Empresas
Além da fachada: O varejo físico na era digital
A dualidade entre as vendas em lojas físicas e on-line tem sido um tema de debate acalorado entre os varejistas há décadas.
Assim como um dos embates mais famosos e comentados da história do boxe nacional, Popó vs Bambam, os pontos de venda físicos vêm sofrendo golpes rápidos e brutais dos fortes players eletrônicos, que se armam de recursos como a comodidade da compra em qualquer lugar e a qualquer horário, valores baixos ou inexistentes de frete, entregas feitas em poucos minutos, maior oferta de produtos e serviços, oportunidade de comparação, entre muitas outras vantagens.
Todas essas vantagens já conquistaram o consumidor do mundo moderno, aquele que tem uma rotina insana e tenta equilibrar sua vida profissional e pessoal. Aquele que faz reuniões pelo Zoom enquanto dirige pelo trânsito caótico, que mal permite que ele ande a 30 km/h. É também aquele que, enquanto assiste a um filme em seu streaming preferido, ganha tempo e pede sua pizza pelo iFood.
Ao compararmos esse consumidor moderno com o estilo de compra digital, a decisão faz total sentido. Essa escolha supre muitas necessidades desse consumidor, mas será que supre todas?
A conexão
Você certamente já ouviu falar na pirâmide de Maslow e nas cinco necessidades básicas do ser humano. Essa teoria evoluiu para sete e, mais recentemente, para nove necessidades. Passou por diversas interpretações, mas algo comum a todas é a necessidade de estar em contato direto com outros seres humanos, de socializar e de receber atenção.
O digital não consegue proporcionar o calor de uma interação social, as sensações táteis da experimentação ou mesmo uma experiência visual e auditiva dentro do ponto de venda.
Segundo estudo realizado pela Kantar, A Vantagem da Experiência, 52% dos millenials, ou nascidos entre 1980 e 1995, preferem comprar de marcas que procuram estabelecer interações mais verdadeiras e profundas com seus consumidores.
Dado que o consumidor brasileiro possui prazer em frequentar lojas ou shoppings, fazendo desta atividade um lazer, a ida à loja continua sendo uma enorme oportunidade para aprofundar a conexão entre marcas e clientes.
Mais do que vendas
A marca de roupas masculina Reserva é conhecida pela experiência única que proporciona em suas lojas que não são meros pontos de venda, mas sim pontos de encontro, onde todos se sentem bem-vindos, bem atendidos e confortáveis. Para gerar essa atmosfera as lojas possuem música ambiente e atendimento autêntico, algumas lojas têm até frigobar com cervejas e videogame para os clientes.
Outro grande exemplo: a Kopenhagen, marca de chocolates premium, recentemente comprada pela Nestlé, transformou suas lojas ao introduzir seu próprio “cafezinho” há mais de uma década. Essa mudança não apenas aumentou o fluxo de clientes, mas também impulsionou as vendas de produtos de balcão, como barras de nuts, bombons e pães de mel. As lojas da Kopenhagen passaram a ser vistas como locais ideais para uma pausa após o almoço no trabalho ou durante um passeio de final de semana, mudando a dinâmica de uso para muitos clientes.
Certo, falamos bastante sobre como podemos mudar a experiência do cliente ao entrar no ponto de venda. Mas e como fazer para atrair esse cliente para a loja?
Bem, se não pode vencê-lo, junte-se a ele! Cada vez mais, o tempo de atenção desse consumidor está no digital, então faz todo sentido você lutar por ele nessa arena. Seja por meio de trabalho orgânico em mídias sociais, anúncios pagos no Google, Facebook, Instagram e – por que não – TikTok, ou campanhas com influenciadores.
Mas não se limite!
Estude seu cliente e faça com que o próprio comportamento de compra dele indique onde também é possível alcançá-lo: talvez no rádio? Em um podcast? Em eventos?
Atinja esse cliente, ofereça alguma vantagem real para que ele possa se deslocar em vez de comprar on-line, abordando temas que são grandes diferenciais em sua loja. Reflita sobre os pontos em que sua loja vence o comércio eletrônico (comentamos alguns acima) e os exalte. Não tem? Vai criar agora!
Em resumo, as lojas físicas têm o desafio de competir com o comércio eletrônico, mas também têm vantagens únicas que podem e devem ser muito bem exploradas. Ao oferecer uma experiência de compra diferenciada, se reinventar, investir em atendimento especializado e criar um ambiente acolhedor, as lojas físicas podem atrair e fidelizar clientes, garantindo sua relevância no mercado musical.
