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Opinião: O mundo da música é centrado em exemplos e inspiração

Motivação e métodos criam em qualquer profissão interesse, desempenho e procura como carreira. Na música, o exemplo e a inspiração são a força motriz.

Para se aventurar na aprendizagem de um instrumento, alguém se inspirou por ele. Para fabricar um produto no meio musical, alguém também se inspirou por ele. Vivemos num mercado de paixões inspiradoras e exemplos.

A paixão no meio musical motiva o futuro músico, o vendedor, o dono de loja, e se expande em todos os níveis.

Da base da pirâmide ao alto, nenhuma pedra se encaixa sem o incentivo e a inspiração pela música.

Mas estamos vivendo um momento que pode diminuir a base da pirâmide de mercado, pois temos menos exemplos bem-sucedidos no mercado musical atual.

Não estou falando de gente gravando vídeos no YouTube em seus quartos, e sim de tocar música pelo mundo.

Estamos entrando num ano de necessária ação, em que se perguntar “O que fiz hoje para garantir o mercado futuro?” deve estar sempre na mente de quem trabalha no mercado musical.

O fomento de interesse nos negócios e produtos só ocorre quando a oferta e a procura são vantajosas.

Músicos potenciais

Houve com os anos uma diminuição no interesse pelos instrumentos eruditos e vi muita gente da área reclamando. Porém, quantos instrumentistas eruditos foram apadrinhados pela indústria?

Pensemos na explosão da guitarra nos anos 1980 e exemplos de marketing e parceria com músicos como Steve Vai, Joe Satriani, Paul Gilbert e Frank Gambale por parte da Ibanez, por exemplo (coisa que parece não se repetir mais).

Houve um plantio para a geração de uma procura pelos produtos usados por esses artistas, e nessa época o mercado de guitarras teve seu ápice, e foi bom para todos. Pensemos: por que hoje, com tantos meios de divulgação, as vendas de instrumento crescem numa proporção mais baixa e até diminuem?

Porque as empresas investem em marketing de produtos apenas, não no marketing de artistas, e não estou falando de dar um instrumento a qualquer Zé Mané do YouTube, e sim de escolher um talento a dedo, que represente a marca, e apadrinhá-lo em todos os níveis.

Estou falando de garantirmos que a música seja um negócio lucrativo ao músico, e isso significa atingir o leigo.

Isso mesmo, o leigo, o ouvinte de música, que deve ser visto como um músico em potencial.

Todo ouvinte de música deve ser inspirado a “cruzar a linha” e ser músico. Sem exemplos que gerem a relação de fã/artista, não há crescimento de mercado futuro.

Existem milhões de ouvintes que, se estimulados, sendo músicos em potencial, tornam-se consumidores de produtos do mercado musical pelo estímulo da possibilidade de serem músicos.

O sonho é o que falta ao leigo, mas não existe sonho sem a possibilidade de realização, e ao cruzar os braços esperando cair do céu, o empresário do ramo musical perde a chance de intervir onde realmente importa, porque falar de produtos e suas vantagens, como única ação de propaganda, só atinge quem já toca, e não o público potencial, que com estímulo pode vir a ser músico.

O lucro está em garantir o mercado futuro e o crescimento exponencial deste, atrelado ao sonho de ser músico.

Note quantas vezes uso o termo “ser músico” no texto, para que se leia consumidor, porque o músico é apaixonado pela música, e por ela é que ele consome produtos.

Quando digo sonho, não falo ilusão, porque sem incentivo de realização não ocorre a busca.

Apaixonar-se pela música é o foco, e nisso todo investidor e empresário deve se ver como o “cupido” que joga a flecha da paixão entre uma vertente e seu ouvinte, mais do que um Don Juan que seduz a compra, porque esta fica condicionada ao interesse, e em previsão modesta, no mínimo 70% dos iniciantes têm um ídolo que os inspire.

Não espere a grande mídia apadrinhar artistas da música, porque essa tarefa não interessa mais a ela, mas sim a você, lojista, fabricante e importador.

Não adianta reclamar sem arregaçar as mangas e colocar a mão no bolso, porque sem trabalho e investimento, a tendência nunca é crescer. Faça a diferença fazendo diferente.

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