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Gravando a história da Zoom

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A empresa japonesa conta com mais de 30 anos de história e experiência. Tem sua sede em Tóquio, onde nascem as ideias dos seus novos produtos. Por meio de Masahiro Iijima, CEO da Zoom, conheceremos parte da sua trajetória

Masahiro Iijima, CEO da Zoom

Masahiro Iijima, CEO da Zoom

Zoom Corporation surgiu em 1983 da união de cinco sócios — ex-engenheiros da conhecida Korg —, entre eles o atual CEO, Masahiro Iijima, e o CTO, Michi Nozokido, que ainda são ativos membros da empresa.

Durante seus primeiros anos fabricavam equipamentos para outras marcas, até que em 1989 decidiram lançar o primeiro produto sob nome próprio. Nesse momento, os sócios pediram à empresa matriz para investir no desenvolvimento de chips DSP originais, mas, cinco anos depois, acabaram adquirindo essas ações com seus próprios ganhos.

Atualmente, a partir da capital do Japão, produzem diferentes tipos de ferramentas de áudio, como pedais de efeitos para guitarras e baixos, aparelhos para gravação, processadores e outros.

Seus gravadores de mão são reconhecidos e usados no mundo inteiro, e seus produtos são distribuídos por uma ampla rede que cobre mais de cem países, incluindo a sucursal norte-americana Zoom, estabelecida em 2013.

Um Zoom na empresa

Remontando ao começo da história, o atual CEO da Zoom iniciou na indústria musical como engenheiro eletrônico, curtindo a música rock durante sua época de estudante. “Escolher ser parte da indústria musical foi uma escolha natural para mim, para poder desenvolver instrumentos musicais eletrônicos”, disse Masahiro.

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Música & Mercado: O que você pode nos contar sobre seus anos na Korg?

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Masahiro Iijima: Enquanto trabalhei na Korg, aprendi o conhecimento básico do negócio, como  planejamento de produto, teoria eletrônica prática, relações humanas, direção de fábrica e de projetos, controle de qualidade. Também aprendi outras coisas, como o quanto é difícil manter uma capacidade estável de fábrica e como é complicado mudar a mentalidade das pessoas e da companhia. Não estaria aqui hoje se não fosse pelos cinco anos de experiência na Korg. Ainda valorizo todas as sugestões e conselhos provenientes das pessoas que estiveram ao meu redor nessa época.

M&M: Por que decidiram focar nos gravadores e processadores de efeitos?

Masahiro: A Zoom possui conhecimento e tecnologia avançados no uso de DSP desde o começo. De fato, os gravadores e processadores de efeitos são nosso principal negócio neste momento. Contudo, é simplesmente o resultado da nossa atividade principal em DSP. Pretendemos expandir o negócio usando essa tecnologia, por exemplo, para interfaces de áudio e gravadores de vídeo.

M&M: Mas também têm outros produtos…

Masahiro: Temos, claro que sim. Com o passar dos anos criamos máquinas de bateria eletrônica, amplificadores para guitarras, pedais stomp-box e estamos planejando entrar em novas categorias usando nossa tecnologia DSP.

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zoom 1M&M: Como a empresa está constituída? 

Masahiro: Na Zoom temos ao redor de 80 funcionários, o que nos ajuda a compartilhar o significado dos nossos valores. Parece difícil passar isso aos funcionários de fábricas na China, mas não temos nenhuma fábrica própria, então isso não é um problema para nós. Existem duas satisfações principais que tento dividir com nossa equipe: uma é a realização do projeto e a outra é receber um bom feedback dos usuários finais.

M&M: Então contratam fábricas terceirizadas?

Masahiro: Contratamos. Estamos usando companhias EMS (Electronic Manufacturing Service, ou Serviço de Fabricação Eletrônica) localizadas na China. Temos operado com esse estilo desde o começo, poderia dizer que inclusive antes que a Apple o fizesse com o Steve Jobs. Por isso, nos interessa muito conhecer as máquinas e técnicas de manufatura que são usadas, porque afetam o design industrial, o tamanho, a aparência e a qualidade de nossos produtos. Então, estamos sempre em comunicação com as fábricas para ver sua capacidade no uso dessas ferramentas.

