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Fuhrmann faz 15 anos e inaugura nova fábrica

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A reconhecida Fuhrmann celebra mais um aniversário. São 15 anos criando pedais para os músicos brasileiros e a empresa comemora em grande estilo: com a inauguração de sua nova fábrica em prédio próprio. 

No ano do seu 15º aniversário, a Fuhrmann apresenta uma nova fábrica em prédio próprio, além de várias notícias interessantes. 

“Aqui estamos, depois de 15 anos! Isso por si só é motivo de muita alegria e realização. Quando começamos — pequenos, como a maioria das empresas brasileiras —, o crescimento e reconhecimento eram apenas um sonho. Hoje, olhando para trás, percebemos que valeu a pena. Cada dificuldade e cada conquista nos trouxeram até aqui”, disse Jorge Fuhrmann, CEO da empresa.

M&M: Jorge, conte um pouco sobre a história da empresa.

Era um belo fim de tarde ensolarado. Estávamos no quintal de casa, tomando chimarrão e conversando a respeito do que queríamos para o nosso futuro. Eu, minha esposa Rosalva e meus dois filhos, Daniel e Dandara, naquele momento tradicional em família, nem imaginávamos que talvez se tornasse um dos mais importantes da nossa história. A música e a eletrônica sempre foram importantes para nós. Projetar e brincar com possibilidades era comum em nossa rotina. Mas não bastava guardar nossas “criações” na oficina de casa. Naquela tarde, a ideia partiu do Daniel: “Pai, vamos montar alguns pedais analógicos”. Sim, essa era a grande ideia e foi como uma fagulha que acendeu a nossa paixão pelo que viria a se tornar a Fuhrmann Pedais.

M&M: Como você analisa a história da empresa?

Ao longo desses 15 anos tivemos muitos momentos que merecem destaque. Mas sempre vamos lembrar com carinho de três deles como os mais importantes: o primeiro foi o dia da ideia, naquela tarde de sol em família em que decidimos montar pedais analógicos; o segundo foi realizar o facelift dos produtos em 2012, quando os redesenhamos em um formato menor, deixando-os com um visual mais atraente; e, por fim, o nascimento do pedal Reverb RV-1, entre 2015 e 2016. A partir daí conseguimos nos reposicionar no mercado. Afinal, com o Reverb é que nasceu uma nova geração de pedais, que, a nosso ver, entregou o nosso melhor em termos de design, estética e funções. Não é pelo pedal em si, mas por tudo o que veio depois disso, provando que havíamos chegado a uma posição de maturidade. E o que colhemos com isso foi a aceitação da marca por parte de artistas, lojistas e consumidores, pela qual somos gratos.

M&M: Como opera a Fuhrmann hoje? 

Buscamos manter uma equipe enxuta, em que cada profissional precisa ser proativo e atender a uma série de responsabilidades. Nossa equipe conta com 14 profissionais, entre diretores, equipe de produção e montagem. A Fuhrmann é dirigida por mim, CEO, ao lado da minha esposa Rosalva Fuhrmann. Rinaldo Rocha é o diretor financeiro, Daniel Fuhrmann, o responsável pela criação e desenvolvimento de todos os nossos produtos e Alexandre Ferreira gerencia o departamento de Comunicação e Marketing.

M&M: Desde que a pandemia começou, a empresa decidiu lançar produtos usando as redes sociais, tudo virtual. Como foi isso? 

Sim, essa tem sido a estratégia adotada não apenas por nós, mas por praticamente todo o mercado. Nossos produtos já contavam com pré-lançamentos dependendo basicamente das redes sociais, além do apoio de eventos como suporte para o dia do lançamento. Por isso, a nossa mecânica já estava virtualmente alinhada mesmo antes da pandemia. O que ocorre é que essa mecânica acabou sendo colocada à prova em meio a essa turbulência, o que mostrou que estamos no caminho certo.

Conseguimos criar um formato de lançamento que deu muito certo. Começamos com o pré-lançamento totalmente virtual do produto, gerando um clima de suspense em parceria com vários endorsers e canais do nicho musical para a produção de conteúdo on-line sobre os novos produtos, os quais foram liberados no mesmo dia e horário do lançamento oficial. Assim conseguimos gerar a hype do produto e dizer para o algoritmo da internet que o conteúdo do lançamento era relevante. Com isso, subimos bastante o nosso alcance junto ao público consumidor. Apesar de já termos obtido bastante resultado de forma orgânica, investir nessa mecânica e em novas estratégias de marketing é fundamental para continuarmos sendo uma marca lembrada pelo público.

M&M: Conte sobre a presença da Fuhrmann no mercado internacional. 

