resume: “Para iniciantes, Tagima e Michael são revoluções de acesso. Para profissionais, a GTRS é revolução de conceito. Em 5 anos, carregar pedais vai parecer tão antiquado quanto usar discman em 2025.”
O futuro já chegou. A questão não é SE você terá uma guitarra inteligente, mas QUAL você pode pagar agora. E com este guia, pelo menos você não vai errar na escolha.
Quer testar estas guitarras? Procure a loja de instrumentos mais próxima.