Evolução pessoal e empresarial

M&M: O que tem mudado desde seu início como engenheiro até agora?
Masahiro: De minha parte, tenho experimentado a rápida transição do analógico ao digital. A evolução é algo constante não só na indústria de produtos musicais, mas também na sociedade e no estilo de vida de todo o mundo. O ponto-chave é que tanto os engenheiros da companhia quanto eu estamos muito interessados na evolução da tecnologia e em aplicá-la em nossas vidas.

M&M: Como os planos e as tendências influenciaram o crescimento da Zoom?

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Masahiro: A Zoom tem planos de crescimento em longo prazo. Alguns anos foram lentos, mas outros deixaram uma forte marca. Para dar um exemplo, as vendas no começo de 2015 cresceram o dobro em comparação com 2005, há dez anos. Sobre as tendências, pessoalmente gosto de música e toco guitarra, mas não me preocupo muito com estudar as tendências do mercado. Logicamente visito feiras todos os anos e me comunico com os distribuidores no mundo todo para saber mais sobre cada mercado específico. A tecnologia de internet também nos ajuda a conhecer sobre as últimas novidades em produtos.

Estúdio na sede para testar equipamentos

Estúdio na sede para testar equipamentos

M&M: Falando dos distribuidores, como é o trabalho com eles?

Masahiro: Temos ao redor de 50 distribuidores e fornecemos produtos Zoom a mais de cem países. Temos relações sólidas com a maioria deles há um longo tempo. A relevância de um distribuidor se baseia em grande parte em como ele pode se concentrar na nossa marca, sem importar o tamanho da companhia, e se encarregar dos dealers com que trabalham em cada país. Nossa missão como fabricante é desenvolver e fornecer produtos sólidos e vendáveis. Esse é o melhor suporte que podemos lhes dar.

Produtos standard, não.

M&M: Por não ter fábrica própria, as ideias dos produtos se tornam seu trabalho principal, certo?

Masahiro: Com certeza. E sabe o que é curioso? As novas ideias não surgem enquanto estou trabalhando no escritório. A inspiração vem enquanto estou correndo ou fazendo exercício, ou logo quanto acordo, ou enquanto viajo no trem suburbano. Simplesmente aparecem quando minha mente está relaxada.

M&M: De modo que os designs são da sua autoria…

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Masahiro: Digamos que me envolvo muito no ‘design industrial’ na primeira etapa. Também me interessa discutir a ‘interface de usuário’ do produto, pois precisa ser fácil de entender. Às vezes nossos engenheiros se reúnem comigo para falar sobre as especificações, mas deixo essa parte com eles quase por completo. Na etapa final do desenvolvimento de produto, a ‘prova de som’ é minha última tarefa importante antes de introduzir um novo produto da Zoom no mercado.

M&M: Que filosofia-chave poderia dizer que aplica aos seus produtos?

Masahiro: Nunca pretendemos desenvolver produtos do estilo ‘nós também temos um’ e nunca o faremos no futuro! Todos os nossos novos produtos devem incluir alguma coisa que seja ‘pioneira no mundo’, sem ser necessariamente de tecnologia, mas pode ser sobre preço, tamanho, cliente, objetivo, aparência etc.

M&M: Como tudo isso se une com o departamento de R&D?

Masahiro: Dos 80 funcionários nos nossos escritórios centrais, 40 deles são engenheiros que pertencem ao departamento de R&D. Eles focam nas nossas tecnologias principais, tais como processamento de sinal digital, design de interface de usuário, aparência e design mecânico, e voicing (criação de som). Depois tem outras tecnologias gerais que se terceirizam, como design de PCB e engenharia de fábrica.

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Pontos em destaque

zoom 2M&M: Como a filial nos Estados Unidos os tem ajudado?

Masahiro: A Zoom North America é basicamente um distribuidor. Contudo, devido ao fato de que o mercado dos Estados Unidos ainda é o maior e mais influente na nossa indústria, obtemos mais conhecimento sobre tendências do mercado por meio da sua valiosa atividade. Além disso, eles desenvolvem material de marketing que depois fornecemos ao marketing mundial e estabelecem relações com artistas de primeiro nível. Isso ajuda muito a nossa estratégia de marca.

