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Entrevista com Rafael Ferrari, da LDR Captadores

Atuando no mercado de captadores para guitarras desde 2012, a LDR é uma empresa que investe na qualidade do produto para se destacar no competitivo mercado nacional. 

Para tanto, emprega em seus produtos os mesmos materiais utilizados em modelos de fabricantes renomados, além de cuidados complementares no processo de fabricação, como isolamento “solda por solda”, estrutura e parafusos em aço inox para evitar a oxidação.

No intuito de conhecer melhor a empresa e os produtos oferecidos, conversamos com o Rafael Ferrari, diretor da LDR Captadores. Ao longo do bate-papo ele nos contou sobre as origens e as propostas da empresa, além de alguns aspectos sobre a escolha dos captadores, tipos de materiais utilizados, dentre outros assuntos.

Como surgiu a ideia de fabricar captadores?

Rafael Ferrari: Começamos a fabricar captadores em 2012, período em que havia poucas opções de marcas no Brasil e os produtos nacionais atendiam a outro nível de qualidade. Lançamos a LDR no mercado brasileiro como uma fabricante honesta, que utiliza os mesmos materiais dos modelos renomados americanos, com preço justo e acréscimo de alguns diferenciais de qualidade.

Nossa ideia de negócio consiste em nos manter como uma empresa de baixo volume que oferece produtos premium e busca entender a necessidade do cliente através do diálogo e proximidade. Não queremos ser apenas mais uma “montadora de captadores”.

Atualmente temos muitas marcas atuando no mercado de captadores. Nesse cenário competitivo, quais são os diferenciais da LDR?

Rafael Ferrari: Nossa maior preocupação é criar produtos diferenciados em termos de qualidade e oferecer atendimento personalizado. Infelizmente parte de nossa qualidade não é vista por estar dentro do captador. Se alguém tiver a curiosidade de abrir captadores de grandes marcas para ver como são por dentro, verá que muitos deles isolam suas soldas com fita crepe ou utilizam outros materiais de péssima qualidade para economizar. Inclusive, algumas marcas mandam fabricar seus modelos na Ásia sem controle de qualidade adequado. Muitos guitarristas compram esses produtos devido ao peso da marca, mas acabam pagando caro por um material de baixa qualidade.

Aqui na LDR cuidamos de perto de cada etapa do processo de fabricação: isolamos solda por solda, isolamos as bobinas e tudo é feito sem foco no volume. Usamos apenas materiais de ótima qualidade, pois isso facilita nosso trabalho e oferece melhores timbres e isolamento. Um exemplo disso são nossos aterramentos – todos feitos em aço inox -, chegando a ser até dez vezes mais caros, porém eles proporcionam aterramento superior. Usamos também parafusos de inox para fixação da maioria dos modelos, o que evita a oxidação. 

Não conheço no mundo outra empresa que tenha o mesmo cuidado e utilize esses materiais em seus captadores.

Quais dicas você poderia oferecer para facilitar o processo de escolha do captador?

Rafael Ferrari: A melhor dica é tomar cuidado com as lendas da internet. Por exemplo: fios de cobre enamel dão timbre vintage, ímã cerâmico só é usado em captador vagabundo, e outras bobagens do tipo que vão te limitar no momento de escolha. 

É importante dizer também, que não existe captador mágico que sirva para tudo. Em algum momento você terá que abrir mão de alguma característica para atender outra. Ponderar o que vai se adaptar melhor à sua guitarra e ao seu uso principal é o mais importante.

Reflita se você gosta de um timbre mais aberto ou fechado, uma equalização mais “flat”, aguda ou grave, ganho clássico, moderado ou moderno, pegada jazz, rock, metal, fusion etc.

Quando somos consultados por clientes, gostamos de escutá-los bastante para fazermos uma boa recomendação de algum de nossos modelos.

Dentro das especificações técnicas dos captadores muitas vezes vemos referências a ímãs distintos. Quais são as diferenças e a influência desses ímãs na sonoridade dos captadores?

Rafael Ferrari: Atualmente podemos encontrar na internet dicas importantes em alguns sites, mas também podemos encontrar muita bobagem.

No captador cada componente utilizado é capaz de alterar o timbre final. Às vezes utilizamos determinadas espessuras de fio de cobre para deixar o timbre mais gordo, mais flat ou até para conseguir dar mais resistência à bobina. Assim como a DiMarzio (renomada fabricante americana), constatamos que o verniz de isolamento (formvar, enamel, polysol etc.) não altera o timbre, o que faz isso é a espessura do fio.

Já os ímãs, têm suas características somadas aos demais materiais para chegar ao timbre ideal. Em resumo, o alnico V proporciona um timbre mais macio e aveludado, que responde muito bem ao ataque nas cordas. Por sua vez, o alnico II e o III são mais fracos, têm mais médios que o alnico V, graves mais definidos e agudos mais quentes. O cerâmico é o mais forte dentre os mencionados, geralmente é um pouco mais agudo e proporciona ao captador um ganho maior. 

Pessoalmente, acho que o cerâmico produz melhor resultado em termos de definição das notas.

Além dos modelos disponíveis no site, vocês aceitam pedidos de modelos customizados?

Rafael Ferrari: Em nosso site temos propositadamente poucos modelos, alguns criados por nós e outros baseados em modelos consagrados mundialmente. Customizamos apenas o que nosso portfólio não oferece e o que é possível de ser customizado na mesma estrutura de nossos produtos. Nos próximos meses também teremos uma maior gama de acabamentos e cores para nossos captadores.

Maiores informações no site, Facebook, YouTube e Instagram da LDR Captadores.

 

 

*Autor: Álvaro Silva é apaixonado por música, guitarra e luteria. Criador do blog Guitarras Made In BraSil – espaço dedicado à divulgação dos trabalhos de profissionais brasileiros que produzem guitarras, contrabaixos e violões custom shop. 

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