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Standard Music: nova importadora — e também fábrica — de acessórios e instrumentos musicais

A Standard Music começou sua história no mercado em 2021. É uma empresa jovem, sim, mas a equipe por trás conta com ampla experiência no segmento. 

Breno Oliveira, diretor comercial e de marketing, trabalha com importação e exportação de produtos há aproximadamente 15 anos. Ele também é músico há 30 anos e sempre sonhou em trabalhar com alguma coisa nesse nicho. “Anos atrás eu não imaginava que isso seria possível. A ideia começou a amadurecer devido ao sucesso da Montreal Music Shop a partir de 2016. Como sou amigo/irmão do Rafael (proprietário dessa rede), conversávamos muito sobre a possibilidade de eu viabilizar importações para ele. O projeto, no decorrer dos anos, foi ganhando corpo e então ele começou a me induzir a aumentar essa gama de produtos, a criar marcas próprias e até a absorver a operação de algumas outras, das quais ele já era um dealer no Brasil, para suprir todo o País e não somente a loja dele. Mas confesso que a Montreal foi uma vitrine e tanto para testarmos os produtos no mercado. Por sermos músicos e gostarmos de coisa boa sempre, e entendendo as condições econômicas do nosso país, estudamos muito todas as circunstâncias para diminuirmos todas as margens de erros”, contou Breno.

Isso levou a empresa a tomar a decisão de que alguns produtos deveriam ser fabricados no Brasil e outros deveriam ser importados. E é assim que a Standard Music está atuando. “Tivemos um progresso estrutural incrível no ano de 2021 e queremos mais”, enfatizou. 

M&M: Conte sobre os diretores, sócios e funcionários da empresa.

Além de sócio, eu atuo na direção comercial e também na direção de marketing. Acabo flutuando por todas as áreas da empresa, mas sempre respeitando as hierarquias e conhecimentos de cada um de nossos colaboradores.
O Rafael Ribeiro, da Montreal Music Shop, tem uma porcentagem nesse quadro de sócios também, até porque ele foi a peça fundamental desde o início para fazer com que as coisas de fato acontecessem. Eu diria que hoje a Montreal faz parte do mesmo grupo da Standard Music, mas são operações completamente diferentes e dirigidas por outras pessoas. 

Atualmente temos um grande galpão de estoque na zona leste de São Paulo, onde também fica o meu escritório. Nesse local, temos toda a equipe de logística, expedição, financeiro, assistência técnica etc. Temos também a fábrica dos instrumentos da Studebaker e das guitarras Atlantis (que absorvemos recentemente) e a fábrica da Tom Sawyer, em locais diferentes, mas todos em São Paulo. Todas essas fábricas pertencem ao Grupo Standard Music.

M&M: Que regiões do País estão sob o foco de vocês?

Hoje já posso afirmar que estamos distribuindo para quase todos os estados do Brasil. E isso é gratificante demais, até pelo pouco tempo que entramos no mercado. Mas já há um estudo para viabilizar o Mercosul, e depois disso, quem sabe voos mais altos. Vamos em frente. 

M&M: Então já estão trabalhando com lojas em todos os estados?

Sim, e devo isso também ao sucesso do evento Conecta+ Música & Mercado. Foi o nosso grande cartão de visitas para consolidar o projeto. Nós já tínhamos uma segurança muito grande em relação à qualidade dos nossos produtos, mas o evento foi um atalho, uma vitrine espetacular para que esses produtos chegassem ao conhecimento de mais lojistas e representantes. Isso acelerou o processo do projeto. Claro, ainda há muito a se fazer. Hoje contamos com mais ou menos 100 lojistas distribuindo nossos produtos pelo País. Sabemos que essa quantidade pode aumentar muito e estamos trabalhando nisso diariamente. 

M&M: Como está sendo o trabalho para posicionar as marcas no mercado, entre as lojas e os consumidores?

Na verdade, são várias frentes às quais temos que prestar atenção simultaneamente. O marketing digital hoje em dia é uma ferramenta muito importante para se trabalhar com a divulgação dos produtos e da marca. Nessa frente, temos várias formas de trabalhar, desde parcerias com os próprios lojistas, mapeando e facilitando ao cliente onde encontrar os produtos Standard em sua região, como também o patrocínio de artistas que tenham relevância e afinidade com o produto oferecido. Participar de eventos como o Conecta+ Música & Mercado e outros semelhantes pelo País também é incrível, porque possibilita um networking mais próximo com todos. Os representantes também nos ajudam nesse intercâmbio de informações. Mas nada disso vale se o trabalho não for bem-feito em todos os processos. Então, divulgar é preciso, e entregar o que se divulga, mais necessário ainda. 