M&M: Também se encarregam das redes sociais?

Masahiro: Sim, o trabalho da Zoom NA nessa área é fundamental. As redes sociais têm se tornado uma ferramenta importante para a publicidade no lugar dos meios tradicionais, especialmente do ponto de vista de custo-benefício. Mas, além disso, tentamos expandir nossa rede de seguidores e usuários de produtos ao fornecer conteúdo com mais valor.

M&M: Qual é a sua opinião sobre a indústria atual?

Masahiro: É triste saber que as pessoas já não estão pagando um preço razoável pela música, tanto legal como ilegalmente. Os criadores devem ser respeitados e ser capazes de desfrutar sua própria atividade lucrativa, senão o mundo passará a ficar sem entretenimento e diversão. E como se fosse pouco, as crianças tendem a só jogar videogames.

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Já falando sobre nossa empresa, o segmento no qual focamos ainda está em crescimento, não só em mercados estabelecidos mas também nos países em desenvolvimento. As pessoas podem usar a internet para compartilhar criações pessoais, o que no passado só era possível para profissionais ou grandes companhias. É uma ameaça séria para os meios tradicionais, como a TV ou a imprensa organizada, e no mesmo tempo é uma oportunidade para que forneçamos equipamento confiável para tal uso criativo pessoal.

M&M: Planos para 2016? 
Masahiro: No mercado da indústria musical, deveríamos tomar parte das ações da nossa concorrência. É o único modo de crescer. Contudo, o mercado da eletrônica de consumo é enorme e está em constante evolução. Deveríamos nos posicionar na frente deste último mercado, com uma base sólida na indústria musical.

No Brasil, é a Royal Music!

A Royal Music, com sede em São Paulo, começou a distribuir a Zoom em 1995. Nesse momento, a marca não tinha muita representatividade no mercado, mas um ano depois já tinha conquistado a liderança com a pedaleira Zoom 1010, modelo campeão de vendas da época.

Massimo Barbini (Zoom), Kiko Loureiro, Hiro Iida (Zoom) e René Moura

Massimo Barbini (Zoom), Kiko Loureiro, Hiro Iida (Zoom) e René Moura

A seguir, René Moura, CEO da Royal Music, conta mais detalhes sobre esse relacionamento de sucesso.

Música & Mercado: Como você poderia descrever a situação da Zoom Brasil hoje?

René Moura: A Zoom se consolidou como a líder em pedaleiras e agora líder em gravadores portáteis. Temos cerca de 60 mil fãs no Facebook e muitos guitarristas já usam Zoom no Brasil como primeira opção. Faz parte da história de muita gente. Os brasileiros gostam muito da marca pela sua ótima qualidade e preço competitivo.

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M&M: O que os usuários comentam sobre a marca?

RM: A Zoom é sempre muito falada. Sai foto de produto novo e já fazem review só da foto, sem ouvir o seu funcionamento ou as características. A marca tem a fama de surpreender porque tem sempre novas tecnologías. Por exemplo, acabamos de lançar a pedaleira G1onAK, do Andreas Kisser, exclusiva para o mercado brasileiro!

M&M: Como é o relacionamento com a Zoom? 

RM: Já temos mais de 20 anos de relacionamento, é uma relação de parceria e recebemos inúmeros prêmios. Além disso, fomos nós que criamos o primeiro pedal signature da Zoom com o Kiko Loureiro. É uma grande honra trabalhar com eles!

M&M: O que vocês fazem para divulgar as informações de produtos?

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RM: Atualmente estamos mais focados em criar conteúdo on-line, mas temos um especialista de produto que faz os treinamentos e outras surpresas. Alguns dos artistas Zoom, como Andreas Kisser e Kiko Loureiro, viajam muito e às vezes fica difícil organizar eventos.

M&M: Segundo sua opinião, o que procuram os usuários brasileiros? 

RM: Bom preço, que o produto seja fácil de usar e com som excelente, tudo que a Zoom oferece.

M&M: Já falando sobre a situação adversa do mercado, o que você acha que vai acontecer?

RM: Com o dólar a R$ 4 fica tudo caro. Acho que seria ideal se as lojas buscassem sempre novas formas de gerar tráfego para trazer clientes potenciais para dentro da loja e aumentar as vendas.

