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Next Pro estreia novo site e mais modelos para a Série Pro-R

A fabricante Next Pro renova seu site e apresenta novos amplificadores para o mercado local, além de falar sobre tendências e a situação atual do setor.

A Next Pro começou o ano com várias novidades. Na área de produtos, lançou mais modelos para a Série Pro-R — os R7, R10, R10Q e R15 — e o módulo M350, que se soma à Série NanoBox. No tocante à estratégia da empresa e ao marketing, o site foi remodelado e preparado para o uso em dispositivos móveis, como marca a tendência.

Marcelo Barros, CEO e diretor de pesquisa e desenvolvimento da empresa, explica: “Ele é muito mais moderno, intuitivo e, acima de tudo, mais interativo, principalmente quando acessado por smartphones. A intenção foi exatamente melhorar a experiência de navegação nessa plataforma, pois o acesso em smartphones hoje responde por um terço do total das visitas. Ele também procura facilitar a interação entre nós e nossos clientes, com vários canais de comunicação e suporte espalhados por pontos estratégicos, além de um canal específico para novidades e um blog idealizado para lições de áudio básico, tecnologia, dicas de uso/instalação e muito mais”.

M Barros

Marcelo Barros

Quer saber sobre os produtos e algumas tendências no mercado? Marcelo conta mais nesta entrevista.

M&M: O que você pode contar sobre os novos modelos da Série Pro-R?

Marcelo: Os novos modelos são a continuidade de uma família de amplificadores digitais que, posso dizer sem falsa modéstia, quebraram paradigmas em amplificadores para touring no Brasil. Eles mostraram que amplificadores de PA não precisam ser grandes demais, nem pesados demais. Que devem funcionar com desempenho máximo em qualquer rede elétrica, independentemente da tensão estar em 220 ou 170V na hora do evento. Que devem render muito mais potência em sistemas alimentados por geradores, como nos trios elétricos. E que não precisam ser caros para se ter tudo isso. Enfim, essa série mudou muita coisa em termos de mentalidade em relativo pouco tempo. Amplificadores “clássicos”, com 3-4 unidades de rack, pesando 50 kg e de baixo rendimento são raros de se observar em uso hoje em dia. E é justo dizer que isso é, em grande medida, devido à Série Pro-R.

M&M: Como pensaram nesses novos modelos?

Marcelo: Como eu disse, são a continuidade de uma tecnologia inovadora levada agora às mais altas potências. É relativamente difícil projetar amplificadores de 10 mil, 15 mil watts com esse grau de excelência. Amplificadores desse porte, capazes de funcionar de 100 V a 260 V como se fossem simples carregadores de celular? Não é fácil e nem rápido! Pensamos nessa continuidade porque o mercado ficou mais exigente com respeito à potência. Hoje os alto-falantes suportam muito mais potência do que há dez anos, e os bons alto-falantes respondem a essa potência extra de forma surpreendente. O objetivo foi atendê-los

Lançamentos r

R15

com as mesmas facilidades e recursos que tínhamos para as potências até 7.200 W.

M&M: O R15 é o principal? Por quê?

Marcelo: No mundo dos amplificadores, os mais potentes sempre são as estrelas. No caso do R15, isso é particularmente verdade. Ele tem quase o mesmo peso dos modelos menores da Série Pro-R, concentrando uma relação peso/potência jamais vista no Brasil. São 15 mil watts em apenas 11 kg e duas unidades, e cabe em racks que há bem pouco tempo eram usados para acondicionar os periféricos!

M&M: Já estão disponíveis no mercado?

Marcelo: Os novos modelos da Série Pro-R já estão disponíveis, mas não em pronta entrega. A realidade econômica no Brasil mudou muito desde 2014, quando foi tomada a decisão de ampliar esta série. Atualmente enfrentamos uma condição empresarial que tornou inviável manter quatro modelos como esses, de elevado valor agregado, em estoque permanente. Creio que esta seja uma realidade compartilhada por várias outras empresas e importadores no Brasil de hoje. Estamos esperando por mudanças concretas na economia e por um reaquecimento dos mercados antes de dar esse passo.