M&M: Conte sobre as marcas.

Essa é, sem dúvida, a parte mais divertida de todo o processo. Hoje temos algumas marcas das quais somos dealers oficiais no Brasil, e temos a exclusividade da importação e distribuição. Temos as guitarras Solar, fabricadas na Indonésia, que são voltadas a um público mais do metal e hoje fazem um sucesso tremendo nesse nicho. Além de uma construção incrível e de um sistema de afinação muito moderno e interessante, que é o “evertune”, esas guitarras são equipadas com captadores Solar Duncan, um modelo exclusivo que a Seymour Duncan desenvolveu para a empresa. Enfim, é uma guitarra espetacular. Hoje vejo pessoas chegando às lojas com sua Jackson, Ibanez e dizendo: “Queria deixar essa aqui e saber quanto volto em dinheiro para a loja para eu poder ter a minha Solar”. Eles realmente acertaram a mão na construção dessas guitarras e acredito que nós também, em as trazermos para cá.

Outra boa aposta que fizemos foram os instrumentos da Sire. Os baixos com assinatura do Marcus Miller são simplesmente perfeitos em todos os sentidos. Eu realmente prezo pela versatilidade de um baixo ativo, passivo, jazz bass, precision bass, tudo meio que em um só. Com uma construção excelente, as pessoas ligam esses baixos e ficam impressionadas. Acho que um músico como ele jamais assinaria algo que fosse mais ou menos bom. A Sire realmente desenvolveu algo genial e eu vejo diversas pessoas conhecendo esses baixos e se apaixonando. Acho que o custo desse produto é bem interessante se comparado com o que ele oferece. A Sire também oferece violões e guitarras maravilhosos com os quais trabalhamos. É um extenso catálogo de ótimas opções.

Temos ainda os captadores da Bartolini, que já são muito conhecidos no mercado, os amplificadores para baixo, os baixos e pedais da Ashdown. Eu, de verdade, fiquei maravilhado com essa marca. Não conheço um músico que não goste. 

Além de tudo isso, temos alguns produtos da Standard, que é nossa marca focada em acessórios. Você encontra nela afinadores, estantes de partitura, capotrastes, correias, microfones, cases, bags, suportes para instrumentos e outros. É uma linha de mais de 100 itens com qualidade e preços bem competitivos. Temos também, ainda via importação, as nossas marcas STD Pro Audio e STD Pro Keys. Aqui você tem sistemas de PA de 15” e 12”, torres de som com Bluetooth, subs de 15” e 18”, enfim, uma linha de caixas de som com ótimo custo-benefício e qualidade de som muito competente. Na parte de Pro Keys, temos teclados diversos que também vale muito a pena conferir.

Na parte de fabricação nacional, vem uma das partes mais incríveis desse trabalho. Temos a Tom Sawyer, que é nossa fábrica de amplificadores e pedais para instrumentos. Hoje temos em nossa linha de amplificadores o Mark Twenty e o Dark Twenty, de 20 W com uma válvula no pré. O Mark Twenty tem um sistema de entrada auxiliar, enquanto o Dark Twenty tem um sistema de send/return. Os dois têm um som mágico com aquele gostinho de valvulado. Eles são superportáteis e leves, mas o som que entregam realmente é incrível. São equipamentos que vale muito a pena conferir. Além desses amplificadores com válvula no pré, temos o First, um amplificador cujo nome já diz tudo. Ideal para ser o primeiro amplificador de um músico, para estudo mesmo. Vem com um efeito de overdrive e é vendido em dois tamanhos.
Agora vou falar das guitarras e baixos da Studebaker. A princípio, a ideia era importar instrumentos da Coreia. Porém, com o tempo e analisando as questões logísticas e a realidade atual, percebemos que seria possível criar instrumentos incríveis, com acabamento perfeito e madeiras de qualidade aqui no Brasil. Para isso, precisávamos de pessoas capacitadas para ajudar a concretizar o objetivo. Percebemos que tínhamos acesso a essas pessoas; depois, o desafio era conseguir máquinas suficientes para uma boa demanda de produção. E, para finalizar, tinha a questão das peças da parte elétrica e acessórios. Conseguimos viabilizar tudo e então seguimos em frente com o projeto. Quando os primeiros instrumentos ficaram prontos e fomos testar o resultado, veio a agradável surpresa. Conseguimos criar de fato instrumentos de qualidade internacional aqui no Brasil. Fizemos uma parte dos nossos instrumentos com madeira de demolição visando também a sustentabilidade. 