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M&M: Quais os planos futuros de vocês para a Zoom? 

RM: O mais próximo é o lançamento do Zoom Andreas Kisser e do Kiko Loureiro — futuramente Edu Ardanuy. Não paramos! E ganhar market share no mercado de interfaces, em que a Zoom está entrando com qualidade excelente e bom preço! Além disso, continuar crescendo com o mercado de gravadores. A Zoom está se expandindo para novas linhas e estamos bem empolgados.

Alguns produtos novos

ARQ Aero RhythmTrak

ARQ Aero RhythmTrak

                      ARQ Aero RhythmTrak

Esse aparelho é uma máquina de percussão, sequenciador, sintetizador, looper, clip launcher e controlador MIDI, consistindo de dois componentes: a estação base AR-96 e o anel controlador removível AR-96c. A estação base contém 468 sons de bateria/instrumentos, 70 tipos de sons de sintetizador e dúzias de efeitos digitais. O anel controlador se comunica com a estação base, como também com DAWs, via Bluetooth sem fio. Oferece 96 pads sensíveis à pressão e à velocidade para lançar e reproduzir sons de bateria, de instrumentos e sequências. Podem ser executados fases e sons cromaticamente ou pode-se escolher entre dúzias de escalas apresentadas em qualquer tecla. Possui botões dedicados para REC/Play/Stop e Filter/Delay/Reverb/Master FX on/off.

G5N: Processador multiefeitos para guitarristas 

G5N: Processador multiefeitos para guitarristas

G5N: Processador multiefeitos para guitarristas

Vem equipado com 68 efeitos DSP, mais dez emuladores de amplificador/caixa para overdrive, distorção, compressão, EQ, delay, reverb, flanging, phasing, vibrato e chorus, além de efeitos múltiplos como Seq Filter, Gold Drive, Reverse Delay, HD Hall e OSC Echo. Pode ser conectado diretamente a um sistema de PA ou interface de áudio, usando os dez emuladores, e dispõe de cinco modelos de amplificadores clássicos: Marshall JCM800, Fender Twin Reverb, Mesa Boogie Mk3, Bogner Ecstasy Blue Channel e British 30W Class A Combo. Acompanhando esses modelos se encontram as caixas gabinetes Marshall 1960 A-type cabinet (alto-falantes 4”x12” da Celestion); Fender ’65 Twin Reverb (alto-falantes 2”x12” da Jensen); o UK2x12, que recria o som dos primeiros amplificadores British combo (alto-falantes 2”x12” da Celestion); Mesa Boogie Mark III cab (alto-falante 1”x12” Celestion Black Shadow) ou Bogner Ecstasy (alto-falantes 4”x12” da Celestion).

Q8: Gravador de áudio de quatro trilhas + vídeo HD 

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Q8: Gravador de áudio de quatro trilhas + vídeo HD

Q8: Gravador de áudio de quatro trilhas + vídeo HD

Esse modelo combina vídeo de alta definição com áudio de alta resolução, o que o torna uma câmera ideal para os criadores de música e vídeo. Suas lentes grande-angulares de 160° e o zoom digital garantem a captura da imagem completa, combinada com o sistema de cápsula de microfone intercambiável próprio da Zoom e duas entradas combo XLR-TRS para mais opções de áudio.

Vem com seu próprio microfone X/Y desmontável, mas também é compatível com muitas cápsulas de microfone da marca. Oferece uma tela tátil LCD full color para facilidade de uso com grande quantidade de características avançadas.

UAC-2: Interface de áudio USB3.0 

UAC-2: Interface de áudio USB3.0

UAC-2: Interface de áudio USB3.0

Essa é uma interface de áudio de duas entradas e duas saídas potencializada por bus que utiliza tecnologia de supervelocidade USB 3.0 para baixa latência e alta qualidade de áudio de até 24 bit/192 kHz. Pode ser usada com qualquer computador Mac ou Windows equipado com USB 3.0/2.0 ou, inclusive, um iPad. Conecta-se com qualquer tipo de microfone, aparelho de nível de linha ou instrumentos para gravação fácil e rápida em um DAW, ou pode-se usar a UAC-2 para reprodução no palco dos arquivos de áudio ou streaming on-line no escritório ou em casa.