Lojista
Dicas para melhorar a logística de assistência técnica e pós-venda
Como criar processos que fidelizam o cliente após a venda de instrumentos e equipamentos de áudio.
Em um mercado de instrumentos e equipamentos de áudio cada vez mais competitivo, o relacionamento com o cliente não termina na venda. A experiência pós-venda e o suporte técnico são fatores determinantes para a fidelização — especialmente em segmentos que envolvem produtos de alto valor agregado, como mesas digitais, interfaces de áudio, amplificadores e sintetizadores.
Empresas que estruturam uma logística eficiente de assistência técnica reduzem custos, ampliam a confiança do consumidor e fortalecem a reputação da marca. A seguir, reunimos práticas adotadas por distribuidores, fabricantes e lojas especializadas que buscam transformar o pós-venda em diferencial competitivo.
- Centralizar o atendimento e padronizar processos
O primeiro passo para melhorar o pós-venda é criar um canal único de atendimento técnico. Quando o cliente precisa buscar informações em múltiplos canais (telefone, e-mail, redes sociais), a percepção de desorganização aumenta.
Empresas como Yamaha e Roland, por exemplo, utilizam centros de serviço autorizados com cadastro integrado: o consumidor envia o número de série e recebe o status da análise em tempo real.
Boas práticas:
- Implementar sistema de ticket único (CRM integrado).
- Utilizar formulários online para abertura de chamados.
- Treinar atendentes para coletar dados técnicos de forma padronizada (modelo, número de série, defeito relatado, data de compra).
- Reduzir o tempo de diagnóstico e transporte
O tempo de deslocamento e avaliação técnica é um dos principais fatores de insatisfação no pós-venda.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Instrumentos Musicais (Abrafam, 2024), 60% das reclamações estão ligadas a prazos de conserto superiores a 30 dias.
Estratégias recomendadas:
- Criar estoques regionais de peças de reposição (SP, PR, PE, DF, por exemplo).
- Utilizar transportadoras parceiras com coleta programada em lojas e pontos de revenda.
- Automatizar a triagem inicial com vídeos ou fotos enviados pelo cliente antes do envio físico do produto.
Caso real:
A marca nacional Staner, no segmento de amplificadores e caixas ativas, reduziu em 35% o tempo médio de reparo após adotar um sistema de pré-diagnóstico remoto feito via WhatsApp corporativo, segundo dados divulgados na feira Conecta+ Música & Mercado 2024.
- Mapear indicadores de performance (KPIs)
- A qualidade do pós-venda precisa ser medida com dados.
- Monitorar indicadores como tempo médio de reparo (TAT), índice de reincidência de defeitos, nível de satisfação do cliente (NPS) e custo logístico por chamado é fundamental para corrigir gargalos.
Exemplo de métrica:
- Treinar e certificar assistências técnicas
- Fabricantes que investem em treinamento e certificação periódica das assistências autorizadas garantem maior uniformidade nos serviços.
- Cursos online e presenciais, manuais técnicos atualizados e acesso a esquemas elétricos são recursos que reduzem erros e melhoram a comunicação entre fábrica e oficina.
- Transformar o pós-venda em canal de relacionamento
Mais do que reparar produtos, o pós-venda pode gerar novas oportunidades de venda e relacionamento.
Empresas que mantêm programas de manutenção preventiva, descontos em upgrades e extensão de garantia transformam um problema técnico em uma nova interação comercial.
Exemplo: Alguns distribuidores oferecem a chamada “garantia estendida educacional”, voltada a escolas e estúdios, que inclui revisões anuais com desconto progressivo. Esse tipo de política reforça o vínculo de longo prazo e reduz o churn de clientes corporativos.
- Comunicação clara e rastreabilidade
A transparência é um diferencial competitivo. O cliente deve conseguir acompanhar o status do reparo e ter prazos definidos desde o início do processo.
Sistemas de rastreamento, envio automático de e-mails e relatórios padronizados ajudam a construir confiança.
Checklist de comunicação eficiente:
- Envio automático de número de ordem de serviço.
- Atualizações a cada etapa do processo (recebido, em reparo, finalizado, despachado).
- Canal direto para dúvidas pós-entrega.
A logística de assistência técnica e o pós-venda não são custos, mas ferramentas de fidelização.
Em um mercado onde a reputação circula rapidamente entre músicos e técnicos de som, oferecer suporte ágil e transparente é tão importante quanto lançar um novo produto.
