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Guitarras DeLaet: novas guitarras no mercado

A marca de guitarras DeLaet foi lançada recentemente e pensa se destacar no mercado brasileiro com design diferente e blend de madeiras especiais

guitarras DeLaet
IsEurope

Miguel De Laet, proprietário da marca

Miguel de Laet, sócio-proprietário das guitarras DeLaet, tinha a ideia de fazer sua própria linha de guitarras há alguns anos, enquanto prestava serviços de consultoria no desenvolvimento de produtos para outras marcas do setor musical. A ideia e os projetos ficaram por um certo tempo guardados até chegar o momento oportuno. “Em algumas conversas com Alexandre Carrozza, percebi que tínhamos muitos objetivos em comum e foi uma questão de tempo para começarmos a alinhar trabalhos e a desenvolvermos projetos, tanto para a Carrozza como para a recém-lançada DeLaet”, contou.

M&M: De que se trata o design exclusivo por detrás dessas guitarras?

Miguel: Do mesmo modo que tenho como referência a Giannini como fabricante brasileira a apostar em um design inovador com sua Craviola, não podemos negar que Leo Fender foi o precursor na produção em larga escala de instrumentos de corpo sólido. Eu tinha o desejo de criar uma homenagem ao primeiro modelo Esquire produzido por Fender sem deixar de lado nosso desejo em partir para um design exclusivo. Foi aí que começamos a desenvolver um projeto inspirado no conceito do vintage flat design associado a recursos inovadores que foram possíveis por meio de parceiros como a Novitá — que se tornou uma ponte para a linha de captadores Custom Shop da Seymour Duncan, bem como os encordoamentos DR Strings —, e pela parceria com o Erico Malagoli, da Malagoli Captadores, extremamente aberto a desenvolver novas linhas de produtos.

Outra empresa que ajuda no projeto é a Softcase, com a criação de bags muito lindos para vestir as guitarras.

M&M: O que faz das guitarras DeLaet algo diferente para você?

Miguel: As guitarras DeLaet possuem, além de uma diferença estética, diferenças sutis no posicionamento de captadores e estrutura, bem como no blend de madeiras típicas do Brasil com o intuito de ter um timbre mais rico devido à valorização de algumas frequências dos sons secundários (harmônicos), garantir maior sustain e, por meio de um esquema de compensação na escala bastante sutil, promover uma afinação mais precisa (o que se comprovou no período de testes das guitarras).

M&M: Conte sobre a fábrica.

Miguel: Atualmente a equipe é pequena. Possui sete colaboradores, contando Alexandre Carrozza e eu. A fábrica está localizada em Jaú e produz os instrumentos Carrozza (linha de guitarras Custom Shop) e DeLaet. Temos um maquinário de ponta, sendo duas CNCs, topias, lixadeiras etc., que nos garantem a autonomia de 120 instrumentos Premium por mês. Temos a intenção de ampliar a capacidade de produção de acordo com o crescimento da marca.

producao04Parte dos processos é feita de forma automatizada. Outros são realizados manualmente, em especial detalhes de acabamento e parte elétrica. Na linha DeLaet temos um diferencial importante: utilizamos exclusivamente madeiras de origem brasileira em nossos instrumentos. Atualmente usamos espécies como jequitibá e freijó nos corpos, jacarandá paulista na escala e cabreúva para a confecção dos braços. Além disso, continuaremos desenvolvendo pesquisas na área de blend de madeiras para cada vez mais termos condições de apresentar uma combinação de madeiras com excelente entonação associada a um uso sustentável da matéria-prima dos nossos produtos.

M&M: Quais são as linhas atuais?

Miguel: Criamos dois modelos exclusivos, a Brigitte e a Julie. Cada modelo possui três categorias diferentes:

Cute: a categoria “padrão da marca”, com tarraxas blindadas Gotoh, chaveamento simples de três posições, captadores Malagoli Handmade Custom.

Hot: a mesma configuração da Cute com a adição de um chaveamento composto por dois Push Botton e switch de três posições para oferecer mais possibilidades timbrísticas (oito). Além disso, existe a possibilidade de optar pelo uso de tarraxas Gotoh com trava (item opcional).

Spicy: a categoria “top de linha”, equipada com tarraxas com trava Sperzel ou Gotoh MGT (considerada o que há de melhor no mercado atualmente). Além disso, são equipadas com captadores Seymour Duncan P-Rails e um sistema de chaveamento composto por dois Push Botton, dois mini-switch e uma chave de três posições que possibilita 24 timbres diferentes.

Além disso, teremos uma linha de guitarras Classic que serão oferecidas exclusivamente para lojistas por um preço mais acessível, produzidas também no Brasil. Teremos também, no final do ano, a apresentação de mais um modelo com design exclusivo. Um projeto muito especial que será dedicado a músicos que desejam explorar sonoridades extremas e mais agressivas.

M&M: Com que estratégias enfrentarão o mercado?

Miguel: Teremos duas frentes: uma delas (a primeira a ser apresentada ao público), de guitarras Super Premium, que poderão ser oferecidas tanto por lojistas especializados em instrumentos de alto padrão como pela própria DeLaet. São os instrumentos que custam acima de R$ 4 mil. Essa linha, além de possuir design original e recursos exclusivos de instrumentos de alta guitarras DeLaetperformance, possui a missão de servir de guarda-chuva aspiracional para a linha Classic (também produzida no Brasil), que será oferecida nas lojas a um preço competitivo para guitarras de nível profissional que a grande indústria denomina como Premium.

M&M: E o marketing?

Miguel: O marketing sempre terá como foco o desenvolvimento de produtos. Tivemos todo o cuidado de lançar a marca com projetos originais e características únicas justamente para que o nosso público pudesse guardar na lembrança que a marca tem personalidade própria. Afinal, existem boas marcas que já oferecem boas réplicas de guitarras “top de linha”. Não faria sentido lançar mais uma marca que seguisse pelo lugar-comum.

Temos a intenção de desenvolver produtos “tipo exportação”, com recursos que excedam as expectativas, especialmente do consumidor global. Os instrumentos “top de linha” serão utilizados como “cartão de visita” da marca, servindo como aspiracional para a linha mais acessível, que, pelas especificações, entrará no mercado Premium do nosso setor (na faixa de R$ 1.500 a R$ 3.500). A precificação dos produtos será bastante competitiva, sempre levando em consideração os nichos Premium e Super Premium.

M&M: Quais os primeiros passos a seguir?

Miguel: Nossa primeira expectativa é provar que é possível, sim, produzir no Brasil guitarras de caráter único, com recursos inovadores para o músico e bastante personalidade, sem deixar de lado a herança que a indústria mundial do setor nos deixou, apontando novos horizontes na fabricação de instrumentos.

Fico muito feliz com a repercussão do início do nosso trabalho e a nossa intenção é continuar apontando caminhos para a indústria de instrumentos musicais. Não imagino produzirmos em grande volume com o intuito de ser uma marca líder ou com uma grande parcela de market share geral, mas desejamos conquistar um espaço considerável dentro do market share das guitarras Premium e Super Premium no Brasil.

M&M: Que ações realizarão em 2016?

Miguel: Neste primeiro ciclo de comercialização dos nossos produtos (primeiro semestre de 2016), nossas vendas são realizadas sob demanda. Produzimos aquilo que é pedido. Desejamos no segundo semestre ter um estoque de algumas peças para pronta entrega, especialmente da linha Premium (os instrumentos DeLaet mais acessíveis), que devemos lançar em agosto.

Mais informações: www.delaet.com.br

delaet

 

 

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