Efeitos, Pedais e Acessórios

Fuhrmann rebate rumores sobre o fechamento da empresa

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Influencer declarou que a fabricante de pedais havia encerrado suas atividades.

A disseminação de informações falsas, popularmente conhecidas como fake news, é um dos maiores desafios da era digital. A desinformação não apenas afeta pessoas, mas também pode gerar danos significativos para empresas, setores produtivos e até comunidades inteiras. Recentemente, a fabricante de pedais Fuhrmann enfrentou um exemplo desse fenômeno, quando informações incorretas foram divulgadas por um influenciador digital.

Em um vídeo publicado por Leo Godinho (removido por violar os Termos de Serviço do YouTube), dois modelos antigos de pedais da Fuhrmann foram avaliados, mas o conteúdo incluiu afirmações incorretas sobre a empresa. Entre as declarações, Godinho afirmou que “fontes semi-oficiais” teriam confirmado o encerramento das atividades da Fuhrmann no Brasil, sugerindo ainda que a marca estaria operando exclusivamente por meio de vendas online e, possivelmente, descontinuaria até mesmo essa operação.

Ao buscar esclarecimentos, o CEO da Fuhrmann, Jorge Fuhrmann, classificou o caso como “extremamente preocupante” e lamentou o impacto da desinformação nas redes sociais. Ele assegurou que a empresa está, na verdade, em plena atividade e preparando lançamentos para 2025. “Não faria sentido algum investir no desenvolvimento de novos produtos para, depois, encerrar as atividades”, afirmou.

Investimentos em tecnologia e produção local

Com sede em Penápolis, interior de São Paulo, a Fuhrmann mantém sua operação em uma fábrica de 650 m², onde produz cerca de 800 pedais por mês. Segundo a empresa, ao longo de seus 18 anos de atuação, tem investido consistentemente na qualificação de colaboradores, em novas tecnologias e em maquinário avançado para aprimorar processos.

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Os pedais da nova linha são mais compactos e eficientes, equipados com componentes SMDs (Surface-Mount Devices) que são montados automaticamente, trazendo inovação e modernidade aos produtos da marca. Jorge Fuhrmann destacou ainda que a empresa não possui planos de terceirizar sua produção.

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Combate à desinformação

Como medida para evitar episódios similares no futuro, a Fuhrmann anunciou a criação de uma seção especial em seu site voltada à imprensa, influenciadores e ao público em geral. O objetivo é divulgar notas oficiais e esclarecer dúvidas sobre a empresa e seus produtos, combatendo possíveis boatos antes que eles se espalhem.

O episódio reforça a importância de verificar informações antes de compartilhá-las, especialmente em um ambiente digital onde rumores podem ganhar grandes proporções rapidamente.

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Cultura

Música transforma vidas de presos em projeto de ressocialização

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A ressocialização de detentos no Brasil tem ganhado novas dimensões com projetos que unem capacitação profissional e arte.

Iniciativas como o Sons da Liberdade, no Acre, e o Baqueart, em Pernambuco, utilizam a fabricação de instrumentos musicais para proporcionar aos internos uma oportunidade de recomeçar suas vidas de maneira digna, oferecendo uma nova perspectiva de reintegração social e profissional. Além de promoverem o desenvolvimento de habilidades técnicas, esses projetos utilizam a música como ferramenta de transformação, criando oportunidades reais para os presos saírem do sistema penitenciário com novas chances no mercado de trabalho.

Sons da Liberdade: Detento trabalha na produção de um violão.

Sons da Liberdade, realizado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen)

No Acre, o projeto Sons da Liberdade, realizado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), se consolidou como uma referência nacional na ressocialização de detentos através da luthieria, a arte de fabricar instrumentos musicais. Desde maio de 2024, os reeducandos são capacitados a construir violões e guitarras de alta qualidade em uma oficina que proporciona 222 horas de aulas práticas e teóricas. O coordenador do projeto, Luiz da Mata, destaca que a iniciativa tem como objetivo oferecer aos detentos a chance de aprender uma nova profissão, preparando-os para o mercado de trabalho após o cumprimento de suas penas​.