Fabricantes e distribuidores que estruturam processos de pós-venda bem definidos — com dados, prazos e comunicação clara — transformam a assistência técnica em um ativo estratégico.
Lojista
Equipamentos compactos e portáteis ganham espaço nas lojas de música
Mini sintetizadores, interfaces de bolso e caixas de som com bateria refletem novas formas de consumo.
A preferência dos músicos por dispositivos compactos e fáceis de transportar está transformando a oferta de produtos no varejo musical. Mini sintetizadores, interfaces de áudio portáteis e caixas acústicas alimentadas por bateria consolidam-se como opções de alto desempenho que respondem à mobilidade, aos espaços reduzidos e às novas dinâmicas de produção musical.
Segundo um estudo recente da consultoria Music Trades, as vendas de equipamentos portáteis cresceram 18% em 2024no cenário global, impulsionadas por criadores independentes e músicos que buscam soluções práticas para gravar, ensaiar ou tocar ao vivo em ambientes não convencionais.
O que os clientes procuram?
- Flexibilidade: dispositivos que possam ser usados tanto em casa quanto em pequenos palcos.
- Autonomia: sistemas com bateria para apresentações de rua, parques ou eventos sem infraestrutura elétrica.
- Conectividade: interfaces de bolso que se integrem facilmente a computadores, tablets ou smartphones.
O tecladista e produtor argentino Martín Rosales, que atua entre estúdios e turnês independentes, resume a tendência:
“Hoje preciso de um setup que caiba em uma mochila, com o qual eu possa compor em um hotel e, no dia seguinte, usar em um show acústico. Os equipamentos compactos deixaram de ser um recurso secundário — são o centro do meu trabalho.”
Como a loja pode se adaptar
- Destacar áreas específicas: criar um espaço de “portabilidade”, onde o cliente possa testar mini sintetizadores, interfaces compactas e caixas de som portáteis em um mesmo ambiente.
- Oferecer pacotes combinados: bundles que integrem um controlador pequeno, uma interface e uma caixa portátil para quem busca soluções completas de gravação ou performance.
- Demonstrações ao vivo: microshows dentro da loja ou transmissões nas redes sociais que mostrem o desempenho real desses equipamentos.
- Educação do cliente: produzir conteúdos com comparativos, tutoriais e guias práticos que reforcem que o tamanho reduzido não significa perda de qualidade.
Uma mudança no modelo de consumo
O avanço da urbanização, a limitação de espaço nas residências e a popularização de formatos como bedroom producersou buskers (músicos de rua) estão por trás dessa transformação. Os equipamentos compactos permitem que artistas mantenham um padrão profissional sem depender de grandes estruturas.
Para as lojas, incorporar essa tendência significa não apenas ampliar o portfólio, mas também alinhar-se a um público mais jovem e conectado, que valoriza tanto a praticidade quanto a agilidade na criação musical.
Empresas
Falece aos 73 anos, Jorge Menezes, fundador da Cheiro de Música: uma trajetória de pioneirismo no varejo musica
A comunidade de música e áudio profissional do Rio de Janeiro e entorno lamenta a perda de Jorge Menezes
Fundada em 1985, originalmente com uma loja de apenas 20 m² — atuando com rádios de pilha e aparelhos domésticos — a loja Cheiro de Música evoluiu sob a liderança de Jorge Menezes para se tornar uma referência no varejo de instrumentos musicais e áudio profissional. A empresa abriu filiais e conquistou o respeito de lojistas, músicos e técnicos.
Ele deixa três filhos, sete netos e sua esposa, além de um legado de empreendedorismo no setor musical. Há alguns anos, havia passado o comando da empresa para os filhos, garantindo a continuidade familiar do negócio.
Nascido em 1952, dedicou décadas à construção de uma marca que se tornou símbolo de tradição e confiança no mercado. O setor da música perde, neste momento, um empresário visionário cuja trajetória inspira gerações — e cujo impacto se estende para além da vitrine, alcançando profissionais e entusiastas de toda a cadeia musical.
Para o setor, a Cheiro de Música simboliza a transformação do varejo: partir de um tamanho modesto, apostar em diversificação, investir em expertise e marcas, e manter-se relevante ao longo das décadas. O falecimento marca não apenas a perda de um empresário, mas o encerramento de um ciclo que reflete o amadurecimento da cultura da distribuição e do varejo especializado no Brasil.
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