As operações externas estão ocorrendo, mas com muita cautela. Sem pressa, observamos os movimentos, principalmente de geopolítica. Temos percebido que qualquer evento pode interferir nos mercados e isso acende uma luz de alerta para agirmos de forma segura. Tendo isso em mente, até o momento estamos operando em alguns países da América Latina, como Argentina e, recentemente, o Chile. Nos Estados Unidos temos parcerias acontecendo e comercializamos nossos produtos por meio da Tensolo Music, com divulgação no canal do músico RJ Ronquilo, além do guitarrista Matheus Canteri, que é artista Fuhrmann e está fazendo um incrível trabalho no estilo country music. Já na Europa temos vendas esporádicas, a exemplo de Portugal e Inglaterra. Agora, com a fábrica pronta, devemos fortalecer a nossa participação nesses países.

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M&M: Lembrando desde o começo da empresa até hoje, como evoluiu o modo de gerenciá-la?

Uma empresa de 15 anos, apesar de jovem, já tem tempo suficiente para ter passado por várias fases de gerenciamento interno. Com a Fuhrmann não foi diferente. A empresa foi crescendo e passando por processos de mudança e descentralização. Novos cargos e líderes começaram a ser formados e isso é bom para o crescimento saudável de qualquer empresa. Além disso, tivemos algumas alterações na política comercial, como evitar vendas diretas em canal próprio. Nesse sentido, percebemos que não concorrer com nossos clientes, mas ajudá-los oferecendo um produto competitivo é melhor para nós e para todo o mercado.

O MERCADO E O TRABALHO COM AS LOJAS

M&M: Como você vê o mercado de instrumentos e acessórios atual?

Todo mercado é dinâmico e complexo, além de que sempre esbarra em muitas variáveis, por isso é difícil resumir apenas na minha visão. O que podemos afirmar é que o mercado acabou tendo uma expansão na pandemia. A Fender reporta que nunca vendeu tanta guitarra e, ao contrário do esperado, os pedais seguiram na mesma linha. O aumento do dólar, de certa forma, também favoreceu o mercado nacional.

Algumas pessoas tendem a dizer que o mercado esfriou, mas a verdade é que ele aquece por ser cada vez mais diversificado. Hoje você possui um universo musical inteiro dentro do celular, seja streaming, vídeos, e-commerce, promoções, divulgação etc. Há pouco mais de uma década isso era inimaginável. A verdade é que isso é incrível e ainda um pouco assustador. Por outro lado, o mercado não apresenta sinal de que vá diminuir, basta sermos cada vez mais criativos, atendendo às expectativas dos nossos consumidores. Com o fator pandêmico trazendo distanciamento e lockdown, todos sentimos o baque, mas isso apenas forçou todos a se relacionarem com o público e o mercado de forma diferente.

M&M: Vocês estão em contato com muitos lojistas. Que estratégias percebem que estão dando mais resultados para eles neste momento difícil do mercado?

Buscamos sempre manter proximidade com os nossos clientes. As feiras voltadas para o público lojista, por exemplo, ajudam muito na criação de ações comerciais direcionadas e também fortalecem relacionamentos. Temos buscado divulgar os nossos produtos da forma mais orgânica possível, a fim de despertar o desejo do consumidor, fazendo que ele vá buscar por um pedal Fuhrmann na loja. Em termos estratégicos, buscamos despertar essa paixão do público pelos nossos produtos e também pela marca por meio da nossa mecânica de lançamento, agregando as ações com os artistas, endorsers e canais parceiros. É o meio que buscamos para garantir ao lojista comercializar um produto desejado.

Percebemos ainda que algumas lojas têm se destacado no último ano, seguindo uma linha de comunicação e posicionamento on-line mais agressiva. No final, qualquer crise vai acabar revelando quem está sendo criativo. Ainda assim, há espaço para quem quer atuar de forma idônea e segura. A nossa dica mais importante é a de que a loja deve atender com seriedade e cumprir as margens corretas. É comum lojas novas buscarem queimar preço na esperança de se tornarem mais competitivas, ou na crença de “fidelizar” novos clientes. Isso é ilusão e certamente não se sustentará. Outro conselho que damos é que as lojas se aproximem dos clientes por meio das redes sociais, oferecendo apoio de alguma forma, fomentando cada vez mais as vendas virtuais.

M&M: Já pensaram em vender direto ao consumidor?

Já testamos essa modalidade no passado, mas ela se mostrou ineficaz, pois teríamos que atuar muito mais como loja do que como fábrica. Conhecemos muitas marcas do mercado que atuam dessa forma e estão bem com essa modalidade, até pelo fato de que a maioria não possui uma produção tão grande quanto a nossa. Além disso, a Fuhrmann já nasceu com esse formato de negócio preestabelecido (passando pela loja) e não há motivos para mudar. Acreditamos que o modelo tradicional de mercado, contando com as plataformas das lojas, é o melhor cenário para nós.