Desembargador Francisco Djalma, presidente de Iapen e Jardel Costa, professor de luthieria, em visita à fábrica de instrumentos musicais. Foto: Zayra Amorim/Iapen

O reconhecimento da qualidade dos instrumentos fabricados pelos presos foi evidenciado durante a Expoacre 2024, onde os violões confeccionados na oficina chamaram a atenção de visitantes e músicos locais. “A madeira é de qualidade, e por ser feito por reeducandos, é algo muito interessante, muito gratificante”, comentou o músico Rafael Jones, que visitou o estande do Iapen durante o evento​. Além do sucesso na Expoacre, o projeto Sons da Liberdade foi convidado para expor seus instrumentos na Conecta+ Música & Mercado, a maior feira de música da América Latina, um reconhecimento significativo da qualidade do trabalho realizado dentro do sistema penitenciário​.

Jardel Costa, policial penal e instrutor de luthieria no Sons da Liberdade, enfatizou a satisfação dos detentos em ver seu trabalho sendo apreciado pela comunidade. “Eles têm ficado muito felizes, tanto com o instrumento pronto, quanto com o fruto do trabalho, também com as pessoas vindo ver o instrumento, tocar neles, ver que é um instrumento bom, de qualidade, que não perde em nada para um instrumento profissional”​. Essa valorização do trabalho contribui diretamente para a autoestima dos reeducandos e reforça o potencial transformador da arte dentro do ambiente prisional.

Projeto Baqueart, no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA)

Paralelamente, em Pernambuco, o projeto Baqueart, no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), localizado em Canhotinho, também promove a reintegração social por meio da música. Desde agosto de 2024, os detentos participam de aulas teóricas e práticas de fabricação artesanal de instrumentos de percussão, como zabumbas, surdos e pandeiros. Segundo Paulo Paes, secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, o projeto busca oferecer uma formação técnica que permita aos internos sair do sistema penitenciário com condições de sustentar suas famílias e viver com dignidade​.

Além da capacitação técnica, o projeto Baqueart se destaca pela abordagem ambientalmente sustentável, com a produção totalmente artesanal e manual, sem o uso de produtos químicos ou máquinas. Sérgio Reis, professor responsável pela formação dos internos, destacou a importância do método: “O processo é totalmente manual, respeitando o meio ambiente e ensinando uma nova forma de trabalho para os internos”​.

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A valorização do trabalho dos detentos no projeto Baqueart também é recompensada com remuneração e direito à remição de pena, conforme previsto na Lei de Execução Penal. “O Baqueart faz parte de uma transformação maior no sistema penitenciário de Pernambuco, onde trabalho, renda e educação são pilares fundamentais”, afirmou Alexandre Felipe, superintendente de Trabalho e Ressocialização​. A iniciativa tem sido vista como um modelo a ser seguido, com planos de expansão para outras unidades prisionais no estado.

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Essas iniciativas de luthieria dentro do sistema prisional não apenas promovem a capacitação técnica dos detentos, mas também oferecem um meio de abstração e reabilitação emocional por meio da música. Para Daniel Neves, presidente da ANAFIMA (Associação Nacional da Indústria da Música), os projetos têm uma importância multifacetada: “A fabricação de instrumentos musicais pelos detentos atua em dois parâmetros: a criação de um ofício e a abstração que o instrumento proporciona. Foi louvável a atitude das diretorias de ambos sistemas penitenciários que trouxeram estas atividades aos detentos”​.

Ao capacitar os internos para uma nova profissão e permitir que eles utilizem a música como forma de expressão e superação, os projetos Sons da Liberdade e Baqueart demonstram o potencial transformador da arte dentro do sistema penitenciário. Essas iniciativas oferecem aos detentos uma oportunidade real de reescreverem suas histórias e de retornarem à sociedade com dignidade e novas perspectivas de vida.

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Empresas

Giannini: quais os próximos passos da recuperação judicial da mais tradicional fábrica de violão do Brasil?

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recuperacao judical giannini


Nesta última semana de julho, o jornal O Estado de São Paulo noticiou sobre o pedido de recuperação judicial da Giannini, a centenária fábrica brasileira de violões.