O que posso de fato garantir é que todas as pessoas que tiveram a oportunidade de tocar um instrumento Studebaker até agora simplesmente amaram o projeto. Isso nos fortaleceu para criar mais e mais variedades. Logo sai o novo catálogo de instrumentos da nossa marca com os novos modelos e virão muitas surpresas boas por aí. É impressionante a quantidade de pessoas capacitadas e talentosas que encontramos para desenvolver isso conosco. São verdadeiros artistas. Afirmo que esta marca já deu certo!

M&M Depois de conhecermos as marcas, qual você diria que é o carro-chefe da empresa?

Difícil escolher uma marca somente como carro-chefe. Até porque a demanda varia muito de região para região. Por exemplo, hoje eu vendo muitas guitarras, baixos e amplificadores no Sul e no Sudeste. Em contrapartida, nas regiões Norte e Nordeste vendo muitos sistemas de PA, violões etc. Para o Centro-Oeste vendo um pouco dos dois e por aí vai… Nos acessórios em geral, a demanda é equivalente por todo o País. Acredito que o carro-chefe seja a variedade de produtos, sempre prezando por qualidade e preços competitivos em todos os segmentos dentro do nicho. 

M&M: Fale sobre a faixa de preços dos seus produtos. 

Os nossos preços têm uma variação de ponta a ponta. Por exemplo, as guitarras Studebaker têm um preço mais acessível que as guitarras Solar, porém isso nem se caracteriza por ser melhor ou pior. Eu sei o quanto uma guitarra Solar é incrível, porém, meu estilo de tocar guitarra tem muito mais a ver com uma Studebaker Sky-Hawk (nosso modelo de Strato). Sendo assim, ela é uma guitarra que funciona melhor para mim. O que temos de vantagem é a exclusividade nos produtos dos quais somos importadores no País. Por esse fato, somos a fonte de distribuição deles, e com isso garantimos que os preços sejam praticados de forma justa e correta para que todos saiam ganhando durante a operação. Tanto o lojista quanto o consumidor final terão acesso a produtos de qualidade e com preço justo. O Brasil é um país que sofre com a grande desigualdade social, e temos, sim, que pensar em produtos com ticket médio alto, mas devemos estar sempre atentos para viabilizar bons produtos com preços mais populares. Basta ver quantos artistas incríveis surgem de uma classe social menos privilegiada. Jamais podemos pensar em privar essas pessoas de terem seus instrumentos para desenvolver o seu trabalho. No fim das contas, de todos os lados do mercado musical há demanda. 

Prefiro chamar nossos clientes de parceiros. A partir do momento em que trabalhamos juntos, estamos juntos do começo ao fim. Ações conjuntas on-line, sorteios de brindes, workshops e todos os tipos de parcerias possíveis são uma missão que temos de organizar e arranjar para todos que estão conosco. 

M&M: Qual será o próximo passo para a Standard Music?

Eu diria que conseguimos entrar no mercado. Agora o próximo passo é consolidar. E, para isso, temos de ser e ter todos os dias tudo que respondi nas questões anteriores. Um produto de qualidade, com preço acessível e um ótimo serviço de venda, logística e pós-venda. Alinhar isso tudo a boas campanhas de marketing com todos os nossos parceiros nos dará toda a credibilidade para finalmente nos consolidar aqui neste nicho de mercado maravilhoso. O mais legal de poder trabalhar com acessórios para música e instrumentos musicais é que você está vendendo produtos para fazer arte, seja dentro do seu quarto, seja no Rock in Rio. Eu acredito muito na energia que se move durante todos os processos. É diferente de tudo com que já trabalhei na vida e realmente me sinto realizado e confortável. Vamos consolidar tudo isso e vai dar certo!  

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