M&M: E o mais recente lançamento da empresa, o M350 da Série NanoBox?

Marcelo: É um módulo para ativar caixas acústicas oferecido em sete diferentes configurações, muito leve e de baixo custo. Possui potência de 350 W (nas versões mono) e 350 W + 80 W (nas versões biamp). Falando sobre as configurações, são elas: Line Full (full-range 28 Hz-20 kHz); Line Satellite (200 Hz-20 kHz); Line Cross: 350 W+80 W biamp (low: 28 Hz-2 kHz e high: 2 kHz-28 kHz); Line Cross Satellite: 350 W+80 W biamp (low: 200 Hz-2 kHz e high: 2 kHz-28 kHz); MIC-EQ-MP3: full-range, com entradas de microfone e line. Equalizador de duas bandas, MP3 Player, FM e Bluetooth; MIC-EQ-MP3 Cross: idem ao anterior, em 350 W+80 W biamp (low: 28 Hz-2 kHz e high: 2 kHz-28 kHz); e SUB (28-200 Hz).

Lançamentos r r

R7 & R10

M&M: Que tendências você está percebendo no segmento de amplificadores?

Marcelo: Ser pequeno, ter baixo peso e alta potência é o mais relevante hoje, pois devido a fatores econômicos tornou-se inviável trabalhar com carga volumosa e pesada. As caixas ativas, que trazem o amplificador embutido, são um exemplo disso e uma realidade hoje. Mas, por outro lado, os problemas atrelados a elas, como uma fragilidade eletrônica maior, dificuldade de se fazer uma manutenção adequada e a falta de flexibilidade estão se tornando mais evidentes para os usuários, especialmente nas potências mais altas. Temos uma série especialmente dedicada às caixas ativas, que é a NanoBox, mas procuramos estar atentos às limitações inerentes a esse formato. Há poucos anos parecia que iriam dominar completamente o cenário da sonorização, mas o tempo se encarregou de mostrar, como em quase tudo na vida, que os extremos não prevalecem. Existem contrapartidas trazidas pelo formato “amplificador embutido” que estão mais claras hoje, então observo que os clientes estão atentos a isso também.

M&M: Fale um pouco sobre as dificuldades para se construir e manter uma indústria moderna no Brasil de hoje, mas para além do óbvio, ou seja, para além da carga tributária brasileira, que todos já sabemos ser excessiva.

Marcelo: O Brasil é um ambiente muito hostil para a indústria, especialmente para as pequenas. A indústria 4.0, uma realidade na China e nos Tigres Asiáticos, e que diminui o custo final dos produtos, é para nós um sonho distante. Como adquirir máquinas de produção modernas se temos que pagar 80% de sobrepreço em impostos e jabás de importação? Veja como o governo do Brasil cuida da sua indústria! Em minha opinião, bens de capital para pequenas empresas deveriam ter imposto simbólico e burocracia simplificada, pois aumentam a produtividade e geram emprego, mas ocorre justamente o contrário! Também não há financiamento, na prática, para adquiri-las. Pouca gente sabe, mas os mecanismos oficiais de fomento, como o BNDES, não financiam bens de capital se estes forem importados! Um contrassenso ridículo, pois não existe fabricação desse tipo de maquinário no Brasil. O BNDES diz “serem as regras”, mas elas não valeram na hora de emprestar dinheiro para os “clientes” da Lava Jato adquirirem empresas no exterior. Ano passado, durante a campanha presidencial, muito se falou em acabar com a política dos “campeões nacionais”, em que somente as empresas “parceiras” do governo têm acesso a esses recursos de fomento, mas ainda não vimos nenhuma mudança significativa. Veja no site do BNDES quem são os maiores tomadores de recursos hoje: as mesmas megaempresas de sempre, todas com credibilidade financeira de sobra para captar recursos no exterior, mas financiam suas operações com o dinheiro do Tesouro. E não é pouco! São centenas de bilhões de Reais aplicados em pouquíssimas empresas. E quanto ao resto de nós? Bem, no BNDES as empresas pequenas não têm sequer o direito de serem atendidas diretamente. Continuamos marginalizados, sozinhos, como sempre!

 

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