A Giannini, fabricante de instrumentos musicais com mais de 100 anos de história, entrou em recuperação judicial. Nos autos do processo, a empresa atribuiu a crise à pandemia de covid-19, seguida de uma política de restrição a crédito por parte dos bancos, que levou a marca a acumular dívidas acima de R$ 15,8 milhões.

De acordo com dados do Serasa Experian, pedidos de recuperação judicial aumentaram 71% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Especialistas apontam que o controle da inflação e do câmbio, a queda dos juros e a geração de empregos são fundamentais para interromper a tendência de endividamento.

Giannini solicita Recuperação Judicial

No processo, a Bacelar Advogados representou a empresa perante o Juiz de Direito de uma das Varas Regionais de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 4ª e 10ª RAJ do Estado de São Paulo, elaborando um pedido liminar para a manutenção das atividades empresariais e requerendo a Recuperação Judicial da empresa.

O Juiz de Direito, Dr. José Guilherme Di Rienzo Marrey, nomeou a empresa Brasil Expert Análise Empresarial de Insolvência Ltda para realizar trabalhos técnicos preliminares na Giannini. Isso inclui verificar as condições reais de funcionamento da empresa, visitar a sede e filiais, certificar a regularidade das atividades, verificar a documentação apresentada e identificar interconexões e confusões entre ativos ou passivos das devedoras, além de detectar indícios de fraude e confirmar se os principais estabelecimentos estão na área de competência do juízo.

Relatório Preliminar

A empresa Brasil Expert realizou a perícia preliminar e relatou: “Após uma minuciosa análise da documentação apresentada pela Requerente, acrescida da diligência realizada, conclui-se que a solicitação de recuperação judicial está fundamentada em uma crise econômico-financeira real e substancial. Não foram identificados indícios de que a Requerente esteja utilizando o instituto da recuperação judicial de forma fraudulenta.”

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O relatório continua: “O exame dos documentos e das informações financeiras revela uma queda no endividamento de curto prazo da Requerente, de R$ 39,73 milhões, no período entre dezembro de 2021 e maio de 2024. Já o endividamento de longo prazo apresentou um aumento significativo de R$ 395,92 milhões. Este crescimento no passivo reforça a evidência de uma crise financeira genuína e não uma manobra para uso indevido da recuperação judicial.”

Advogado Antonio Migliori Filho publicou o processo em seu Linkedin.
Advogado Antonio Migliori Filho publicou o pedido de Liminar em seu Linkedin.

Mercado se solidariza

O mercado da música se solidarizou com a Giannini. Roberto Guariglia, diretor da marca Contemporânea de percussão brasileira, manifestou-se em um grupo de fabricantes de instrumentos musicais: “Estamos na torcida para que vocês vençam mais este obstáculo que muitas indústrias brasileiras enfrentam. Que a presença da Giannini continue importante no cenário musical mundial!” Em outros grupos, as mensagens de solidariedade não pararam de chegar.

Em mensagem para a Música & Mercado, a ANAFIMA – Associação Nacional da Indústria da Música declarou: “O ambiente de negócios no Brasil tem suas intempéries e a Giannini é uma das raras empresas a ultrapassar 115 anos no país. Torcemos pela sua administração e fazemos votos para que o setor se reúna para proporcionar sustentação à empresa.”

Próximos Passos

Com o pedido de recuperação judicial deferido, a cobrança de dívidas fica suspensa por 180 dias, e um plano de reestruturação deve ser apresentado.

  1. Publicação da Decisão:
    • A decisão será publicada no Diário Oficial e os credores serão notificados.
  2. Nomeação do Administrador Judicial:
    • Um administrador judicial será nomeado para supervisionar o processo.
  3. Apresentação do Plano de Recuperação:
    • A Giannini deve apresentar um plano detalhado em 60 dias.
  4. Assembleia Geral de Credores:
    • Os credores discutirão e votarão o plano de recuperação judicial.
  5. Implementação do Plano:
    • Após aprovação, o plano será implementado e supervisionado pelo administrador judicial.
  6. Monitoramento e Cumprimento:
    • A empresa deve cumprir todas as condições e prazos estabelecidos.
  7. Encerramento do Processo:
    • Se o plano for bem-sucedido, o juiz encerrará o processo de recuperação judicial.
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