M&M: O que mudou na tecnologia no setor de pedais desde que a empresa nasceu até hoje?

Em termos de tecnologia empregada nos produtos, a maior mudança se deu com a inserção da tecnologia digital em alguns de nossos pedais, principalmente os de ambiência, como nos casos do Reverb e do Delay. Buscamos manter o máximo possível de componentes analógicos, inclusive nos pedais com tecnologia digital. Porém, é inviável operar apenas no analógico. Outro ponto, que não foi bem uma mudança, mas que sempre foi o nosso diferencial, é o fato de termos o Daniel Fuhrmann como desenvolvedor interno e cabeça por trás das inovações. Dessa forma, não terceirizamos nada, principalmente quando o assunto é criação, que é justamente a alma dos nossos produtos.

NOVA FÁBRICA

M&M: A nova fábrica foi construida do zero por vocês, ou seja, agora o prédio é próprio. Como foi esse processo?

Começamos operando em um box, depois alugamos dois boxes que fazem parte do projeto Incubadora de Empresas de Penápolis, interior de São Paulo. Acabamos ficando um bom tempo por lá, o que nos ajudou muito nos primeiros anos, já que o projeto oferecia não só espaço com custo reduzido, mas também consultoria empresarial e financeira nos primeiros anos. Mas chegou o momento em que o espaço se tornou inviável para atingirmos o crescimento que buscávamos. Daí nasceu a necessidade de mudança. O prédio próprio foi construído em um terreno adquirido da prefeitura da cidade, no distrito industrial. Foram quatro anos desde o fundamento até a inauguração este ano, em 2021. O tempo foi mais longo do que prevíamos, pois optamos por não depender de financiamento para o empreendimento. Nesse sentido, eu e o Rinaldo ficamos administrando as entradas, para garantir que a fábrica fosse concluída sem dívidas. Assim poderemos operar com maior fôlego daqui para a frente.

M&M: Onde fica a nova fábrica e que diferenças tem em comparação com a anterior?

A Fuhrmann está sediada no distrito industrial de Penápolis, interior de São Paulo, a uma hora de Araçatuba. O prédio novo foi pensado para organizar melhor os setores, desde a sala para diretoria, comercial e marketing, laboratório para desenvolvimento e criação, como também espaços otimizados para corte, dobra, pintura, circuitos e montagem dos pedais. São 650 m2 de espaço, contando inclusive com auditório para reuniões maiores e apresentações, além de mais estrutura para estoque e ambientes para maior comodidade dos colaboradores. Além disso, preparamos um espaço para uma estação de trabalho em SMD e um espaço reservado para uma CNC a laser para metalurgia, tudo previsto já para o ano que vem.

M&M: Que benefícios tudo isso traz para a Fuhrmann e os produtos fabricados?

O primeiro benefício é oferecer a certeza de que continuaremos fazendo o que sempre fizemos, mas de uma forma ainda melhor, entregando segurança e longevidade ao mercado. Dar esse passo nos trouxe um compromisso maior, principalmente com o consumidor, que vai poder contar com produtos cada vez melhores, com preços competitivos e assistência técnica garantida. O segundo benefício é que triplicamos a nossa capacidade de produção, e que o espaço deve ser ocupado, além de pedais, com novas linhas de produtos. Já estamos estudando a possibilidade de retomar a fabricação de uma nova linha de amplificadores. Mas isso ainda está em projeto.

A nossa busca é manter a Fuhrmann cada vez mais em consonância com as tecnologias e inovações globais. Por isso, nossos clientes e consumidores podem esperar por muitas novidades, não apenas em termos de pedais, mas de outras linhas de produtos também.

M&M: Algum plano para o futuro que gostaria de comentar? 

Em termos de produtos, teremos, sim, muitas novidades. Mas como vocês sabem, gostamos de gerar expectativas, então não falaremos muito por ora! Já em relação aos artistas, deveremos ter mudanças na política de parcerias. Nosso crescimento tem atraído cada vez mais músicos, na busca de caminhar mais junto da Fuhrmann, o que é muito bom. Isso tem nos levado a repensar como atuar com as possíveis novas parcerias, abrindo para diferentes modalidades. Fazemos questão de atender quanto podemos, mas sem ferir a integridade comercial e da marca. Vale lembrar que os artistas são parte fundamental do nosso sucesso. Cada um tem a sua importância para nós.

Além disso, estamos preparando um novo produto ainda para este ano. Estamos apostando em algo que com certeza irá agradar aos guitarristas. E para 2022, um ano em que teremos eleições e Copa, haverá muitas novidades Fuhrmann… Aguardem!

Mais informações no site, Facebook e Instagram da Fuhrmann.

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